EPCAR* 2009
50 Questões
Leia o texto a seguir e responda a questão.
Texto
A língua da união
Com a chegada da família real ao Brasil, há duzentos anos, o idioma português se torna símbolo de unidade, mas não deixa de exprimir a diversidade da sua formação.
Mais do que o sistema de signos dos lingüistas, mais do
que o conjunto de regras e vocábulos dos gramáticos, uma
língua, para os que vivem imersos nela, é toda uma forma de
estar no mundo. Quando a família real portuguesa concluiu sua
[5] aventurosa travessia atlântica e desembarcou no Rio de Janeiro,
em 08 de março de 1808, trazia consigo costumes e uma
tradição que não se exprimiam apenas em roupas elaboradas,
rapapés cansativos ou cerimônias suntuosas. Era antes na
ponta da língua que Portugal, abandonado às pressas, ainda se
[10] manifestava, de forma mais corriqueira e insistente, do lado de
cá do oceano.
Quando a família real portuguesa chega ao Rio, o
português já era uma língua vitoriosa no Brasil Colônia. Mesmo
assim o impacto causado pela presença da corte é tão grande
[15] que a língua portuguesa mestiça falada no Brasil passa por um
momento decisivo. A grande novidade é a palavra escrita, cuja
circulação no Brasil ganha um grande impulso com a criação da
Imprensa Régia. Dom João também transfere para cá sua Real
Biblioteca, hoje Biblioteca Nacional, importante símbolo de
[20] poder. Em 1808, o Rio se torna um caldeirão social e cultural:
cerca de 15 mil portugueses desembarcam em pouco tempo,
fugidos das tropas de Napoleão, e outros tantos estrangeiros
vêm à cidade devido à abertura dos portos. A língua, falada e
escrita, reflete toda essa efervescência.
[25] O Rio se torna capital imperial, centro de poder e
prestígio, e o brasileiro não é mais um colonizado a falar a
língua do dominador. A presença da nobreza conferiu à vida
carioca caráter modelar. Entre os códigos de elegância a serem
copiados, a língua era tão importante quanto as maneiras e os
[30] penteados.
A corte traz novos comportamentos, outra forma de servir
à mesa, de se vestir, novos costumes. Acaba-se com a reclusão
das mulheres, que saem e fazem compras. Passa a ser
elegante falar como se falava na corte − diz o embaixador,
[35] escritor e acadêmico Alberto da Costa e Silva, que preside a
comissão de comemoração do bicentenário organizado pela
Prefeitura. − Houve um contágio do modo de pronunciar o
português metropolitano sobre as classes mais altas,
teoricamente privilegiadas, do Rio de Janeiro. Um contágio que
[40] não poderia deixar de propagar-se pelas outras partes da
população, que procuravam seguir, como sempre acontece, as
normas da elite. Mas o diálogo ocorre nos dois sentidos. Da
mesma maneira, algumas formas do português local, desse
português inchado de expressões indígenas e africanas,
[45] também passam da massa para a elite.
Maria de Lourdes Parreira Horta, diretora do museu
Imperial, considera que o impacto da mudança da corte sobre a
língua deveria ser mais estudado.
“A principal bagagem que trazem de Lisboa é a
[50] linguagem, esse português castiço distinto do que era falado
aqui. Se considerarmos que a linguagem é estruturante do
pensamento, a importância da presença portuguesa fica mais
clara” – diz.
(O Globo, 21 de março de 2008/ Adaptação)
A partir do título do texto, depreende-se que
Leia o texto a seguir e responda a questão.
Texto
A língua da união
Com a chegada da família real ao Brasil, há duzentos anos, o idioma português se torna símbolo de unidade, mas não deixa de exprimir a diversidade da sua formação.
Mais do que o sistema de signos dos lingüistas, mais do
que o conjunto de regras e vocábulos dos gramáticos, uma
língua, para os que vivem imersos nela, é toda uma forma de
estar no mundo. Quando a família real portuguesa concluiu sua
[5] aventurosa travessia atlântica e desembarcou no Rio de Janeiro,
em 08 de março de 1808, trazia consigo costumes e uma
tradição que não se exprimiam apenas em roupas elaboradas,
rapapés cansativos ou cerimônias suntuosas. Era antes na
ponta da língua que Portugal, abandonado às pressas, ainda se
[10] manifestava, de forma mais corriqueira e insistente, do lado de
cá do oceano.
Quando a família real portuguesa chega ao Rio, o
português já era uma língua vitoriosa no Brasil Colônia. Mesmo
assim o impacto causado pela presença da corte é tão grande
[15] que a língua portuguesa mestiça falada no Brasil passa por um
momento decisivo. A grande novidade é a palavra escrita, cuja
circulação no Brasil ganha um grande impulso com a criação da
Imprensa Régia. Dom João também transfere para cá sua Real
Biblioteca, hoje Biblioteca Nacional, importante símbolo de
[20] poder. Em 1808, o Rio se torna um caldeirão social e cultural:
cerca de 15 mil portugueses desembarcam em pouco tempo,
fugidos das tropas de Napoleão, e outros tantos estrangeiros
vêm à cidade devido à abertura dos portos. A língua, falada e
escrita, reflete toda essa efervescência.
[25] O Rio se torna capital imperial, centro de poder e
prestígio, e o brasileiro não é mais um colonizado a falar a
língua do dominador. A presença da nobreza conferiu à vida
carioca caráter modelar. Entre os códigos de elegância a serem
copiados, a língua era tão importante quanto as maneiras e os
[30] penteados.
A corte traz novos comportamentos, outra forma de servir
à mesa, de se vestir, novos costumes. Acaba-se com a reclusão
das mulheres, que saem e fazem compras. Passa a ser
elegante falar como se falava na corte − diz o embaixador,
[35] escritor e acadêmico Alberto da Costa e Silva, que preside a
comissão de comemoração do bicentenário organizado pela
Prefeitura. − Houve um contágio do modo de pronunciar o
português metropolitano sobre as classes mais altas,
teoricamente privilegiadas, do Rio de Janeiro. Um contágio que
[40] não poderia deixar de propagar-se pelas outras partes da
população, que procuravam seguir, como sempre acontece, as
normas da elite. Mas o diálogo ocorre nos dois sentidos. Da
mesma maneira, algumas formas do português local, desse
português inchado de expressões indígenas e africanas,
[45] também passam da massa para a elite.
Maria de Lourdes Parreira Horta, diretora do museu
Imperial, considera que o impacto da mudança da corte sobre a
língua deveria ser mais estudado.
“A principal bagagem que trazem de Lisboa é a
[50] linguagem, esse português castiço distinto do que era falado
aqui. Se considerarmos que a linguagem é estruturante do
pensamento, a importância da presença portuguesa fica mais
clara” – diz.
(O Globo, 21 de março de 2008/ Adaptação)
Segundo o texto, é INCORRETO afirmar que
Leia o texto a seguir e responda a questão.
Texto
A língua da união
Com a chegada da família real ao Brasil, há duzentos anos, o idioma português se torna símbolo de unidade, mas não deixa de exprimir a diversidade da sua formação.
Mais do que o sistema de signos dos lingüistas, mais do
que o conjunto de regras e vocábulos dos gramáticos, uma
língua, para os que vivem imersos nela, é toda uma forma de
estar no mundo. Quando a família real portuguesa concluiu sua
[5] aventurosa travessia atlântica e desembarcou no Rio de Janeiro,
em 08 de março de 1808, trazia consigo costumes e uma
tradição que não se exprimiam apenas em roupas elaboradas,
rapapés cansativos ou cerimônias suntuosas. Era antes na
ponta da língua que Portugal, abandonado às pressas, ainda se
[10] manifestava, de forma mais corriqueira e insistente, do lado de
cá do oceano.
Quando a família real portuguesa chega ao Rio, o
português já era uma língua vitoriosa no Brasil Colônia. Mesmo
assim o impacto causado pela presença da corte é tão grande
[15] que a língua portuguesa mestiça falada no Brasil passa por um
momento decisivo. A grande novidade é a palavra escrita, cuja
circulação no Brasil ganha um grande impulso com a criação da
Imprensa Régia. Dom João também transfere para cá sua Real
Biblioteca, hoje Biblioteca Nacional, importante símbolo de
[20] poder. Em 1808, o Rio se torna um caldeirão social e cultural:
cerca de 15 mil portugueses desembarcam em pouco tempo,
fugidos das tropas de Napoleão, e outros tantos estrangeiros
vêm à cidade devido à abertura dos portos. A língua, falada e
escrita, reflete toda essa efervescência.
[25] O Rio se torna capital imperial, centro de poder e
prestígio, e o brasileiro não é mais um colonizado a falar a
língua do dominador. A presença da nobreza conferiu à vida
carioca caráter modelar. Entre os códigos de elegância a serem
copiados, a língua era tão importante quanto as maneiras e os
[30] penteados.
A corte traz novos comportamentos, outra forma de servir
à mesa, de se vestir, novos costumes. Acaba-se com a reclusão
das mulheres, que saem e fazem compras. Passa a ser
elegante falar como se falava na corte − diz o embaixador,
[35] escritor e acadêmico Alberto da Costa e Silva, que preside a
comissão de comemoração do bicentenário organizado pela
Prefeitura. − Houve um contágio do modo de pronunciar o
português metropolitano sobre as classes mais altas,
teoricamente privilegiadas, do Rio de Janeiro. Um contágio que
[40] não poderia deixar de propagar-se pelas outras partes da
população, que procuravam seguir, como sempre acontece, as
normas da elite. Mas o diálogo ocorre nos dois sentidos. Da
mesma maneira, algumas formas do português local, desse
português inchado de expressões indígenas e africanas,
[45] também passam da massa para a elite.
Maria de Lourdes Parreira Horta, diretora do museu
Imperial, considera que o impacto da mudança da corte sobre a
língua deveria ser mais estudado.
“A principal bagagem que trazem de Lisboa é a
[50] linguagem, esse português castiço distinto do que era falado
aqui. Se considerarmos que a linguagem é estruturante do
pensamento, a importância da presença portuguesa fica mais
clara” – diz.
(O Globo, 21 de março de 2008/ Adaptação)
Assinale a alternativa correta.
Leia o texto a seguir e responda a questão.
Texto
A língua da união
Com a chegada da família real ao Brasil, há duzentos anos, o idioma português se torna símbolo de unidade, mas não deixa de exprimir a diversidade da sua formação.
Mais do que o sistema de signos dos lingüistas, mais do
que o conjunto de regras e vocábulos dos gramáticos, uma
língua, para os que vivem imersos nela, é toda uma forma de
estar no mundo. Quando a família real portuguesa concluiu sua
[5] aventurosa travessia atlântica e desembarcou no Rio de Janeiro,
em 08 de março de 1808, trazia consigo costumes e uma
tradição que não se exprimiam apenas em roupas elaboradas,
rapapés cansativos ou cerimônias suntuosas. Era antes na
ponta da língua que Portugal, abandonado às pressas, ainda se
[10] manifestava, de forma mais corriqueira e insistente, do lado de
cá do oceano.
Quando a família real portuguesa chega ao Rio, o
português já era uma língua vitoriosa no Brasil Colônia. Mesmo
assim o impacto causado pela presença da corte é tão grande
[15] que a língua portuguesa mestiça falada no Brasil passa por um
momento decisivo. A grande novidade é a palavra escrita, cuja
circulação no Brasil ganha um grande impulso com a criação da
Imprensa Régia. Dom João também transfere para cá sua Real
Biblioteca, hoje Biblioteca Nacional, importante símbolo de
[20] poder. Em 1808, o Rio se torna um caldeirão social e cultural:
cerca de 15 mil portugueses desembarcam em pouco tempo,
fugidos das tropas de Napoleão, e outros tantos estrangeiros
vêm à cidade devido à abertura dos portos. A língua, falada e
escrita, reflete toda essa efervescência.
[25] O Rio se torna capital imperial, centro de poder e
prestígio, e o brasileiro não é mais um colonizado a falar a
língua do dominador. A presença da nobreza conferiu à vida
carioca caráter modelar. Entre os códigos de elegância a serem
copiados, a língua era tão importante quanto as maneiras e os
[30] penteados.
A corte traz novos comportamentos, outra forma de servir
à mesa, de se vestir, novos costumes. Acaba-se com a reclusão
das mulheres, que saem e fazem compras. Passa a ser
elegante falar como se falava na corte − diz o embaixador,
[35] escritor e acadêmico Alberto da Costa e Silva, que preside a
comissão de comemoração do bicentenário organizado pela
Prefeitura. − Houve um contágio do modo de pronunciar o
português metropolitano sobre as classes mais altas,
teoricamente privilegiadas, do Rio de Janeiro. Um contágio que
[40] não poderia deixar de propagar-se pelas outras partes da
população, que procuravam seguir, como sempre acontece, as
normas da elite. Mas o diálogo ocorre nos dois sentidos. Da
mesma maneira, algumas formas do português local, desse
português inchado de expressões indígenas e africanas,
[45] também passam da massa para a elite.
Maria de Lourdes Parreira Horta, diretora do museu
Imperial, considera que o impacto da mudança da corte sobre a
língua deveria ser mais estudado.
“A principal bagagem que trazem de Lisboa é a
[50] linguagem, esse português castiço distinto do que era falado
aqui. Se considerarmos que a linguagem é estruturante do
pensamento, a importância da presença portuguesa fica mais
clara” – diz.
(O Globo, 21 de março de 2008/ Adaptação)
As palavras da 1a coluna estabelecem uma relação de sinonímia com as da 2a . Correlacione-as e, a seguir, marque a seqüência correta.
1a coluna
1 - Rapapés ( l. 8)
2 - Suntuosas ( l. 8)
3 - Corriqueira ( l. 10)
4 - Efervescência ( l. 24)
5 - Reclusão ( l. 32)
6 - Castiço ( l. 50)
2a coluna
( ) Ebulição
( ) De boa casta
( ) Vulgar
( ) Clausura
( ) Bajulação
( ) De pompa
( ) Lisonja
Leia o texto a seguir e responda a questão.
Texto
A língua da união
Com a chegada da família real ao Brasil, há duzentos anos, o idioma português se torna símbolo de unidade, mas não deixa de exprimir a diversidade da sua formação.
Mais do que o sistema de signos dos lingüistas, mais do
que o conjunto de regras e vocábulos dos gramáticos, uma
língua, para os que vivem imersos nela, é toda uma forma de
estar no mundo. Quando a família real portuguesa concluiu sua
[5] aventurosa travessia atlântica e desembarcou no Rio de Janeiro,
em 08 de março de 1808, trazia consigo costumes e uma
tradição que não se exprimiam apenas em roupas elaboradas,
rapapés cansativos ou cerimônias suntuosas. Era antes na
ponta da língua que Portugal, abandonado às pressas, ainda se
[10] manifestava, de forma mais corriqueira e insistente, do lado de
cá do oceano.
Quando a família real portuguesa chega ao Rio, o
português já era uma língua vitoriosa no Brasil Colônia. Mesmo
assim o impacto causado pela presença da corte é tão grande
[15] que a língua portuguesa mestiça falada no Brasil passa por um
momento decisivo. A grande novidade é a palavra escrita, cuja
circulação no Brasil ganha um grande impulso com a criação da
Imprensa Régia. Dom João também transfere para cá sua Real
Biblioteca, hoje Biblioteca Nacional, importante símbolo de
[20] poder. Em 1808, o Rio se torna um caldeirão social e cultural:
cerca de 15 mil portugueses desembarcam em pouco tempo,
fugidos das tropas de Napoleão, e outros tantos estrangeiros
vêm à cidade devido à abertura dos portos. A língua, falada e
escrita, reflete toda essa efervescência.
[25] O Rio se torna capital imperial, centro de poder e
prestígio, e o brasileiro não é mais um colonizado a falar a
língua do dominador. A presença da nobreza conferiu à vida
carioca caráter modelar. Entre os códigos de elegância a serem
copiados, a língua era tão importante quanto as maneiras e os
[30] penteados.
A corte traz novos comportamentos, outra forma de servir
à mesa, de se vestir, novos costumes. Acaba-se com a reclusão
das mulheres, que saem e fazem compras. Passa a ser
elegante falar como se falava na corte − diz o embaixador,
[35] escritor e acadêmico Alberto da Costa e Silva, que preside a
comissão de comemoração do bicentenário organizado pela
Prefeitura. − Houve um contágio do modo de pronunciar o
português metropolitano sobre as classes mais altas,
teoricamente privilegiadas, do Rio de Janeiro. Um contágio que
[40] não poderia deixar de propagar-se pelas outras partes da
população, que procuravam seguir, como sempre acontece, as
normas da elite. Mas o diálogo ocorre nos dois sentidos. Da
mesma maneira, algumas formas do português local, desse
português inchado de expressões indígenas e africanas,
[45] também passam da massa para a elite.
Maria de Lourdes Parreira Horta, diretora do museu
Imperial, considera que o impacto da mudança da corte sobre a
língua deveria ser mais estudado.
“A principal bagagem que trazem de Lisboa é a
[50] linguagem, esse português castiço distinto do que era falado
aqui. Se considerarmos que a linguagem é estruturante do
pensamento, a importância da presença portuguesa fica mais
clara” – diz.
(O Globo, 21 de março de 2008/ Adaptação)
Considerando as informações do Texto, coloque (V) verdadeiro ou (F) falso diante das afirmativas abaixo.
( ) A língua portuguesa já era a língua de maior prestígio social no Brasil Colônia, como se percebe pela utilização do adjetivo vitoriosa. (l. 13)
( ) A língua de um povo exprime a maneira de ser, hábitos coletivos, mas não as manifestações individuais.
( ) A grande contribuição trazida pela corte portuguesa, em termos de linguagem, foi a transferência de bibliotecas portuguesas para o Brasil.
( ) A língua falada e a escrita refletem a efervescência e as mudanças de hábito que ocorreram com a chegada da família real portuguesa.
A seqüência correta é
Leia o texto a seguir e responda a questão.
Texto
A língua da união
Com a chegada da família real ao Brasil, há duzentos anos, o idioma português se torna símbolo de unidade, mas não deixa de exprimir a diversidade da sua formação.
Mais do que o sistema de signos dos lingüistas, mais do
que o conjunto de regras e vocábulos dos gramáticos, uma
língua, para os que vivem imersos nela, é toda uma forma de
estar no mundo. Quando a família real portuguesa concluiu sua
[5] aventurosa travessia atlântica e desembarcou no Rio de Janeiro,
em 08 de março de 1808, trazia consigo costumes e uma
tradição que não se exprimiam apenas em roupas elaboradas,
rapapés cansativos ou cerimônias suntuosas. Era antes na
ponta da língua que Portugal, abandonado às pressas, ainda se
[10] manifestava, de forma mais corriqueira e insistente, do lado de
cá do oceano.
Quando a família real portuguesa chega ao Rio, o
português já era uma língua vitoriosa no Brasil Colônia. Mesmo
assim o impacto causado pela presença da corte é tão grande
[15] que a língua portuguesa mestiça falada no Brasil passa por um
momento decisivo. A grande novidade é a palavra escrita, cuja
circulação no Brasil ganha um grande impulso com a criação da
Imprensa Régia. Dom João também transfere para cá sua Real
Biblioteca, hoje Biblioteca Nacional, importante símbolo de
[20] poder. Em 1808, o Rio se torna um caldeirão social e cultural:
cerca de 15 mil portugueses desembarcam em pouco tempo,
fugidos das tropas de Napoleão, e outros tantos estrangeiros
vêm à cidade devido à abertura dos portos. A língua, falada e
escrita, reflete toda essa efervescência.
[25] O Rio se torna capital imperial, centro de poder e
prestígio, e o brasileiro não é mais um colonizado a falar a
língua do dominador. A presença da nobreza conferiu à vida
carioca caráter modelar. Entre os códigos de elegância a serem
copiados, a língua era tão importante quanto as maneiras e os
[30] penteados.
A corte traz novos comportamentos, outra forma de servir
à mesa, de se vestir, novos costumes. Acaba-se com a reclusão
das mulheres, que saem e fazem compras. Passa a ser
elegante falar como se falava na corte − diz o embaixador,
[35] escritor e acadêmico Alberto da Costa e Silva, que preside a
comissão de comemoração do bicentenário organizado pela
Prefeitura. − Houve um contágio do modo de pronunciar o
português metropolitano sobre as classes mais altas,
teoricamente privilegiadas, do Rio de Janeiro. Um contágio que
[40] não poderia deixar de propagar-se pelas outras partes da
população, que procuravam seguir, como sempre acontece, as
normas da elite. Mas o diálogo ocorre nos dois sentidos. Da
mesma maneira, algumas formas do português local, desse
português inchado de expressões indígenas e africanas,
[45] também passam da massa para a elite.
Maria de Lourdes Parreira Horta, diretora do museu
Imperial, considera que o impacto da mudança da corte sobre a
língua deveria ser mais estudado.
“A principal bagagem que trazem de Lisboa é a
[50] linguagem, esse português castiço distinto do que era falado
aqui. Se considerarmos que a linguagem é estruturante do
pensamento, a importância da presença portuguesa fica mais
clara” – diz.
(O Globo, 21 de março de 2008/ Adaptação)
Dentre as figuras de linguagem sublinhadas abaixo, assinale aquela que foi corretamente substituída pela palavra entre parênteses.