Questões de Português - Gramática - Linguagem
Observe os textos abaixo:
(https://www.google.com/search?q=placas+rid%C3%ADculas&source=lnms&tbm=isch&sa=X&v ed=2ahUKEwiQh4CH2bX6AhWVt5UCHR6uD2sQ_AUoAXoECAEQAw&biw=1366&bih=617&d pr=1#imgrc=tn9a0C8TxcMHfM)
(https://www.google.com/search?q=placas+rid%C3%ADculas&source=lnms&tbm=isch&sa=X&v ed=2ahUKEwiQh4CH2bX6AhWVt5UCHR6uD2sQ_AUoAXoECAEQAw&biw=1366&bih=617&d pr=1#imgrc=Z9p8FcJ1XOiEUM&imgdii=vz39XfR89ERDWM)
De acordo com a argumentação de Lagares, exemplares de textos como esses evidenciam, EXCETO:
Leia o fragmento do texto Mito no 1 “O português do Brasil apresenta uma unidade surpreendente”, de Marcos Bagno:
Esse é um dos mitos mais graves dos que compõem a mitologia do preconceito linguístico no Brasil. [...].
Existe também toda uma longa tradição de estudos filológicos e gramaticais que se baseou, durante muito tempo, nesse (pré) conceito irreal da “unidade linguística do Brasil”.
Esse mito é muito prejudicial à educação por-que, ao não reconhecer a verdadeira diversidade do português faladonoBrasil, a escola tenta imporsuanorma linguística como se ela fosse, de fato, a língua comum a todos os mais de 200 milhões de brasileiros, independentemente de sua idade, de sua origem geográfica, de sua situação socioeconômica, de seu grau de escolarização etc. Com isso também se nega o caráter multilíngue do nosso País, onde são faladas mais de duzentas línguas diferentes, entre línguas indígenas, línguas trazidas pelos imigrantes europeus e asiáticos, línguas surgidas das situações de contato nas extensas zonas fronteiriças com os países vizinhos, além de falares remanescentes das diversas línguas africanas trazidas pelas vítimas do sistema escravagista. E, é claro, nega a existência da língua de sinais, a LIBRAS, que é a língua empregada por milhares de surdos país afora.
[...] não existe nenhuma língua no mundo que seja “una”, uniforme e homogênea. [...] Toda e qualquer língua humana viva é, intrínseca e inevitavelmente, heterogênea, ou seja, apresenta variação em todos os seus níveis estruturais (fonologia, morfologia, sintaxe, léxico etc.) e em todos os seus níveis de uso social (variação regional, social, etária, estilística etc.).
[...]
[...] A função da escola é, em todo e qualquer campo de conhecimento, levar a pessoa a conhecer e dominar coisas que ela não sabe e, no caso específico da língua, conhecer e dominar [...] a leitura e a escrita e, junto com elas, outras formas de falar e de escrever, outras variedades de língua, outros registros. [...]
(BAGNO, Marcos. Preconceito Linguístico. 56. ed. revista e ampliada. São Paulo: Parábola, 2015. p. 25-35. Adaptado.)
Com base na leitura do fragmento do texto lido, analise as assertivas a seguir:
I - O autor rejeita o ensino da norma padrão nas aulas de Língua Portuguesa nas escolas brasileiras.
II - Segundo o texto, o ensino da língua padrão será mais eficiente se a escola considerar as diversidades linguísticas do Brasil.
III - Conforme o autor, a função da escola é preparar o aluno para o conhecimento, domínio e uso dos diferentes registros das variedades linguísticas do Brasil.
Marque a única alternativa inteiramente correta
Cuidadora humilhada por erros de português ao enviar currículo para asilo recebe ofertas de emprego
Nessa conversa por aplicativo, em que se evidencia uma forma de preconceito, a atendente avaliou a candidata a uma vaga de emprego pelo(a)
Leia o texto para responder à questão.
Azevedo Gondim apagou o sorriso, engoliu em seco, apanhou os cacos da sua pequena vaidade e replicou amuado que um artista não pode escrever como fala.
- Não pode? Perguntei com assombro. E por quê?
Azevedo Gondim respondeu que não pode porque não pode.
- Foi assim que sempre se fez. A literatura é a literatura, Seu Paulo. A gente discute, briga, trata de negócios naturalmente, mas arranjar palavras com tinta é outra coisa. Se eu fosse escrever como falo, ninguém me lia.
Graciliano Ramos, São Bernardo
A partir do contexto pode-se inferir que a diferença de linguagem que se refere a personagem de Azevedo Gondim é
TEXTO
A geografia linguística no Brasil
É por meio da língua que o homem expressa suas ideias, as ideias de sua geração, as ideias da comunidade a que pertence, as ideias de seu tempo. A todo instante, utiliza-a de acordo com uma tradição que lhe foi transmitida, e contribui para sua renovação e constante transformação. Cada falante é, a um tempo, usuário e agente modificador de sua língua, nela imprimindo marcas geradas pelas novas situações com que se depara. Nesse sentido, podese afirmar que, na língua, se projeta a cultura de um povo, compreendendo-se cultura no seu sentido mais amplo, aquele que abarca “o conjunto dos padrões de comportamento, das crenças, das instituições e de outros valores espirituais e materiais transmitidos coletivamente e característicos de uma sociedade,” segundo O Novo Aurélio. (...)
Ao falar, um indivíduo transmite, além da mensagem contida em seu discurso, uma série de dados que permite a um interlocutor atento não só depreender seu estilo pessoal, mas também filiá-lo a um determinado grupo.
A entonação, a pronúncia, a escolha vocabular, a preferência por determinadas construções frasais, os mecanismos morfológicos, que lhe são peculiares podem servir de índices que identifiquem: a) o país ou a região de que se origina; b) o grupo social de que faz parte, seus graus de instrução, sua faixa etária, seu nível socioeconômico, sua atividade profissional; c) a situação (formal ou informal) em que se encontra. (...) O Brasil, em decorrência do processo de povoamento e colonização a que foi submetido, bem como das condições em que se deu sua independência política e seu posterior desenvolvimento, apresenta grandes contrastes regionais e sociais, estes últimos perceptíveis mesmo em grandes centros urbanos, em cuja periferia se concentram comunidades mantidas à margem do progresso.
Um retrato fiel, atual, de nosso país, teria que colocar lado a lado: executivos de grandes empresas; técnicos que manipulam, com desenvoltura, o computador; operários de pequenas, médias e grandes indústrias; vaqueiros isolados em latifúndios; cortadores de cana; pescadores artesanais; plantadores de mandioca em humildes roças; pombeiros que comerciam pelo sertão; indígenas aculturados (...)
Detentores de antigos costumes portugueses aqui reelaborados pelo contato com outra terra e outras gentes ou, já em acelerado processo de mestiçagem étnica e linguística, esquecidos das origens, esses homens e mulheres guardam, na sua forma de expressão oral, as marcas de nossa identidade linguístico-cultural e a resposta a muitas indagações e a diversas hipóteses sobre a história e o estado atual do português do Brasil.
Silvia, F. Brandão. A geografia linguística no Brasil. São Paulo: Ática, 1991, p. 5-17 (Adaptado).
Quando se fala em “processos de mestiçagem étnica e linguística”, está-se referindo à:
Leia o trecho a seguir para responder à questão.
[...]
— Mãe, quem que leva nossa casa pra outra banda do rio no banhado, quem que leva? Pergunta assim!
A velha fez. Macunaíma pediu pra ela ficar com os olhos fechados e carregou todos os carregos, tudo, pro lugar em que estavam de já-hoje no mondongo imundado. Quando a velha abriu os olhos tudo estava no lugar de dantes, vizinhando com os tejupares de mano Maanape e de mano Jiguê com a linda Iriqui. E todos ficaram roncando de fome outra vez.
Então a velha teve uma raiva malvada. Carregou o herói na cintura e partiu. Atravessou o mato e chegou no capoeirão chamado Cafundó do Judas. Andou légua e meia nele, nem se enxergava mato mais, era um coberto plano apenas movimentado com o pulinho dos cajueiros.
Nem guaxe animava a solidão. A velha botou o curumim no campo onde ele podia crescer mais não e falou:
— Agora vossa mãe vai embora. Tu ficas perdido no coberto e podes crescer mais não.
Andrade, M. Macunaíma. Porto Alegre: L&PM, 2018
Em Macunaíma, Mário de Andrade inova nos padrões linguísticos, nos níveis lexical, morfológico e sintático, ao empregar a linguagem coloquial popular falada como marca de identidade nacional.
No trecho acima, essa brasilidade está presente no(a).
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