Profissões de futuro
[1] Esse tema sempre nos traz reflexões e incertezas, seja para orientar investimentos, seja para orientar os nossos filhos. Nunca houve consenso a respeito do futuro das profissões, porque as informações se renovam a cada três meses, fazendo de nós um novo ser completamente diferente, a cada seis meses, tornando-nos “velhos” e ultrapassados em um curto espaço de tempo, se não nos atualizarmos constantemente.
[2] As profissões fundamentais nos dias de hoje não existirão daqui a dez anos, e as que se tornarão de primeira necessidade nem foram inventadas ainda. Não mudarão apenas as profissões, mas a maneira de se trabalhar, criando-se nichos e subnichos de empregos, sub, super e ultraespecialidades de uma mesma área, gerando megaprofissionais altamente qualificados, mas absolutamente carentes de uma formação mais completa, seja científica, seja cultural.
[3] O médico oftalmologista, que é um especialista, já divide sua área com subespecialidades (o de retina, o de catarata, o de glaucoma e outras patologias, o de cirurgia) a tal ponto que um dos melhores especialistas chegará a tratar de qualquer distúrbio ocular com muita facilidade, mas será incapaz de prescrever uns óculos ou o colírio corretos. Assim vai acontecer com a engenharia, odontologia, direito e outras. E mais: quando um jovem ingressava na faculdade de direito, sabia se seria advogado. Hoje em dia entram para descobrirem a que carreira abraçarão, seja policial, diplomática, fiscal, e quem sabe, a de advogado mesmo, na essência jurídica. Com a revolução da inteligência artificial, muitas áreas tenderão a se fundir, como, por exemplo, a medicina, a engenharia e a informática, nascendo a engenharia de tecidos, engenharia genética, programadores de genes.
[4] Com a mesma velocidade que se formarão, esses novos profissionais também deverão continuar estudando, fazendo pós-graduação, tornando-se polivalentes, profissionais híbridos e preparados para exercerem várias e múltiplas atividades dentro do seu campo de ação. Os cursos mais concorridos nem sempre são os de melhores perspectivas futuras e podem fazer com que esses jovens saiam das faculdades para aumentarem o número de desempregados.
[5] O certo é que, na velocidade com que anda esse planeta, as informações se renovam a cada três meses, fazendo de nós um novo ser completamente diferente, a cada seis meses, tornando-nos “velhos” e ultrapassados em um curto espaço de tempo, se não nos atualizarmos constantemente.
KASSIS, Elias Naim. Disponível em: http://www.diarioweb.com.br/novoportal/Opiniao/Artigos/9287/ Profissoes+de+futuro+.aspx. Acesso em: 10/07/14. Adaptado.
Acerca dos aspectos formais do uso da língua no Texto 1, analise as proposições que se seguem.
I. O emprego da forma sublinhada em “daqui a dez anos” (2º parágrafo) configura-se como o mesmo caso de “não o vejo a dez anos”, justificando, assim, a mesma grafia.
II. Em: “As profissões fundamentais nos dias de hoje não existirão daqui a dez anos” (2º parágrafo), a substituição da forma verbal destacada por “haverão” estaria em conformidade com a norma-padrão, desde que a reformulação contemplasse também uma inversão sintática: “Daqui a dez anos, não haverão as profissões fundamentais nos dias de hoje.”.
III. No trecho: “quando um jovem ingressava na faculdade de direito, sabia se seria advogado. Hoje em dia entram para descobrirem a que carreira abraçarão” (3º parágrafo), a pluralização da forma verbal em destaque está associada a uma ideia que inclui mais de um jovem.
IV. No trecho: “Com a mesma velocidade que se formarão, esses novos profissionais também deverão continuar estudando”, as formas verbais destacadas sinalizam o teor de previsão que tem o texto.
Estão CORRETAS, apenas: