Questões de História - Temática - História Regional
Muitas são as mulheres negras que a historiografia oficial não cita comumente como, por exemplo, Beata Maria de Araújo, Guerreira Zeferina, Teresa de Benguela, Luiza Mahin, entre outras. No Ceará, a importante atuação de Preta Tia Simoa foi fundamental para a abolição da escravização de negros. Longe de ser mencionada como heroína do seu povo, a luta de Tia Simoa não passa despercebida no trabalho da historiadora cearense Karla Alves. Sua pesquisa foi feita através da análise de material histórico que mostrava fortes evidências de que Preta Tia Simoa foi uma liderança na mobilização de trabalhadores jangadeiros contra o transporte de negros escravizados para a capital da província do Ceará, no século XIX. “Durante a paralisação dos jangadeiros, Preta Tia Simoa mobilizou um grande número de pessoas para ajudar a defender os trabalhadores. Uma mulher negra, liberta que tinha essa capacidade de mobilização, nos remete a ideia de que ela era de fato uma liderança” explica Karla.
Disponível em: https://www.brasildefatoce.com.br/2020/11/21/conhecapreta-tia-simoa-e-sua-luta-por-liberdade-no-ceara-do-seculo-19. Acesso em: 23 maio 2023.
Sobre a participação das mulheres negras na história, assinale a alternativa correta.
"A questão agrária nos sertões cearense, em parte, tem sua essência na estrutura fundiária do Estado, uma estrutura fundiária fortemente concentrada, com origem no século XVII, a partir do regime de sesmarias. A doação de grandes extensões de terras voltadas para a pecuária no sertão semiárido favoreceu a constituição de uma elite agrária sertaneja. As fazendas de gado se multiplicavam rapidamente, não ocupando na mesma proporção a mão-de-obra que estava se formando na área. A produção de gado extensiva ocupou pouca mão-de-obra e teve na figura do vaqueiro um ator fundamental. No século XIX o algodão também se estabeleceu como produto importante na economia cearense".
(OLIVEIRA, 2005, p. 133. Disponível em https://teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8136/tde-18072006- 132037/publico/CAPITULO3.pdf. Acesso 18/02/22).
A realidade fundiária do Ceará não difere muito daquelas encontradas no restante do Nordeste.
No que se refere à essa realidade é possível afirmar que:
"As primeiras sesmarias caririenses datam de 1703, apesar de já preexistirem colonos fixados ao solo, dentre eles, muitos de origem baiana, dando origem as vilas de Crato e Jardim, que se destacaram no cenário urbano colonial (GIRÃO, 1994). Inicialmente, buscavam encontrar grandes jazidas de metais preciosos, principalmente por pensarem que naquelas terras era possível existir ouro. Não encontrando metais preciosos, os primeiros colonizadores buscaram desenvolver uma atividade mais compensadora que trouxesse lucratividade de modo mais rápido. Sendo assim, foi implantado o cultivo da cana-de-açúcar, permitindo uma maior integração com a economia açucareira da zona da mata pernambucana, utilizando-se principalmente da mão-deobra negra".
(ABREU e CRUZ, 2010. Disponível em http://www.uvanet.br/hist/janjun2010/16_resgatando_historia.pdf. Acesso em 05/02/2022).
A partir do processo descrito acima e considerando o contexto de ocupação do Nordeste brasileiro e do Cariri cearense pelos colonizadores europeus, é possível afirmar que:
No Sertão Nordestino, oligarquias representam um dos polos na desigual estrutura social, econômica e política da região.
Durante o século XX, a oligarquia nordestina beneficiou-se
Segundo o historiador brasileiro, Fran- cisco José Pinheiro, a ocupação da capitania do Ceará pelos povos ibéricos ocorreu tardiamente, desordenando o modo como se estabeleciam os meios de produção já experimentados noutros territórios, como da Bahia. Desse modo, pode-se considerar, em se tratando da história da ocupação e dos confrontos em torno do território cearense que, a terra era, sobretudo, para alguns tantos, um território que se constituía em valor, símbolo e vida a calcinar identidades, Mas, para outros, uma ideia concreta de propriedade privada:
Leia as afirmativas abaixo e em seguida marque a alternativa CORRESPONDENTE:
I. O confronto entre indígenas e lusitanos pode ser compreendido em face do projeto de domínio português no Ceará,
II. A pecuária foi considerada atividade subsidiária da produção açucareira que avançava pelas terras litorâneas.
III. De acordo com a oralidade Tabajara da Serra da Ibiapaba, houve no início do século XVII, migrações dos povos indígenas do litoral da Bahia para a Capitania do Ceará,
IV. O conceito de território possui significados e compreensões distintos quando consideramos as diferenças entre “o pensamento dos povos indígenas e o pensamento dos colonos portugueses.
Leia o excerto a seguir.
“Não podia se conformar com a ideia da morte do presidente, o homem da moda, o ‘querido das moças’, o grande amigo do Ceará, que tantos benefícios fizera a essa província, mandando construir açudes no sertão, reconstruindo o passeio público, ativando as obras do porto, facilitando a emigração, prodigalizando esmolas, e, finalmente, introduzindo em Fortaleza certos costumes parisienses, como por exemplo, o sistema de passear a cavalo a chouto, de aparar a cauda aos animais de sela. Lembrava as qualidades do fidalgo paulista…”
CAMINHA, Adolfo. A Normalista. Rio de Janeiro: Editora Três, 1973. p. 180- 181. (Texto adaptado ao Novo Acordo Ortográfico)
O trecho em destaque, que trata da morte do presidente da província do Ceará, Antônio Caio Prado, se refere ao período da história correspondente