Texto II
[...] Na testa de Fabiano o suor secava, misturando-
-se à poeira que enchia as rugas fundas, embebendo-
-se na correia do chapéu. A tontura desaparecera,
o estômago sossegara. Quando partissem, a cabaça
não envergaria o espinhaço de sinha Vitória. Instintivamente
procurou no descampado indício de fonte.
Um friozinho agudo arrepiou-o. Mostrou os dentes
sujos num riso infantil. Como podia ter frio com semelhante
calor? Ficou um instante assim besta, olhando
os filhos, a mulher e a bagagem pesada. O menino
mais velho esbrugava um osso com apetite. [...]
RAMOS, G. Vidas Secas. RJ/SP: Record, 2013, p. 124.
O Texto II é um trecho selecionado de Vidas Secas. Esse trecho caracteriza-se pela representação de aspectos específicos do romance modernista regional porque