Os últimos anos do século XX testemunharam grandes mudanças em toda face da Terra. O mundo torna-se unificado — em virtude das novas condições técnicas, bases sólidas para uma ação humana
5 mundializada. Esta, entretanto, impõe-se à maior parte da humanidade como uma globalização perversa. Consideramos, em primeiro lugar, a emergência de uma dupla tirania, a do dinheiro e a da informação, intimamente relacionadas. Ambas, juntas, fornecem as
10 bases do sistema ideológico que legitima as ações mais características da época e, ao mesmo tempo, buscam conformar segundo um novo ethos as relações sociais e interpessoais, influenciando o caráter das pessoas. A competitividade, sugerida pela produção e pelo consumo,
15 é a fonte de novos totalitarismos, mais facilmente aceitos graças à confusão de espírito que se instala. Tem as mesmas origens a produção, na base mesma da vida social, de uma violência estrutural, facilmente visível nas formas de agir dos Estados, das empresas e dos
20 indivíduos. A perversidade sistêmica é um dos seus corolários. Dentro desse quadro, as pessoas sentem-se desamparadas, o que também constitui uma incitação a que adotem, em seus comportamentos ordinários,
25 práticas que alguns decênios atrás eram moralmente condenadas. Há um verdadeiro retrocesso quanto à noção de bem público e de solidariedade, do qual é emblemático o encolhimento das funções sociais e políticas do Estado com a ampliação da pobreza e os 30 crescentes agravos à soberania, enquanto se amplia o papel político das empresas na regulação da vida social. [...] Um dos traços marcantes do atual período histórico é, pois, o papel verdadeiramente despótico da informação.[...] O que é transmitido à maioria da
35 humanidade é, de fato, uma informação manipulada que, em lugar de esclarecer, confunde.[...] O fato de que, no mundo de hoje, o discurso antecede quase obrigatoriamente uma parte substancial das ações humanas — sejam elas a técnica, a produção, o
40 consumo, o poder — explica o porquê da presença generalizada do ideológico em todos esses pontos. Não é de estranhar, pois, que realidade e ideologia se confundam na apreciação do homem comum, sobretudo orque a ideologia se insere nos objetos e apresenta-se
45 como coisa. Estamos diante de um novo “encantamento do mundo”, no qual o discurso e a retórica são o princípio e o fim. Esse imperativo e essa onipresença da informação são insidiosos, já que a informação atual tem dois rostos, um pelo qual ela busca instruir, e um outro, pelo qual ela
50 busca convencer.[...] Há uma relação carnal entre o mundo da produção da notícia e o mundo da produção das coisas e das normas. A publicidade tem, hoje, uma penetração muito grande em todas as atividades.[...] Hoje, propaga-se tudo, e a própria política é, em grande
55 parte, subordinada às suas regras. As mídias nacionais se globalizam não apenas pela chatice e mesmice das fotografias e dos títulos, mas pelos protagonistas mais presentes. Falsificam-se os eventos, já que não é propriamente o fato o que a
60 mídia nos dá, mas uma interpretação, isto é, a notícia.[...] O evento já é entregue maquiado ao leitor, ao ouvinte, ao telespectador, e é também por isso que se produzem no mundo de hoje, simultaneamente, fábulas e mitos.
SANTOS, Milton. Uma globalização perversa. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. 17.ed. Rio de Janeiro: Record, 2008, p. 37-39. Adaptado.
Segundo a argumentação do autor, os novos paradigmas que permeiam as relações sociais e interpessoais a partir do final do século passado têm sua origem
Questão 2
UNEB
Os últimos anos do século XX testemunharam grandes mudanças em toda face da Terra. O mundo torna-se unificado — em virtude das novas condições técnicas, bases sólidas para uma ação humana
5 mundializada. Esta, entretanto, impõe-se à maior parte da humanidade como uma globalização perversa. Consideramos, em primeiro lugar, a emergência de uma dupla tirania, a do dinheiro e a da informação, intimamente relacionadas. Ambas, juntas, fornecem as
10 bases do sistema ideológico que legitima as ações mais características da época e, ao mesmo tempo, buscam conformar segundo um novo ethos as relações sociais e interpessoais, influenciando o caráter das pessoas. A competitividade, sugerida pela produção e pelo consumo,
15 é a fonte de novos totalitarismos, mais facilmente aceitos graças à confusão de espírito que se instala. Tem as mesmas origens a produção, na base mesma da vida social, de uma violência estrutural, facilmente visível nas formas de agir dos Estados, das empresas e dos
20 indivíduos. A perversidade sistêmica é um dos seus corolários. Dentro desse quadro, as pessoas sentem-se desamparadas, o que também constitui uma incitação a que adotem, em seus comportamentos ordinários,
25 práticas que alguns decênios atrás eram moralmente condenadas. Há um verdadeiro retrocesso quanto à noção de bem público e de solidariedade, do qual é emblemático o encolhimento das funções sociais e políticas do Estado com a ampliação da pobreza e os 30 crescentes agravos à soberania, enquanto se amplia o papel político das empresas na regulação da vida social. [...] Um dos traços marcantes do atual período histórico é, pois, o papel verdadeiramente despótico da informação.[...] O que é transmitido à maioria da
35 humanidade é, de fato, uma informação manipulada que, em lugar de esclarecer, confunde.[...] O fato de que, no mundo de hoje, o discurso antecede quase obrigatoriamente uma parte substancial das ações humanas — sejam elas a técnica, a produção, o
40 consumo, o poder — explica o porquê da presença generalizada do ideológico em todos esses pontos. Não é de estranhar, pois, que realidade e ideologia se confundam na apreciação do homem comum, sobretudo orque a ideologia se insere nos objetos e apresenta-se
45 como coisa. Estamos diante de um novo “encantamento do mundo”, no qual o discurso e a retórica são o princípio e o fim. Esse imperativo e essa onipresença da informação são insidiosos, já que a informação atual tem dois rostos, um pelo qual ela busca instruir, e um outro, pelo qual ela
50 busca convencer.[...] Há uma relação carnal entre o mundo da produção da notícia e o mundo da produção das coisas e das normas. A publicidade tem, hoje, uma penetração muito grande em todas as atividades.[...] Hoje, propaga-se tudo, e a própria política é, em grande
55 parte, subordinada às suas regras. As mídias nacionais se globalizam não apenas pela chatice e mesmice das fotografias e dos títulos, mas pelos protagonistas mais presentes. Falsificam-se os eventos, já que não é propriamente o fato o que a
60 mídia nos dá, mas uma interpretação, isto é, a notícia.[...] O evento já é entregue maquiado ao leitor, ao ouvinte, ao telespectador, e é também por isso que se produzem no mundo de hoje, simultaneamente, fábulas e mitos.
SANTOS, Milton. Uma globalização perversa. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. 17.ed. Rio de Janeiro: Record, 2008, p. 37-39. Adaptado.
As ideias apresentadas no texto permitem afirmar que o articulista estabelece uma relação direta entre
Questão 3
UNEB
Os últimos anos do século XX testemunharam grandes mudanças em toda face da Terra. O mundo torna-se unificado — em virtude das novas condições técnicas, bases sólidas para uma ação humana
5 mundializada. Esta, entretanto, impõe-se à maior parte da humanidade como uma globalização perversa. Consideramos, em primeiro lugar, a emergência de uma dupla tirania, a do dinheiro e a da informação, intimamente relacionadas. Ambas, juntas, fornecem as
10 bases do sistema ideológico que legitima as ações mais características da época e, ao mesmo tempo, buscam conformar segundo um novo ethos as relações sociais e interpessoais, influenciando o caráter das pessoas. A competitividade, sugerida pela produção e pelo consumo,
15 é a fonte de novos totalitarismos, mais facilmente aceitos graças à confusão de espírito que se instala. Tem as mesmas origens a produção, na base mesma da vida social, de uma violência estrutural, facilmente visível nas formas de agir dos Estados, das empresas e dos
20 indivíduos. A perversidade sistêmica é um dos seus corolários. Dentro desse quadro, as pessoas sentem-se desamparadas, o que também constitui uma incitação a que adotem, em seus comportamentos ordinários,
25 práticas que alguns decênios atrás eram moralmente condenadas. Há um verdadeiro retrocesso quanto à noção de bem público e de solidariedade, do qual é emblemático o encolhimento das funções sociais e políticas do Estado com a ampliação da pobreza e os 30 crescentes agravos à soberania, enquanto se amplia o papel político das empresas na regulação da vida social. [...] Um dos traços marcantes do atual período histórico é, pois, o papel verdadeiramente despótico da informação.[...] O que é transmitido à maioria da
35 humanidade é, de fato, uma informação manipulada que, em lugar de esclarecer, confunde.[...] O fato de que, no mundo de hoje, o discurso antecede quase obrigatoriamente uma parte substancial das ações humanas — sejam elas a técnica, a produção, o
40 consumo, o poder — explica o porquê da presença generalizada do ideológico em todos esses pontos. Não é de estranhar, pois, que realidade e ideologia se confundam na apreciação do homem comum, sobretudo orque a ideologia se insere nos objetos e apresenta-se
45 como coisa. Estamos diante de um novo “encantamento do mundo”, no qual o discurso e a retórica são o princípio e o fim. Esse imperativo e essa onipresença da informação são insidiosos, já que a informação atual tem dois rostos, um pelo qual ela busca instruir, e um outro, pelo qual ela
50 busca convencer.[...] Há uma relação carnal entre o mundo da produção da notícia e o mundo da produção das coisas e das normas. A publicidade tem, hoje, uma penetração muito grande em todas as atividades.[...] Hoje, propaga-se tudo, e a própria política é, em grande
55 parte, subordinada às suas regras. As mídias nacionais se globalizam não apenas pela chatice e mesmice das fotografias e dos títulos, mas pelos protagonistas mais presentes. Falsificam-se os eventos, já que não é propriamente o fato o que a
60 mídia nos dá, mas uma interpretação, isto é, a notícia.[...] O evento já é entregue maquiado ao leitor, ao ouvinte, ao telespectador, e é também por isso que se produzem no mundo de hoje, simultaneamente, fábulas e mitos.
SANTOS, Milton. Uma globalização perversa. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. 17.ed. Rio de Janeiro: Record, 2008, p. 37-39. Adaptado.
Segundo o geógrafo Milton Santos, quando se amplia o papel político das empresas na regulação da vida social,
Questão 4
UNEB
Os últimos anos do século XX testemunharam grandes mudanças em toda face da Terra. O mundo torna-se unificado — em virtude das novas condições técnicas, bases sólidas para uma ação humana
5 mundializada. Esta, entretanto, impõe-se à maior parte da humanidade como uma globalização perversa. Consideramos, em primeiro lugar, a emergência de uma dupla tirania, a do dinheiro e a da informação, intimamente relacionadas. Ambas, juntas, fornecem as
10 bases do sistema ideológico que legitima as ações mais características da época e, ao mesmo tempo, buscam conformar segundo um novo ethos as relações sociais e interpessoais, influenciando o caráter das pessoas. A competitividade, sugerida pela produção e pelo consumo,
15 é a fonte de novos totalitarismos, mais facilmente aceitos graças à confusão de espírito que se instala. Tem as mesmas origens a produção, na base mesma da vida social, de uma violência estrutural, facilmente visível nas formas de agir dos Estados, das empresas e dos
20 indivíduos. A perversidade sistêmica é um dos seus corolários. Dentro desse quadro, as pessoas sentem-se desamparadas, o que também constitui uma incitação a que adotem, em seus comportamentos ordinários,
25 práticas que alguns decênios atrás eram moralmente condenadas. Há um verdadeiro retrocesso quanto à noção de bem público e de solidariedade, do qual é emblemático o encolhimento das funções sociais e políticas do Estado com a ampliação da pobreza e os 30 crescentes agravos à soberania, enquanto se amplia o papel político das empresas na regulação da vida social. [...] Um dos traços marcantes do atual período histórico é, pois, o papel verdadeiramente despótico da informação.[...] O que é transmitido à maioria da
35 humanidade é, de fato, uma informação manipulada que, em lugar de esclarecer, confunde.[...] O fato de que, no mundo de hoje, o discurso antecede quase obrigatoriamente uma parte substancial das ações humanas — sejam elas a técnica, a produção, o
40 consumo, o poder — explica o porquê da presença generalizada do ideológico em todos esses pontos. Não é de estranhar, pois, que realidade e ideologia se confundam na apreciação do homem comum, sobretudo orque a ideologia se insere nos objetos e apresenta-se
45 como coisa. Estamos diante de um novo “encantamento do mundo”, no qual o discurso e a retórica são o princípio e o fim. Esse imperativo e essa onipresença da informação são insidiosos, já que a informação atual tem dois rostos, um pelo qual ela busca instruir, e um outro, pelo qual ela
50 busca convencer.[...] Há uma relação carnal entre o mundo da produção da notícia e o mundo da produção das coisas e das normas. A publicidade tem, hoje, uma penetração muito grande em todas as atividades.[...] Hoje, propaga-se tudo, e a própria política é, em grande
55 parte, subordinada às suas regras. As mídias nacionais se globalizam não apenas pela chatice e mesmice das fotografias e dos títulos, mas pelos protagonistas mais presentes. Falsificam-se os eventos, já que não é propriamente o fato o que a
60 mídia nos dá, mas uma interpretação, isto é, a notícia.[...] O evento já é entregue maquiado ao leitor, ao ouvinte, ao telespectador, e é também por isso que se produzem no mundo de hoje, simultaneamente, fábulas e mitos.
SANTOS, Milton. Uma globalização perversa. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. 17.ed. Rio de Janeiro: Record, 2008, p. 37-39. Adaptado.
“Não é de estranhar, pois, que realidade e ideologia se confundam na apreciação do homem comum” (l. 41-42)
Marque com V ou com F, conforme sejam verdadeiras ou falsas as afirmativas, que constituem respaldos para o pensamento destacado.
( ) Uma das características da informação na atualidade é a “coisificação” de uma ideologia que se insere igualitariamente na produção de consumo e na produção da notícia.
( ) As condições tecnológicas permitem uma ação humana mundializada, por isso as informações são transmitidas em tempo real, o que impossibilita a manipulação das notícias, uma vez que o que se diz é comprovado pelas imagens.
( ) A escolha adequada da linguagem para a emissão das ideias elaboradas insidiosamente constitui os princípios eficazes de uma mensagem manipulada: informar, sem criar questionamentos, e persuadir sem deixar dúvidas.
( ) A repetição de uma mesma notícia, dentro dos meios de comunicação, visa a deixar o ouvinte mais bem informado e, consequentemente, esclarecido diante das informações apresentadas, já que esse mecanismo comprova a fidedignidade da mensagem.
( ) A falta de discernimento do homem comum entre o real e o imaginário no mundo da comunicação, em virtude da manipulação das notícias, consolida,de maneira eficiente, os propósitos de uma humanidade mundializada.
A alternativa que contém a sequência correta, de cima para baixo, é a
Questão 5
UNEB
Os últimos anos do século XX testemunharam grandes mudanças em toda face da Terra. O mundo torna-se unificado — em virtude das novas condições técnicas, bases sólidas para uma ação humana
5 mundializada. Esta, entretanto, impõe-se à maior parte da humanidade como uma globalização perversa. Consideramos, em primeiro lugar, a emergência de uma dupla tirania, a do dinheiro e a da informação, intimamente relacionadas. Ambas, juntas, fornecem as
10 bases do sistema ideológico que legitima as ações mais características da época e, ao mesmo tempo, buscam conformar segundo um novo ethos as relações sociais e interpessoais, influenciando o caráter das pessoas. A competitividade, sugerida pela produção e pelo consumo,
15 é a fonte de novos totalitarismos, mais facilmente aceitos graças à confusão de espírito que se instala. Tem as mesmas origens a produção, na base mesma da vida social, de uma violência estrutural, facilmente visível nas formas de agir dos Estados, das empresas e dos
20 indivíduos. A perversidade sistêmica é um dos seus corolários. Dentro desse quadro, as pessoas sentem-se desamparadas, o que também constitui uma incitação a que adotem, em seus comportamentos ordinários,
25 práticas que alguns decênios atrás eram moralmente condenadas. Há um verdadeiro retrocesso quanto à noção de bem público e de solidariedade, do qual é emblemático o encolhimento das funções sociais e políticas do Estado com a ampliação da pobreza e os 30 crescentes agravos à soberania, enquanto se amplia o papel político das empresas na regulação da vida social. [...] Um dos traços marcantes do atual período histórico é, pois, o papel verdadeiramente despótico da informação.[...] O que é transmitido à maioria da
35 humanidade é, de fato, uma informação manipulada que, em lugar de esclarecer, confunde.[...] O fato de que, no mundo de hoje, o discurso antecede quase obrigatoriamente uma parte substancial das ações humanas — sejam elas a técnica, a produção, o
40 consumo, o poder — explica o porquê da presença generalizada do ideológico em todos esses pontos. Não é de estranhar, pois, que realidade e ideologia se confundam na apreciação do homem comum, sobretudo orque a ideologia se insere nos objetos e apresenta-se
45 como coisa. Estamos diante de um novo “encantamento do mundo”, no qual o discurso e a retórica são o princípio e o fim. Esse imperativo e essa onipresença da informação são insidiosos, já que a informação atual tem dois rostos, um pelo qual ela busca instruir, e um outro, pelo qual ela
50 busca convencer.[...] Há uma relação carnal entre o mundo da produção da notícia e o mundo da produção das coisas e das normas. A publicidade tem, hoje, uma penetração muito grande em todas as atividades.[...] Hoje, propaga-se tudo, e a própria política é, em grande
55 parte, subordinada às suas regras. As mídias nacionais se globalizam não apenas pela chatice e mesmice das fotografias e dos títulos, mas pelos protagonistas mais presentes. Falsificam-se os eventos, já que não é propriamente o fato o que a
60 mídia nos dá, mas uma interpretação, isto é, a notícia.[...] O evento já é entregue maquiado ao leitor, ao ouvinte, ao telespectador, e é também por isso que se produzem no mundo de hoje, simultaneamente, fábulas e mitos.
SANTOS, Milton. Uma globalização perversa. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. 17.ed. Rio de Janeiro: Record, 2008, p. 37-39. Adaptado.
A afirmação sobre a passagem transcrita do texto está correta em
Questão 6
UNEB
Os últimos anos do século XX testemunharam grandes mudanças em toda face da Terra. O mundo torna-se unificado — em virtude das novas condições técnicas, bases sólidas para uma ação humana
5 mundializada. Esta, entretanto, impõe-se à maior parte da humanidade como uma globalização perversa. Consideramos, em primeiro lugar, a emergência de uma dupla tirania, a do dinheiro e a da informação, intimamente relacionadas. Ambas, juntas, fornecem as
10 bases do sistema ideológico que legitima as ações mais características da época e, ao mesmo tempo, buscam conformar segundo um novo ethos as relações sociais e interpessoais, influenciando o caráter das pessoas. A competitividade, sugerida pela produção e pelo consumo,
15 é a fonte de novos totalitarismos, mais facilmente aceitos graças à confusão de espírito que se instala. Tem as mesmas origens a produção, na base mesma da vida social, de uma violência estrutural, facilmente visível nas formas de agir dos Estados, das empresas e dos
20 indivíduos. A perversidade sistêmica é um dos seus corolários. Dentro desse quadro, as pessoas sentem-se desamparadas, o que também constitui uma incitação a que adotem, em seus comportamentos ordinários,
25 práticas que alguns decênios atrás eram moralmente condenadas. Há um verdadeiro retrocesso quanto à noção de bem público e de solidariedade, do qual é emblemático o encolhimento das funções sociais e políticas do Estado com a ampliação da pobreza e os 30 crescentes agravos à soberania, enquanto se amplia o papel político das empresas na regulação da vida social. [...] Um dos traços marcantes do atual período histórico é, pois, o papel verdadeiramente despótico da informação.[...] O que é transmitido à maioria da
35 humanidade é, de fato, uma informação manipulada que, em lugar de esclarecer, confunde.[...] O fato de que, no mundo de hoje, o discurso antecede quase obrigatoriamente uma parte substancial das ações humanas — sejam elas a técnica, a produção, o
40 consumo, o poder — explica o porquê da presença generalizada do ideológico em todos esses pontos. Não é de estranhar, pois, que realidade e ideologia se confundam na apreciação do homem comum, sobretudo orque a ideologia se insere nos objetos e apresenta-se
45 como coisa. Estamos diante de um novo “encantamento do mundo”, no qual o discurso e a retórica são o princípio e o fim. Esse imperativo e essa onipresença da informação são insidiosos, já que a informação atual tem dois rostos, um pelo qual ela busca instruir, e um outro, pelo qual ela
50 busca convencer.[...] Há uma relação carnal entre o mundo da produção da notícia e o mundo da produção das coisas e das normas. A publicidade tem, hoje, uma penetração muito grande em todas as atividades.[...] Hoje, propaga-se tudo, e a própria política é, em grande
55 parte, subordinada às suas regras. As mídias nacionais se globalizam não apenas pela chatice e mesmice das fotografias e dos títulos, mas pelos protagonistas mais presentes. Falsificam-se os eventos, já que não é propriamente o fato o que a
60 mídia nos dá, mas uma interpretação, isto é, a notícia.[...] O evento já é entregue maquiado ao leitor, ao ouvinte, ao telespectador, e é também por isso que se produzem no mundo de hoje, simultaneamente, fábulas e mitos.
SANTOS, Milton. Uma globalização perversa. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. 17.ed. Rio de Janeiro: Record, 2008, p. 37-39. Adaptado.
Sobre os aspectos linguísticos presentes no texto, é correto afirmar:
Questão 7
UNEB
O homem é um animal falante e mortal, dizia Aristóteles. E, como ele, muitos outros filósofosassociam a humanidade do homem à condição da fala. Heidegger dizia que construímos não só nossa
5 humanidade, mas também nossa singularidade através da linguagem. Para Hannah Arendt, falar nos iguala aos outros tanto quanto nos distingue deles. Ao falar, os homens se comunicam uns com os outros, e a palavra comunicar
10 quer dizer tornar comum. Como os homens falam e agem, falar e agir estão sempre associados, à medida que as palavras dão significado aos nossos atos e, assim, mostram nossas intenções, nossos princípios e motivos e, enfim, revelam a pessoa que somos.
15 A filosofia contemporânea também revelou que a realidade não subsiste em si mesma, mas só aparece como realidade quando é percebida pela nossa consciência, e se essa consciência for compartilhada com outros.
20 Do mesmo modo, a realidade do nosso eu só é assegurada quando outros nos veem, nos ouvem, quer dizer, nos testemunham. É o testemunho dos outros que nos torna reais, e que efetiva tudo o que e como fizemos e dissemos
25 As redes sociais são redes de testemunho. Em todas as épocas, as comunidades tiveram um espaço público, um cenário em que podiam aparecer para os outros e exibir sua excelência, ou seu virtuosismo. A febre de celebridade que toma conta do nosso
30 tempo leva as pessoas a se lançarem ávidas sobre qualquer oportunidade de exibição e reconhecimento, mesmo sem nenhuma excelência ou virtuosismo. Mas se o testemunho dos outros e os registros salvam nossa existência e a afirmação de nossa
35 singularidade da dissolução e do esquecimento, podem também dar uma persistência indelével ao que gostaríamos de manter no ocultamento. Ao garantir nossa exposição, esses registros e testemunhos também nos mantêm presas da
40 interpretação e da memória dos outros. Quanto mais idade temos, mais cresce o desejo de recolhimento e de estarmos abrigados da opinião pública. Isso não acontece com os jovens, que dependem dessa exibição como uma ponte para o mundo.
45 Talvez por isso se exponham sem pensar e sem querer, sem saber diferenciar o privado do que é público, sem ainda poder avaliar a preciosidade da intimidade e o valor inestimável da vida e da própria singularidade. A marca do testemunho é que ele torna os acontecimentos
50 irreversíveis, e o mal, sem remédio. Talvez seja por isso que, quando expostas nas redes sociais em uma intimidade primeiramente consentida e só depois compreendida, adolescentes tirem a própria vida.
Marque com V ou com F, conforme sejam verdadeiras ou falsas as afirmativas, em relação às ideias do texto.
( ) A linguagem, por ser o elemento comum entre o homem, o distingue dos demais seres, mas, em contrapartida, inviabiliza a sua conduta identitária, tornando-o mero componente de uma sociedade globalizada.
( ) A aceitação e o reconhecimento do ser humano como parte de um grupo, por meio de sua realidade, é o princípio norteador da condição social do homem.
( ) Toda exposição pública visa ao compartilhamento de um virtuosismo pessoal, e as redes sociais, um ineditismo da pós-modernidade, asseguram ao que foi compartilhadoa certeza de testemunhos benéficos que reforçam a sua utilidade.
( ) Em uma sociedade do espetáculo, como a brasileira, a necessidade de exposição narcisista contribui para que as redes sociais desvirtuem o seu caráter público a serviço do privado.
( ) Os compartilhamentos indevidos decorrentes da falta de valoração humana e de autoestima entre os jovens conferem às redes sociais um papel paradoxal de sua função precípua.
A alternativa que contém a sequência correta, de cima para baixo, é a
Questão 8
UNEB
O homem é um animal falante e mortal, dizia Aristóteles. E, como ele, muitos outros filósofosassociam a humanidade do homem à condição da fala. Heidegger dizia que construímos não só nossa
5 humanidade, mas também nossa singularidade através da linguagem. Para Hannah Arendt, falar nos iguala aos outros tanto quanto nos distingue deles. Ao falar, os homens se comunicam uns com os outros, e a palavra comunicar
10 quer dizer tornar comum. Como os homens falam e agem, falar e agir estão sempre associados, à medida que as palavras dão significado aos nossos atos e, assim, mostram nossas intenções, nossos princípios e motivos e, enfim, revelam a pessoa que somos.
15 A filosofia contemporânea também revelou que a realidade não subsiste em si mesma, mas só aparece como realidade quando é percebida pela nossa consciência, e se essa consciência for compartilhada com outros.
20 Do mesmo modo, a realidade do nosso eu só é assegurada quando outros nos veem, nos ouvem, quer dizer, nos testemunham. É o testemunho dos outros que nos torna reais, e que efetiva tudo o que e como fizemos e dissemos
25 As redes sociais são redes de testemunho. Em todas as épocas, as comunidades tiveram um espaço público, um cenário em que podiam aparecer para os outros e exibir sua excelência, ou seu virtuosismo. A febre de celebridade que toma conta do nosso
30 tempo leva as pessoas a se lançarem ávidas sobre qualquer oportunidade de exibição e reconhecimento, mesmo sem nenhuma excelência ou virtuosismo. Mas se o testemunho dos outros e os registros salvam nossa existência e a afirmação de nossa
35 singularidade da dissolução e do esquecimento, podem também dar uma persistência indelével ao que gostaríamos de manter no ocultamento. Ao garantir nossa exposição, esses registros e testemunhos também nos mantêm presas da
40 interpretação e da memória dos outros. Quanto mais idade temos, mais cresce o desejo de recolhimento e de estarmos abrigados da opinião pública. Isso não acontece com os jovens, que dependem dessa exibição como uma ponte para o mundo.
45 Talvez por isso se exponham sem pensar e sem querer, sem saber diferenciar o privado do que é público, sem ainda poder avaliar a preciosidade da intimidade e o valor inestimável da vida e da própria singularidade. A marca do testemunho é que ele torna os acontecimentos
50 irreversíveis, e o mal, sem remédio. Talvez seja por isso que, quando expostas nas redes sociais em uma intimidade primeiramente consentida e só depois compreendida, adolescentes tirem a própria vida.
Analisando-se a estrutura redacional em que a articulista se expressou, pode-se afirmar:
Questão 9
UNEB
O homem é um animal falante e mortal, dizia Aristóteles. E, como ele, muitos outros filósofosassociam a humanidade do homem à condição da fala. Heidegger dizia que construímos não só nossa
5 humanidade, mas também nossa singularidade através da linguagem. Para Hannah Arendt, falar nos iguala aos outros tanto quanto nos distingue deles. Ao falar, os homens se comunicam uns com os outros, e a palavra comunicar
10 quer dizer tornar comum. Como os homens falam e agem, falar e agir estão sempre associados, à medida que as palavras dão significado aos nossos atos e, assim, mostram nossas intenções, nossos princípios e motivos e, enfim, revelam a pessoa que somos.
15 A filosofia contemporânea também revelou que a realidade não subsiste em si mesma, mas só aparece como realidade quando é percebida pela nossa consciência, e se essa consciência for compartilhada com outros.
20 Do mesmo modo, a realidade do nosso eu só é assegurada quando outros nos veem, nos ouvem, quer dizer, nos testemunham. É o testemunho dos outros que nos torna reais, e que efetiva tudo o que e como fizemos e dissemos
25 As redes sociais são redes de testemunho. Em todas as épocas, as comunidades tiveram um espaço público, um cenário em que podiam aparecer para os outros e exibir sua excelência, ou seu virtuosismo. A febre de celebridade que toma conta do nosso
30 tempo leva as pessoas a se lançarem ávidas sobre qualquer oportunidade de exibição e reconhecimento, mesmo sem nenhuma excelência ou virtuosismo. Mas se o testemunho dos outros e os registros salvam nossa existência e a afirmação de nossa
35 singularidade da dissolução e do esquecimento, podem também dar uma persistência indelével ao que gostaríamos de manter no ocultamento. Ao garantir nossa exposição, esses registros e testemunhos também nos mantêm presas da
40 interpretação e da memória dos outros. Quanto mais idade temos, mais cresce o desejo de recolhimento e de estarmos abrigados da opinião pública. Isso não acontece com os jovens, que dependem dessa exibição como uma ponte para o mundo.
45 Talvez por isso se exponham sem pensar e sem querer, sem saber diferenciar o privado do que é público, sem ainda poder avaliar a preciosidade da intimidade e o valor inestimável da vida e da própria singularidade. A marca do testemunho é que ele torna os acontecimentos
50 irreversíveis, e o mal, sem remédio. Talvez seja por isso que, quando expostas nas redes sociais em uma intimidade primeiramente consentida e só depois compreendida, adolescentes tirem a própria vida.
A análise dos fragmentos retirados do texto está correta em
Questão 10
UNEB
Fragmento 1
Quem foi esse tal de Archanjo? Alguma figura exponencial, um professor, um doutor, um luminar, um prócerpolítico, ao menos um comerciante rico? Nada disso: um reles bedel da Faculdade de Medicina, pouco mais que um mendigo, praticamente um operário. Espumava o insigne cidadão e eu não lhe nego motivos para tamanha cólera.Dedicara sua existência a clamar contra o porneia, a dissolução dos costumes, os maiôs, Marx e Lênin, o abastardamento da língua portuguesa, “última flor do Lácio”,e que resultados obtivera? Nenhum: impera a pornografia nos livros, no teatro, no cinema e na vida; a dissolução dos costumes fez-se normalidade quotidiana, as moças conduzem a pílula junto ao terço, os maiôs viraram biquínis e olhe lá; como se não bastassem Marx e Lênin, aí estão Mao Tse-Tung e Fidel Castro, sem falar nos padres, todos eles possuídos do demônio; quanto a livros e língua portuguesaos tomos do ilustre acadêmico, vazados no terso e castiço idioma de Camões e publicados por conta do autor, jazem nas prateleiras das livrarias, em eterna consignação, enquanto vendem-se aos milhares os livros daqueles escribas que desprezam as regras da gramática e reduzem a língua dos clássicos a um subdialeto africano.
AMADO, Jorge. Tenda dos Milagres. 5. ed. São Paulo: Martins, 1970. p. 66.
Fragmento 2 “Não há no mundo gente melhor do que vocês, povo mais civilizado do que o povo mulato da Bahia”, dissera a sueca ao despedir-se na Tenda dos Milagres, em conversa com Lídio, Budião e Aussá. Chegara de longe, vivera com eles, dizia por saber, um saber sem restrições ou dúvidas, de real conhecimento. Por que então o doutor Nilo Argolo – catedrático de Medicina Legal na Faculdade e mentor científico da congregação, com renome de sábio e descomunal biblioteca — escrevera sobre os mestiços da Bahia ... ?
AMADO, Jorge. Tenda dos Milagres. 5. ed. São Paulo: Martins, 1970. p. 119.
Comparando-se os fragmentos destacados do romance Tenda dos Milagres e considerando-se a totalidade da obra, fica evidente
Questão 11
UNEB
Fragmento 1
Quem foi esse tal de Archanjo? Alguma figura exponencial, um professor, um doutor, um luminar, um prócerpolítico, ao menos um comerciante rico? Nada disso: um reles bedel da Faculdade de Medicina, pouco mais que um mendigo, praticamente um operário. Espumava o insigne cidadão e eu não lhe nego motivos para tamanha cólera.Dedicara sua existência a clamar contra o porneia, a dissolução dos costumes, os maiôs, Marx e Lênin, o abastardamento da língua portuguesa, “última flor do Lácio”,e que resultados obtivera? Nenhum: impera a pornografia nos livros, no teatro, no cinema e na vida; a dissolução dos costumes fez-se normalidade quotidiana, as moças conduzem a pílula junto ao terço, os maiôs viraram biquínis e olhe lá; como se não bastassem Marx e Lênin, aí estão Mao Tse-Tung e Fidel Castro, sem falar nos padres, todos eles possuídos do demônio; quanto a livros e língua portuguesaos tomos do ilustre acadêmico, vazados no terso e castiço idioma de Camões e publicados por conta do autor, jazem nas prateleiras das livrarias, em eterna consignação, enquanto vendem-se aos milhares os livros daqueles escribas que desprezam as regras da gramática e reduzem a língua dos clássicos a um subdialeto africano.
AMADO, Jorge. Tenda dos Milagres. 5. ed. São Paulo: Martins, 1970. p. 66.
Fragmento 2 “Não há no mundo gente melhor do que vocês, povo mais civilizado do que o povo mulato da Bahia”, dissera a sueca ao despedir-se na Tenda dos Milagres, em conversa com Lídio, Budião e Aussá. Chegara de longe, vivera com eles, dizia por saber, um saber sem restrições ou dúvidas, de real conhecimento. Por que então o doutor Nilo Argolo – catedrático de Medicina Legal na Faculdade e mentor científico da congregação, com renome de sábio e descomunal biblioteca — escrevera sobre os mestiços da Bahia ... ?
AMADO, Jorge. Tenda dos Milagres. 5. ed. São Paulo: Martins, 1970. p. 119.
Nos fragmentos de Tenda dos Milagres, os personagens Arcanjo e Nilo são evidenciados. Considerando-se o romance em sua totalidade, eles representam parte da sociedade soteropolitana da época.
A alternativa em que essa representação está correta é a
Questão 12
UNEB
Os homens da empresa funerária haviam feito um bom trabalho, eram competentes e treinados. Como disse o santeiro, ao passar um instante para ver como as coisas se apresentavam, “nem parecia o mesmo morto”. Penteado, barbeado, vestido de negro, camisa alta e gravata, sapatos lustrosos, era realmente Joaquim Soares da Cunha quem descansava no caixão funerário — um caixão régio (constatou satisfeita Vanda), de alças douradas, com uns babados nas bordas.
Vanda pensou que Otacília sentir-se-ia feliz no distante círculo do universo onde se encontrasse. Porque se impunha finalmente sua vontade, a filha devotada restaurara Joaquim Soares da Cunha, aquele bom, tímido e obediente esposo e pai...
AMADO, Jorge. A Morte e a Morte de Quincas Berro d’Água. 42. ed. Rio de Janeiro: Record. p. 45-47.
Considerando-se o trecho destacado no contexto da obra, a forma verbal “restaurara”, em “restaurara Joaquim Soares da Cunha”, pode ser entendida como
Questão 13
UNEB
O largo seria apenas isso não fosse a mulher que vem tropeçando muito, talvez bêbada ou uma epiléptica, quase a alcançar a escadaria do pátio da igreja. Cai, estremecendo, em silêncio.
— Misericórdia! Exclamo, já a correr, aproximando-me. E, mal me debruço para acudi-la, não tenho dúvida de que está morrendo. Dois ou três minutos de vida, no máximo.
[...]
Há a bolsa de couro, no chão, ao lado do corpo. Usada, gasta, suja. Aí, junto aos pés, é como uma parte do corpo que deve guardar os pertences da mulher. [...] a mulher no calçamento, morta, indiferente ao mundo.”
FILHO, Adonias. Um corpo sem nome. O Largo da Palma. Rio de Janeiro: Bertrand, Brasil, 2005. p. 73-74.
Fragmento 2
O que se espera, pelo mais certo das coisas, é que faleçam os avós antes dos netos, e que sejamos sepultados por nossos filhos. Do contrário, toda tristeza se multiplica pelo peso das nossas dores. Este sentimento me abrasava em gelo naquele exato instante, quando senti as palavras pontiagudas do médico, no momento da maior aflição:
— Sinto muito, acabamos de perdê-lo. Eu o havia perdido antes mesmo de sua morte. Isso era o doloroso: não poder confortá-lo e amparar-me em seus últimos hálitos. Mas como pôde meu pai morrer assim, longe de nossos olhos e palavras, atrelado ao mundo por tentáculos de monitores? Era um jeito completamente contrário aos nossos sentimentos. [...]
Era inglória a morte de meu pai, ele não a desejava assim. E isso era um peso, só agora eu o media. Ele sempre dizia não temer sua hora em sua justa vez, que se fosse dignamente ao lado dos seus, como parte de nossas vidas, como era o certo emseus bons tempos, sem as salvações por apenas uns dias e horas.
FONSECA, Aleilton. O desterro dos mortos: contos. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2001. p. 91-92.
Considerando-se os fragmentos dos textos no contexto das obras O Largo da Palma e O desterro dos mortos, marque V ou F, conforme sejam verdadeiras ou falsas, as afirmações sobre elas.
( ) Os fragmentos destacados apresentam identidade temática na medida em que abordam questões como abandono e solidão na momento da morte.
( ) A moça que morre no Largo da Palma ilustra bem um drama existencial: o anonimato de uma morte solitária.
( ) O filho que perde o pai se dá conta da solidão a que são condenados os doentes terminais em hospitais, sem a presença reconfortante de parentes e amigos.
( ) Tanto a moça que morre na Palma como o pai que morre deixando o filho saudoso representam o anonimato social, seres que morrem sem ter contribuído na construção do tecido social.
( ) As narrativas ilustram bem os problemas ligados à contemporaneidade que ocorrem como consequência dos avanços tecnológicos.
A alternativa que contém a sequência correta, de cima para baixo, é a
Questão 14
UNEB
Texto A
O Cárcere das Almas
AH! Toda alma num cárcere anda presa,
Soluçando nas trevas, entre as grades
Do calabouço olhando imensidades.
Mares, estrelas, tardes, natureza.
Tudo se veste de uma igual grandeza
Quando a alma, entre grilhões as liberdades
Sonha e, sonhando, as imortalidades
Rasga no etéreo Espaço da Pureza.
Ó almas presas, mudas e funéreas
Nas prisões colossais e abandonadas
Da Dor no calabouço, atroz, funéreo
Nesses silêncios solitários, graves,
Que chaveiro do Céu possui as chaves
Para abrir-vos as portas do mistério?!
SOUSA, João Cruz e. Poesia por Tasso de Silva. 2. ed. Rio de Janeiro: Agir, 1960. p. 73.
Texto B
Corpo no cerco
os quatro pontos do globo
os quatro cantos do céu
as quatro esquinas do quarto
o corpo todo travado
no olhar cicatrizado
nas mãos as chaves
oxi(sol)dadas
onde as portas
(de sair aonde ?)
onde o norte
só desnorte
mais a leste, sem oeste
os meus membros quatro exatos
quatro minhas as paredes
cerco do corpo no quarto
meu corpo cortado em quatro
CUNHA, Helena Parente. Corpo no cerco. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1978. p. 20-21.
Considerando-se os poemas em questão, a análise sem respaldo encontra-se em
Questão 15
UNEB
A imagem destacada, de Candido Portinari, dialoga com alguns romances da literatura regionalista, como Vidas Secas, de Graciliano Ramos, O Quinze, de Rachel de Queiroz, e Essa Terra, de Antônio Torres.
Em relação a Essa Terra, de Antônio Torres, a alternativa que está inadequada ao contexto global da obra é a
Questão 16
UNEB
It is now the year 2016, and everything is connected. Watches, glasses and even shoes have evolved to the point that they can communicate with our smartphones and laptop computers to keep us more
5 informed about how our body is interacting with the world around us. With that evolution in mind, New Balance announced its new Digital Sport division at the International Consumer Electronics Show in Las Vegaslast week.
10 The Digital Sport division’s first product will be a smart running watch, expected to hit shelves in time for the 2016 holiday season. The watch will allow runners to map their route via GPS, and listen to their music without being attached to their smartphone.
15 The Digital Sport line will set out with a three-pronged approach:
• Devices, such as the Android Wear-powered smartwatch.
• Embedded technology, for example, intelligent
20 sensors integrated into New Balance shoes and clothing
• Performance sport, including a micro-fob that analyzes and reports on an athlete’s performance.
Disponível em: . Acesso em: 2 fev. 2016. Adaptado
Fill in the parentheses with T (True) or F (False). About the New Balance new line of products, it’s correct to say:
( ) Fitness-related sensors are planned to be built into its clothes and footwear.
( ) Its smartwatch will be able to track routes without the aid of GPS.
( ) Its smartwatcher’s wearers won’t need to carry a smartphone so as to listen to music.
( ) The general public has not yet had access to the products of its Digital Sport line.
The correct sequence, from top to bottom, is
Questão 17
UNEB
Violencia animal
Es alarmante lo mucho que creemos haber
evolucionado y lo poco que lo demostramos. En pleno
siglo XXI aún resulta habitual la existencia de casos
extremos de maltrato animal. Las redes sociales hacen
5 virales vídeos que así lo demuestran, los cuales, a pesar
de ser vistos por millones de personas en todo el mundo,
no logran más que conmocionarnos durante un instante
para después pasar de nuevo al olvido. Un sentimiento
expresado en 140 caracteres no es suficiente para
10 marcar la diferencia. Me pregunto si algún día seremos
capaces de atravesar la pantalla y abordar los problemas
It is now the year 2016, and everything is connected. Watches, glasses and even shoes have evolved to the point that they can communicate with our smartphones and laptop computers to keep us more
5 informed about how our body is interacting with the world around us. With that evolution in mind, New Balance announced its new Digital Sport division at the International Consumer Electronics Show in Las Vegaslast week.
10 The Digital Sport division’s first product will be a smart running watch, expected to hit shelves in time for the 2016 holiday season. The watch will allow runners to map their route via GPS, and listen to their music without being attached to their smartphone.
15 The Digital Sport line will set out with a three-pronged approach:
• Devices, such as the Android Wear-powered smartwatch.
• Embedded technology, for example, intelligent
20 sensors integrated into New Balance shoes and clothing
• Performance sport, including a micro-fob that analyzes and reports on an athlete’s performance.
It is now the year 2016, and everything is connected. Watches, glasses and even shoes have evolved to the point that they can communicate with our smartphones and laptop computers to keep us more
5 informed about how our body is interacting with the world around us. With that evolution in mind, New Balance announced its new Digital Sport division at the International Consumer Electronics Show in Las Vegaslast week.
10 The Digital Sport division’s first product will be a smart running watch, expected to hit shelves in time for the 2016 holiday season. The watch will allow runners to map their route via GPS, and listen to their music without being attached to their smartphone.
15 The Digital Sport line will set out with a three-pronged approach:
• Devices, such as the Android Wear-powered smartwatch.
• Embedded technology, for example, intelligent
20 sensors integrated into New Balance shoes and clothing
• Performance sport, including a micro-fob that analyzes and reports on an athlete’s performance.
Considering language use in the text, it’s correct to say:
Questão 21
UNEB
La envidia
Como el colesterol y tantas otras sustancias y emociones, hay una envidia mala y otra buena. La negativa paraliza de rencor. La positiva afila el ingenio. Una es roma y la otra puntiaguda. La primea duele por
5 todo el cuerpo para paralizarlo, la segunda cae certeramente sobre la mente para acuciarla. Sin envidia no habría ejemplaridad ni buena parte de la determinación. La envidia buena empuja hasta la creación. Por el contario, la envidia negativa, entontece,
10 ciega y, finalmente, nos desbarata. Tiende a ovillar a la persona en sí y
De acuerdo con el texto, es correcto afirmar que la envidia
Questão 22
UNEB
La envidia
Como el colesterol y tantas otras sustancias y emociones, hay una envidia mala y otra buena. La negativa paraliza de rencor. La positiva afila el ingenio. Una es roma y la otra puntiaguda. La primea duele por
5 todo el cuerpo para paralizarlo, la segunda cae certeramente sobre la mente para acuciarla. Sin envidia no habría ejemplaridad ni buena parte de la determinación. La envidia buena empuja hasta la creación. Por el contario, la envidia negativa, entontece,
10 ciega y, finalmente, nos desbarata. Tiende a ovillar a la persona en sí y
The question to which there is no answer in this song is
Questão 25
UNEB
TEXTO:
Es posible inferir que la autora de la viñeta
Questão 26
UNEB
LET’S TAKE CARE
OF OUR PLANET TOGETHER
Let’s work together to save water.
Water is essential for life on earth,
so please help us to save it.
Your bedclothes are changed daily.
5 You can choose to keep them one more day by
reversing this card and putting it on your pillow.
This message is commonly seen at
Questão 27
UNEB
TEXTO:
En la viñeta,
Questão 28
UNEB
Un país de ensueño
Sueño con un país donde los políticos entienden el diálogo como una vía imprescindible para arreglar los problemas de la gente, donde el consenso es básico para legislar leyes que duren más allá de una legislatura,
5 donde los políticos se esfuerzan en resolver problemas y no crear otros nuevos. Un país donde los gobernantes no tratan a los ciudadanos como imbéciles, donde la democracia sea algo más que votar cada cierto tiempo y el Estado de derecho se respete como base esencial
10 del sistema democrático, la estabilidad y el progreso social.
reversing this card and putting it on your pillow.
The ‘s in “Let’s” (l. 1) is the contraction of
Questão 30
UNEB
Un país de ensueño
Sueño con un país donde los políticos entienden el diálogo como una vía imprescindible para arreglar los problemas de la gente, donde el consenso es básico para legislar leyes que duren más allá de una legislatura,
5 donde los políticos se esfuerzan en resolver problemas y no crear otros nuevos. Un país donde los gobernantes no tratan a los ciudadanos como imbéciles, donde la democracia sea algo más que votar cada cierto tiempo y el Estado de derecho se respete como base esencial
10 del sistema democrático, la estabilidad y el progreso social.
Presenting themselves as representatives of a Rio de Janeiro contractor interested in collaborating on works following the mudslide tragedy in Mariana (MG), a group falsified documents, rented ten vehicles, cleaned the mud
5 for days and then disappeared, taking part of the equipment and causing a loss of R$ 2 million to companies and workers of the city. According to the mayor, the group filed the request for service in City Hall before starting the works. “The
10 company came in early December saying they wouldprovide equipment to assist in the tragedy,” said DuarteJúnior. In January, they began to remove the mud from theaffected sites. ”After a week, they said they would take15 the equipment to be serviced,” said the mayor. The vehicles had trackers, but they were disabled by the group. In total, a pickup truck, three backhoe loaders and a hydraulic excavator were stolen.
Sueño con un país donde los políticos entienden el diálogo como una vía imprescindible para arreglar los problemas de la gente, donde el consenso es básico para legislar leyes que duren más allá de una legislatura,
5 donde los políticos se esfuerzan en resolver problemas y no crear otros nuevos. Un país donde los gobernantes no tratan a los ciudadanos como imbéciles, donde la democracia sea algo más que votar cada cierto tiempo y el Estado de derecho se respete como base esencial
10 del sistema democrático, la estabilidad y el progreso social.
En cuanto al uso de los aspectos lingüísticos del texto, es correcto afirmar:
Questão 33
UNEB
TEXTO:
“cierto” (l. 8) tiene valor afirmativo.
Questão 34
UNEB
TEXTO:
Presenting themselves as representatives of a Rio de Janeiro contractor interested in collaborating on works following the mudslide tragedy in Mariana (MG), a group falsified documents, rented ten vehicles, cleaned the mud
5 for days and then disappeared, taking part of the equipment and causing a loss of R$ 2 million to companies and workers of the city. According to the mayor, the group filed the request for service in City Hall before starting the works. “The 10 company came in early December saying they wouldprovide equipment to assist in the tragedy,” said DuarteJúnior. In January, they began to remove the mud from theaffected sites. ”After a week, they said they would take15 the equipment to be serviced,” said the mayor. The vehicles had trackers, but they were disabled by the group. In total, a pickup truck, three backhoe loaders and a hydraulic excavator were stolen.
The vehicles mentioned in the text couldn’t be found because
Questão 35
UNEB
The boy in this cartoon
Questão 36
UNEB
TEXTO:
Sobre los aspectos lingüísticos de la viñeta, es correcto afirmar:
Questão 37
UNEB
A análise da ilustração e os conhecimentos sobre o movimento de translação da Terra permitem corretamente afirmar que
Questão 38
UNEB
“Ambientes que são restos de relevo salientes, em meio a uma paisagem de planície semiárida, oriunda de longa história erosiva relacionada a processos secos”. (Ab´Saber) A ilustração e a informação se referem a um tipo de relevo corretamente identificado e caracterizado na alternativa
Questão 39
UNEB
Diz a Constituição que todo poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente. A ética republicana impõe a separação entre o público e o privado, bem como a democracia, que se caracteriza pelo poder do povo. Não só através dos seus representantes, mas também diretamente. Manifestações públicas são expressão da democracia direta. A ocupação da cidade pelos seus habitantes é oque dá a exata dimensão da cidadania. A criminalização dos manifestantes e dos movimentos sociais é expressão da violência ilegítima do Estado e da truculência contra a democracia. É uma violação da ética que há de orientar as relações públicas, tendo-se o Estado como ente instituído e a sociedade como instituidora e titular de todo poder. A ética republicana impõe assim o reconhecimento da supremacia da sociedade sobre o Estado. A realização do Estado Democrático de Direito pressupõe o respeito absoluto e incondicional aos valores jurídicos que lhe são próprios, o exercício das funções públicas para a proteção dos direitos da pessoa humana e a realizaçãodas liberdades públicas, a democratização da estrutura do Estado, a atuação estatal transparente que permita ao cidadão o controle de seu funcionamento e a promoção e a defesa dos princípios da democracia pluralista e a difusão da cultura jurídica democrática. São frequentes as mobilizações para a guerra, mas havemos de mobilizar para a paz; são frequentes as mobilizações para a ‘demonização’ de pessoas ou grupos sociais, notadamente daqueles que se situam no campo dos excluídos, e nesse sentido setores da mídia têm prestado grande desserviços aos direitos humanos, mas havemos de mobilizar para a garantia dos direitos.
(DAMASCENO*, 2016).
*João Batista Damasceno é doutor em Ciência Política pela UFF e juiz de Direito.
O debate sobre a “ética republicana” adquiriu grande importância na sociedade
Questão 40
UNEB
Diz a Constituição que todo poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente. A ética republicana impõe a separação entre o público e o privado, bem como a democracia, que se caracteriza pelo poder do povo. Não só através dos seus representantes, mas também diretamente. Manifestações públicas são expressão da democracia direta. A ocupação da cidade pelos seus habitantes é oque dá a exata dimensão da cidadania. A criminalização dos manifestantes e dos movimentos sociais é expressão da violência ilegítima do Estado e da truculência contra a democracia. É uma violação da ética que há de orientar as relações públicas, tendo-se o Estado como ente instituído e a sociedade como instituidora e titular de todo poder. A ética republicana impõe assim o reconhecimento da supremacia da sociedade sobre o Estado. A realização do Estado Democrático de Direito pressupõe o respeito absoluto e incondicional aos valores jurídicos que lhe são próprios, o exercício das funções públicas para a proteção dos direitos da pessoa humana e a realizaçãodas liberdades públicas, a democratização da estrutura do Estado, a atuação estatal transparente que permita ao cidadão o controle de seu funcionamento e a promoção e a defesa dos princípios da democracia pluralista e a difusão da cultura jurídica democrática. São frequentes as mobilizações para a guerra, mas havemos de mobilizar para a paz; são frequentes as mobilizações para a ‘demonização’ de pessoas ou grupos sociais, notadamente daqueles que se situam no campo dos excluídos, e nesse sentido setores da mídia têm prestado grande desserviços aos direitos humanos, mas havemos de mobilizar para a garantia dos direitos.
(DAMASCENO*, 2016).
*João Batista Damasceno é doutor em Ciência Política pela UFF e juiz de Direito
A conquista da cidadania tem sido um processo lento, que tem variado conforme o tempo histórico, e, também, entre as diferentes sociedades, podendo-se, dessa forma, corretamente afirmar:
Questão 41
UNEB
Diz a Constituição que todo poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente. A ética republicana impõe a separação entre o público e o privado, bem como a democracia, que se caracteriza pelo poder do povo. Não só através dos seus representantes, mas também diretamente. Manifestações públicas são expressão da democracia direta. A ocupação da cidade pelos seus habitantes é oque dá a exata dimensão da cidadania. A criminalização dos manifestantes e dos movimentos sociais é expressão da violência ilegítima do Estado e da truculência contra a democracia. É uma violação da ética que há de orientar as relações públicas, tendo-se o Estado como ente instituído e a sociedade como instituidora e titular de todo poder. A ética republicana impõe assim o reconhecimento da supremacia da sociedade sobre o Estado. A realização do Estado Democrático de Direito pressupõe o respeito absoluto e incondicional aos valores jurídicos que lhe são próprios, o exercício das funções públicas para a proteção dos direitos da pessoa humana e a realizaçãodas liberdades públicas, a democratização da estrutura do Estado, a atuação estatal transparente que permita ao cidadão o controle de seu funcionamento e a promoção e a defesa dos princípios da democracia pluralista e a difusão da cultura jurídica democrática. São frequentes as mobilizações para a guerra, mas havemos de mobilizar para a paz; são frequentes as mobilizações para a ‘demonização’ de pessoas ou grupos sociais, notadamente daqueles que se situam no campo dos excluídos, e nesse sentido setores da mídia têm prestado grande desserviços aos direitos humanos, mas havemos de mobilizar para a garantia dos direitos.
(DAMASCENO*, 2016).
*João Batista Damasceno é doutor em Ciência Política pela UFF e juiz de Direito
Em relação ao pensamento identificado no texto,“Manifestações públicas são expressão da democracia direta. A ocupação da cidade pelos seus habitantes é o que dá a exata dimensão da cidadania”, pode-se citar, como exemplo deste exercício de cidadania,
Questão 42
UNEB
Diz a Constituição que todo poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente. A ética republicana impõe a separação entre o público e o privado, bem como a democracia, que se caracteriza pelo poder do povo. Não só através dos seus representantes, mas também diretamente. Manifestações públicas são expressão da democracia direta. A ocupação da cidade pelos seus habitantes é oque dá a exata dimensão da cidadania. A criminalização dos manifestantes e dos movimentos sociais é expressão da violência ilegítima do Estado e da truculência contra a democracia. É uma violação da ética que há de orientar as relações públicas, tendo-se o Estado como ente instituído e a sociedade como instituidora e titular de todo poder. A ética republicana impõe assim o reconhecimento da supremacia da sociedade sobre o Estado. A realização do Estado Democrático de Direito pressupõe o respeito absoluto e incondicional aos valores jurídicos que lhe são próprios, o exercício das funções públicas para a proteção dos direitos da pessoa humana e a realizaçãodas liberdades públicas, a democratização da estrutura do Estado, a atuação estatal transparente que permita ao cidadão o controle de seu funcionamento e a promoção e a defesa dos princípios da democracia pluralista e a difusão da cultura jurídica democrática. São frequentes as mobilizações para a guerra, mas havemos de mobilizar para a paz; são frequentes as mobilizações para a ‘demonização’ de pessoas ou grupos sociais, notadamente daqueles que se situam no campo dos excluídos, e nesse sentido setores da mídia têm prestado grande desserviços aos direitos humanos, mas havemos de mobilizar para a garantia dos direitos.
(DAMASCENO*, 2016).
*João Batista Damasceno é doutor em Ciência Política pela UFF e juiz de Direito
No Brasil, tem-se como exemplo do mesmo pensamento
Questão 43
UNEB
Diz a Constituição que todo poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente. A ética republicana impõe a separação entre o público e o privado, bem como a democracia, que se caracteriza pelo poder do povo. Não só através dos seus representantes, mas também diretamente. Manifestações públicas são expressão da democracia direta. A ocupação da cidade pelos seus habitantes é oque dá a exata dimensão da cidadania. A criminalização dos manifestantes e dos movimentos sociais é expressão da violência ilegítima do Estado e da truculência contra a democracia. É uma violação da ética que há de orientar as relações públicas, tendo-se o Estado como ente instituído e a sociedade como instituidora e titular de todo poder. A ética republicana impõe assim o reconhecimento da supremacia da sociedade sobre o Estado. A realização do Estado Democrático de Direito pressupõe o respeito absoluto e incondicional aos valores jurídicos que lhe são próprios, o exercício das funções públicas para a proteção dos direitos da pessoa humana e a realizaçãodas liberdades públicas, a democratização da estrutura do Estado, a atuação estatal transparente que permita ao cidadão o controle de seu funcionamento e a promoção e a defesa dos princípios da democracia pluralista e a difusão da cultura jurídica democrática. São frequentes as mobilizações para a guerra, mas havemos de mobilizar para a paz; são frequentes as mobilizações para a ‘demonização’ de pessoas ou grupos sociais, notadamente daqueles que se situam no campo dos excluídos, e nesse sentido setores da mídia têm prestado grande desserviços aos direitos humanos, mas havemos de mobilizar para a garantia dos direitos.
(DAMASCENO*, 2016).
*João Batista Damasceno é doutor em Ciência Política pela UFF e juiz de Direito
“A criminalização dos manifestantes e dos movimentos sociais é expressão da violência ilegítima do Estado e da truculência contra a democracia”, fato que pode ser observado na ação do Estado brasileiro em relação
Questão 44
UNEB
Diz a Constituição que todo poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente. A ética republicana impõe a separação entre o público e o privado, bem como a democracia, que se caracteriza pelo poder do povo. Não só através dos seus representantes, mas também diretamente. Manifestações públicas são expressão da democracia direta. A ocupação da cidade pelos seus habitantes é oque dá a exata dimensão da cidadania. A criminalização dos manifestantes e dos movimentos sociais é expressão da violência ilegítima do Estado e da truculência contra a democracia. É uma violação da ética que há de orientar as relações públicas, tendo-se o Estado como ente instituído e a sociedade como instituidora e titular de todo poder. A ética republicana impõe assim o reconhecimento da supremacia da sociedade sobre o Estado. A realização do Estado Democrático de Direito pressupõe o respeito absoluto e incondicional aos valores jurídicos que lhe são próprios, o exercício das funções públicas para a proteção dos direitos da pessoa humana e a realizaçãodas liberdades públicas, a democratização da estrutura do Estado, a atuação estatal transparente que permita ao cidadão o controle de seu funcionamento e a promoção e a defesa dos princípios da democracia pluralista e a difusão da cultura jurídica democrática. São frequentes as mobilizações para a guerra, mas havemos de mobilizar para a paz; são frequentes as mobilizações para a ‘demonização’ de pessoas ou grupos sociais, notadamente daqueles que se situam no campo dos excluídos, e nesse sentido setores da mídia têm prestado grande desserviços aos direitos humanos, mas havemos de mobilizar para a garantia dos direitos.
(DAMASCENO*, 2016).
*João Batista Damasceno é doutor em Ciência Política pela UFF e juiz de Direito
Na história da sociedade ocidental, pode-se corretamente inferir, como exemplo de “setores da mídia que têm prestado grande desserviços aos direitos humanos”,
Questão 45
UNEB
A evolução política brasileira esteve associada à dos direitos do cidadão, o que permite corretamente inferir que
Questão 46
UNEB
Os emergentes submergiram
Depois de um período de otimismo e bonança econômica, os Brics enfrentam recessão grave, desaceleração do PIB e inflação fora de controle Em 2001, quando a sigla Bric foi criada pelo economista inglês Jim O´Neill para designar os emergentes, Brasil, Rússia, Índia e China (mais tarde, a África do Sul acrescentaria o “S” ao termo), analistas previam que esses países avançariam em ritmo maior do que o restante do mundo e que, embora não formassem um bloco econômico, teriam força suficiente para impulsionar o crescimento global. Exatos 15 anos depois, a realidade é bem diferente. O Brasil, que chegou a ser um dos alvos preferenciais dos investidores estrangeiros, está em recessão — que pode ser a mais profunda em um século — e perdeu o selo de bom pagador das agências de classificação de risco. Segunda maior força financeira mundial, a China, cujo PIB chegou a acelerar mais do que dois dígitos, terá em 2016 o seu pior desempenho econômico em 26 anos. Na Rússia, que está em guerra com a vizinha Ucrânia, o PIB encolheu 4% em 2015 e até a Índia, que estava em vias de se tornar a queridinha do mercado internacional, enfrenta uma maré negativa, com o resultado econômico mais fraco em 5 anos. (AMARAL, 2016, p. 54).
A denominação “emergentes”, aplicada a um grupo de países, buscou identificar aqueles que, em geral, se caracterizavam pela desigualdade social e pela dependência com o exterior, aspectos que têm suas origens históricas
Questão 47
UNEB
Os emergentes submergiram
Depois de um período de otimismo e bonança econômica, os Brics enfrentam recessão grave, desaceleração do PIB e inflação fora de controle Em 2001, quando a sigla Bric foi criada pelo economista inglês Jim O´Neill para designar os emergentes, Brasil, Rússia, Índia e China (mais tarde, a África do Sul acrescentaria o “S” ao termo), analistas previam que esses países avançariam em ritmo maior do que o restante do mundo e que, embora não formassem um bloco econômico, teriam força suficiente para impulsionar o crescimento global. Exatos 15 anos depois, a realidade é bem diferente. O Brasil, que chegou a ser um dos alvos preferenciais dos investidores estrangeiros, está em recessão — que pode ser a mais profunda em um século — e perdeu o selo de bom pagador das agências de classificação de risco. Segunda maior força financeira mundial, a China, cujo PIB chegou a acelerar mais do que dois dígitos, terá em 2016 o seu pior desempenho econômico em 26 anos. Na Rússia, que está em guerra com a vizinha Ucrânia, o PIB encolheu 4% em 2015 e até a Índia, que estava em vias de se tornar a queridinha do mercado internacional, enfrenta uma maré negativa, com o resultado econômico mais fraco em 5 anos. (AMARAL, 2016, p. 54).
O crescimento ocorrido no Brasil, na Rússia, na Índia, na China e na África do Sul, no período citado no texto, aproximadamente, entre 2001 e 2014, decorreu de um conjunto de diversos fatores e de condições externas e internas favoráveis. Dentre eles, pode-se corretamente identificar,
Questão 48
UNEB
A urbanização, por se tratar de um processo, se concretiza quando o percentual da população urbana é superior ao da população rural.
Sobre a urbanização mundial, é correto afirmar:
Questão 49
UNEB
Com base na análise da ilustração, aliada aos conhecimentos referentes ao comércio mundal, marque V nas afirmativas verdadeiras e F, nas falsas.
( ) A teoria contrária ao protecionismo é o livre comércio.
( ) O papel da Organização Mundial do Comércio (OMC) é de promover a liberação dos atos protecionistas praticados pelos países desenvolvidos.
( ) A criação de altas tarifas e de normas técnicas de qualidade para produtos estrangeiros são medidas protecionistas.
( ) Em consequência do protecionismo, a indústria e a agricultura, em âmbito nacional, são protegidas.
( ) O Brasil, como qualquer país em desenvolvimento, em nenhum momento de sua trajetória político-econômica adotou barreiras em relação a produtos importados.
A alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo, é a
Questão 50
UNEB
A velocidade das tranformações geopolíticas no cenário internacional, ocorridas no pós-Guerra Fria, foi considerável, fato que desatualizou, praticamente, todos os manuais e atlas geográficos elaborados até aquela data.
A partir dessa informação, aliada aos conhecimentos sobre o espaço geopolítico mundial do pós-Guerra Fria, é correto afirmar que a
Questão 51
UNEB
A análise da charge e os conhecimentos sobre o desenvolvimento do capitalismo permitem corretamente afirmar que a situação descrita se refere
Questão 52
UNEB
Com base na análise da tabela e os conhecimentos sobre fontes de energia, pode-se corretamente afirmar:
Questão 53
UNEB
A análise do mapa e dos climogramas, aliada aos conhecimentos acerca dos elementos bióticos e abióticos da paisagem brasileira, permite afirmar que
Questão 54
UNEB
Sobre a população brasileira, marque V nas afirmativas verdadeiras e F, nas falsas.
( ) A queda da taxa de mortalidade, após a Segunda Guerra Mundial, foi acompanhada, com a mesma intensidade, pela diminuição das taxas de natalidade e de fecundidade.
( ) O envelhecimento da população verificado nos últimos anos decorre em função do aumento do crescimento vegetativo e da expectativa de vida.
( ) As migrações internas são responsáveis pela difusão da população pelo território nacional e pela existência de equilíbrio nas estruturas, por sexo, por idade e por ocupação, nas macrorregiões do país.
( ) Uma característica marcante das últimas décadas foi a redução da fecundidade, transformação que mudou a configuração da base da pirâmide etária.
( ) A imigração italiana representou o segundo maior fluxo imigratorio para o país, cuja escassez de mão de obra para cafeicultura constituiu um forte fator atrativo para essa imigração, principalmente na Região Sudeste.
A alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo, é a
Questão 55
UNEB
O espaço geográfico industrial e agrícola é fruto das relações de trabalho, que o transformam para atender a ótica do capitalismo.
Sobre o espaço de produção industrial e agrícola brasileiro, marque V nas afirmativas verdadeiras e F, nas falsas.
( ) A concentração da atividade industrial em São Paulo e Rio de Janeiro, no final do século XIX, ocorreu em função, entre outros fatores, da acumulação do capital decorrente do domínio da cafeicultura no Sudeste e da imigração estrangeira.
( ) A Região Nordeste ocupa a terceira posição no contexto industrial brasileiro, com destaque para os estados de Pernambuco e Bahia, sendo que, nesse último, sobressaem-se as indústrias petroquímicas, que utilzam petróleo extraído do recôncavo baiano.
( ) Entre os pilares da Revolução Verde, implantada no país no final do século passado, estão, principalmente, a revitalização dos biomas degradados e o surgimento dos movimentos sociais no campo.
( ) Os estabelecimentos da agricultura não familiar, na estrutura fundiária, predominam em número, herança histórica que denuncia a concentração de terras, a exclusão social e a política agrícola voltada para o mercado externo.
( ) Os orgânicos estão presentes principalmente nas pequenas e médias propriedades, sendo o Estado da Bahia o que apresenta o maior número de produtores, organizados em associações ou organizações.
A alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo, é a
Questão 56
UNEB
Sobre os aspectos físicos da Região Nordeste brasileira, é correto afirmar: