Expectativa x Realidade: Você e a Universidade
Todo mundo louco por aquela vaga na universidade, começar o curso dos sonhos, ansiedade a mil... Mas, como será que é? Quer uns spoilers realistas? A gente preparou este post pra você matar sua curiosidade sobre como é a universidade e focar ainda mais no objetivo. Acesse!
Talvez uma das maiores conquistas de nossas vidas seja a tão sonhada aprovação no vestibular. Ainda mais se a vaga for em uma instituição de ensino renomada ou numa instituição federal, geralmente mais concorridas e onde a atividade científica se dá de forma mais intensa. Mas, o que esperar da Universidade? Como são os professores? Como funciona a carga horária? A gente vai ter um mundo novo, cheio de possibilidades mesmo? E é verdade que tem a galera de humanas vendendo arte pelos corredores? Que tem festa igual em American Pie? Que os cursos de Medicina oferecem cirurgias gratuitas? Bom, o que temos para dizer é que tudo isso pode acontecer. Ou não. Mas, a verdade é que todo mundo tem grande expectativa sobre essa fase, que promete mudar para sempre as nossas vidas. Vamos falar sobre elas neste artigo. Então, se você já tá roendo as unhas para saber mais sobre o que te espera na “facul”, vem com a gente!
A dedicação aos estudos aumenta.
E você achando que ia estudar o bastante para passar no vestibular e depois ia ser mais tranquilo, “conteúdo mais específico quando a gente entra no curso que quer, é mais fácil, né?” Taí um pensamento que muita gente tem sobre a vida acadêmica e que não condiz em nada com a realidade. Na verdade, dentro do curso os conteúdos são muito mais específicos que na escola, onde você deve aprender o máximo possível de cada área do conhecimento, independente de qual curso vai escolher futuramente. O que significa que você vai estudar mais vezes sobre o mesmo assunto na faculdade, conhecer diversos autores que falam sobre um único tema e, por isso, o nível de exigência quanto ao seu conhecimento deve aumentar, já que os professores sabem disso e tendem a incentivar ao máximo o pensamento científico de seus alunos.
Então, fica a dica: familiarize-se com o vocabulário da área que vai estudar, procure ler outros livros, além dos que são indicados em sala, reportagens, assistir a documentários sobre os assuntos, e fique de olho nas metodologias científicas (onde se incluem as famosas normas da ABNT), que podem se tornar umas das maiores inimigas no curso superior. “Existe uma dificuldade com a metodologia Científica, mas é preciso analisar essa dificuldade de um ponto de vista mais amplo. A metodologia científica acaba sendo ofertada de um modo muito isolado e fora de seu contexto, pois o estudante entra em contato com normas técnicas e princípios epistemológicos sem, necessariamente, o devido acompanhamento de outras disciplinas que deveriam ser relacionadas à Metodologia Científica, mas que geralmente não são ofertadas dentro da universidade. Em geral, o estudante não está preparado, por exemplo, para colocar leitura e escrita enquanto ferramentas principais de trabalho e ele encontra dificuldades nessa nova vida, onde essas se enquadram como as principais atividades de trabalho dele em qualquer área do conhecimento. O desconhecimento do circuito por onde circulam as pesquisas, do gênero do texto científico e das ferramentas retóricas da ciência dificultam muito o trabalho do estudante. Se o estudante olhar para o método e para as normas como ferramentas úteis para produzir certo tipo de conhecimento, tudo ficará mais fácil e a própria metodologia e as normas, etc, farão mais sentido para ele." Disse Walter Couto, formado em Comunicação Social/Rádio e TV, mestre em Estudos de Cultura Contemporânea pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e doutorando em Ciência da Informação pela Universidade de São Paulo (USP), onde realiza pesquisas sobre Comunicação Científica.
A gente estuda até o que não quer.
Outro mito sobre a faculdade é a ideia de que a gente vai estudar só o que a gente quer. Claro, a gente estuda mais aprofundadamente sobre as temáticas que já tínhamos certa familiaridade na escola. Porém, a verdade é que, mesmo no curso de sua escolha, as disciplinas ofertadas nem sempre vão garantir satisfação geral, não. Embora sejam tão importantes quanto os que despertam mais interesses, esses conteúdos, muitas vezes, vão parecer desinteressantes e, por isso, desanimadores, mas eles são tão relevantes na formação quanto os outros. Esse é o motivo de estarem na ementa do curso. “Eu me surpreendi com as matérias de política e economia. Sabia que poderia ter algo relacionado a essas duas áreas, porém não especificamente. Confesso que achei um pouco mais difíceis que as convencionais do curso e com a metodologia de ensino delas e dos professores (principalmente por elas terem vindo de outro departamento) das mesmas bem diferente do que eu esperava para a Comunicação Social”. Disse Fabíola Karen, aluna do 6º semestre de Publicidade e Propaganda, da Universidade Federal do Mato Grosso.
O negócio é colocar a maturidade (a gente sabe que é difícil, vai) em ação e aproveitar ao máximo todas as oportunidades de adquirir conhecimento, afinal, você vai ter que passar por todas as disciplinas para concluir o curso. Nisso, é igualzinho à fase escolar. “O que faço é encarar as matérias que não gosto. Quando a gente está na escola e não gosta de uma matéria específica, acaba achando que ela não servirá para nada e que não importaria cursar ela ou não. Já na faculdade, nossa mentalidade muda. Eu sei, pelo menos, que independente se eu gosto ou não da matéria, ela é importante e devo cursá-la. Com o tempo a gente entende que é necessário passar por essas matérias também para poder ter todo o conhecimento possível que é disponibilizado pelo curso para, futuramente, poder competir no mercado.” Completa Fabíola.
O conteúdo aumenta, o dinheiro diminui e o tempo não pára.
Muita gente se frustra como o ritmo dos estudos na universidade. A verdade é que, neste quesito, estudar no ensino médio é mais fácil: a gente tem maior auxílio dos professores, mais tempo em um mesmo conteúdo, e mais amparo econômico. Na faculdade, os conteúdos dados em sala de aula nem sempre são expostos com a profundidade que demandam, isso por conta do tempo que é limitado, e os professores passam muito mais atividades extraclasses do que dentro dela. Pesquisas e seminários se tornam tão comum que, dificilmente, você ficará uma semana sequer sem essas atividades. Os exercícios, apesar de na maior parte das vezes não valerem nota, são propostos pelos educadores em praticamente todo encontro e tentar resolvê-los é uma das formas mais seguras de aprender. Além disso, as leituras de textos é cotidiana, à média de um por semana para cada matéria (então, prepara as moedinhas para as cópias que vão vir com tudo).
Diferente da escola, o aprendizado na faculdade é muito mais autônomo, ninguém vai cobrar se você fez ou não tal lista de exercícios, mas… Se você não fizer, dificilmente vai aprender. Então, é mais uma questão de amadurecimento e consciência mesmo. Além disso, a parte financeira aperta. Principalmente para os estudantes que saem de casa, mudam de cidade, para estudar. Transporte, livros que precisamos comprar ou mesmo tirar xerox, mas em ambos há investimento, alimentação… Para os que contam com a ajuda dos pais, tranquilo, mas para os que não têm essa sorte: possivelmente você vai ter que arrumar algum emprego de meio período ou estágio (esse último só é permitido a partir do segundo ano de curso).
O legal é que as universidades federais aqui no Brasil oferecem diversas possibilidades, pelo menos por enquanto, para auxiliar os estudantes. Como bolsas em projetos de pesquisa, iniciação à docência para os cursos de Licenciatura e outras de tutoria. Uma dica que posso deixar é: assim que ingressar, procure grupos de estudos, neles, existem alunos de outros períodos (os veteranos) que ajudam muito a ambientar os calouros a dançar o novo compasso acadêmico. Então, não precisa ter medo, keep calm e vambora fazendo!
Vai ter festa todo dia?
Infelizmente, não. (grande parênteses sincerão - A gente bem que queria, mas…) Não mesmo. Tem festa, porém não todo dia e, como falado no tópico anterior: falta tempo e dinheiro. É essencial ficar ligado no tempo que se tem para finalizar os conteúdos, o ritmo é outro e a carga de material é gigante. Isso costuma ficar mais difícil se você tem de trabalhar enquanto estuda. Logo, você não vai ter disposição para festar todo dia.
Mas, não dá pra gente se cobrar e esquecer da diversão: as festas são bem-vindas, afinal, ninguém é de ferro. É só se programar para que essas ocasiões não interfiram negativamente na rotina universitária, aí, é só curtir com os novos amigos.
Se joga!
Os desafios na faculdade são enormes. Mas, como tudo na vida, a gente se adapta. Você vai conhecer muita gente que pensa igual e diferente a você, muitos projetos inovadores, vai ter contato com muitas palestra de escritores e pesquisadores renomados e conhecidos, grupos de estudos e artes diversas, além de fazer amigos que levará consigo para o resto da vida. A universidade é o ínicio de uma parte da nossa vida profissional e, às vezes, é só uma oportunidade de aprender, já que alguns não dão seguimento à área que escolheram cursar. E tudo bem. Tudo é aprendizagem e não há razões para se desesperar: desfrute ao máximo enquanto estiver na facul! Faça matérias extras, amizades novas, vá a workshops, aos congressos com a turma, aprenda uma nova língua… As chances de aprendizado são muito maiores e relevantes que as dificuldades, você tem tudo para sair do curso com um olhar muito mais amplo e com muito mais confiança que antes. Sobre a faculdade, isso é uma certeza.
Lucas Lemos
Redator, social mídia, pesquisador e entusiasta das artes pelo Cena Livre de Teatro, grupo atuante na UFMT. Aluno do terceiro ano de Letras-Literatura na instituição federal, e fotógrafo nas horas vagas.
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