Texto para a questão.
Apesar de você
(Chico Buarque de Holanda)
Hoje você é quem manda
Falou, tá falado
Não tem discussão
A minha gente hoje anda
Falando de lado
E olhando pro chão, viu
(...)
Apesar de você
Amanhã há de ser
Outro dia
Quando chegar o momento
Esse meu sofrimento
Vou cobrar com juros, juro
Todo esse amor reprimido
Esse grito contido
Este samba no escuro
(...)
No verso: “Vou cobrar com juros, juro”, está presente a:
Texto para a questão.
Ao captar o ódio frio de tirano tropical...
De tão repetida, a verdade insofismável de que a história não se repete transforma-se no seu contrário, em sofisma. Agora mesmo, venais¹ travestidos de vestais² repisam que o Terror curitibano esconde uma guilhotina no porão e que estamos todos com a cabeça a prêmio.
Como os legalistas querem deter os carrascos, os procuradores provincianos botam a carapuça, fingem que é boné frígio³ e entoam: somos todos jacobinos. A analogia é trapaceira porque não se passou nada que remotamente lembre a Revolução Francesa.
Logo, não há motivo real para reação à termidoriana4 ou o alarme moralista. O que há de palpável, isso sim, é o afã em desregulamentar o trabalho e cortar aposentadorias. O sofisma de fundo histórico é falsa ideologia: evoca um passado heroico para justificar tramoias no presente.
Assim, se na França tribunos da plebe vestiram as togas retóricas da República romana, políticos e procuradores brasileiros agitam o espectro do Terror para mobilizar crápulas tremebundos5 do pântano brasiliense. Fazem buuuuu para arrebatar aliados e trouxas. É má ficção, mas cola.
(MÁRIO SÉRGIO CONTI, Folha de S.Paulo, 01/07/2017, adaptado)
¹venal: que pode ser vendido; exposto à pvenda.
²vestal: honesto; casto; virgem.
³frígio: espécie de touca ou carapuça, símbolo do regime republicano, da liberdade.
4termidoriana: A reação termidoriana é considerada uma das fases finais do processo da Revolução Francesa. Após o período designado pelos historiadores como Reino do Terror (ou somente Terror), em que as garantias dos cidadãos foram suspensas e a facção da Montanha, do partido jacobino, assassinou e perseguiu seus opositores, alguns girondinos sobreviveram e se organizaram na articulação de um golpe.
5tremebundo: que faz tremer.
No primeiro parágrafo, pode-se considerar que o autor faz alusão ao fato de:
Texto para a questão.
Ao captar o ódio frio de tirano tropical...
De tão repetida, a verdade insofismável de que a história não se repete transforma-se no seu contrário, em sofisma. Agora mesmo, venais¹ travestidos de vestais² repisam que o Terror curitibano esconde uma guilhotina no porão e que estamos todos com a cabeça a prêmio.
Como os legalistas querem deter os carrascos, os procuradores provincianos botam a carapuça, fingem que é boné frígio³ e entoam: somos todos jacobinos. A analogia é trapaceira porque não se passou nada que remotamente lembre a Revolução Francesa.
Logo, não há motivo real para reação à termidoriana4 ou o alarme moralista. O que há de palpável, isso sim, é o afã em desregulamentar o trabalho e cortar aposentadorias. O sofisma de fundo histórico é falsa ideologia: evoca um passado heroico para justificar tramoias no presente.
Assim, se na França tribunos da plebe vestiram as togas retóricas da República romana, políticos e procuradores brasileiros agitam o espectro do Terror para mobilizar crápulas tremebundos5 do pântano brasiliense. Fazem buuuuu para arrebatar aliados e trouxas. É má ficção, mas cola.
(MÁRIO SÉRGIO CONTI, Folha de S.Paulo, 01/07/2017, adaptado)
¹venal: que pode ser vendido; exposto à pvenda.
²vestal: honesto; casto; virgem.
³frígio: espécie de touca ou carapuça, símbolo do regime republicano, da liberdade.
4termidoriana: A reação termidoriana é considerada uma das fases finais do processo da Revolução Francesa. Após o período designado pelos historiadores como Reino do Terror (ou somente Terror), em que as garantias dos cidadãos foram suspensas e a facção da Montanha, do partido jacobino, assassinou e perseguiu seus opositores, alguns girondinos sobreviveram e se organizaram na articulação de um golpe.
5tremebundo: que faz tremer.
De acordo com o último parágrafo, pode-se afirmar corretamente que:
Texto para a questão.
Ao captar o ódio frio de tirano tropical...
De tão repetida, a verdade insofismável de que a história não se repete transforma-se no seu contrário, em sofisma. Agora mesmo, venais¹ travestidos de vestais² repisam que o Terror curitibano esconde uma guilhotina no porão e que estamos todos com a cabeça a prêmio.
Como os legalistas querem deter os carrascos, os procuradores provincianos botam a carapuça, fingem que é boné frígio³ e entoam: somos todos jacobinos. A analogia é trapaceira porque não se passou nada que remotamente lembre a Revolução Francesa.
Logo, não há motivo real para reação à termidoriana4 ou o alarme moralista. O que há de palpável, isso sim, é o afã em desregulamentar o trabalho e cortar aposentadorias. O sofisma de fundo histórico é falsa ideologia: evoca um passado heroico para justificar tramoias no presente.
Assim, se na França tribunos da plebe vestiram as togas retóricas da República romana, políticos e procuradores brasileiros agitam o espectro do Terror para mobilizar crápulas tremebundos5 do pântano brasiliense. Fazem buuuuu para arrebatar aliados e trouxas. É má ficção, mas cola.
(MÁRIO SÉRGIO CONTI, Folha de S.Paulo, 01/07/2017, adaptado)
¹venal: que pode ser vendido; exposto à pvenda.
²vestal: honesto; casto; virgem.
³frígio: espécie de touca ou carapuça, símbolo do regime republicano, da liberdade.
4termidoriana: A reação termidoriana é considerada uma das fases finais do processo da Revolução Francesa. Após o período designado pelos historiadores como Reino do Terror (ou somente Terror), em que as garantias dos cidadãos foram suspensas e a facção da Montanha, do partido jacobino, assassinou e perseguiu seus opositores, alguns girondinos sobreviveram e se organizaram na articulação de um golpe.
5tremebundo: que faz tremer.
“Como os legalistas querem deter os carrascos, os procuradores provincianos botam a carapuça...”. Nesse segmento, as orações traduzem respectivamente ideias de:
Texto para a questão.
Apesar de você
(Chico Buarque de Holanda)
Hoje você é quem manda
Falou, tá falado
Não tem discussão
A minha gente hoje anda
Falando de lado
E olhando pro chão, viu
(...)
Apesar de você
Amanhã há de ser
Outro dia
Quando chegar o momento
Esse meu sofrimento
Vou cobrar com juros, juro
Todo esse amor reprimido
Esse grito contido
Este samba no escuro
(...)
A canção acima foi produzida em 1970. Escrita e interpretada pelo cantor e compositor Chico Buarque de Holanda, ela externa o desapontamento em relação ao momento político vigente na época. Não foi censurada inicialmente, porque o autor alegou ser uma briga entre namorados. Sabendo disso, é possível considerar que o texto só NÃO se refere:
Texto para a questão.
Não existe ‘intervenção militar constitucional’
A combinação do vácuo de liderança política e de privações materiais básicas alimenta o discurso da “intervenção militar constitucional” como caminho possível à superação da crise. Caminho drástico, dizem seus defensores, mas que estaria à altura da gravidade da situação e seria temporário: apenas escoltaria o país até as eleições de outubro. Nesse pleito vigiado, “corruptos” não poderiam concorrer.
Antes que os parâmetros de uma dita “doutrina jurídica” de tal medida ganhem voz em juristas de ocasião, é bom desde logo deixar claro: não existe “intervenção militar constitucional”.
O poder político, segundo a Constituição, emana do povo e será exercido por seus representantes eleitos, ou diretamente (art. 1º) —jamais por meio de lideranças militares. As Forças Armadas têm papel primordial no arranjo constitucional brasileiro. Servem à defesa nacional e à garantia dos poderes constitucionais, mas funcionam sempre sob a “autoridade suprema” —o adjetivo não é à toa— do presidente da República.
Em situações de grave comoção social, podem atuar para a garantia da lei e da ordem, quando as instituições regularmente encarregadas de fazê-lo não possam, por qualquer razão, cumprir a tarefa a contento.
Mesmo nesses casos, porém, agem sempre “por iniciativa” dos poderes civis (CF, art. 142). Em casos extremos, ouvidos o Conselho da República e o Conselho de Defesa, e sob supervisão do Congresso, o presidente pode também decretar estado de defesa ou estado de sítio (CF, arts. 136 e 137).
(...)
Também o juízo final sobre candidaturas políticas é civil: passa longe da esfera de competência de outra instituição que não a Justiça Eleitoral dizer quem pode, ou não, oferecer-se validamente como candidato nas eleições.
Nos termos da Constituição, portanto, o poder emanado do povo é exercido por autoridade civil, jamais militar. Mesmo nas mais agudas crises sociais, as entidades militares são subordinadas à liderança civil.
Quem se aproveita de grave crise para vender o remédio da “intervenção constitucional militar” quer tapear a sociedade civil com um produto que só não é placebo porque é veneno. O seu nome é golpe militar.(...)
(Conrado Hübner Mendes e Rafael Mafei Rabelo Queiroz, Professores da Faculdade de Direito da USP, Folha Uol, 30.05.2018, adaptado)
Segundo os autores, o discurso de “intervenção militar” aumenta quando: