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O Brasil sempre despertou a curiosidade do mundo. Seja por seu exotismo natural, seja pelas suas dimensões continentais ou pelo caldeirão cultural formado por uma das sociedades mais miscigenadas do planeta. Nos últimos anos, no entanto, o interesse internacional pelas coisas brasileiras andava um tanto quanto arrefecido, principalmente pelo fato de a agenda geopolítica mundial estar voltada para o Oriente Médio. Mas agora, com a ascensão do País a um papel de protagonista, ainda que emergente, no cenário mundial, acadêmicos de todo o mundo, em especial os americanos, começam a voltar seus olhos novamente para o Brasil. Só nos Estados Unidos estima-se que quase mil pesquisadores em diversas universidades estejam dedicados exclusivamente a estudar assuntos tão diversos quanto a poluição da Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, ou a história do Plano Real. Ao mesmo tempo, cerca de dez mil estudantes universitários estão matriculados em cursos para aprender português. “Há um interesse crescente pelo Brasil, por várias razões, desde as econômicas até o fato de termos mais brasileiros vivendo nos Estados Unidos”, diz o professor de História do Brasil da universidade americana de Brown, James Green, integrante da Associação Norte-Americana de Estudos Brasileiros, que conta com cerca de 1,2 mil sócios.
A história desse interesse acadêmico pelo Brasil não é nova. Desde os anos 50, quando o Brasil iniciou um rápido processo de industrialização, pesquisadores estrangeiros passaram a colocar o País em suas pautas. Esse movimento cresceu nos anos 60 e 70 com a intensificação da Guerra Fria. Nessa época, o governo dos Estados Unidos começou a financiar estudantes interessados em estudar o Brasil, um país com informações sobre seu tecido social tão escassas quanto a Cuba tomada por Fidel e Che Guevara. Mas, desde o fim da década de 90, tanto o Brasil quanto a América Latina deixaram de atrair a atenção internacional, monopolizada pelo déjà vu: a batalha entre Ocidente e Oriente encarnada nas guerras do Iraque e do Afeganistão.
“O desempenho econômico do Brasil durante a crise e as conquistas sociais do País voltaram a despertar o interesse acadêmico”, diz Joseph Love, diretor do Instituto Lemann, voltado exclusivamente para financiar estudantes brasileiros ou americanos interessados no Brasil. Love, como outros brasilianistas, está percebendo uma mudança importante no perfil dos pesquisadores de agora em relação aos de décadas passadas. “Antes o interesse era quase exclusivamente antropológico. Questões como raça e gênero sempre cativaram os pesquisadores. Agora o que vemos é uma curiosidade crescente por temas relacionados à economia, experiências no sentido de diminuir o abismo social e questões ambientais”, diz ele.
(ISTOÉ, 03 set 2010.)
A partir das informações do texto, é correto afirmar:
O Brasil sempre despertou a curiosidade do mundo. Seja por seu exotismo natural, seja pelas suas dimensões continentais ou pelo caldeirão cultural formado por uma das sociedades mais miscigenadas do planeta. Nos últimos anos, no entanto, o interesse internacional pelas coisas brasileiras andava um tanto quanto arrefecido, principalmente pelo fato de a agenda geopolítica mundial estar voltada para o Oriente Médio. Mas agora, com a ascensão do País a um papel de protagonista, ainda que emergente, no cenário mundial, acadêmicos de todo o mundo, em especial os americanos, começam a voltar seus olhos novamente para o Brasil. Só nos Estados Unidos estima-se que quase mil pesquisadores em diversas universidades estejam dedicados exclusivamente a estudar assuntos tão diversos quanto a poluição da Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, ou a história do Plano Real. Ao mesmo tempo, cerca de dez mil estudantes universitários estão matriculados em cursos para aprender português. “Há um interesse crescente pelo Brasil, por várias razões, desde as econômicas até o fato de termos mais brasileiros vivendo nos Estados Unidos”, diz o professor de História do Brasil da universidade americana de Brown, James Green, integrante da Associação Norte-Americana de Estudos Brasileiros, que conta com cerca de 1,2 mil sócios.
A história desse interesse acadêmico pelo Brasil não é nova. Desde os anos 50, quando o Brasil iniciou um rápido processo de industrialização, pesquisadores estrangeiros passaram a colocar o País em suas pautas. Esse movimento cresceu nos anos 60 e 70 com a intensificação da Guerra Fria. Nessa época, o governo dos Estados Unidos começou a financiar estudantes interessados em estudar o Brasil, um país com informações sobre seu tecido social tão escassas quanto a Cuba tomada por Fidel e Che Guevara. Mas, desde o fim da década de 90, tanto o Brasil quanto a América Latina deixaram de atrair a atenção internacional, monopolizada pelo déjà vu: a batalha entre Ocidente e Oriente encarnada nas guerras do Iraque e do Afeganistão.
“O desempenho econômico do Brasil durante a crise e as conquistas sociais do País voltaram a despertar o interesse acadêmico”, diz Joseph Love, diretor do Instituto Lemann, voltado exclusivamente para financiar estudantes brasileiros ou americanos interessados no Brasil. Love, como outros brasilianistas, está percebendo uma mudança importante no perfil dos pesquisadores de agora em relação aos de décadas passadas. “Antes o interesse era quase exclusivamente antropológico. Questões como raça e gênero sempre cativaram os pesquisadores. Agora o que vemos é uma curiosidade crescente por temas relacionados à economia, experiências no sentido de diminuir o abismo social e questões ambientais”, diz ele.
(ISTOÉ, 03 set 2010.)
O autor usa no segundo parágrafo a expressão francesa “déjà vu” (já visto), empregada usualmente para indicar que uma situação parece conhecida, devido à semelhança com outra vivida anteriormente. Essa expressão é usada para destacar a semelhança entre:
Ao fazer um comentário sobre a interpretação das tiras divulgadas em sua página da Internet, Laerte afirma no Blog “Manual do Minotauro”:
“Tiras, assim como esfihas, podem ser abertas ou fechadas. Segundo o Umberto Eco, que estabeleceu este modelo, tão mais abertas serão quanto mais possibilidades de leitura oferecerem, e tão mais fechadas quanto mais estrito for o campo de interpretação.
Na minha produção, tem de tudo, com vários índices de abertura.
Nestas, de ‘Almanaque’, em especial, tive uma intenção mais ou menos clara, que alcança seu êxito (na leitura) conforme os códigos de quem lê são parecidos com os meus, que as fiz.” (Postado em 10 ago 2010.)
Veja uma das tiras publicadas em “Almanaque”:
Para a interpretação dessa tira, considere que os códigos a que o autor se refere sejam os conhecimentos necessários à interpretação da tira e indique quais, entre os pressupostos abaixo, são mobilizados para o sucesso na leitura.
1. Para a interpretação de tiras, é importante conhecer a distinção entre obra aberta e obra fechada formulada por Umberto Eco.
2. As geladeiras são equipamentos fundamentais para a conservação de produtos que se deterioram se não forem armazenados em temperaturas baixas.
3. Numa sociedade consumista, é comum a aquisição de bens desnecessários.
4. A Terra corre o risco permanente de ser alvo de ataques de armas nucleares.
5. O aquecimento global pode resultar no derretimento das geleiras da Antártida.
Assinale a alternativa correta.
Texto:
Apenas poucos séculos atrás, a mera ideia de resistir à agricultura, ao invés de estimulá-la, pareceria ininteligível. Como teria progredido a civilização sem a limpeza das florestas, o cultivo do solo e a conversão da paisagem agreste em terra colonizada pelo homem? Os reis e grandes proprietários podiam reservar florestas e parques para caça e extração de madeira, mas na Inglaterra Tudor a preservação artificial dos cumes incultos teria parecido tão absurda como a criação de santuários para pássaros e animais que não podiam ser comidos ou caçados. A tarefa do homem, nas palavras do Gênesis (I, 28), era “encher a terra e submetê-la”, derrubar matas, lavrar o solo, eliminar predadores, matar insetos nocivos, arrancar fetos, drenar pântanos. A agricultura estava para a terra assim como o cozimento para a carne crua. Convertia a natureza em cultura. Terra não cultivada significava homens incultos. E quando os ingleses seiscentistas mudaram-se para Massachusetts, parte de sua argumentação em defesa da ocupação dos territórios indígenas foi que aqueles que por si mesmos não submetiam e cultivavam a terra não tinham direito de impedir que outros o fizessem.
Fetos: plantas da espécie que inclui samambaias e avencas.
(THOMAS, Keith. O homem e o mundo natural. S. Paulo: Companhia das Letras, 2010, p. 17-18.)
Texto:
Antes dos anos 80, o termo biodiversidade não era conhecido. Esse termo, que une as palavras ‘diversidade’ e ‘biológica’, foi popularizado pelo livro Biodiversidade, de 1988, organizado pelo biólogo norte-americano Edward O. Wilson, um dos pioneiros da ecologia, a partir dos debates do Fórum Nacional de Biodiversidade, realizado dois anos antes em Washington (Estados Unidos). O livro foi publicado no Brasil em 1997. No conceito de biodiversidade estão incluídos todos os seres vivos e as relações que esses organismos têm entre si e com o meio físico, transformando e construindo florestas, lagos e todos os elementos da paisagem que normalmente chamamos de natureza. Assim, plantas, animais e ecossistemas passaram a ser entendidos como um complexo integrado, que dá forma e funcionamento à vida no planeta.
A biodiversidade, portanto, não se refere exclusivamente aos organismos em si, mas também ao ambiente criado a partir da presença deles. É como um jogo de xadrez. De que valem as peças se não forem realizadas boas jogadas? Precisamos compreender as complexas regras desse jogo, para evitar ou minimizar nossas interferências nefastas. No caso da Amazônia, precisamos apreender a biodiversidade da região em toda a sua complexidade e dinâmica, entender os efeitos dos processos de mudança e buscar as melhores soluções para a manutenção dessa diversidade.
(A Amazônia está mudando. Ciência Hoje, jul. 2007, p. 40.)
Relacione os textos e considere as afirmativas a seguir:
1. O conceito de biodiversidade, formulado no século XX, reflete uma avaliação das intervenções humanas sobre a natureza diferente da concepção vigente no século XVI.
2. A busca de preservação da biodiversidade já estava implícita na atitude seiscentista de buscar, através do cultivo da terra, converter a natureza em cultura.
3. Ambos os textos ressaltam a importância da agricultura para o homem e a natureza.
4. No século XVI, os reis e grandes proprietários que preservavam áreas incultas em suas terras pretendiam garantir a sobrevivência de espécies vivas ameaçadas.
Assinale a alternativa correta.
Texto:
Apenas poucos séculos atrás, a mera ideia de resistir à agricultura, ao invés de estimulá-la, pareceria ininteligível. Como teria progredido a civilização sem a limpeza das florestas, o cultivo do solo e a conversão da paisagem agreste em terra colonizada pelo homem? Os reis e grandes proprietários podiam reservar florestas e parques para caça e extração de madeira, mas na Inglaterra Tudor a preservação artificial dos cumes incultos teria parecido tão absurda como a criação de santuários para pássaros e animais que não podiam ser comidos ou caçados. A tarefa do homem, nas palavras do Gênesis (I, 28), era “encher a terra e submetê-la”, derrubar matas, lavrar o solo, eliminar predadores, matar insetos nocivos, arrancar fetos, drenar pântanos. A agricultura estava para a terra assim como o cozimento para a carne crua. Convertia a natureza em cultura. Terra não cultivada significava homens incultos. E quando os ingleses seiscentistas mudaram-se para Massachusetts, parte de sua argumentação em defesa da ocupação dos territórios indígenas foi que aqueles que por si mesmos não submetiam e cultivavam a terra não tinham direito de impedir que outros o fizessem.
Fetos: plantas da espécie que inclui samambaias e avencas.
(THOMAS, Keith. O homem e o mundo natural. S. Paulo: Companhia das Letras, 2010, p. 17-18.)
Texto:
Antes dos anos 80, o termo biodiversidade não era conhecido. Esse termo, que une as palavras ‘diversidade’ e ‘biológica’, foi popularizado pelo livro Biodiversidade, de 1988, organizado pelo biólogo norte-americano Edward O. Wilson, um dos pioneiros da ecologia, a partir dos debates do Fórum Nacional de Biodiversidade, realizado dois anos antes em Washington (Estados Unidos). O livro foi publicado no Brasil em 1997. No conceito de biodiversidade estão incluídos todos os seres vivos e as relações que esses organismos têm entre si e com o meio físico, transformando e construindo florestas, lagos e todos os elementos da paisagem que normalmente chamamos de natureza. Assim, plantas, animais e ecossistemas passaram a ser entendidos como um complexo integrado, que dá forma e funcionamento à vida no planeta.
A biodiversidade, portanto, não se refere exclusivamente aos organismos em si, mas também ao ambiente criado a partir da presença deles. É como um jogo de xadrez. De que valem as peças se não forem realizadas boas jogadas? Precisamos compreender as complexas regras desse jogo, para evitar ou minimizar nossas interferências nefastas. No caso da Amazônia, precisamos apreender a biodiversidade da região em toda a sua complexidade e dinâmica, entender os efeitos dos processos de mudança e buscar as melhores soluções para a manutenção dessa diversidade.
(A Amazônia está mudando. Ciência Hoje, jul. 2007, p. 40.)
No Texto 1, o autor:
Texto:
Apenas poucos séculos atrás, a mera ideia de resistir à agricultura, ao invés de estimulá-la, pareceria ininteligível. Como teria progredido a civilização sem a limpeza das florestas, o cultivo do solo e a conversão da paisagem agreste em terra colonizada pelo homem? Os reis e grandes proprietários podiam reservar florestas e parques para caça e extração de madeira, mas na Inglaterra Tudor a preservação artificial dos cumes incultos teria parecido tão absurda como a criação de santuários para pássaros e animais que não podiam ser comidos ou caçados. A tarefa do homem, nas palavras do Gênesis (I, 28), era “encher a terra e submetê-la”, derrubar matas, lavrar o solo, eliminar predadores, matar insetos nocivos, arrancar fetos, drenar pântanos. A agricultura estava para a terra assim como o cozimento para a carne crua. Convertia a natureza em cultura. Terra não cultivada significava homens incultos. E quando os ingleses seiscentistas mudaram-se para Massachusetts, parte de sua argumentação em defesa da ocupação dos territórios indígenas foi que aqueles que por si mesmos não submetiam e cultivavam a terra não tinham direito de impedir que outros o fizessem.
Fetos: plantas da espécie que inclui samambaias e avencas.
(THOMAS, Keith. O homem e o mundo natural. S. Paulo: Companhia das Letras, 2010, p. 17-18.)
Texto:
Antes dos anos 80, o termo biodiversidade não era conhecido. Esse termo, que une as palavras ‘diversidade’ e ‘biológica’, foi popularizado pelo livro Biodiversidade, de 1988, organizado pelo biólogo norte-americano Edward O. Wilson, um dos pioneiros da ecologia, a partir dos debates do Fórum Nacional de Biodiversidade, realizado dois anos antes em Washington (Estados Unidos). O livro foi publicado no Brasil em 1997. No conceito de biodiversidade estão incluídos todos os seres vivos e as relações que esses organismos têm entre si e com o meio físico, transformando e construindo florestas, lagos e todos os elementos da paisagem que normalmente chamamos de natureza. Assim, plantas, animais e ecossistemas passaram a ser entendidos como um complexo integrado, que dá forma e funcionamento à vida no planeta.
A biodiversidade, portanto, não se refere exclusivamente aos organismos em si, mas também ao ambiente criado a partir da presença deles. É como um jogo de xadrez. De que valem as peças se não forem realizadas boas jogadas? Precisamos compreender as complexas regras desse jogo, para evitar ou minimizar nossas interferências nefastas. No caso da Amazônia, precisamos apreender a biodiversidade da região em toda a sua complexidade e dinâmica, entender os efeitos dos processos de mudança e buscar as melhores soluções para a manutenção dessa diversidade.
(A Amazônia está mudando. Ciência Hoje, jul. 2007, p. 40.)
Sobre o conceito de biodiversidade discutido no Texto 2, é correto afirmar: