Incentive a leitura de mulheres! 5 autoras para trabalhar em sala de aula.
Confira dicas de 5 autoras brasileiras para trabalhar em sala de aula e incentive o hábito de ler autoras mulheres entre seus alunos.
Você já parou para analisar quantas mulheres fazem parte da grade de leitura obrigatória da instituição que você leciona? Olhe para a estante da biblioteca da escola, quantos daqueles livros foram escritos por mulheres? Infelizmente, ler mulheres não era um hábito incentivado no currículo escolar até bem pouco tempo atrás e isso acabou resultando num conhecimento raso e superficial sobre mulheres escritoras por várias gerações.
Mas, a verdade é que essa desvantagem não está apenas na grade curricular. Em 115 anos de existência do prêmio Nobel de Literatura, apenas 13 mulheres foram vencedoras. Nos 60 anos do Jabuti, principal premiação brasileira da área, só 19,9% dos 84 vencedores na categoria romance foram mulheres. Rachel de Queiroz, só conquistou a primeira cadeira feminina na Academia Brasileira de Letras, 80 anos depois da criação da instituição. Cabe então, aos professores, instituições e até mesmo alunos da nossa geração, equiparar esses anos de desvantagem e promover um verdadeiro movimento de incentivo à leitura de escritoras mulheres.
Confira alguns nomes que seus alunos e principalmente alunas, vão adorar:
1 - Rachel de Queiroz (1910-2003)
Escritora do clássico romance denominado “O Quinze” Rachel de Queiroz marcou o modernismo, com apenas 19 anos. Foi a primeira mulher a ingressar na Academia Brasileira de Letras e também a primeira a receber o Prêmio Camões em 1993. "O Quinze" conta a história da grande seca de 1915 no Ceará e não só crítica aos problemas de desigualdade social na Região Nordeste, como também representa um marco da emancipação da mulher brasileira. A inspiração veio de sua infância e a história nos envolve do começo ao fim. Algumas de suas outras obras são: "As três Marias", "Caminho de pedras", "Memórias de menina", "O galo de ouro", "Memorial de Maria Moura" e "Andira". Rachel abriu portas e merece ser lida.
2 - Carolina de Jesus (1914-1977)
Carolina de Jesus nasceu em Minas Gerais numa comunidade rural. Foi Moradora da favela do Canindé na zona dorte de São Paulo e trabalhando como catadora, registrava todo seu cotidiano e da comunidade em cadernos que encontrava no lixo. Ela já começou sua trajetória como escritora enfrentando três grandes preconceitos: ser mulher, negra e pobre. Porém, Carolina de Jesus resistiu e hoje é considerada uma das primeiras e mais importantes escritoras negras do Brasil. "Quarto de Despejo" é sua obra mais conhecida e narra o sofrimento da população pobre em uma favela no período de 1955 a 1960. A parte triste é que mesmo com o grande sucesso desse seu primeiro livro, Carolina acabou morrendo pobre e esquecida aos 62 anos. A personalidade forte de Carolina esbanja em cada linha escrita por ela, seus alunos vão se sentir presos pelo enredo. Vale o teste!
3 - Lygia Fagundes Telles (1923- )
Uma brilhante escritora de contos. Suas obras se tornaram clássicos da literatura nacional e não à toa, Lygia foi condecorada com o Prêmio Camões em 2005. Lygia conta que a inspiração dos textos está na sensibilidade do seu olhar. Ela presta atenção nos detalhes e nos impasses da existência nas grandes cidades, a solidão compartilhada no desgaste dos casamentos falidos, o isolamento da vida em uma sociedade injusta e desigual ou a perda das ilusões na busca da felicidade a qualquer preço. Talvez por isso seus contos nos falem tanto, pois acabam sendo um choque de realidade que nos gera identificação e acolhimento. Todos os pequenos dramas anônimos da classe média parecem ser descritos por ela. A construção de cada narrativa é sempre muito original. Lygia demonstra nas sutilezas as motivações e intenções dos personagens, sempre priorizando uma abordagem psicológica em detrimento da ação. Um prato cheio para as aulas de interpretação textual.
4- Ana Miranda (1951- )
Nascida em Fortaleza, Ana Miranda é uma importante e premiada romancista. Já morou em Brasília, no Rio de Janeiro e em São Paulo. Hoje vive no Ceará. Seu livro de estreia como romancista foi lançado em 1989, com "Boca do Inferno" (prêmio Jabuti de revelação). Entre seus principais romances: "Desmundo" (1996), "Amrik" (1997) e "Dias e Dias" (2002, Jabuti de romance e prêmio da Academia Brasileira de Letras). Foi escritora visitante em universidades como Stanford e Yale, nos Estados Unidos, e representou o Brasil perante a União Latina, em Roma. Logo depois lançou seu livro Musa Praquejadora e finalmente em 2015 recebeu o Prêmio da Academia Brasileira de Letras na categoria Ficção. Ana Miranda é atenção e escrita detalhada que capta a atenção de todas as idades.
05- Hilda Hilst (1930-2004)
Autora do livro de poesia chamado "Presságio" e publicado em 1950 Hilda Hilst é uma escritora completa. Primeiro lançou seu livro de poesias e só depois decidiu que escrever era mesmo o que queria para si. Só a partir de 1954, passou a se dedicar integralmente à literatura. Entre 1955 e 1962, publicou diversas obras de poesia, entre elas "Balada do festival" e "Ode fragmentária". Entre 1965 e 1966 transferiu-se para Campinas, onde passou a morar na "Casa do Sol", construção próxima à fazenda de sua mãe e de onde vinham todas suas inspirações para seus importantes versos. Em 1968 passou a escrever peças teatrais, como "O visitante" e "O novo sistema" e além disso passou a colecionar obras de destaque, como os títulos "A obscena senhora D", "Bufólicas", "Fluxo-floema", e seu primeiro livro de ficção, e a trilogia composta pelos títulos "O caderno rosa de Lori Lamby", "Contos d'escárnio/Textos grotescos" e "Cartas de um sedutor". Uma excelente autora para trabalhar com alunos do ensino médio e conversar sobre os diversos tipos de linguagens.
Bônus super atual: Ryane Leão - Dos lambe-lambes ao best seller.
Há 12 anos Ryane começou a escrever um blog. Depois migrou para o Facebook, ao mesmo tempo em que lembrou do quanto gostava de arte de rua - e resolveu colar lambe-lambe por São Paulo. Para dar ainda mais voz a sua arte criou o perfil de Instagram @ondejazzmeucoracao, em que reúne mais de 620 mil pessoas. Com o sucesso da página, Ryane resolveu abrir um financiamento coletivo para lançar seu primeiro livro, foi um sucesso absoluto e a autora tornou-se best seller com o título “Tudo nela brilha e queima”. Depois do sucesso, Ryane escreveu também seu segundo livro chamado Jamais peço desculpas por me derramar. Com certeza seus alunos vão adorar!
Ler mulheres muda o mundo. Incentive o hábito de leitura junto aos seus alunos e abra portas para que cada vez mais meninas se sintam inspiradas a escrever.
Gostou do que leu? Aqui no nosso blog temos muito mais dicas de conteúdos para colocar na sua planilha de ideias para aulas.
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