Questões de Português - Gramática
Leia a narrativa “O protetor”, de Millôr Fernandes, para responder à questão
O homem vinha guiando o carro a 120 km/h quando o pneu furou. O carro deu três voltas sobre si mesmo, foi atirado pelos ares, bateu num galho de árvore e, quando ia se esborrachando no chão, alguém o segurou sem que ele pudesse ver quem. Ele ficou um pouco tonto e foi aí que ouviu a voz misteriosa que lhe disse: “Não se estás morto, não! Estás vivo! Eu continuo aqui para proteger-te. Sou teu anjo da guarda. Quando tiveste aquele ataque de coqueluche, aos seis meses de idade, eu estava lá para te salvar. Quando ficaste na frente do trem, aos seis anos, eu estava lá para te ajudar. Quando foste para a guerra na Itália, quando saltaste de paraquedas na Coreia, quando ias te afogando em Copacabana, sempre fui eu quem te ajudou.”
“Está bem, está bem, muito obrigado”, disse então o homem agradecido. “Mas onde diabos estava você quando eu me casei?”
(Millôr Fernandes. Contos fabulosos, 2007.)
“a voz misteriosa [...] lhe disse: [...] ‘Eu continuo aqui para proteger-te.’” (1º parágrafo)
Ao ser transposto para o discurso indireto, o trecho assume a seguinte redação:
Leia a tirinha de Mafalda de Quino para responder à questão.
A relação que se estabelece com a conjunção “mas” no primeiro quadrinho denomina-se
Leia este trecho de uma canção.
“Você é luz
É raio, estrela e luar
Manhã de sol
Meu iaiá, meu ioiô
Você é “sim”
E nunca meu “não” […]”
Disponível em: https://www.letras.mus.br/wando/49324/. Acesso em: 14 set. 2023.
Na textualização do discurso poético dessa canção, a figura de linguagem predominante é a
O texto a seguir será usado para responder às questão.
‘Nevou’ no Rio
Em pleno verão, o fenômeno que vem chamando atenção nas ruas do Rio é conhecido como “nevada carioca”, ou apenas “nevou”. Trata-se da mania de descolorir, platinando os cabelos até os fios ficarem completamente brancos, que tomou conta das cabeças dos jovens de Norte a Sul e virou a febre do momento. A onda começou às vésperas do Natal, ganhou força no réveillon e entrou em janeiro lotando os salões. Nascida nas comunidades e nos subúrbios, a tendência ultrapassou fronteiras geográficas e sociais da cidade, principalmente depois de ganhar as redes e de ter conquistado artistas e atletas. Cabeleireiros e donos de salão apostam que o modismo resiste com força até os dias de folia.
(Adaptado de: https://oglobo.globo.com/rio/noticia/2023/01/nevou-no-rio-mania-de- -descolorir-o-cabelo-ate-ficar-quase-branco-vira-moda-entre-os-cariocas.ghtml. Acesso em 22/06/2023.)
No texto, o verbo nevar apresenta sentido
Para responder às questão, leia o poema da escritora portuguesa Florbela Espanca, publicado originalmente em 1919.
Vaidade
Sonho que sou a Poetisa eleita,
Aquela que diz tudo e tudo sabe,
Que tem a inspiração pura e perfeita,
Que reúne num verso a imensidade!
Sonho que um verso meu tem claridade
Para encher todo o mundo! E que deleita
Mesmo aqueles que morrem de saudade!
Mesmo os de alma profunda e insatisfeita!
Sonho que sou Alguém cá neste mundo...
Aquela de saber vasto e profundo
Aos pés de quem a terra anda curvada!
E quando mais no céu eu vou sonhando,
E quando mais no alto ando voando,
Acordo do meu sonho... E não sou nada!...
(Florbela Espanca. Poemas, 1996.)
O núcleo do sujeito do verbo “deleita” (2ª estrofe) é
Leia o conto “Diálogo das notas”, de Carlos Drummond de Andrade, para responder à questão.
A nota de cinco mil cruzeiros estava preocupada. Anunciaram para breve a sua entrada em circulação, e já passavam muitos sóis sem que a retirassem do almoxarifado. No almoxarifado, chega-lhe o zum-zum de que continuamente as coisas sobem de preço e as notas baixam de valor. Embora os algarismos continuem os mesmos, cada dia significam uma realidade menor. Quando chegar minha vez de andar por aí — receia a nota de cinco mil — quanto valerão meus cinco mil?
Ao ser desenhada, sentira-se toda garbosa, cheia de minhocas na cabeça. Iria suplantar as coleguinhas, dando a vera ideia de grandeza. Mas até agora nada, e a nota inquieta-se:
— Quando vejo o cruzeiro metálico passar do tamanho de medalha de chocolate ao de botão de manga de camisa (e amanhã ele chegará talvez a semente de tangerina), sinto que meu futuro não será nada fagueiro. Vão-me reduzir às proporções de ficha de ônibus, feita de papel, e servirei para pagar a passagem de um coletivo circular. No máximo.
Estava nessa tristeza quando lhe apareceu, ainda em forma de neblina futura, o projeto da nota de cinco milhões, com efígie de cabeça para baixo, e sussurrou-lhe:
— Maninha, depois de mim virá a cédula de cinco trilhões, e assim sucessivamente, pois infinito é o número dos números. Até que um dia o homem se cansará de escrever no papel grandezas que são insignificâncias, e passará a escrever insignificâncias que valham grandezas. Já pressinto no horizonte maravilhosa nota zero, que nos resumirá a todas e alcançará o máximo valor metafísico.
(Carlos Drummond de Andrade. Contos plausíveis, 2012.)
O Dicionário eletrônico Houaiss da língua portuguesa define “onomatopeia” como “formação de uma palavra a partir da reprodução aproximada, com os recursos de que a língua dispõe, de um som natural a ela associado”.
Ocorre onomatopeia no seguinte trecho: