Responda à questão com base no texto “Tolerância zero”.
Tolerância zero
[01] Caso de abuso sexual praticado pelo ator José Mayer contra uma subordinada mostra como as celebridades se sentem intocáveis
[02] e imunes a qualquer tipo de punição. Até que a vítima conseguiu reagir e a solidariedade feminina mostrou a sua força.
[03] Ele vivia no olimpo, trabalhando há 37 anos na maior emissora de tevê da América Latina, com 25 novelas no currículo, a maior ia
[04] delas atuando como protagonista. Era o galã viril, o pegador, o garanhão. Por anos a fio, os brasileiros se acostumaram a ouvir
[05] comentários sobre como o ator José Mayer contracenava com as mais belas atrizes do elenco. A cada trama, formava par romântico
[06] com duas, três intérpretes. A fama era tanta que ele virou até motivo de piada nos humorísticos da casa. Confortável no seu status
[07] de estrela global, considerado um dos artistas mais queridos do País, José Mayer pairava acima do bem e do mal, onde costumam
[08] ficar a maioria das super celebridades. Até que, na sexta-feira 31 de março, o depoimento da figurinista Susllem Tonani, 28 anos,
[09] mostrou a face de assediador contumaz do ator de 67 anos, deflagrou uma onda de indignação feminina e culminou com a decisão
[10] da Rede Globo de suspender um de seus principais atores por tempo indeterminado. Um caso chavão e muito didático: o artista
[11] poderoso e intocável, acostumado a ter seus desejos prontamente satisfeitos, persegue violentamente a subalterna, que, intimidada,
[12] tem dificuldade de emitir qualquer tipo de reação e sofre quieta por meses, até não aguentar mais. “Também chama a atenção a
[13] presunção de impunidade, pois ele ofendeu a figurinista na frente de testemunhas, sem preocupação com uma possível punição”,
[14] afirma Daniela Marques Grelin, gerente do Instituto Avon.
[15] (...) Não foram só as funcionárias da Globo que se manifestaram em favor de Susllem Tonani. A hashtag “mexeu com uma, mexeu
[16] com todas” inundou as redes sociais e as rodas de conversa de todo o País, num movimento crescente e constante. (...) Imerso
[17] num país extremamente atrasado e machista, eclode o grito das mulheres, que deve bradar cada vez mais alto. O exemplo de
[18] Susllem Tonani mostra isso. Diz um trecho de sua carta: “Sinto no peito uma culpa imensa por não ter tomado medidas sérias e
[19] árduas antes. Sinto um arrependimento violento por ter me calado, me odeio por todas as vezes em que, constrangida, lidei com o
[20] assédio com um sorriso amarelo. E, principalmente, me sinto oprimida por não ter gritado só porque estava em meu local de
[21] trabalho. Dá medo, sabia? Porque a gente acha que o ator renomado, 30 e tantos papéis, garanhão da ficção com contrato assinado,
[22] vai seguir impassível, porque assim lhe permitem, produto de ouro, prata da casa. E eu, engrenagem, mulher, paga por obra, sou
[23] quem leva a fama de oportunista. E se acharem que eu dei mole? Será que vão me contratar outra vez? Tenho de repetir o mantra:
[24] a culpa não foi minha. A culpa nunca é da vítima. E me sentiria eternamente culpada se não falasse. Precisamos falar. Precisamos
[25] mudar a engrenagem.” E Su Tonani finaliza: “Meu assédio não vai ser embrulho de peixe. Vai é embrulhar o estômago de todos
[26] vocês por muito, muito tempo (...).”
(CRIVELLARO, Débora. Tolerância Zero. 07 de abril de 2017. Disponível em: http://istoe.com.br/tolerancia-zero/. Adaptado. Acesso em 08 abr. 2017)
Sabemos que os sinais de pontuação organizam as relações sintático-semânticas de um texto. Observando três ocorrências do texto Tolerância zero, associe a coluna da esquerda (com os sinais de pontuação) com a da direita (com o sentido construído).
1. Vírgula (linha 5)
2. Dois pontos (linha 10)
3. Dois pontos (linha 18)
4. Interrogação (linha 21)
5. Aspas (linhas 15 e 16)
(__) Apresenta uma explicação.
(__) Introduz uma fala.
( _ ) Provoca uma resposta.
( ) Separa uma expressão temporal deslocada.
( _ ) Dá ênfase e destaca a frase.
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é