A importância de falar sobre o racismo na infância
Trabalhar e acolher a diversidade deve ser pauta constante no ambiente escolar. Para isso, uma lei torna obrigatório o ensino sobre a cultura e história africana e indígena no Brasil. Entenda no artigo de hoje, como inserir essa discussão na prática.
As crianças passam grande parte do seu dia na escola e o que elas aprendem neste ambiente, influencia sua formação e a forma como encaram diversas situações que as rodeiam.
Para uma pessoa adulta, se libertar de certas concepções que foram adquiridas ao longo da vida é difícil. Mas as crianças podem e devem ser influenciadas de forma positiva na construção de hábitos e atitudes que as permitam exercer a cidadania plena e buscar uma sociedade mais justa.
Por isso, questões como a importância de respeitar e acolher a diversidade em todas as suas formas precisam estar na ordem do dia. É nesse contexto que se enquadra a lei nº 10.639/2003 que torna obrigatório o ensino sobre da Cultura e da História Afro-Brasileira nas escolas.
Na prática, vemos que, muitas vezes, a lei não é aplicada e a verdade é que as escolas precisam perder o medo e começar a falar sobre racismo ainda na infância. Isso fará com que as crianças entendam que certas atitudes, muitas delas praticadas de forma inconsciente, podem magoar as pessoas.
Quer ideias de como fazer isso na prática? Continue lendo.
Como a escola pode auxiliar no combate ao racismo?
A Lei n° 10.639/2003 inclui no currículo oficial das escolas de ensino fundamental e médio a obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-Brasileira”. Em 2008, ela foi alterada e desde então inclui esta mesma obrigatoriedade no que diz respeito à Cultura Indígena.
Nas salas de aula, é comum a separação em grupos e a formação de amizades. Isso não é um problema, afinal, as pessoas têm preferências e costumam se relacionar com aquelas nas quais descobrem coisas em comum.
Mas é de extrema importância que os professores falem desde cedo sobre questões de pertencimento racial e de valorização de todas as raças que deram origem ao povo brasileiro, reforçando a diversidade como algo positivo e afastando o olhar segregador.
Como agir para acabar com o racismo?
Veja agora algumas outras formas de como a escola e os pais podem guiar as crianças no combate ao racismo:
- Estimule os pequeninos a conviverem com pessoas de diferentes raças e etnias, seja na pracinha, na escola e em muitos outros lugares.
- Mostre a eles que olhares, piadas, ações e formas de se expressar em relação ao outro podem magoá-lo e isso não é bom. Lembre-se de que crianças se guiam muito mais pelo exemplo do que pelas palavras. Portanto, não adianta dizer-lhes como proceder e agir de forma diferente.
- Quando conversar com os pequenos, não permita que eles classifiquem outras pessoas pela cor da pele delas. Mostre-lhes outras formas de fazer isso e exercite essa habilidade na sala de aula.
- Incentive atitudes respeitosas em tudo o que for relacionado à diversidade racial e étnica. Falar sobre esse assunto na sala de aula e em casa vai fazer com que as crianças percebam um comportamento respeitoso em relação a todos.
As referências em nossa sociedade têm sido cada vez maiores e isso pode ajudar a escola a discutir o tema. “Pantera Negra”, por exemplo, exalta o continente africano, trazendo reis e rainhas negros.
A profundidade das discussões precisa considerar a idade das crianças, porém mostrar a elas referências não apenas de heróis brancos, mas também de negros, as ajuda a compreender que o racismo precisa ficar para trás.
Falar sobre racismo na infância não precisa ser um tabu e é algo que pode ser aplicado no dia a dia dos pequenos como algo natural. Por isso esse tema precisa aparecer nas “rodinhas” da Educação Infantil, nos livros da sala de leitura da escola, nos vídeos que se assistem e em todos os outros contextos.
Infelizmente ainda não temos uma fórmula mágica que vá fazer o racismo desaparecer de repente. Mas podemos colaborar para que ele não se dissemine nas futuras gerações e, para isso, a escola e os pais têm um papel importantíssimo.
Devemos educar as crianças para que elas reconheçam nossas raízes afro-brasileiras e a influência delas no povo que somos hoje, o que inclui nossa língua, cultura e muito mais.
Assim elas naturalmente não terão uma atitude preconceituosa em relação ao que passarão a considerar seus antepassados e acolherão o negro e o indígena da forma como deveriam ter sido acolhidos desde o início. Quando chegarmos a esse momento, esta lei não será mais necessária.
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