Redação #91096
Título: O impacto da mídia tradicional da formação da opinião pública.
26/03/2020
No primeiro episódio do seriado Black Mirror, há uma situação enervante que adquire visibilidade mundial por meio da extensa cobertura da mídia. No episódio fictício, uma figura cultural importante é sequestrada e a única condição necessária para sua soltura é que o dirigente de Estado estupre um porco e disponibilize o vídeo na internet. Imediatamente, a mídia inicia uma cobertura extensa sobre o episódio que tanto enoja quanto mantém os espectadores perplexos atentos ao canal.
Fora da ficção, é perturbador notar que a audiência comporta-se de maneira semelhante. Notícias que abordam crimes como roteiros cinematográficos costumam ter maior audiência do que aquelas que o fazem de modo sóbrio e ponderado. Dessa forma, é comum que crimes hediondos, chamarizes de audiência, tornem-se assuntos corriqueiros em conversas do dia a dia, de maneira que se estabelece um ciclo vicioso de disseminação do medo e da sensação constante de insegurança.
É primordial, portanto, analisar o impacto da mídia tradicional na formação da opinião pública. A abordagem dissimulada de temas relacionados a violência contribui para a criação de uma visão distorcida sobre o modo como o problema afeta a sociedade. Em um país com mais de 11 milhões de analfabetos, é de vital importância que o conteúdo veiculado pela mídia tradicional- supostamente confiável- esteja de acordo com os princípios éticos e com a função libertadora da imprensa: de fornecer informação, não entretenimento.
Além disso, a exposição constante do telespectador a violência pode gerar outra consequência catastrófica: a perda da sensibilidade. Dado que notícias sobre crimes costumam estipular uma narrativa de personagens antagônicos, um "bom" e outro "mau", a população frequentemente assume o comportamento contraditório de ansiar pela punição do "mal", mesmo que isso também seja violento. Finalmente, o espetáculo difundido pela mídia e pela internet passa a parecer mais real do que a própria realidade e isso é suficiente para que os fatos tornem-se descartáveis.
Dessa forma, com o intuito de minimizar a vulnerabilidade do telespectador e os impactos do sensacionalismo midiático, é necessário que as seguintes medidas sejam seguidas. O Congresso Nacional deve formular leis que impeçam a veiculação de reportagens apelativas, punindo as emissoras que optarem por continuar a emitir conteúdo irresponsável, meramente comercial. Além disso, este mesmo órgão deve estabelecer um plano de combate ao analfabetismo, implementando uma parceria público-privada com escolas e ONGs que disponibilizem profissionais qualificados para fornecer educação gratuita e de qualidade, tal como prevê a constituição.
Fora da ficção, é perturbador notar que a audiência comporta-se de maneira semelhante. Notícias que abordam crimes como roteiros cinematográficos costumam ter maior audiência do que aquelas que o fazem de modo sóbrio e ponderado. Dessa forma, é comum que crimes hediondos, chamarizes de audiência, tornem-se assuntos corriqueiros em conversas do dia a dia, de maneira que se estabelece um ciclo vicioso de disseminação do medo e da sensação constante de insegurança.
É primordial, portanto, analisar o impacto da mídia tradicional na formação da opinião pública. A abordagem dissimulada de temas relacionados a violência contribui para a criação de uma visão distorcida sobre o modo como o problema afeta a sociedade. Em um país com mais de 11 milhões de analfabetos, é de vital importância que o conteúdo veiculado pela mídia tradicional- supostamente confiável- esteja de acordo com os princípios éticos e com a função libertadora da imprensa: de fornecer informação, não entretenimento.
Além disso, a exposição constante do telespectador a violência pode gerar outra consequência catastrófica: a perda da sensibilidade. Dado que notícias sobre crimes costumam estipular uma narrativa de personagens antagônicos, um "bom" e outro "mau", a população frequentemente assume o comportamento contraditório de ansiar pela punição do "mal", mesmo que isso também seja violento. Finalmente, o espetáculo difundido pela mídia e pela internet passa a parecer mais real do que a própria realidade e isso é suficiente para que os fatos tornem-se descartáveis.
Dessa forma, com o intuito de minimizar a vulnerabilidade do telespectador e os impactos do sensacionalismo midiático, é necessário que as seguintes medidas sejam seguidas. O Congresso Nacional deve formular leis que impeçam a veiculação de reportagens apelativas, punindo as emissoras que optarem por continuar a emitir conteúdo irresponsável, meramente comercial. Além disso, este mesmo órgão deve estabelecer um plano de combate ao analfabetismo, implementando uma parceria público-privada com escolas e ONGs que disponibilizem profissionais qualificados para fornecer educação gratuita e de qualidade, tal como prevê a constituição.
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Isabela Negrão
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