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POPULAÇÃO DE RUA
Fonte: O Estado de S. Paulo
Não há quem não veja, nas áreas centrais da capital, como as Praças da Sé e da República, pessoas carregando cobertores nos ombros durante o dia. Essas pessoas, sempre carregando trouxas de roupa de cama, que se locomovem aparentemente sem direção, são moradores de rua. Se têm aparência jovem, são prontamente confundidos com drogados e os transeuntes tomam o cuidado de evitá-los. Se são mais velhos, são geralmente mendigos. Alguns se postam em frente aos bares e pedem dinheiro para um café ou uma "prontinha". Nenhum deles diz abertamente que quer dinheiro para tomar uma "birita".
Mesmo para os habitantes de São Paulo, acostumados a essa realidade, é chocante saber que a população de rua da cidade abrange 13.666 pessoas, segundo levantamento realizado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) da USP, uma população maior que a de 328 dos 645 municípios paulistas.
Desse total, 6.587 (48,2%) dormem ao relento. Outras 7.079 (51,8%) vão para os 41 albergues existentes, com 8.200 vagas. Há sobras, portanto, mas insuficientes para atender os que não têm onde se recolher à noite.
Impressiona também saber que, enquanto a população da cidade e da região metropolitana diminuiu na proporção de 0,56% ao ano entre 2000 e 2008, segundo dados da Fundação Seade, a população de rua aumentou 57% nos últimos dez anos (a pesquisa foi realizada no fim de 2009, utilizando o ano 2000 como referência).
Não se pode culpar apenas a atual administração municipal por uma situação que reflete a falta de políticas públicas capazes de produzir resultados. E o problema também não pode ser atribuído somente ao maior consumo de drogas. Se é verdade que 7,7% da população de rua hoje é composta de jovens de 18 a 30 anos, metade dos quais viciados em crack, eles são minoria, assim como os de mais de 50 anos (7,8%). A grande maioria é formada por pessoas com idade média de 40,2 anos, e 79,7% são do sexo masculino. Se não são portadores de doença grave ? e presumivelmente não são, já que sobrevivem ao relento ?, são homens aptos para o trabalho, em uma economia em expansão.
Como bem observa a professora Silvia Schor, da FEA/USP, que coordenou a pesquisa, é utópico pensar que a cidade de São Paulo consiga acabar com a sua população de rua. Há fatores sempre associados à extrema pobreza, como alcoolismo, drogas, desemprego, rompimento de relações familiares, etc., que tornam tão complexa a assistência social. Há, porém, como disse a professora, duas condições básicas que podem e devem ser aperfeiçoadas, como a diversificação da rede de atendimento e a provisão de serviços de moradia social.
A Prefeitura de São Paulo tem procurado agir nesse campo. Se bem que reduziu as vagas de albergues disponíveis no centro da cidade, pretende criar mais 1.200 vagas. A Secretaria de Assistência Social tem procurado incentivar a criação de repúblicas de moradores de rua, em casas alugadas. Até agora, são 7 repúblicas, com 140 moradores. Podem ser muito mais. A Prefeitura também montou tendas para atendimento diurno e para contato entre os moradores de rua e educadores. Até agora são 2 tendas, com a promessa de mais 5 até o fim do ano.
A única informação animadora na pesquisa, se assim se pode dizer, é que o número de crianças e adolescentes que vagam pelas vias públicas paulistanas caiu de mais de 700 em 2000 para 448 em 2009. Isso evidencia que os serviços de amparo a menores têm funcionado com muito mais eficiência do que aqueles voltados para a população de rua adulta.
Contudo, não cabe só à Prefeitura lidar com esse problema. O governo do Estado tem sua parcela de responsabilidade, assim como o governo federal, que tanto festeja o Bolsa-Família como instrumento de combate à pobreza. Enfim, toda a comunidade terá também de assumir sua parte, fazendo mais do que já faz, como a Campanha do Agasalho por exemplo.
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Fonte: O Estado de S. Paulo
Não há quem não veja, nas áreas centrais da capital, como as Praças da Sé e da República, pessoas carregando cobertores nos ombros durante o dia. Essas pessoas, sempre carregando trouxas de roupa de cama, que se locomovem aparentemente sem direção, são moradores de rua. Se têm aparência jovem, são prontamente confundidos com drogados e os transeuntes tomam o cuidado de evitá-los. Se são mais velhos, são geralmente mendigos. Alguns se postam em frente aos bares e pedem dinheiro para um café ou uma "prontinha". Nenhum deles diz abertamente que quer dinheiro para tomar uma "birita".
Mesmo para os habitantes de São Paulo, acostumados a essa realidade, é chocante saber que a população de rua da cidade abrange 13.666 pessoas, segundo levantamento realizado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) da USP, uma população maior que a de 328 dos 645 municípios paulistas.
Desse total, 6.587 (48,2%) dormem ao relento. Outras 7.079 (51,8%) vão para os 41 albergues existentes, com 8.200 vagas. Há sobras, portanto, mas insuficientes para atender os que não têm onde se recolher à noite.
Impressiona também saber que, enquanto a população da cidade e da região metropolitana diminuiu na proporção de 0,56% ao ano entre 2000 e 2008, segundo dados da Fundação Seade, a população de rua aumentou 57% nos últimos dez anos (a pesquisa foi realizada no fim de 2009, utilizando o ano 2000 como referência).
Não se pode culpar apenas a atual administração municipal por uma situação que reflete a falta de políticas públicas capazes de produzir resultados. E o problema também não pode ser atribuído somente ao maior consumo de drogas. Se é verdade que 7,7% da população de rua hoje é composta de jovens de 18 a 30 anos, metade dos quais viciados em crack, eles são minoria, assim como os de mais de 50 anos (7,8%). A grande maioria é formada por pessoas com idade média de 40,2 anos, e 79,7% são do sexo masculino. Se não são portadores de doença grave ? e presumivelmente não são, já que sobrevivem ao relento ?, são homens aptos para o trabalho, em uma economia em expansão.
Como bem observa a professora Silvia Schor, da FEA/USP, que coordenou a pesquisa, é utópico pensar que a cidade de São Paulo consiga acabar com a sua população de rua. Há fatores sempre associados à extrema pobreza, como alcoolismo, drogas, desemprego, rompimento de relações familiares, etc., que tornam tão complexa a assistência social. Há, porém, como disse a professora, duas condições básicas que podem e devem ser aperfeiçoadas, como a diversificação da rede de atendimento e a provisão de serviços de moradia social.
A Prefeitura de São Paulo tem procurado agir nesse campo. Se bem que reduziu as vagas de albergues disponíveis no centro da cidade, pretende criar mais 1.200 vagas. A Secretaria de Assistência Social tem procurado incentivar a criação de repúblicas de moradores de rua, em casas alugadas. Até agora, são 7 repúblicas, com 140 moradores. Podem ser muito mais. A Prefeitura também montou tendas para atendimento diurno e para contato entre os moradores de rua e educadores. Até agora são 2 tendas, com a promessa de mais 5 até o fim do ano.
A única informação animadora na pesquisa, se assim se pode dizer, é que o número de crianças e adolescentes que vagam pelas vias públicas paulistanas caiu de mais de 700 em 2000 para 448 em 2009. Isso evidencia que os serviços de amparo a menores têm funcionado com muito mais eficiência do que aqueles voltados para a população de rua adulta.
Contudo, não cabe só à Prefeitura lidar com esse problema. O governo do Estado tem sua parcela de responsabilidade, assim como o governo federal, que tanto festeja o Bolsa-Família como instrumento de combate à pobreza. Enfim, toda a comunidade terá também de assumir sua parte, fazendo mais do que já faz, como a Campanha do Agasalho por exemplo.
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Aniinha Siilva
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