Leia o texto a seguir para responder a QUESTÃO.
A última de Eike Batista
O ex-bilionário entra na Justiça para apressar a restituição do Imposto de Renda da petrolífera OGX – e é acusado pela Receita de “furar a fila”.
O empresário Eike Batista virou alvo de gracinhas, quando em meados do ano, começaram a pipocar rumores de bancarrota do império X. De brasileiro mais rico do mundo, foi rebaixado pelo sarcástico humor nacional a pedinte, catador de lixo, vendedor de algodão-doce, entre outros tipos criados de fotomontagens na internet. Só não tinham imaginado Eike ansioso pela restituição do Imposto de Renda – e repreendido pela Receita Federal por tentar “furar a fila” dos contribuintes. Só que agora não é piada.
A cronologia do episódio espelha a decadência de Eike. Em julho de 2012, ele solicitou uma restituição à Receita Federal, relativa a impostos pagos pela petrolífera OGX. Eram dois pedidos, um sobre o exercício de 2009, no valor de R$ 12,2 milhões, o outro sobre o de 2010, de R$ 85,1 milhões. Na época, Eike ainda estava no auge e se irritava diante dos questionamentos legítimos sobre a viabilidade de tantos projetos grandiosos. Era um tempo em que ele não precisava de dinheiro – mas nem mesmo um bilionário deixa de brigar por um troco de R$ 97,3 milhões, valor total do pedido de restituição. Os milhões passaram a fazer diferença neste ano, quando Eike e seu Titanic de projetos bateram no sólido iceberg da realidade. [...]
Para apressar o processo, os advogados apelaram para a situação financeira de Eike. Enviaram à Justiça recortes de jornais que reportavam a Crise da OGX. De acordo com os advogados, ele vive uma situação “financeira extremamente delicada”, falta de caixa e perda de patrimônio.
“Situação delicada” é quase um eufemismo quando se trata do naufrágio empresarial mais portentoso dos últimos tempos. Com uma dívida quase impagável de R$ 11 bilhões, a OGX deu entrada num processo de recuperação judicial [...]
Sabe-se hoje que a situação da petrolífera OGX é tão ruim que nem a firma de cafezinho ela pagou. Também pendurou a conta do estacionamento usado por seus executivos na Cinelândia, no centro do Rio de Janeiro [...] A última decisão judicial atendeu aos interesses de Eike apenas em parte – e a parte menor. A Justiça mandou a Receita verificar se Eike tem direito à restituição imediata dos R$ 12,2 milhões de 2009. [...] O dinheiro da restituição do Imposto de Renda não é muito diante da dívida bilionária. Mas daria para quitar com folga o papagaio de R$ 10 mil com a firma do cafezinho e os R$ 56 mil com o estacionamento.
ORRÊA, Hudson; CLEMENTE, Isabel. A última de Eike Batista. Época. São Paulo: Editora Globo, dezembro de 2013, p. 56-57. (Adaptado)
A partir dos argumentos apresentados pelo autor do texto sobre a decadência da petrolífera OGX, de Eike Batista, é CORRETO afirmar.