Insubmissas lágrimas de mulheres, da escritora Conceição Evaristo, é um livro que apresenta questões relativas à vida de uma parte da população feminina brasileira.
Sobre essa obra, assinale a alternativa CORRETA:
Leia o texto a seguir para responder a QUESTÃO
Texto
As Crianças Chatas Não posso.
Não posso pensar na cena que visualizei e que é real. O filho está de noite com dor de fome e diz para a mãe: estou com fome, mamãe. Ela responde com doçura: dorme. Ele diz: mas estou com fome. Ela insiste: durma. Ele diz: não posso, estou com fome. Ela repete exasperada: durma. Ele insiste. Ela grita com dor: durma, seu chato! Os dois ficam em silêncio no escuro, imóveis. Será que ele está dormindo? - pensa ela toda acordada. E ele está amedrontado demais para se queixar. Na noite negra os dois estão despertos. Até que, de dor e cansaço, ambos cochilam, no ninho da resignação. E eu não aguento a resignação. Ah, como devoro com fome e prazer a revolta.
Fonte: LISPECTOR, Clarice. A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999, p. 23.
Leia as afirmativas a seguir:
I. Em “Até que, de dor e cansaço, ambos cochilam, no ninho da resignação.”, a palavra em destaque tem o sentido de inconformar-se com a situação de fome.
II. No cerne de uma cena dramática, o conflito entre mãe e filho tem como origem uma fome, que só se abranda em virtude do cochilo resignado de ambos.
III. A crônica ‘As crianças chatas’ trata-se de uma narrativa curta, escrita em prosa, cujo tema está relacionado a acontecimentos cotidianos, no caso, a resignação diante da fome.
IV. Em “E eu não aguento a resignação. Ah, como devoro com fome e prazer a revolta.”, o narrador, em contraponto ao posicionamento das personagens, expõe a sua indignação: a fome de revolta, de luta.
Assinale a alternativa CORRETA.
Leia o fragmento do conto O cego Estrelinho, do escritor moçambicano Mia Couto, para responder a QUESTÃO.
O cego Estrelinho
O cego Estrelinho era pessoa de nenhuma vez: sua história poderia ser contada e descontada não fosse seu guia, Gigito Efraim. A mão de Gigito conduziu o desvistado por tempos e idades. Aquela mão era repartidamente comum, extensão de um no outro, siamensal. E assim era quase de nascença. Memória de Estrelinho tinha cinco dedos e eram os de Gigito postos, em aperto, na sua própria mão.
O cego, curioso, queria saber de tudo. Ele não fazia cerimónia no viver. O sempre lhe era pouco e o tudo insuficiente. Dizia, deste modo:
– Tenho que viver já, senão esqueço-me.
Gigitinho, porém, o que descrevia era o que não havia. O mundo que ele minuciava eram fantasias e rendilhados. A imaginação do guia era mais profícua que papaeira. O cego enchia a boca de águas:
– Que maravilhação esse mundo. Me conte tudo, Gigito!
Fonte: COUTO, Mia. Estórias abensonhadas. São Paulo: Companhia das Letras, 2012, p. 21. [Fragmento]
Sobre o fragmento do conto é CORRETO afirmar que
Leia o fragmento da peça teatral A pena e a lei, de Ariano Suassuna, para responder a QUESTÃO.
PRIMEIRO ATO
O primeiro Ato de A pena e a lei denomina-se “A inconveniência de ter coragem”. Deve ser encenado como se se tratasse de uma representação de mamulengos, com os atores caracterizados como bonecos de teatro nordestino, com gestos mecanizados e rápidos. [...]
Com a introdução terminando, os personagens arreiam dentro do mamulengo, como se fossem bonecos, e Cheiroso anuncia o espetáculo.
CHEIROSO
Atenção, respeitável público, vai começar o espetáculo!
CHEIROSA
Vai começar o espetáculo!
CHEIROSO
Vai começar o maior espetáculo teatral do País!
CHEIROSA
Vai começar o maior espetáculo músico-teatral do universo!
CHEIROSO
O presente presépio de hilariante teatral denomina-se A pena e a lei porque nele se verão funcionando algumas leis e castigos que se inventaram para disciplinar os homens. E, como era de esperar, tudo isso tem de começar por algumas transgressões da lei, pois quando se traçam normas e sanções, aparece logo alguém para transgredi-las e desafiálas!
Fonte: SUASSUNA, Ariano. A pena e a lei. Rio de Janeiro: Editora Agir, 2005, p. 09-12. [Fragmento]
Sobre o fragmento, assinale a alternativa CORRETA. O título, o tipo de encenação e a caracterização dos personagens, respectivamente, indicam:
Leia o fragmento da peça teatral A pena e a lei, de Ariano Suassuna, para responder a QUESTÃO.
PRIMEIRO ATO
O primeiro Ato de A pena e a lei denomina-se “A inconveniência de ter coragem”. Deve ser encenado como se se tratasse de uma representação de mamulengos, com os atores caracterizados como bonecos de teatro nordestino, com gestos mecanizados e rápidos. [...]
Com a introdução terminando, os personagens arreiam dentro do mamulengo, como se fossem bonecos, e Cheiroso anuncia o espetáculo.
CHEIROSO
Atenção, respeitável público, vai começar o espetáculo!
CHEIROSA
Vai começar o espetáculo!
CHEIROSO
Vai começar o maior espetáculo teatral do País!
CHEIROSA
Vai começar o maior espetáculo músico-teatral do universo!
CHEIROSO
O presente presépio de hilariante teatral denomina-se A pena e a lei porque nele se verão funcionando algumas leis e castigos que se inventaram para disciplinar os homens. E, como era de esperar, tudo isso tem de começar por algumas transgressões da lei, pois quando se traçam normas e sanções, aparece logo alguém para transgredi-las e desafiálas!
Fonte: SUASSUNA, Ariano. A pena e a lei. Rio de Janeiro: Editora Agir, 2005, p. 09-12. [Fragmento]
É CORRETO afirmar que, na comunicação entre os personagens, o fragmento da peça A pena e a Lei utiliza-se de
Leia o poema do amor que me torna capaz, de Tião Pinheiro, para responder a QUESTÃO.
do amor que me torna capaz
no balanço da rede
a lua espia
lembranças de antes
e do agora viver,
da dor que não se quer
do bom dizer
e do sonho do feliz;
no silêncio da noite
a luz alumia
descaminhos de antes
e do agora seguir,
da tristeza que não se busca
do leve sentir
e do amor que se merece;
segredos que a lua guarda
medos que a vida traz
encantos que carrego
do amor que me torna mais
do amor que me faz capaz...
Fonte: PINHEIRO, Tião. Amorosamente: (Poemas). Palmas-TO: PROMIC, 2022, p. 109.
Assinale a alternativa INCORRETA. Pela leitura do poema, o estado de espírito do eu-lírico é caracterizado por