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Acesse GrátisQuestões de História - Temática
Questão 68 1373516
FUVEST 2020De acordo com o historiador Martyn Lyons, “nos temores contemporâneos em relação ao acesso ilimitado a sites perigosos da Internet, e às dificuldades enfrentadas por governos de diversos países no policiamento da distribuição da informação, ouve‐se o eco do pânico causado pela invenção da imprensa”.
Martyn Lyons, A história da leitura de Gutenberg a Bill Gates, RJ: Casa da Palavra, 1999.
Escolha a alternativa que demonstre corretamente os elementos de continuidade e de descontinuidade entre a “revolução do impresso” e a “revolução eletrônica” apontados pelo autor.
Questão 1 1375087
USS 2020TEXTO
O NAVEGADOR
Era encarregado da navegação de bordo da aeronave estratosférica. Olhava as estrelas pelo mirante de
vidro no fundo da nave e mantinha o aparelho em sua rota estrita, que não podia se afastar nem um
grau, na verdade nem um 0,012, da rota que a técnica da navegação espacial determinara. Pois uma
vez, vez aparentemente como outra qualquer, estava o nosso navegador examinando as estrelas, numa
[5] noite estrelada como todas, pois naquela altura não há noite não estrelada, quando estourou o tampão
do mirante e ele foi sugado pra fora da nave. No momento em que o resto da tripulação percebeu o
acidente, houve pânico (logo controlado, eram todos profissionais experimentados a evitar pânico) a
bordo. Não comunicaram nada aos passageiros-teste, trataram de descer no primeiro ponto possível. Mas
nosso herói, dos muitos mártires da técnica da aeronáutica de todos os tempos, o primeiro dos tempos
[10] da astronáutica, jamais foi esquecido. Não digo que “não foi esquecido” no sentido habitual em que se fala
isso, não. Não há nada de “patriótico”, “grandioso”, “eterna gratidão dos homens”, no inolvidável em que se
tornou nosso homem.
Aconteceu apenas o seguinte: ao ser sugado do aparelho, nosso navegador não caiu. O avião estava fora da
órbita gravitacional de qualquer planeta. Ou melhor, subiu um pouco, algumas dezenas de quilômetros. Mas
[15] parou aí. E veio-lhe uma calma inexplicável, enquanto espiava a nave que sumia. Devido a indeterminada
lei de atração-inerte ele ainda foi arrastado, em órbita, um certo tempo. Logo, porém, caiu num espaço
vazio, sem qualquer movimento. Tentou se mover, não teve como. O mundo, ao seu redor, imenso. A visão,
em torno, ampla como jamais supusera ser possível. Ficou olhando, agora aterrorizado. Verificou o relógio,
os ponteiros tinham parado. Tentou mover o mecanismo: a força magnética o tinha detido. Estava perdido,
[20] eternamente (?), no tempo e no espaço.
O desespero, estranhamente, não durou muito. Horas depois sentiu total tranquilidade. Parecia que não era
com ele. Ficou só constatando, verificando, se assombrando. E, na impossibilidade de qualquer outra coisa,
esperando. Que podia fazer? Nem subir, nem descer. (...)
Não há técnica que possa salvá-lo. Já tentaram a sucção ao contrário, mas ele caiu numa área em que o vácuo
[25] e o magnetismo se anulam. A primeira sucção tentada afastou-o mais dez quilômetros da rota normal das
naves. Escadas não são praticáveis naquela altura, porque lhes falta apoio. “Deem-me um ponto de apoio e
eu moverei o mundo” aqui não tem sentido. Não há onde apoiar e não há mundo, no sentido arquimédico.
(...) E nosso herói definha.
Mas não está morto. As naves, neste ano e meio que já transcorreu desde o fatídico acidente, trazem relatos:
[30] nosso amigo seca, se mumifica, mas muito lentamente. Não parece especialmente triste, nem desesperado.
Definha apenas, na proporção de um milésimo do que definharia na Terra sem se alimentar. O frio parece
não afetá-lo. Uma vez foi surpreendido com um sorriso nos lábios. As cores das roupas que usava ficaram
mais brilhantes e mais belas com o passar do tempo. E durante o solstício de verão a posição do herói foi
mudando, até ficar na posição de um nascituro. Parecia que ele ia renascer do cosmo.
[35] Enquanto isso, ele, nosso homem, é mais útil do que nunca. Os dados apurados pelo que acontece com
ele têm sido analisados pela ciência aeronáutica e, acredita-se, resultarão na impossibilidade de acidentes
semelhantes no futuro.
Fazem-se cálculos, e naturalmente apostas, sobre a duração da vida do homem. A indústria de tecidos lançou
nova moda, baseada nas fabulosas cores da roupa do navegador. O tecido tem o nome óbvio – Navegador.
(...)
[40] A família tem sobrevivido com donativos particulares, porque não conseguiu receber o seguro de vida
que lhe deve a companhia de aviação, pois, em verdade, o navegador não morreu, nem há mesmo certeza
se está mal de saúde. O advogado da família tentou dá-lo como desaparecido, pra que a esposa pudesse
receber o seguro dentro de cinco anos, mas nem isso a companhia de seguros aceitou – na verdade não há
homem menos desaparecido do que o navegador: o mundo inteiro sabe onde ele se encontra, com absoluta
[45] precisão, até em números e graus, latitude e longitude. Afinal os comandantes das aeronaves que deviam
passar por aquela rota estratosférica começaram, de vontade própria, e mesmo contra o regulamento, a se
desviar ligeiramente, para não se aproximarem do navegador perdido. É que este, agora já bem mais magro
e mais brilhante, deu para fitar os aparelhos com olhar de amargurada censura.
(...)
Lenta, mas seguramente, o nosso navegador gira, agora, no sentido contrário da rotação da Terra.
MILLÔR FERNANDES O Cruzeiro, 19/07/1958. Disponível em: https://revistapesquisa.fapesp.br/2004/06/01/o-navegador. Acesso em: 09/08/2019.
O texto de Millôr Fernandes foi publicado em 1958, cerca de um ano após o lançamento, pela antiga U.R.S.S., do Sputnik, primeiro satélite artificial da Terra.
Pelo teor do texto, um posicionamento do autor que pode ser inferido, frente às conquistas tecnológicas da época, é:
Questão 59 1122627
FGV-SP Administração (Verde - MAT/LPO/LEI/HIS/GEO/HUM) 2019/1As duas obras fotográficas fazem parte da exposição Screenspace (São Paulo, 2018), que reuniu produções sobre a cultura visual contemporânea, a partir da fotografia na era digital.
A respeito dessa investigação artística, analise as afirmações a seguir.
I A exposição Screenspace propõe um debate sobre como a fotografia digital mudou a percepção a respeito do mundo ao nosso redor, em um contexto, no qual milhões de imagens são produzidas e compartilhadas diariamente.
II As obras tematizam a relação entre o que é fotografado e sua representação, ao compor naturezas-mortas a partir de impressões, colagens e reimpressões em papel, que relativizam as noções de verdade e realidade.
III O espaço visual é uma "tela" fabricada pela fotografia digital, usada como ferramenta criativa que constrói a imagem e supera a dimensão de registro documental, tradicionalmente atribuído à imagem fotográfica.
Está correto o que se afirma em
Questão 57 1266543
FGV-SP Economia - 1ºFase - MAT/BIO/HIS/GEO - BLOCO 01 2018O ano de 2016 completa o centenário da canção Pelo telefone, de Ernesto dos Santos, o Donga (1889/1974-RJ) e Maurício de Almeida (mais conhecido como Peru dos Pés Frios).
Parece que a motivação central da composição foi uma crítica bem-humorada ao chefe da polícia carioca que combatia os jogos de azar na cidade: por isso a letra original dizia O chefe da polícia/Pelo telefone/ Mandou avisar/ Que na Carioca/ Tem uma roleta/ Para se jogar. Porém, ao registrar a letra, Donga subtraiu a crítica à polícia e mudou para O chefe da folia. Esse autêntico quebra-cabeça melódico e poético teria sido organizado e recomposto pelo jornalista e carnavalesco Maurício de Almeida, o Peru dos Pés Frios, que ganhou coautoria da composição. Além disso, o refrão da canção também foi tomado de conhecida canção folclórica (Olha a rolinha/Sinhô, sinhô/Se embaraçou/Sinhô, sinhô …).
(José Geraldo Vinci de Moraes. O centenário de Pelo telefone. Em: http://jornal.usp.br/artigos/o-centenario-de-pelo-telefone/. 27.08.2016. Acessado em 08.09.2017. Adaptado)
É correto inferir que a canção Pelo telefone
Questão 60 1095865
FGV-SP Administração 2016/1O filme “O jogo da imitação" (2014) apresentou para o grande público a vida do matemático inglês Alan Turing, cujo trabalho, em missão confidencial junto ao comando de guerra britânico, foi fundamental para a vitória dos aliados na Segunda Guerra Mundial. Turing, usando um equipamento precursor do computador,
Questão 23 171422
ETEC 2011/2O padre gaúcho Roberto Lândell de Moura foi o responsável pela primeira transmissão de voz humana, via rádio, no ano de 1893.
Apesar de ter obtido patentes para seus inventos até nos Estados Unidos, no Brasil ele foi tido pelas autoridades como louco e, por alguns dos fiéis da Igreja, como alguém que tinha pacto com o demônio.
O interesse do padre pela ciência já o havia colocado em contato com dom Pedro II, considerado um homem de visão e um aficionado pelas novidades científicas. No entanto, mais tarde, em 1904, já sob o regime republicano, quando Lândell procurou o presidente Rodrigues Alves para obter auxílio em seus experimentos, foi visto como doido. É que ele teve a ousadia de dizer que, futuramente, o seu invento possibilitaria até a comunicação interplanetária.
(www.revistadehistoria.com.br. Acesso em: 31.01.2011. Adaptado)
O padre Lândell, inventor do rádio, viveu na época em que, no Brasil, ocorria a transição da monarquia para a república. Considerando o exemplo de Lândell, pode-se concluir que