Redação #88059
Título: Sem Título
24/03/2020
Tempo correção: 10 dias úteis
Previsão: 07/04/2020
Previsão: 07/04/2020
Ao longo de seus anos de ouro, em sua política do Pão e Circo, o Alto Império Romano foi conhecido por espetacularizar eventos violentos, como a luta de gladiadores sediadas no Coliseu, a fim de divertir e manipular ideologicamente os plebeus romanos. Assim como em Roma Antiga, na contemporaneidade brasileira, essa espetacularização é mantida pelos veículos midiáticos de comunicação. Nesse sentido, de maneira mais agravante, fatores como a falta de empatia humana aliada à instigação à violência por parte da mídia, como efeito, comprometem a vitalidade e a ordem social dos tupiniquins. Esse problema estrutural possui raízes históricas que devem ser combatidas.
Inicialmente, mesmo com a tentativa de garantia de direitos por meio da Constituição, como a proteção da vida e da moral humana, essa mudança não foi suficiente para transformar o imaginário social construído secularmente. Em ?Modernidade Líquida?, o sociólogo polonês Zygmund Bauman alerta sobre o enfraquecimento das relações humanas, voltadas aos interesses individuais. Essa lógica é evidenciada no jornalismo brasileiro, uma vez que a propagação de notícias falsas ou distorcidas e a exposição dos casos de brutalidade de forma excessiva e insensível, além de demonstrar a falta de empatia midiática para com as vítimas, denunciam a sobreposição do interesse lucrativo sobre a ética universal. Como resultado, assim como o Coliseu do século III a.C., a mídia brasileira, anfiteatro nacional, é manchada pelo sangue da banalização da vida e da injustiça social, o que fere os ideais democráticos perpassados pela Magna Carta.
Ademais, é fundamental analisar as consequências da espetacularização da criminalidade trazida pelo meio cibernético para a ordem coletiva da nação pós-moderna. De acordo com o jornal Nexo, o Brasil registra pelo menos um caso de linchamento- execução coletiva de um indivíduo em prol de vingança social- diariamente. Esse dado alarmante revela a capacidade das tecnologias de informação de potencializar o sentimento intolerante e vingativo dos brasileiros. Dessa forma, a maneira através da qual alguns veículos de comunicação expõem e opinam sobre os crimes como, por exemplo, a disseminação de discursos que defendem a pena de morte, contribuem para o aumento dos casos de justiça com as próprias mãos no país. Por esse motivo, é fundamental que, em uma nação defensora dos direitos humanos, a lógica baumaniana seja superada pelo setor jornalístico a fim de preservar os laços sociais.
Posto tais aspectos, é preciso que o protagonismo da ação midiática seja restituído à informatização da população de forma ética e sensata, em prol do bem-estar comunitário. Assim, cabe ao Governo Federal, especificamente ao Ministério da Tecnologia e Comunicação, em parceria com o da Educação, desenvolver um amplo projeto de combate à mediocrização da violência a longo prazo. Detalhadamente, esse plano deve adotar políticas de fiscalização e de alfabetização virtual. Isso pode ser feito por meio da punição e restrição de conteúdo de canais midiáticos que compartilham discursos de ódio e notícias falsas, além da disponibilização de debates ministrados em centros de ensino que auxiliem a construção de uma consciência crítica em relação aos enunciados recebidos e a adoção de atitudes éticas diante da barbárie retratada pela mídia. A partir dessas ações, espera-se que a ferramenta de manipulação ideológica explorada pelo Império Romano seja, finalmente, vencida pelos cidadãos tupiniquins.
Inicialmente, mesmo com a tentativa de garantia de direitos por meio da Constituição, como a proteção da vida e da moral humana, essa mudança não foi suficiente para transformar o imaginário social construído secularmente. Em ?Modernidade Líquida?, o sociólogo polonês Zygmund Bauman alerta sobre o enfraquecimento das relações humanas, voltadas aos interesses individuais. Essa lógica é evidenciada no jornalismo brasileiro, uma vez que a propagação de notícias falsas ou distorcidas e a exposição dos casos de brutalidade de forma excessiva e insensível, além de demonstrar a falta de empatia midiática para com as vítimas, denunciam a sobreposição do interesse lucrativo sobre a ética universal. Como resultado, assim como o Coliseu do século III a.C., a mídia brasileira, anfiteatro nacional, é manchada pelo sangue da banalização da vida e da injustiça social, o que fere os ideais democráticos perpassados pela Magna Carta.
Ademais, é fundamental analisar as consequências da espetacularização da criminalidade trazida pelo meio cibernético para a ordem coletiva da nação pós-moderna. De acordo com o jornal Nexo, o Brasil registra pelo menos um caso de linchamento- execução coletiva de um indivíduo em prol de vingança social- diariamente. Esse dado alarmante revela a capacidade das tecnologias de informação de potencializar o sentimento intolerante e vingativo dos brasileiros. Dessa forma, a maneira através da qual alguns veículos de comunicação expõem e opinam sobre os crimes como, por exemplo, a disseminação de discursos que defendem a pena de morte, contribuem para o aumento dos casos de justiça com as próprias mãos no país. Por esse motivo, é fundamental que, em uma nação defensora dos direitos humanos, a lógica baumaniana seja superada pelo setor jornalístico a fim de preservar os laços sociais.
Posto tais aspectos, é preciso que o protagonismo da ação midiática seja restituído à informatização da população de forma ética e sensata, em prol do bem-estar comunitário. Assim, cabe ao Governo Federal, especificamente ao Ministério da Tecnologia e Comunicação, em parceria com o da Educação, desenvolver um amplo projeto de combate à mediocrização da violência a longo prazo. Detalhadamente, esse plano deve adotar políticas de fiscalização e de alfabetização virtual. Isso pode ser feito por meio da punição e restrição de conteúdo de canais midiáticos que compartilham discursos de ódio e notícias falsas, além da disponibilização de debates ministrados em centros de ensino que auxiliem a construção de uma consciência crítica em relação aos enunciados recebidos e a adoção de atitudes éticas diante da barbárie retratada pela mídia. A partir dessas ações, espera-se que a ferramenta de manipulação ideológica explorada pelo Império Romano seja, finalmente, vencida pelos cidadãos tupiniquins.
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Jéssica Elias
Nova Serrana - MG