Dislexia: Como integrar os alunos de maneira respeitosa e acolhedora diante de complexas necessidades individuais?
Como integrar os alunos de maneira respeitosa e acolhedora diante de complexas necessidades individuais?
A dislexia é um transtorno de aprendizagem neurobiológico de caráter genético e hereditário que afeta o processo de leitura e escrita. Os primeiros sinais costumam aparecer logo no início da alfabetização, que pode ser mais demorada, com muito mais troca de letras e bastante dificuldade na leitura.
É sempre importante lembrar que a dislexia jamais deve partir de um autodiagnóstico, ou de diagnósticos que não sejam apresentados por uma equipe multidisciplinar especializada. Para que a dislexia seja identificada corretamente, o paciente deve passar por uma série de avaliações de diferentes profissionais, entre eles fonoaudiólogo, neurologista e psicopedagogos. Dentro do processo de investigação, também estão incluídos exames de audição, exames oftalmológicos e questionários, que devem ser respondidos pelos pais e pelos professores de português e de matemática do aluno. Por isso, o papel da escola é tão fundamental nesse processo e deve ser pautado em orientar corretamente os cuidadores e responsáveis pelos seus alunos.
Mas, após o diagnóstico. O que a escola pode fazer para suavizar o processo de ensino-aprendizagem com alunos disléxicos? Continue lendo e acompanhe as dicas.
É papel da escola estar atenta para sinais de atraso na aprendizagem.
Segundo a Associação Brasileira de Dislexia (ABD), os possíveis sinais da dislexia durante a pré-escola envolvem a dispersão e o fraco desenvolvimento da atenção. Além disso sintomas como um certo atraso no desenvolvimento da linguagem, dificuldade para aprender rimas e canções e baixo desenvolvimento das capacidades motoras também podem acender o sinal de alerta.
O diagnóstico precoce da dislexia pode transformar a qualidade de vida do aluno que receberá a devida atenção e apoio multidisciplinar desde muito cedo. E neste momento a escola pode agir como uma verdadeira e interessada observadora dos sinais.
Durante a idade escolar também é importante ficar atento. Os sinais passam a ser relacionados à dificuldade na aquisição e automação da leitura e da escrita, ao pouco conhecimento de rimas e da aliteração, e à dificuldade em copiar informações de livros ou da lousa. Também é possível observar um comprometimento das habilidades motoras finas, como a capacidade de desenhar ou pintar, nomear esquerda ou direita e fazer uso de dicionários e mapas.
É importante lembrar que a dislexia não tem qualquer relação com o quociente de inteligência do portador. Ela pode manifestar em crianças e adolescentes de inteligência normal ou superior e os sintomas variam de acordo com o grau de gravidade do distúrbio. Apesar de mais fácilmente identificada na fase de alfabetização, a dislexia também pode ser diagnosticada durante a adolescência ou no decorrer da vida adulta.
Faça sua sala de aula ser um ambiente amigo.
O lugar onde os portadores de dislexia mais enfrentam dificuldades é a escola. Por isso é tão importante que o aluno encontre amparo, respeito e incentivo durante o processo de ensino-aprendizagem. Para manter um ambiente seguro é importante valorizar a heterogeneidade da turma e garantir uma maior diversidade. Assim, os alunos com qualquer distúrbio encontrarão oportunidade de exercer liderança, construir senso crítico, gerenciar conflitos e o mais importante: desenvolver suas capacidades a fim de criar novos conhecimentos.
Valorizar a criatividade, a arte e a expressão corporal também é uma boa maneira de trazer a atenção desse aluno para o aprendizado, já que é um traço comum a facilidade de expressão artística entre os disléxicos. Usar recursos tecnológicos como games e audiolivros também podem ser meios interessantes de inclusão. Em suma, a palavra chave é: variar a fonte do aprendizado e oferecer novas formas de contato com o conteúdo para conquistar a atenção.
Evitar exercícios repetitivos e ajudar com a organização também são ótimas maneiras de auxiliar, visto que esses alunos costumam ter dificuldades nesses dois aspectos e acabam desistindo mais fácil de uma tarefa, caso não consigam visualizar a sua eficácia, objetivo ou importância. O ideal é buscar alternativas que possam permitir o estudo ou a compreensão dos conteúdos de maneira lúdica e verificar sempre se o aluno está conseguindo lidar com o cronograma que está sendo passado em sala de aula.
Contribua positivamente para o tratamento.
A medicina ainda não conhece a cura para a dislexia, mas sabemos que ela pode ser tratada por meio de uma boa equipe multidisciplinar. Coloque-se como agente ativo neste time e tenha certeza toda a equipe escolar está preparada para lidar com a questão. O processo de tratamento é considerado longo, envolve muita persistência para a superação das dificuldades e o suporte especializado da comunidade escolar desde cedo pode fazer toda a diferença na construção de uma rede de apoio ideal para um desenvolvimento saudável desse aluno.
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