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SOBRE A FORMA DA TERRA
Nesses últimos tempos, tem-se difundido na internet uma concepção sobre a forma da Terra: a Terra Plana. Na verdade, essa concepção está associada com outras ideias em conflito com o conhecimento científico atual. Afirma-se, por exemplo, que a gravidade inexiste; a Lua é autoiluminada; o Sol e os demais astros se encontram a não mais de alguns milhares de quilômetros de nós; o Sol e a Lua descrevem órbitas paralelas à superfície da Terra; as viagens espaciais são impossíveis. Negam-se, assim, a ida do homem à Lua e a existência de satélites artificiais, ao mesmo tempo que se afirmam o geocentrismo antropocêntrico e o criacionismo fixista dos 6 mil anos, segundo o qual tudo teria sido criado como é hoje há cerca de 6 mil anos.
FERNANDO LANG DA SILVEIRA
Adaptado de researchgate.net, maio/2017.
De acordo com essa concepção sobre a forma da Terra, dentre as viagens empreendidas pelos exploradores do período das Grandes Navegações, a que faz alusão Stephen Hawking, seria impossível a realização do seguinte percurso:
SOBREVIVEREMOS NA TERRA?
Tenho interesse pessoal no tempo. Primeiro, meu best-seller chama-se Uma breve história do
tempo. Segundo, por ser alguém que, aos 21 anos, foi informado pelos médicos de que teria apenas
mais cinco anos de vida e que completou 76 anos em 2018. Tenho uma aguda e desconfortável
consciência da passagem do tempo. Durante a maior parte da minha vida, convivi com a sensação
[5] de que estava fazendo hora extra.
Parece que nosso mundo enfrenta uma instabilidade política maior do que em qualquer outro
momento. Uma grande quantidade de pessoas sente ter ficado para trás. Como resultado, temos
nos voltado para políticos populistas, com experiência de governo limitada e cuja capacidade para
tomar decisões ponderadas em uma crise ainda está para ser testada. A Terra sofre ameaças em
[10] tantas frentes que é difícil permanecer otimista. Os perigos são grandes e numerosos demais. O
planeta está ficando pequeno para nós. Nossos recursos físicos estão se esgotando a uma velocidade
alarmante. A mudança climática foi uma trágica dádiva humana ao planeta. Temperaturas cada vez
mais elevadas, redução da calota polar, desmatamento, superpopulação, doenças, guerras, fome,
escassez de água e extermínio de espécies; todos esses problemas poderiam ser resolvidos, mas
[15] até hoje não foram. O aquecimento global está sendo causado por todos nós. Queremos andar de
carro, viajar e desfrutar um padrão de vida melhor. Mas quando as pessoas se derem conta do que
está acontecendo, pode ser tarde demais.
Estamos no limiar de um período de mudança climática sem precedentes. No entanto, muitos políticos
negam a mudança climática provocada pelo homem, ou a capacidade do homem de revertê-la.
[20] O derretimento das calotas polares ártica e antártica reduz a fração de energia solar refletida de volta
no espaço e aumenta ainda mais a temperatura. A mudança climática pode destruir a Amazônia e
outras florestas tropicais, eliminando uma das principais ferramentas para a remoção do dióxido
de carbono da atmosfera. A elevação da temperatura dos oceanos pode provocar a liberação de
grandes quantidades de dióxido de carbono. Ambos os fenômenos aumentariam o efeito estufa e
[25] exacerbariam o aquecimento global, tornando o clima em nosso planeta parecido com o de Vênus:
atmosfera escaldante e chuva ácida a uma temperatura de 250 ºC. A vida humana seria impossível.
Precisamos ir além do Protocolo de Kyoto – o acordo internacional adotado em 1997 – e cortar
imediatamente as emissões de carbono. Temos a tecnologia. Só precisamos de vontade política.
Quando enfrentamos crises parecidas no passado, havia algum outro lugar para colonizar. Estamos
[30] ficando sem espaço, e o único lugar para ir são outros mundos. Tenho esperança e fé de que nossa
engenhosa raça encontrará uma maneira de escapar dos sombrios grilhões do planeta e, deste
modo, sobreviver ao desastre. A mesma providência talvez não seja possível para os milhões de
outras espécies que vivem na Terra, e isso pesará em nossa consciência.
Mas somos, por natureza, exploradores. Somos motivados pela curiosidade, essa qualidade
[35] humana única. Foi a curiosidade obstinada que levou os exploradores a provar que a Terra não era
plana, e é esse mesmo impulso que nos leva a viajar para as estrelas na velocidade do pensamento,
instigando-nos a realmente chegar lá. E sempre que realizamos um grande salto, como nos pousos
lunares, exaltamos a humanidade, unimos povos e nações, introduzimos novas descobertas e novas
tecnologias. Deixar a Terra exige uma abordagem global combinada – todos devem participar.
STEPHEN HAWKING (1942-2018)
Adaptado de Breves respostas para grandes questões. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2018.
Segundo, por ser alguém que, aos 21 anos, foi informado pelos médicos de que teria apenas mais cinco anos de vida e que completou 76 anos em 2018. (l. 2-3)
Os verbos sublinhados descrevem dois fatos que podem ser caracterizados, respectivamente, como:
OBAMA ACRESCENTA A SEU LEGADO A LUTA CONTRA A MUDANÇA CLIMÁTICA
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, revelou, em agosto de 2015, seu plano definitivo para reduzir as emissões de dióxido de carbono na atmosfera, consideradas as principais responsáveis pelo aquecimento global. É a primeira vez que um presidente norte-americano determina limites para as emissões das usinas de energia do país. “A mudança climática já não é um problema das gerações futuras”, afirma o presidente num vídeo publicado em sua página no Facebook. Nele, Obama descreve o novo plano como “o maior e mais importante passo dado pelos E.U.A. na luta contra o aquecimento global”. As previsões mais recentes indicam graves consequências se a temperatura global média subir 2 °C. Como Obama alerta no vídeo mencionado, seu conjunto de medidas “pode não ser suficiente”.
Adaptado de brasil.elpais.com, agosto/2015
DONALD TRUMP DECIDE RETIRAR E.U.A. DO ACORDO CLIMÁTICO DE PARIS
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou em junho de 2017 que o país sairá do Acordo de Paris. Em declaração realizada nos jardins da Casa Branca, afirmou: “Para proteger a América e seus cidadãos, os Estados Unidos se retirarão do Acordo Climático de Paris. Mas começaremos a rediscutir esses acordos em termos justos para os trabalhadores e os contribuintes: estamos saindo, mas iniciaremos negociações para um acordo justo”. A saída norte-americana abre precedente para que outros Estados repensem e até desistam do Acordo de 2015, algo considerado extremamente preocupante por especialistas no assunto. Afinal, o tratado também deseja garantir que o aumento da temperatura média global fique 2 °C abaixo dos níveis da época pré-industrial, além de prosseguir com os esforços para limitar o aumento da temperatura em até 1,5 °C.
Adaptado de revistagalileu.globo.com, junho/2017.
A diferença entre as posições de Barack Obama e Donald Trump, quanto aos problemas relacionados à mudança climática na atualidade, está associada, respectivamente, aos seguintes aspectos:
Várias mudanças ambientais interferem no ciclo biogeoquímico do carbono. Sabe-se que a maior parte desse elemento está armazenada nas rochas e sedimentos da crosta terrestre, como indica a tabela.
A exploração intensa dos recursos naturais acelera o processo de conversão do carbono encontrado em rochas e sedimentos, em compostos de carbono que circulam nos outros reservatórios.
Uma consequência desse processo é:
Admita que, para escovar os dentes, seja necessário, em média, 1 litro de água. Caso a torneira permaneça aberta durante toda a escovação, serão gastos, em média, 11 litros, havendo desperdício de 10 litros.
Considere uma família de quatro pessoas que escovam os dentes três vezes ao dia, mantendo a torneira aberta.
Em 365 dias, o desperdício de água dessa família, em litros, será igual a:
SOBREVIVEREMOS NA TERRA?
Tenho interesse pessoal no tempo. Primeiro, meu best-seller chama-se Uma breve história do
tempo. Segundo, por ser alguém que, aos 21 anos, foi informado pelos médicos de que teria apenas
mais cinco anos de vida e que completou 76 anos em 2018. Tenho uma aguda e desconfortável
consciência da passagem do tempo. Durante a maior parte da minha vida, convivi com a sensação
[5] de que estava fazendo hora extra.
Parece que nosso mundo enfrenta uma instabilidade política maior do que em qualquer outro
momento. Uma grande quantidade de pessoas sente ter ficado para trás. Como resultado, temos
nos voltado para políticos populistas, com experiência de governo limitada e cuja capacidade para
tomar decisões ponderadas em uma crise ainda está para ser testada. A Terra sofre ameaças em
[10] tantas frentes que é difícil permanecer otimista. Os perigos são grandes e numerosos demais. O
planeta está ficando pequeno para nós. Nossos recursos físicos estão se esgotando a uma velocidade
alarmante. A mudança climática foi uma trágica dádiva humana ao planeta. Temperaturas cada vez
mais elevadas, redução da calota polar, desmatamento, superpopulação, doenças, guerras, fome,
escassez de água e extermínio de espécies; todos esses problemas poderiam ser resolvidos, mas
[15] até hoje não foram. O aquecimento global está sendo causado por todos nós. Queremos andar de
carro, viajar e desfrutar um padrão de vida melhor. Mas quando as pessoas se derem conta do que
está acontecendo, pode ser tarde demais.
Estamos no limiar de um período de mudança climática sem precedentes. No entanto, muitos políticos
negam a mudança climática provocada pelo homem, ou a capacidade do homem de revertê-la.
[20] O derretimento das calotas polares ártica e antártica reduz a fração de energia solar refletida de volta
no espaço e aumenta ainda mais a temperatura. A mudança climática pode destruir a Amazônia e
outras florestas tropicais, eliminando uma das principais ferramentas para a remoção do dióxido
de carbono da atmosfera. A elevação da temperatura dos oceanos pode provocar a liberação de
grandes quantidades de dióxido de carbono. Ambos os fenômenos aumentariam o efeito estufa e
[25] exacerbariam o aquecimento global, tornando o clima em nosso planeta parecido com o de Vênus:
atmosfera escaldante e chuva ácida a uma temperatura de 250 ºC. A vida humana seria impossível.
Precisamos ir além do Protocolo de Kyoto – o acordo internacional adotado em 1997 – e cortar
imediatamente as emissões de carbono. Temos a tecnologia. Só precisamos de vontade política.
Quando enfrentamos crises parecidas no passado, havia algum outro lugar para colonizar. Estamos
[30] ficando sem espaço, e o único lugar para ir são outros mundos. Tenho esperança e fé de que nossa
engenhosa raça encontrará uma maneira de escapar dos sombrios grilhões do planeta e, deste
modo, sobreviver ao desastre. A mesma providência talvez não seja possível para os milhões de
outras espécies que vivem na Terra, e isso pesará em nossa consciência.
Mas somos, por natureza, exploradores. Somos motivados pela curiosidade, essa qualidade
[35] humana única. Foi a curiosidade obstinada que levou os exploradores a provar que a Terra não era
plana, e é esse mesmo impulso que nos leva a viajar para as estrelas na velocidade do pensamento,
instigando-nos a realmente chegar lá. E sempre que realizamos um grande salto, como nos pousos
lunares, exaltamos a humanidade, unimos povos e nações, introduzimos novas descobertas e novas
tecnologias. Deixar a Terra exige uma abordagem global combinada – todos devem participar.
STEPHEN HAWKING (1942-2018)
Adaptado de Breves respostas para grandes questões. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2018.
Como resultado, temos nos voltado para políticos populistas, com experiência de governo limitada e cuja capacidade para tomar decisões ponderadas em uma crise ainda está para ser testada. (l. 7-9)
No trecho acima, Stephen Hawking faz uma afirmação cujo conteúdo se desdobra nas cinco frases subsequentes.
Essas cinco frases cumprem o propósito de: