Questões de História - História do Brasil -
O medo das vacinas não é novo no Brasil. É até mais antigo que a emblemática Revolta da Vacina, de 1904. O país viveu um drama sanitário do mesmo tipo no decorrer do século XIX. A doença em questão era a varíola — hoje erradicada do mundo. Apesar de os governos de Dom João VI, Dom Pedro I e Dom Pedro II terem oferecido a vacina gratuitamente aos súditos, muitos fugiam dos vacinadores, o que contribuía para que as epidemias de varíola fossem recorrentes e devastadoras.
Documentos históricos guardados no Arquivo do Senado, em Brasília, mostram que a baixa adesão às campanhas de vacinação foi um problema que atormentou os senadores do início ao fim do Império. “Em Santa Catarina, têm morrido para cima de 2.000 pessoas”, discursou em 1826 o senador João Rodrigues de Carvalho (CE), citando a província da qual fora presidente (governador): “Eu estabeleci ali a vacina, deixando-a encarregada a um cirurgião hábil, mas quase ninguém compareceu. Os povos estão no erro de que a vacina não faz efeito. Quando o interesse público não se identifica com o interesse particular, nada se consegue”.
Ricardo Westin. Fake News sabotaram campanhas de vacinação na época do Império no Brasil. In: El País, 25/12/2020 (com adaptações).
Considerando o assunto do texto anterior e os vários aspectos a ele relacionados, julgue o item.
O período regencial foi marcado por uma série de revoltas populares, como a dos Malês, a Cabanagem e a Balaiada, protagonizadas por escravizados, negros libertos, trabalhadores e setores da população empobrecida, o que revela a manutenção de parte das estruturas desiguais e opressivas do período colonial.
Depois da Independência, em 1822, o país enfrentaria problemas que com frequência emergiram durante a formação dos Estados nacionais da América Latina. Em muitas regiões do Brasil, essas divergências foram acompanhadas de revoltas, inclusive contra o imperador D. Pedro I. Com a abdicação deste, em 1831, o país atravessaria tempos ainda mais turbulentos sob o regime regencial.
REIS, J. J. Rebelião escrava no Brasil: a história do Levante dos Malês em 1835. São Paulo: Cia. das Letras, 2003 (adaptado).
A instabilidade política no país, ao longo dos períodos mencionados, foi decorrente da(s)
Leia os trechos de discursos de dois deputados na Câmara, na década de 1830.
(...) os princípios democráticos tudo ganharam, e muito comprometeram; a sociedade, que então corria risco pelo poder, corre risco pela desorganização e pela anarquia. Como então quis, quero hoje servi-la, quero salvá-la; por isso sou regressista.
Bernardo Pereira de Vasconcelos
(...) empregar todos os meios para salvar o país do espírito revolucionário, porque este produz a anarquia, e a anarquia destrói, mata a liberdade, a qual somente pode prosperar com a ordem.
Paulino José Soares de Sousa
(Apud Ilmar Rohloff de Mattos e Marcia de Almeida Gonçalves, O Império da boa sociedade)
O contexto brasileiro foi marcado, nessa época,
A primeira constituição do Brasil, de 1824, estabelecia uma organização do sistema político em quatro poderes.
Além dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, havia o poder:
A abdicação de D. Pedro I possibilitou um novo arranjo político que, na historiografia, foi denominado de
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