[...] Havia praticamente um consenso entre a comunidade médica do Rio de que, enquanto durou, o tráfico de escravos foi o principal responsável pela eclosão das epidemias de varíola na cidade. Pereira Rego, o mais importante higienista e historiador da saúde pública no Brasil do século XIX, associa sistematicamente a ocorrência de varíola na cidade às condições do tráfico negreiro. Para Rego, por exemplo, a única explicação possível para o fato de a varíola ter se ausentado da Corte por quatro anos seguidos, no início dos anos 30, era a cessação temporária do comércio negreiro em virtude da lei de abolição do tráfico de 1831. [...]
CHALOUB, Sidney. Cidade febril. Cortiços e epidemias na Corte imperial. São Paulo: Companhia das Letras, 1996. p. 108-109.
Segundo Sidney Chaloub, para a comunidade médica do Rio de Janeiro, na primeira metade do século XIX