Estamira: ⎯ O homem não pode ser incivilizado. Todos os homens têm que ser iguais. (...) Não é obrigado todos a trabalhar num serviço só, não é obrigado todos comer uma coisa só, mas a igualdade é a ordenança que deu quem revelou o homem como o único condicional. E o homem é o único condicional, seja que cor for. Eu sou Estamira, eu não importo. Eu podia ser da cor que fosse. Eu, formato homem, par, mas eu sou Estamira, mas eu não admito, eu não gosto que ninguém ofende cores, nem formosura. O que importa, bonito, é o que fez e o que faz. Feio é o que fez e o que faz. Isso é feio. A incivilização é que é feio.
Marcos Prado. Estamira (com adaptações).
Com relação à obra Estamira, de Marcos Prado, ao fragmento apresentado, dela extraído, e aos diversos aspectos por ele suscitados, julgue o item seguinte.
Percebe-se nessa perspectiva de Estamira uma relação entre ética e estética, na medida em que se usam categorias estéticas, bonito ou feio, para distinguir formas de agir: “é o que fez e o que faz”.