Pedagogia dos Multiletramentos: o que é?
As mudanças na sociedade mostram novos caminhos para a educação. Nesse cenário surge a Pedagogia dos Multiletramentos. Venha conhecer um pouco mais sobre essa nova teoria.
As mudanças na sociedade e nas formas de comunicação apontam novos caminhos para o ensino, uma vez que as necessidades de aprendizagem já não são as mesmas. Estamos inseridos em um cenário de novos hábitos e valores e principalmente de novas formas de interação (real e virtual). É com base nessas transformações que surge a teoria dos multiletramentos.
Tantas novas formas de comunicação e interação em função da digitalidade e as diversidades culturais e linguísticas implicam mudanças no contexto da vida pessoal, da vida pública e no contexto de trabalho da nova sociedade. Para acompanhar esse ritmo os estudiosos Cope e Kalantzis (2000) propuseram uma pedagogia que considera os efeitos cognitivos, culturais e sociais decorrentes dos variados contextos na hora de educar os novos alunos de cada geração.
A Pedagogia dos Multiletramentos surgiu a partir de uma reunião em Nova Londres em 1996 no estado de Connecticut, EUA e tem ganhado cada vez mais espaços para debate atualmente.
Percebendo que eram necessárias novas práticas de letramentos que envolvessem novas capacidades de compreender o que acontecia ao redor, os autores dessa pedagogia se dedicaram a criar fases de educação que não desconsidera o letramento escolar grafocêntrico, mas alerta sobre a insuficiência de apenas um sistema.
Lidar com as diferenças pragmáticas, linguísticas e culturais é ponto central dessa educação, que consequentemente é voltada para a cidadania, para o pessoal e para o trabalho produtivo.
A pedagogia dos multiletramentos envolve três dimensões da vida social, o mundo do trabalho, a participação cívica e a pessoal e possui quatro grandes fatores:
Prática Situada (Situated Practice)
A Prática Situada é a parte da pedagogia que diz que os aprendizes devem ter consciência da importância do seu aprendizado. Assim, eles vão estar motivados e perceber que o que aprendem será útil para algo, conforme o interesse deles, o que é possível quando suas necessidades afetivas e socioculturais e identidades são consideradas. Portanto, o foco na Prática Situada é a compreensão crítica, ou seja, o conhecimento construído de forma consciente. Para avaliar a evolução do aprendizado, abrimos mãos dos testes e provas e começamos a observar o desenvolvimento do aluno.
Instrução Explícita (Overt Instruction)
O segundo fator, Instrução Explícita (Overt Instruction), fala sobre as intervenções ativas que o professor deve ter para fundamentar atividades de aprendizagem. Aqui o conhecimento não é passado de forma direta, com repetições e memorizações, embora tenha essas conotações. Nesta etapa, existe uma grande valorização do trabalho colaborativo. Professor e alunos trabalham juntos para conseguir cumprir tarefas mais complexas do que seria possível sozinho. O objetivo aqui é além de ter a consciência, também ter o controle do que está sendo aprendido.
Enquadramento Crítico (Critical Framing)
No Enquadramento Crítico (Critical Framing), o objetivo é ajudar os aprendizes a enquadrar seu aprendizado na prática. É preciso agora buscar a compreensão consciente das relações históricas, sociais, culturais, políticas e ideológicas. Esse é o momento que os alunos podem ganhar a distância pessoal e teórica necessária do que aprenderam e construtivamente criticá-lo. Nesse momento surgem as inovações e as soluções para os problemas que antes pareciam inacessíveis. O papel do professor é fundamental para guiar o aluno, que vai precisar expandir seu conhecimento nas mais diversas áreas para entender seu problema.
Prática Transformadora (Transformed Practice)
A prática transformadora é o momento do resgate do que foi aprendido. Aqui, o aprendiz retorna ao começo do aprendizado e revisa tudo o que aconteceu, para que possa refletir, corrigir, retomar o que sinta necessidade.
Alunos e professores devem desenvolver formas de os estudantes demonstrarem como podem criar e aplicar o aprendizado nos próprios objetivos e valores. E ainda, devem ser capazes de mostrar que podem implementar as compreensões adquiridas por meio da Instrução Explícita e do Enquadramento Crítico. É hora de viabilizar aquilo que foi aprendido e transformar o conhecimento em realidade.
A pedagogia do multiletramento considera o aluno como um indivíduo com ricas particularidades e incríveis capacidades de ser ativo em seu aprendizado e desenvolvimento. Uma pedagogia criada para ajudar na construção de sentidos, com sensibilidade para as diferenças, mudanças e inovações, o que a faz dessa diferente teoria ainda mais produtiva, relevante, inovadora, criativa e capaz de transformar a vida.
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