“[...] a gripe espanhola em países mais pobres teve um perfil diferente. Raramente se leva em conta que 60% da mortalidade global (e isso representa ao menos 20 milhões de mortes) ocorreu no Punjabi, em Bombaim, e em outras partes da Índia Ocidental onde exportações de grão para a Inglaterra e práticas brutais de requisição coincidiram com uma seca generalizada. A escassez de alimentos decorrente disso levou milhões de pobres à beira da fome. Essas populações tornaram-se vítimas de uma sinistra sinergia entre subnutrição, que suprimia sua resposta imune à infecção, e surtos desenfreados de pneumonias virais e bacterianas. Em outro caso semelhante, o Irã sob ocupação inglesa, tendo passado por muitos anos de seca, cólera e escassez alimentar, além de um surto generalizado de malária, pré-condicionou a morte de, estima-se, um quinto da população”.
(Adaptado de DAVIS, Mike. “O coronavírus e a luta de classes: o monstro bate à nossa porta”. Tradução de Artur Renzo. Disponível em https://blogdaboitempo.com.br/2020/03/16/mike-davis-o-coronaviruse-a-luta-de-classes-o-monstro-bate-a-nossa-porta/.Acesso: 25/11/2020.)
No artigo de Mike Davis, destacam-se as consequências da epidemia da chamada “gripe espanhola”, que assolou o planeta no início do século XX.
O conceito histórico que pode ser associado às relações internacionais mencionadas no texto acima é: