Questões de História - Temática
NÃO DEIXEM ACABAR COM OS IANOMÂMIS
brasil.elpais.com, 12/07/2020
Ianomâmi. Talvez você nunca tenha ouvido falar nesse nome. Pois saiba que é o nome genérico de cerca de 8400 brasileiros, gente boa que vive em 203 cabanas, no interior da floresta tropical, bem na fronteira com a Venezuela. Formam 14% da população de Roraima e encontram-se ainda no Amazonas.
Os ianomâmis correm no momento um grande risco e estão precisando de você. Cabe a você interessar-se pelo projeto de um grupo de antropólogos, juristas, médicos e jornalistas, que visa a proteger a vida pacífica dos ianomâmis, nos locais que habitam, e dentro do tipo de cultura que é tradicionalmente o deles. Esse projeto, ou anteprojeto, propõe a criação do Parque Indígena Ianomâmi.
Essa é a única maneira de salvar a comunidade social e cultural desses homens, mulheres e crianças que desde 1974 vêm sofrendo as consequências do processo de expansão econômica da Amazônia em sua parte negativa, sem se beneficiar com suas possíveis vantagens. A abertura da Perimetral Norte, BR-210, levou àquela região gripe, sarampo, tuberculose, moléstias de pele e doenças venéreas. O garimpo irrompeu como outra modalidade da doença. Em 1978, é a Cia. Vale do Rio Doce que se apresta para extrair a cassiterita, antes explorada ilegalmente pelos garimpeiros. E a Perimetral Norte vai prosseguir, fornecendo espaço à colonização. Topógrafos percorrem o território ianomâmi, demarcando lotes em terras insofismavelmente pertencentes aos índios.
CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE Adaptado de Caderno Ilustrado, Folha de S. Paulo, 02/08/1979.
Em seu artigo de 1979, o escritor Carlos Drummond de Andrade situa circunstâncias do projeto de criação do Parque Indígena Ianomâmi, no contexto das ações de exploração da Amazônia durante os governos militares (1964-1985).
A defesa da criação desse Parque, naquela conjuntura, tinha como objetivo tornar pública a seguinte problemática:
“O Brasil é terra indígena porque nós somos povos originários, cuidamos desse Brasil, brigamos por ele, pela manutenção dos nossos biomas. Se fala muito em defesa da Amazônia, que é importante, claro, a maior floresta tropical do mundo, mas nós temos aí o cerrado, a mata atlântica, que igualmente estão ameaçados. A caatinga, o Pantanal, os pampas, que, da mesma forma, precisam estar protegidos. Hoje, dentro do Brasil, o que não é terra indígena está totalmente ameaçado. Basta você comparar as terras indígenas demarcadas ou habitadas por indígenas com as demais terras públicas. E, quando se compara com terras privadas, aí que o disparate é grande. Nós estamos vivendo uma emergência climática e nós temos de entender o quanto é urgente proteger o meio ambiente. E, aqui no Brasil, proteger o meio ambiente é proteger os modos de vida dos povos indígenas”
Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2021/10/proteger-o-ambiente-eproteger-povos-indigenas-diz-sonia-guajajara.shtml
Esta declaração foi feita pela atual Ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara.
Sobre essa temática, assinale a alternativa CORRETA.
A unidade política conhecida como cidade-estado na Grécia Antiga não resulta de um consenso entre os historiadores. Trata-se de um conceito muito discutido e debatido na historiografia mundial ao longo do tempo.
De qualquer forma, existem algumas características que dão um contorno político, socioeconômico, cultural e religioso semelhantes nessas unidades. Segundo o historiador Norberto Luiz Guarinello (2022, p. 79), por exemplo, dentro das cidades-estados ?as constituições dos [...]provavelmente se inspiraram em modelos orientais, sobretudo egípcios. Tornaram-se as novas moradias dos deuses. Não eram mais deuses de uma família aristocrática ou de uma etnia [...] Eram os deuses de uma comunidade como um todo.?
Essas características são importantes na construção desses modelos políticos e fornecem bases historiográficas determinados padrões, tal como o exemplo de Guarinello nos mostra.
Fonte: Guarinello, Norberto Luiz. História Antiga. 1ª edição. São Paulo: Contexto, 2022, p. 79.
Segundo esse exemplo, podemos dizer que:
LAERTE folha.uol.com.br, fevereiro/2023
A charge de Laerte está inserida em um conjunto de críticas ao governo federal de 2019 a 2022, indicando também expectativas quanto à promoção de mudanças com o fim desse mandato.
Considerando a conjuntura política da transição governamental mencionada, uma correlação adequada entre crítica e expectativa é:
Leia o texto para responder à questão.
Uma das lendas folclóricas brasileiras narra a história de Naiá, uma jovem que amava a Lua (chamada de Jaci pelos tupis-guaranis) e sonhava que a deusa pudesse transformá-la em uma estrela. Até que, em uma noite, Naiá viu a imagem da deusa na superfície de um lago e, pensando que a Lua descera para se banhar, mergulhou ao seu encontro e se afogou. Jaci, comovida pelo sacrifício de Naiá, transformou-a na “Estrela das Águas”, planta aquática conhecida por suas grandes folhas flutuantes e de formato circular, chamada posteriormente de vitória-régia.
É por isso que as flores brancas e perfumadas da vitória-régia só se abrem à noite, como uma forma de homenagear Jaci.
No final do século XIX, eclodiu uma rebelião no Acre, que se prolongou por alguns anos e, ante a ameaça de uma intervenção direta do governo brasileiro, foi firmado o Tratado de Petrópolis entre os governos da Bolívia e do Brasil, em 1903. Foi por isso que a Bolívia cedeu o território do Acre ao Brasil em troca de dois milhões de libras esterlinas; e o governo brasileiro se comprometeu a construir a estrada de ferro Madeira – Mamoré.
Sobre esse estado da federação, é correto afirmar que nele se encontra o ponto
“O voto feminino no Brasil completou 90 anos. Desde que a professora Celina Guimarães se alistou para votar em Mossoró, em 1927, e Alzira Soriano, primeira mulher eleita para um cargo público no país, assumiu a Prefeitura de Lajes, em 1929, ambos municípios do Rio Grande do Norte, muita coisa mudou. Em que pesem os avanços legais, o cenário nacional segue desfavorável, e a participação das mulheres na política ainda é irrisória considerando-se o perfil demográfico brasileiro. Mulheres somam 52% dos votantes, mas representam apenas 15% dos parlamentares do Congresso. A maioria da população feminina é negra, ao contrário da parlamentar, que é majoritariamente não negra. Indígena, apenas uma. Verdade que o percentual de participação feminina na Câmara e no Senado cresceu na comparação com legislaturas anteriores. Ainda assim, é pouco. Na prática, a política no Brasil é feita por homens brancos. Dados da União Interparlamentar, que reúne países ligados à ONU, colocam o Brasil na posição 145º do ranking Mulheres nos Parlamentos Nacionais. Numa nação onde em 2021 quatro mulheres foram vítimas de feminicídio por dia, e os casos de estupro voltaram a crescer, já passou da hora de usar a via democrática para tentar mudar esse cenário. É necessário que as mulheres assumam o protagonismo nesse pleito, reivindiquem cabeças de chapas majoritárias e exijam transparência na distribuição dos recursos do fundo partidário. Claro que não há garantias de transformação, mas pode ser uma bela oportunidade de ao menos dar uma sacolejada no jogo e incluir em pauta a discussão de alguns problemas reais do Brasil”.
ROSA, Ana Cristina. “Com mulheres na cabeça”. Folha de S. Paulo. 27.02.2022. Adaptado.
É correto afirmar que o cenário nacional ao qual se refere a autora do texto