Para responder à questão, leia o texto a seguir.
BUSCA DA PERFEIÇÃO PELOS ATLETAS DE ALTO NÍVEL ME LEMBRA “O MITO DE SÍSIFO”
A excepcional ginasta Simone Biles, ao desistir das competições por equipes e das finais individuais, nas quais era favorita, conseguiu sua grande vitória no esporte.
Ela expôs, com sobriedade, clareza e coragem, suas fraquezas, ao dizer que não suportava mais a pressão para ganhar a medalha de ouro e que já estava assim há vários anos.
Além do sofrimento emocional, Simone falou que a queda no salto, durante as eliminatórias, foi resultante da falta de simetria entre a mente e o corpo. Simone humanizou as Olimpíadas.
A decisão da ginasta abre um importante debate sobre os problemas emocionais dos atletas de alto rendimento.
O fato é também importante para enfatizar a necessidade da presença rotineira de profissionais de psicologia no acompanhamento de atletas.
Os campeões, com prazer e, às vezes, sofrimento mental, buscam a perfeição, que não existe. Quanto mais o atleta treina, mais brilha, mais evolui e mais ele tenta chegar a um limite técnico inalcançável.
Isso me lembra “O Mito de Sísifo”, obra do genial Albert Camus, que conta a absurda tarefa humana, em que uma pessoa tenta carregar uma enorme pedra até o pico de uma montanha, sem conseguir. A pedra volta, e ele tenta, ininterruptamente, o impossível, até a eternidade.
CORRER E SONHAR
Era a véspera da disputa pela medalha de ouro na prova de maratona entre mulheres. Joana era a esperança brasileira. Antes de dormir, lembrou-se de sua infância pobre no interior. Era conhecida como a menina que corria. Na adolescência, Joana foi para a capital, onde começou a treinar. Ganhou várias competições e chegou à Olimpíada de Tóquio.
Joana demorou para dormir. Adormeceu e sonhou que, na hora da largada, seus pés estavam colados ao chão. Não saía do lugar. Foi eliminada. Acordou aliviada e percebeu que era um sonho. Pensou que deveria ser o medo de fracassar. Sentiu-se mais forte e mais resistente. Correu como nunca e ganhou, com facilidade, a medalha de ouro.
Após a comemoração, junto com outros atletas, Joana foi para o quarto, telefonou para os familiares, chorou abraçada à medalha, dormiu e sonhou com o ouro em Paris, em 2024. Depois disso, poderia parar de correr e fazer outras coisas que sonhava. A vida continuava.
TOSTÃO. Folha de São Paulo, 01/08/2021. (Disponível em https://www1.folha.uol.com.br/colunas/tostao/2021/07/busca-da-perfeicao. Acesso em 01/10/2021.)
Lê-se, na segunda parte do texto, a frase: “Era conhecida como a menina que corria.”
Sobre o emprego do tempo verbal destacado na frase, é CORRETO afirmar que o verbo está no pretérito: