Redação #92781
Título: Sem Título
28/03/2020
O marcante caso Eliza Samúdio, conhecido pela sua crueldade e por envolver um famoso jogador de futebol, foi um "prato cheio" para os noticiários em 2010. Embora o violento caso já chamasse a atenção por si só, a televisão necessitava espetacularizar o caso - como vem acontecendo há muito no Brasil - manipulando sua linguagem e não impondo limites às imagens e informações expostas, afim de conquistar a atenção do público e ultrapassar os concorrentes no mercado da telecomunicação brasileira. Como consequência, esse espetáculo midiático tornou-se problemático no que diz respeito a sua inferferência na esfera jurídica e social, expondo informações importantes dos casos e alimentando o sentimento de impunidade que leva a população à busca por justiça com as próprias mãos.
Durante a cobertura do caso mencionado, a Rede Globo de Televisão apresentou, em seu programa intitulado "Fantástico", um depoimento importantíssimo no desenvolvimento da investigação do desaparecimento de Eliza Samúdio, antes desse ter sido incorporado à própria investigação. Deixando clara sua interferência no processo jurídico, tal atitude da mídia brasileira é fruto da dinâmica capitalista, a qual transforma a informação em um produto e acirra a competitividade entre as diferentes empresas televisivas, como exposto na lógica do pensamento de Adorno e Horkheimer no seu conceito de "Indústria Cultural".
Além disso, a falta de regras diante da espetacularização dos crimes leva a informação a ser manipulada de modo a torná-la chocante e apelativa, consquentemente mais atrativa para os seus consumidores. Uma das estratégias usadas é a cobrança dos telejornais por justiça de maneira excessiva e embora essa estratégia seja eficiente para o seu objetivo, ela acaba despertando nos espectadores um sentimento de impunidade perigoso que muitas vezes leva a população a se rebelar de maneira precipitada em busca de realizar o papel da justiça.
Tendo em vista os aspectos observados, é fundamental que sejam impostos limites à mídia diante do seu mercado de informações. Através do Poder Legislativo, a criação de leis mais rígidas que obriguem os veículos de notícia a conscientizar o público e que a impeçam de disseminar informações importantes na esfera jurídica, por meio do desincentivo à busca por justiça com as próprias mãos e do impedimento da exposição de informações que sejam potencialmente importantes para os processos jurídicos - como aconteceu durante o caso Eliza Samúdio no programa "Fantástico" - podem mudar a realidade da televião brasileira e inverter as consequências do processo de espetacularização da violência.
Durante a cobertura do caso mencionado, a Rede Globo de Televisão apresentou, em seu programa intitulado "Fantástico", um depoimento importantíssimo no desenvolvimento da investigação do desaparecimento de Eliza Samúdio, antes desse ter sido incorporado à própria investigação. Deixando clara sua interferência no processo jurídico, tal atitude da mídia brasileira é fruto da dinâmica capitalista, a qual transforma a informação em um produto e acirra a competitividade entre as diferentes empresas televisivas, como exposto na lógica do pensamento de Adorno e Horkheimer no seu conceito de "Indústria Cultural".
Além disso, a falta de regras diante da espetacularização dos crimes leva a informação a ser manipulada de modo a torná-la chocante e apelativa, consquentemente mais atrativa para os seus consumidores. Uma das estratégias usadas é a cobrança dos telejornais por justiça de maneira excessiva e embora essa estratégia seja eficiente para o seu objetivo, ela acaba despertando nos espectadores um sentimento de impunidade perigoso que muitas vezes leva a população a se rebelar de maneira precipitada em busca de realizar o papel da justiça.
Tendo em vista os aspectos observados, é fundamental que sejam impostos limites à mídia diante do seu mercado de informações. Através do Poder Legislativo, a criação de leis mais rígidas que obriguem os veículos de notícia a conscientizar o público e que a impeçam de disseminar informações importantes na esfera jurídica, por meio do desincentivo à busca por justiça com as próprias mãos e do impedimento da exposição de informações que sejam potencialmente importantes para os processos jurídicos - como aconteceu durante o caso Eliza Samúdio no programa "Fantástico" - podem mudar a realidade da televião brasileira e inverter as consequências do processo de espetacularização da violência.
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Adolfho César Ferreira da Silva
Batalha - AL