Observe a imagem.
O pintor Candido Portinari retratou as atividades econômicas predominantes na história do Brasil nas paredes do Ministério da Educação e Saúde, no Rio de Janeiro, entre 1935 e 1945.
A imagem refere-se ao início da exploração econômica da América portuguesa, representando
O século XIX foi a época da expansão cafeeira no Brasil, começando pelo Rio de Janeiro e avançando pela Zona da Mata mineira e pelo Vale do Paraíba. Perto de 1850, o café alcançou o oeste de São Paulo e dali espalhou-se, chegando posteriormente ao sul de Minas Gerais e ao norte do Paraná. Junto com o café, ganhou impulso a modernização da economia brasileira.
(Cláudio Vicentino. Atlas histórico, 2011. Adaptado.)
Uma das características do ciclo do café que contribuiu para a dinamização da economia brasileira foi
É possível que Cortés tenha falado com uma intenção menos cínica do que frequentemente se imagina quando disse ao mensageiro de Montezuma: “Eu e meus companheiros sofremos de uma doença do coração que somente o ouro pode curar” [...]. O ouro acumulado durante séculos foi saqueado nas duas décadas, 1520-1540, que assistiram à conquista militar espanhola da América Central e da América do Sul.
(Peter Bakewell. “A mineração na América espanhola colonial”. In: Leslie Bethell (org.). História da América Latina, vol. II, 1999.)
O excerto refere-se
Pode-se bem estimar a importância do golpe representado pela Lei Eusébio de Queirós, considerando que, [no] ano de 1845, o total de negros importados fora de 19363; em 1846, de 50354; em 1847, 56172; em 1848, de 60 mil; em 1849, de 54 mil e em 1850, de 23 mil.
(Sérgio Buarque de Holanda. Raízes do Brasil, 1995.)
Considerando o número de escravos africanos trazidos para o Brasil de 1845 a 1850, conclui-se que
Em quase qualquer conflito aberto concebível entre os Estados do norte e do sul, a esmagadora superioridade técnica e de riqueza do norte tinha de vencer, como demonstrou conclusivamente a Guerra do Golfo de 1991. [...] Contudo, tornara-se cada vez mais claro na última metade do Breve Século XX que o Primeiro Mundo podia vencer batalhas, mas que [...] a vitória em guerras [...] não assegurava o controle de tais territórios.
(Eric J. Hobsbawm. Era dos extremos: o breve século XX, 1995.)
O excerto resume as relações entre os países desenvolvidos e os do Terceiro Mundo na segunda metade do século XX.
Considerando a argumentação do historiador e conhecimentos sobre o período, pode-se concluir que
Leia o texto de Leão Serva para responder à questão.
Um procedimento essencial ao jornalismo que necessariamente induz à incompreensão dos fatos que narra é a redução das notícias a paradigmas que lhes são alheios, mas que permitem um certo nível imediato de compreensão pelo autor ou por aquele que ele supõe ser seu leitor. Através desse procedimento, noticiários confusos aparecerão simplificados para o leitor, reduzindo consequentemente sua capacidade real de compreensão da totalidade do significado da notícia.
Um caso clássico de redução na política internacional recente foi a exploração, durante a campanha eleitoral peruana de 1990, das supostas semelhanças entre o então recém- -empossado presidente Fernando Collor, no Brasil, e o então candidato liberal à presidência do Peru, Mario Vargas Llosa. A comparação se dava apenas nos aspectos mais superficiais (dois “bonitões”, com discurso liberal, propondo abertura de seus países ao exterior, contrários ao modelo de desenvolvimento adotado por seus países, fortemente alicerçado em investimentos estatais), eclipsando as diferenças entre esses dois políticos e as semelhanças mais intensas entre Fernando Collor e Alberto Fujimori, o candidato que enfrentou Vargas Llosa no segundo turno. Por decorrência da exploração dessa suposta semelhança, o sequestro das contas bancárias no Brasil, logo após a posse de Collor, em março de 1990, teve forte impacto negativo sobre a candidatura de Vargas Llosa. No entanto, as semelhanças essenciais entre Fujimori e Collor, perceptíveis a analistas políticos com formação em populismo, não apareciam na imprensa: o arrivismo1 dos dois; o desprezo pelas estruturas partidárias; a falta de bases de sustentação nas instituições democráticas — o que poderia levá-los a tentar saídas não convencionais para os embates políticos convencionais; a crítica de estilo fascista a todo o sistema político etc., eram semelhanças perceptíveis que se revelaram determinantes para as diferentes tragédias que marcaram cada uma das duas administrações — uma pelo fracasso do modelo e outra pela afirmação de uma ditadura civil por uma década inteira.
A eleição dos dois é apontada como fruto do uso da mídia, no sentido de obter colaboração dos indivíduos que operam os meios. Em boa medida isso que parece ser uma verdade cristalina se deve não à capacidade dos candidatos de “usar a mídia” (o que seria uma crítica profunda ao conjunto dos profissionais dos meios “de informação”, que afinal se deixam usar sem contrapor a esses usuários sem nenhum criticismo), mas a características sistêmicas essenciais imanentes ao jornalismo.
(Jornalismo e desinformação, 2005.)
1arrivismo: característica daquele que se determinou a triunfar a qualquer preço, mesmo que prejudicando outras pessoas.
Sobre as eleições no Peru, o texto afirma que a imprensa