Redação #877
Muito se discute a respeito da corrupção no Brasil, vista como enraizada no processo político desde os tempos coloniais. Cria-se uma ideia maniqueísta de que o setor político seria "o lobo" da sociedade, esta passivamente vítima da corrosão dos valores éticos dentro dos espaços de decisões públicas, como Assembleias legislativas, Senado e Câmara de deputados. Cabe, no entanto, questionar: A política seria um reflexo de uma sociedade igualmente corrupta, em pequena escala que se multiplica a medida que aumenta o poder de ação do indivíduo?
Atos como furar filas, pagar pequenos subornos, falsificar documentos e sonegar impostos - tomadas as devidas proporções - sem encaixam tão adequadamente na definição formal de corrupção quanto o desvio milionário de verbas públicas e o uso do aparelho público em benefício próprio. Não é sensato, entretanto, assumir que um cidadão que furaria uma fila de supermercado também desviaria dinheiro destinado à escolas caso possuísse um cargo público que desse a oportunidade. Deve-se assumir que diferentes indivíduos possuem diferentes níveis de tolerância à corrupção praticada por eles mesmos, esta sendo ampliada pelo cenário de aparente generalização da prática no país, que se reflete no conhecido "jeitinho brasileiro".
A impressão da falta de consequências contribui para a normalização do "ser corrupto" enquanto prática que não gera culpa, construindo a visão de que para onde ou para quem se olhe, a corrupção estará por lá e quem não aderir a ela sairá no prejuízo. Essa perspectiva legitima desde a ação local até as práticas de políticos de alto escalão envolvidos nos mais complexos e tenebrosos esquemas de corrupção. O político entende que está em uma sociedade corrupta e o cidadão entende que é governado por corruptos, deteriorando as bases éticas da sociedade em um efeito acumulativo.
Portanto, pode-se dizer que a política e a sociedade não são dissociáveis quando se trata da corrupção, sendo o combate a ela a prioridade, ao invés de apontar os culpados.. Para tanto, indivíduo, instituições e a sociedade como um todo não podem tolerar a corrupção e devem todas tentar evoluir simultaneamente, sem esperar que uma das outras dê o primeiro passo. Ações locais e nacionais, como palestras públicas, aulas de ética em todos os níveis de ensino, publicidade, distribuição de cartilhas e maior fiscalização de órgãos e serviços públicos são norteadores no caminho do combate generalizado à corrupção.
Atos como furar filas, pagar pequenos subornos, falsificar documentos e sonegar impostos - tomadas as devidas proporções - sem encaixam tão adequadamente na definição formal de corrupção quanto o desvio milionário de verbas públicas e o uso do aparelho público em benefício próprio. Não é sensato, entretanto, assumir que um cidadão que furaria uma fila de supermercado também desviaria dinheiro destinado à escolas caso possuísse um cargo público que desse a oportunidade. Deve-se assumir que diferentes indivíduos possuem diferentes níveis de tolerância à corrupção praticada por eles mesmos, esta sendo ampliada pelo cenário de aparente generalização da prática no país, que se reflete no conhecido "jeitinho brasileiro".
A impressão da falta de consequências contribui para a normalização do "ser corrupto" enquanto prática que não gera culpa, construindo a visão de que para onde ou para quem se olhe, a corrupção estará por lá e quem não aderir a ela sairá no prejuízo. Essa perspectiva legitima desde a ação local até as práticas de políticos de alto escalão envolvidos nos mais complexos e tenebrosos esquemas de corrupção. O político entende que está em uma sociedade corrupta e o cidadão entende que é governado por corruptos, deteriorando as bases éticas da sociedade em um efeito acumulativo.
Portanto, pode-se dizer que a política e a sociedade não são dissociáveis quando se trata da corrupção, sendo o combate a ela a prioridade, ao invés de apontar os culpados.. Para tanto, indivíduo, instituições e a sociedade como um todo não podem tolerar a corrupção e devem todas tentar evoluir simultaneamente, sem esperar que uma das outras dê o primeiro passo. Ações locais e nacionais, como palestras públicas, aulas de ética em todos os níveis de ensino, publicidade, distribuição de cartilhas e maior fiscalização de órgãos e serviços públicos são norteadores no caminho do combate generalizado à corrupção.
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Denis Yamunaque
Vitória - ES