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Acesse GrátisQuestões de História - Temática
Questão 1 8555755
UERJ 2023Ideias para adiar o fim do mundo
Quando se completaram quinhentos anos da travessia de Cabral e companhia, recusei um convite
para vir a Portugal. Eu disse: “Essa é uma típica festa portuguesa, vocês vão celebrar a invasão do
meu canto do mundo. Não vou, não”. Porém, não transformei isso numa rixa e pensei: “Vamos ver
o que acontece no futuro”.
[5] Em 2017, ano em que Lisboa foi capital ibero-americana de cultura, ocorreu um ciclo de eventos
muito interessante, com performances de teatro, mostra de cinema e palestras. Fui convidado a
participar, e, dessa vez, nosso amigo Eduardo Viveiros de Castro faria uma conferência no teatro
Maria Matos, chamada “Os involuntários da pátria”. Então, pensei: “Esse assunto me interessa, vou
também”. No dia seguinte ao da fala do Eduardo, tive a oportunidade de encontrar muita gente que
[10] se interessou pela estreia do documentário Ailton Krenak e o sonho da pedra, dirigido por Marco
Altberg. O filme é uma boa introdução ao tema de que quero tratar: como é que, ao longo dos
últimos 2 mil ou 3 mil anos, nós construímos a ideia de humanidade? Será que ela não está na base
de muitas das escolhas erradas que fizemos, justificando o uso da violência?
A ideia de que os brancos europeus podiam sair colonizando o resto do mundo estava sustentada na
[15] premissa de que havia uma humanidade esclarecida que precisava ir ao encontro da humanidade
obscurecida, trazendo-a para essa luz incrível. Esse chamado para o seio da civilização sempre foi
justificado pela noção de que existe um jeito de estar aqui na Terra, uma certa verdade, ou uma
concepção de verdade, que guiou muitas das escolhas feitas em diferentes períodos da história.
Agora, no começo do século XXI, algumas colaborações entre pensadores com visões distintas,
[20] originadas em diferentes culturas, possibilitam uma crítica dessa ideia. Somos mesmo uma
humanidade?
Pensemos nas nossas instituições mais bem consolidadas, como universidades ou organismos
multilaterais, que surgiram no século XX: Banco Mundial, Organização dos Estados Americanos
(OEA), Organização das Nações Unidas (ONU), Organização das Nações Unidas para a Educação,
[25] a Ciência e a Cultura (Unesco). Quando a gente quis criar uma reserva da biosfera em uma região
do Brasil, foi preciso justificar para a Unesco por que era importante que o planeta não fosse
devorado pela mineração. Para essa instituição, é como se bastasse manter apenas alguns lugares
como amostra grátis da Terra. Se sobrevivermos, vamos brigar pelos pedaços de planeta que a gente
não comeu, e os nossos netos ou tataranetos — ou os netos de nossos tataranetos — vão poder
[30] passear para ver como era a Terra no passado. Essas agências e instituições foram configuradas e
mantidas como estruturas dessa humanidade. E nós legitimamos sua perpetuação, aceitamos suas
decisões, que muitas vezes são ruins e nos causam perdas, porque estão a serviço da humanidade
que pensamos ser.
Como justificar que somos uma humanidade se mais de 70% estão totalmente alienados do mínimo
[35] exercício de ser? A modernização jogou essa gente do campo e da floresta para viver em favelas e
em periferias, para virar mão de obra em centros urbanos. Essas pessoas foram arrancadas de seus
coletivos, de seus lugares de origem, e jogadas nesse liquidificador chamado humanidade. Se as
pessoas não tiverem vínculos profundos com sua memória ancestral, com as referências que dão
sustentação a uma identidade, vão ficar loucas neste mundo maluco que compartilhamos.
AILTON KRENAK Adaptado de Ideias para adiar o fim do mundo. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.
Em Ideias para adiar o fim do mundo, Ailton Krenak questiona o que se convencionou chamar “humanidade”, em especial a partir do século XVI.
Esse questionamento deve-se principalmente ao fato de o sentido dessa palavra poder ser associado, na perspectiva de Krenak, à ideia de:
Questão 75 6752081
UECE 2° Fase 2° Dia 2022A Constituição Federal de 1988, no seu artigo 231, preconiza que são “reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens”. Porém, é facilmente observável que existe ainda hoje muita ignorância e intolerâncias sobre as populações indígenas que estão legalmente, como preza a Constituição, integradas à sociedade brasileira. Além disso, ainda persistem muitas lutas travadas judicialmente nos últimos anos por demarcações de suas terras e garantias legais para a sobrevivência desses povos e de suas culturas.
Considerando a realidade das atuais populações indígenas no Brasil, avalie as proposições seguintes:
I. De fato, o emprego do termo “povos indígenas” é incorreto, pois certamente, no Brasil, só há um “povo”, que é o “povo brasileiro”.
II. Os povos indígenas estão em crescimento e em busca de sua sobrevivência e de seus direitos constitucionais.
III. Muitos povos indígenas lutam por suas terras contra madeireiros, grileiros, garimpeiros e agentes de órgãos estatais.
IV. A luta dessas populações indígenas por demarcações de terras pode ser traduzida como busca por simples privilégios.
É correto somente o que se afirma em
Questão 50 6780433
UnirG 2022“A política de aldeamentos foi essencial para o projeto de colonização. Afinal, os índios aliados eram indispensáveis ao projeto, pois além de compor as tropas militares, eles deviam ocupar os espaços conquistados e contribuir, como mão-deobra, para a construção das sociedades coloniais. As novas aldeias que se cravam próximas aos núcleos portugueses foram, do século XVI ao XVII, o espaço privilegiado para a inserção desses índios na ordem colonial. Desempenharam importantes funções e foram, a grosso modo, estabelecidas e administradas por missionários, principalmente jesuítas.”
(ALMEIDA, Maria Regina Celestino de. Os índios na História do Brasil. Rio de Janeiro: FGV, 2010. p 69)
A partir da interpretação do fragmento do texto, é correto afirmar que
Questão 56 5935862
PUC-Rio 2021O Brasão acima foi utilizado durante o período colonial, entre 1500 e 1815.
A partir dessa imagem, pode-se afirmar que, entre os objetivos da colonização portuguesa no Brasil, estava
Questão 17 5940561
FGV-RJ 2021/1“E os espanhóis ainda não nos tinham atacado quando, muito repentinamente, houve uma grande enfermidade, uma doença pustulenta. Em Tepilhuitl começou. E infligiu uma grande devastação. Alguns ela cobriu inteiramente, espalhou-se por todas as partes (...) Muitos homens morreram desse mal, e muitos outros simplesmente morreram de fome, de fome eles morreram; ninguém cuidava de ninguém, ninguém fazia nada pelos demais.”
BAUDOT, G. & TODOROV, T. Relatos astecas da conquista. São Paulo: Editora Unesp, 2019, p. 166-167.
A conquista da região do México pelos espanhóis
Questão 70 6103637
ENEM 1° Dia 2021Foram esses cientistas Xavante que esclareceram os mistérios da germinação de cada uma das sementes. Eles tinham o conhecimento para quebrar a dormência. O fogo era fundamental para muitas; para outras, o caminho para despertar passava pelo sistema digestivo dos animais silvestres. "Essa planta nasce depois que fazemos a caçada com fogo. diziam eles, esta outra quando a anta caga a semente, aquela precisa ser comida pelo lobo”. Aliando os conhecimentos dos cientistas da aldeia e da cidade, essa área do Cerrado foi recuperada totalmente.
APPIANI, A. Acesso em 10 ou. 2019 (adaptado)
No texto, a relação socioespacial dos indígenas evidencia a importância do(a)