Questões de Português - Gramática - Sintaxe
Incêndio atinge Parque Nacional de Brasília, e ICMBio aciona brigada própria
Um incêndio atinge nesta segunda-feira (5) o Parque Nacional de Brasília, no Distrito Federal, a cerca de 10 km da Esplanada dos Ministérios.
O Corpo de Bombeiros informou que o fogo consumiu uma “área considerável” do parque. Um levantamento parcial indica que ao menos 130 hectares de vegetação foram queimados.
OLIVEIRA, Thaísa. Incêndio atinge Parque Nacional de Brasília, e ICMBio aciona brigada própria. Folha de S. Paulo. Cotidiano, 5 set. 2022. Disponível em: https://www1.folha.uol. com.br/cotidiano/2022/09/incendio-atinge-parque-nacional-debrasilia-e-icmbio-aciona-brigada-propria.shtml. Acesso em: 5 set. 2022.
Considerando a classificação morfológica do termo destacado, sua aplicação no contexto apresentado indica que o(a)
Leia o texto a seguir para responder a QUESTÃO
Texto I
Empatia, exigência do mundo atual
Na atualidade, precisamos do homo empaticus mais do que do homo ‘vingativus’. Empatia significa capacidade psicológica para sentir o que sentiria outra pessoa caso estivesse na mesma situação. Consiste em tentar compreender sentimentos e emoções, procurando experimentar de forma objetiva e racional o que sente outro indivíduo. A empatia leva as pessoas a ajudar umas às outras; está intimamente ligada ao altruísmo – amor e interesse pelo próximo – e à capacidade de ajudar. Quando um indivíduo consegue sentir a dor ou o sofrimento do outro ao se colocar no seu lugar, desperta a vontade de ajudar e de agir seguindo princípios morais.
A capacidade de se colocar no lugar do outro, que se desenvolve pela empatia, ajuda a compreender melhor o comportamento em determinadas circunstâncias e a forma como o outro toma as decisões. Ser empático é ter afinidades e se identificar com outra pessoa. É saber ouvir os outros, compreender os seus problemas e emoções. Quando alguém diz “houve uma empatia imediata entre nós”, significa que houvegrande envolvimento, identificação imediata. O contato com a outra pessoa gerou prazer, alegria e satisfação. Houve compatibilidade. Nesse contexto, a empatia pode ser considerada o oposto de antipatia.
[...] A empatia é diferente da simpatia, porque a simpatia é majoritariamente uma resposta intelectual, enquanto a empatia é uma fusão emotiva. Enquanto a simpatia indica vontade de estar na presençade outra pessoa e de agradar a ela, a empatia faz brotar a vontade de compreender e conhecer outra pessoa.
[...] A empatia é, de fato, um ideal que tem o poder tanto de transformar nossas vidas quanto de promover profundas mudanças sociais. A empatia pode gerar uma revolução: uma revolução nas relações humanas. [...]
Estamos excessivamente absortos em nossas próprias vidas para dedicar muita atenção a qualquer outra pessoa.
Empatia é a arte de se colocar no lugar do outro por meio da imaginação, compreendendo seus sentimentos e suas perspectivas e usando essacompreensão para guiar as próprias ações. A empatia é uma questão de descobrir esses gostos diferentes. [...]
Por essa atitude, nasce o reconhecimento da importância de tentar olhar por meio dos olhos das pessoas que usarão os produtos que são criados. Olhar com os olhos dos outros torna-se um esforço pessoalmente desafiador (às vezes divertido), mas tem extraordinário potencialcomo força de mudança social.
Empatia = compreensão de que o tamanho único não serve para todos.
A ideia de empatia não é nova. Na última década, porém, apesar da força da ideia de que somos criaturas egoístas por definição, preocupadas em se autoproteger, voltadas para os próprios fins individualistas, essa ideia foi deixada de lado por evidências de que somos também homo empathicus – fisicamente equipados para sentir empatia. E três frentes tornaram o avanço da empatia algo importante:
• Neurocientistas identificaram em nosso cérebro um ‘conjunto de circuitos da empatia’ com 10 seções que, se danificado, pode restringirnossa capacidade de compreender o que outras pessoas estão sentindo;
• Biólogos evolucionistas mostraram que somos animais sociais que evoluímos naturalmente para sermos empáticos e cooperativos, comonossos primos primatas;
• Psicólogos revelaram que até mesmo crianças de três anos são capazes de sair de si mesmas e ver a partir da perspectivas de outraspessoas [...]
É preciso pensar novas rotinas, novos desafios, novas ações, novas sensações, pois cuidar de si mesmo está se tornando uma aspiração ultrapassada, à medida que começamos a perceber que a empatia está no cerne do ser humano. Estamos no meio de uma grande transição da era cartesiana, de ‘penso, logo sou’ para uma era empática de ‘você é, logo sou’. [...]
Quase todas as pessoas possuem capacidade de criar empatia, ainda que nem todas a usem. [...]. Mas não vivemos num mundo insensível: a empatia é a matéria em meio à qual nos movemos.
Só que, neste momento da História, estamos sofrendo um ‘déficit de empatia’ crônico, tanto na sociedade quanto em nossa vida pessoal. Há mais pessoas morando sozinhas e passando menos tempo envolvidas em atividades sociais e comunitárias que promovam a sensibilidade empática. As redes sociais são boas para disseminar informações, mas – pelo menos até agora – pouco competentes em difundir empatia.
Violência urbana, política e étnica, intolerância religiosa, pobreza e fome, abusos dos direitos humanos, aquecimento global – há uma necessidade urgente de utilizar o poder da empatia para enfrentar essas crises e transpor as divisões sociais. Isso exige que pensemos sobre a empatia não apenas como uma relação entre indivíduos, mas como uma força coletiva que pode alterar os contornos da paisagem social e política.
Precisamos reconhecer que a empatia não apenas nos torna bons – ela nos faz bem. Stephen Covey afirma que "‘a comunicação empática’ é uma das chaves para o aperfeiçoamento das relações interpessoais. (...) O pensamento criativo também melhora com uma injeção de empatia, pois ela nos permite ver problemas e perspectivas que de outra maneira permaneceriam ocultos". [...]
Empatia é o antídoto para o individualismo absorto em si mesmo que herdamos do século passado. Vamos pensar em uma era da ‘outrospecção’,na qual encontramos melhor equilíbrio entre olhar para dentro e olhar para fora; é a ideia de descobrir quem somos e como devemos viver saindo de nós mesmos e explorando as vidas e perspectivas de outras pessoas. E a forma de arte essencial para Era da Outrospecção é a empatia. O movimento do pêndulo histórico equilibra melhor a introspecção aceitando o movimento de outrospecção. Precisamos de um movimento para fora do ‘eu’.
Mas não sejamos ingênuos. A empatia não é uma panaceia para todos os problemas do mundo, nem para todas as lutas que enfrentamos em nossas vidas. É importante ser realista com relação ao que ela pode e não pode realizar. A maneira mais eficaz de promover uma profundamudança social não está nos meios tradicionais da política partidária e na introdução de novas leis e políticas, mas na mudança do modo como as pessoas se tratam umas às outras num plano individual – em outras palavras, por meio da empatia.
Fonte: NUNES, Claudia. Empatia, exigência do mundo atual. Revista Educação Pública, v. 19, nº 1, 8 de janeiro de 2019. Disponível em: https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/19/1/empatia-exigencia-do-mundoatual. Acesso em: 01 março 2023. (adaptado)
Em “Quase todas as pessoas possuem capacidade de criar empatia, ainda que nem todas a usem.” (14º parágrafo), o elemento em destaque introduz uma oração:
Hora Universal
No início, até mesmo os relógios mecânicos eram acertados pelo tempo fornecido pelos relógios de Sol. A hora comum, no entanto, aquela usada em nosso cotidiano, não se baseia inteiramente no Sol. A velocidade da Terra em seu movimento de translação não é constante, e por isso a duração dos dias solares é desigual.
[…] Apenas por praticidade, começamos a contar o dia solar médio quando o Sol médio atinge a chamada culminação inferior. Em outras palavras, quando é meia-noite.
Progresso e hora certa
Mas, afinal, a diferença entre o tempo solar verdadeiro e aquele produzido pelo Sol médio não passa de 17 minutos. Uma defasagem que foi imperceptível para o dia a dia da humanidade durante muitos séculos. Até que, nas primeiras décadas do século XIX, surgiram as estradas de ferro.
[…]
[…] E para resolver (parcialmente) o problema dos horários surgiram as horas nacionais. Porém, cada país tinha a sua – e isso não ajudava muito. Era preciso uma padronização. Foi a Inglaterra o primeiro país a adotá-la (embora Estados Unidos e Canadá disputem até hoje essa primazia). Mas não foi nada fácil. Política, religião e orgulho nacional puseram de lado argumentos científicos, numa disputa que envolveu até mesmo o Brasil.
Costa, J. R. V. Hora Universal. Astronomia no Zênite, maio 2005. Disponível em https://www. zenite.nu/hora-universal. Acesso em: 10 out. 2022.
Em “Foi a Inglaterra o primeiro país a adotá-la”, o pronome destacado refere-se
Assinale a alternativa cujos verbos completam o texto abaixo, observando a concordância.
O trote é uma atividade lúdica em que _______ ser preservada a intimidade e a honra dos calouros. Os abusos que, esporadicamente, _______ não podem justificar que se _______ uma norma rígida para _______ essa prática tradicional nas universidades.
Leia a crônica “José de Nanuque”, de Carlos Drummond de Andrade, para responder à questão.
Como se não bastasse o excesso de população deste mundo, os homens estão detectando a existência de outros mundos habitados, no espaço sideral, e suspiram, emocionados: “Não estamos sós”. E quem disse que estamos sós, se andamos tão acotovelados pelas avenidas da Terra? Pois, como se tudo isso não fosse suficiente, correm às matas de Nanuque e de lá retiram à força José Pedro dos Santos, último promeneur solitaire1 de que havia notícia, o homem que vivia com uma fogueira acesa, espantando onça e, sobretudo, gente.
— Venha, rapaz! Queremos que participe das maravilhas da civilização!
— Vocês me arranjam casa pra morar?
— Bem, isso atualmente está difícil, José.
— Emprego?
— Só se você for concursado, e houver vaga.
— E comida?
— Depois nós conversamos. Venha depressa, estão nos chamando de outras galáxias!
José recalcitra: estava tão bem ali! Não paga aluguel, não preenche o formulário do imposto de renda, não faz fila para nada, não tem horário nem patrão, come carne variada, segunda-feira paca, terça peixe, quarta aves, quinta raízes e tubérculos, sexta frutas, sábado...
— Mais uma razão para vir. Está desfrutando privilégios, e todos são iguais perante a lei!
Outra razão forte: os fazendeiros de Nanuque reclamavam contra esse homem estranho, embrenhado no mato, fazendo Deus sabe lá o quê. Em vão José alega que os ajuda, espantando onça com seu facho noturno. As onças não devem ser espantadas, sustentam a beleza selvagem da região. Esse homem não trabalha na lavoura, como os outros; não produz, não rende, e, embora não pese a ninguém, pesa globalmente no espírito de todos, com seu mistério. O fato de não produzir não é o mais grave; tolera-se cá fora, à luz do dia, honradamente: mas no interior da mata? Que ideia faz esse sujeito do contrato social? Nenhuma. Está se ninando para o contrato social. Não é possível. Tragam José para perto de nós, ele tem de aprender ou reaprender a vida apertada que levamos.
José tem medo. Os homens, as cidades, os códigos, até os prazeres intervalares dos civilizados lhe dão medo. O motor de sua volta ao estado natural foi menos o amor à natureza do que o pânico. Em cada homem vê um perigo, em cada situação uma ameaça, em cada palavra uma condenação. Com as árvores e os bichos ele se entende. Nu e experimentado, conhece e domina o ambiente em que vive sem maiores riscos. Na cidade não praticara ação criminosa, e foi isso precisamente que o fez embrenhar-se na mata. Inocente, faltavam-lhe as provas negativas de sua inocência; se cometesse qualquer malfeito, poderia mentir e salvar-se, mas, estando puro e desarmado diante do sistema, como mentir, senão confessando a falta imaginária, e, portanto, condenando-se? A solução era virar bicho. Virou, com êxito.
Agora trazem José para a capital, incorporam-no ao estranho maquinismo, ao estatuto sombrio, inexplicável; ele é condenado a viver como os outros, no grau inferior. José está salvo ou perdido? O certo é que nunca mais brilhará, na mata de Nanuque, aquele foguinho solitário.
Todos são iguais perante a lei.
Não estamos sós.
(Carlos Drummond de Andrade. Caminhos de João Brandão, 2016.)
1promeneur solitaire: caminhante solitário.
Em “— Mais uma razão para vir. Está desfrutando privilégios, e todos são iguais perante a lei!” (10º parágrafo), a palavra sublinhada expressa ideia de
Leia o início do conto “Troca de datas”, de Machado de Assis, para responder à questão.
— Deixa-te de partes, Eusébio; vamos embora; isto não é bonito. Cirila...
— Já lhe disse o que tenho de dizer, tio João, respondeu Eusébio. Não estou disposto a tornar à vida de outro tempo. Deixem-me cá no meu canto. Cirila que fique...
— Mas, enfim, ela não te fez nada.
— Nem eu digo isso. Não me fez coisa nenhuma; mas... para que repeti-lo? Não posso aturá-la.
— Virgem Santíssima! Uma moça tão sossegada! Você não pode aturar uma moça, que é até boa demais?
— Pois, sim; eu é que sou mau; mas deixem-me.
Dizendo isto, Eusébio caminhou para a janela, e ficou olhando para fora. Dentro, o tio João, sentado, fazia circular o chapéu de Chile no joelho, fitando o chão com um ar aborrecido e irritado. Tinha vindo na véspera, e parece que com a certeza de voltar à fazenda levando o prófugo Eusébio. Nada tentou durante a noite, nem antes do almoço. Almoçaram; preparou-se para dar uma volta na cidade, e, antes de sair, meteu ombros ao negócio. Vã tentativa! Eusébio disse que não, e repetiu que não, à tarde, e no dia seguinte. O tio João chegou a ameaçá-lo com a presença de Cirila; mas a ameaça não surtiu melhor efeito, porque Eusébio declarou positivamente que, se tal sucedesse, então é que ele faria coisa pior. Não disse o que era, nem era fácil achar coisa pior do que o abandono da mulher, a não ser o suicídio ou o assassinato; mas vamos ver que nenhuma destas hipóteses era sequer imaginável. Não obstante, o tio João teve medo do pior, pela energia do sobrinho, e resignou-se a tornar à fazenda sem ele.
De noite, falaram mansamente da fazenda e de outros negócios de Piraí; falaram também da guerra, e da batalha de Curuzu, em que Eusébio entrara, e donde saíra sem ferimento, adoecendo dias depois. De manhã, despediram-se; Eusébio deu muitas lembranças para a mulher, mandou-lhe mesmo alguns presentes, trazidos de propósito de Buenos Aires, e não se falou mais na volta.
— Agora, até quando?
— Não sei; pretendo embarcar daqui a um mês ou três semanas, e depois, não sei; só quando a guerra acabar.
II
Há uma porção de coisas que estão patentes ou se deduzem do capítulo anterior. Eusébio abandonou a mulher, foi para a guerra do Paraguai, veio ao Rio de Janeiro, nos fins de 1866, doente, com licença. Volta para a campanha. Não odeia a mulher, tanto que lhe manda lembranças e presentes. O que se não pode deduzir tão claramente é que Eusébio é capitão de voluntários; é capitão, tendo ido tenente; portanto, subiu de posto, e, na conversa com o tio, prometeu voltar coronel.
(Contos: uma antologia, 1998.)
O narrador manifesta-se explicitamente na narrativa no seguinte trecho:
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