Redação #98
Em 2014, o SUS instituiu novas regras sobre o parto onde somente se realizaria cirurgias cesarianas em casos constatados da necessidade da mesma. Os demais partos seriam “naturais” e humanizados. O parto humanizado, prática comum mundo afora, é aquele com assistência de uma equipe multi e interdisciplinar e que visa, acima de tudo, trazer conforto à mãe no momento do parto, sendo, deste modo, um procedimento caro. A estipulação dessa nova regra no SUS garantirá de fato o acesso ao parto devidamente humanizado?
A cirurgia cesariana se tornou um procedimento de rotina no Brasil, muitas vezes realizado sem a real necessidade, apenas para atender à agenda do médico e da mãe/família. Em contrapartida, são cada vez mais provados os benefícios do parto natural para a mãe e bebê. As vantagens incluem o maior contato entre ambos, o maior entrosamento da família, que pode acompanhar de perto e a menor agressão ao corpo da mãe, que pode amamentar de imediato e é privada de extensos cortes. Entretanto, a realidade dos partos naturais no Brasil é diferente, de modo que muitos culminam em violência obstétrica.
Esse nome recente para um problema já vigente há tempos configura os procedimentos “acessórios” realizados, muitas vezes indevidamente, no momento do parto natural. São exemplos dessa violência a episiotomia (cortes realizados na vagina para alargar o canal de passagem do bebê) e o kristeller, manobra onde se empurra a barriga da gestante para facilitar a saída do bebê. Essa acaba sendo a realidade do parto normal (ou seria anormal?) nas instituições privadas e publicas no Brasil. A alternativa do ministério da saúde de impor o parto “humanizado” não garante que o parto será, de fato, humanizado, e acaba por gerar outra imposição. Saímos da imposição do parto cesariano feita por muitos médicos para entrar na imposição do MS com os partos “humanizados”. Uma decisão que deveria ser única e exclusivamente da mulher, virou “batata-quente” entre médicos e MS.
Portanto, mais que impor uma condição à mulher, ideal é deixar a escolha entre parto normal e cesariana entre médico e gestante. Para que de fato a escolha pelo parto humanizado aumente, cabe ao MS maior investimento midiático, conscientizando essas gestantes sobre as vantagens do mesmo (mostrando o parto normal como preferencial e com menores traumas, porém, não isento de riscos), desde o pré-natal. Mais ainda, é necessário que o MS juntamente com o SUS garantam que os partos nas redes públicas e privadas sejam de fato humanizados, com maior preparo da equipe e complementação da mesma, além de incentivo financeiro. Para que se tenha certeza de que seja esta uma política em longo prazo, é necessária ainda a complementação das matrizes curriculares dos cursos superiores da área de saúde, com matérias que abordem a teoria e prática da humanização do parto.
A cirurgia cesariana se tornou um procedimento de rotina no Brasil, muitas vezes realizado sem a real necessidade, apenas para atender à agenda do médico e da mãe/família. Em contrapartida, são cada vez mais provados os benefícios do parto natural para a mãe e bebê. As vantagens incluem o maior contato entre ambos, o maior entrosamento da família, que pode acompanhar de perto e a menor agressão ao corpo da mãe, que pode amamentar de imediato e é privada de extensos cortes. Entretanto, a realidade dos partos naturais no Brasil é diferente, de modo que muitos culminam em violência obstétrica.
Esse nome recente para um problema já vigente há tempos configura os procedimentos “acessórios” realizados, muitas vezes indevidamente, no momento do parto natural. São exemplos dessa violência a episiotomia (cortes realizados na vagina para alargar o canal de passagem do bebê) e o kristeller, manobra onde se empurra a barriga da gestante para facilitar a saída do bebê. Essa acaba sendo a realidade do parto normal (ou seria anormal?) nas instituições privadas e publicas no Brasil. A alternativa do ministério da saúde de impor o parto “humanizado” não garante que o parto será, de fato, humanizado, e acaba por gerar outra imposição. Saímos da imposição do parto cesariano feita por muitos médicos para entrar na imposição do MS com os partos “humanizados”. Uma decisão que deveria ser única e exclusivamente da mulher, virou “batata-quente” entre médicos e MS.
Portanto, mais que impor uma condição à mulher, ideal é deixar a escolha entre parto normal e cesariana entre médico e gestante. Para que de fato a escolha pelo parto humanizado aumente, cabe ao MS maior investimento midiático, conscientizando essas gestantes sobre as vantagens do mesmo (mostrando o parto normal como preferencial e com menores traumas, porém, não isento de riscos), desde o pré-natal. Mais ainda, é necessário que o MS juntamente com o SUS garantam que os partos nas redes públicas e privadas sejam de fato humanizados, com maior preparo da equipe e complementação da mesma, além de incentivo financeiro. Para que se tenha certeza de que seja esta uma política em longo prazo, é necessária ainda a complementação das matrizes curriculares dos cursos superiores da área de saúde, com matérias que abordem a teoria e prática da humanização do parto.
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NOTA GERAL
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Kárenn Klycia
Goiânia - GO