Questões de História - História do Brasil
Considere a seguir o excerto do artigo da historiadora Violeta Loureiro sobre a região amazônica:
De todos, o mito mais persistente [sobre a Amazônia] parece ter sido sempre o da superabundância e da resistência da natureza da região [...].
(LOUREIRO, Violeta Refkalefsky. Amazônia: uma história de perdas e danos, um futuro a (re)construir. Estudos Avançados, v. 16, n. 45, p. 108, 2002.)
Conforme os conhecimentos sobre a história do Brasil, do período colonial ao republicano, considere as seguintes afirmativas referentes às atividades econômicas exercidas na região amazônica:
1. A exploração das drogas do sertão fez parte do processo de interiorização da colonização portuguesa e utilizou mão de obra indígena no século XVII.
2. A atividade mineradora na região no século XVIII foi intensa e teve mão de obra escravizada africana que usou o ouro para comprar sua alforria.
3. O extrativismo do látex voltou-se para suprir a demanda industrial ocidental na virada do século XIX para o XX e atraiu contingentes de migrantes nordestinos.
4. A rodovia Transamazônica e a atividade industrial nos anos 1970 seguiram o projeto de desenvolvimento sustentado liderado por povos indígenas.
Assinale a alternativa correta.
As estimativas sobre a população de Palmares no século XVII oscilam entre 5 e 20 mil pessoas. A crônica abaixo, de 1678, descreve o território palmarino:
Reconhecem-se todos obedientes a um que se chama “o Ganga Zumba”, que quer dizer “Senhor Grande”. A este tem por seu rei e senhor todos os mais, assim naturais dos Palmares como vindos de fora. Habita na sua cidade real que chamam o Macaco. Esta é a metrópole entre as mais cidades e povoações. Está fortificada toda em cerco de pau a pique, com torneiras abertas para ataque e defesa. E pela parte de fora toda se semeia de estrepes de ferro e buracos no chão. Ocupa esta cidade dilatado espaço, forma-se mais de 1500 casas. A segunda cidade chama-se Sirbupira; nesta habita o irmão do rei que se chama “o Zona”. É fortificada toda de madeira e pedras, compreende mais de oitocentas casas. Das mais cidades e povoações darei notícia quando lhe referir as ruínas.
(Adaptado de: ANTT, Manuscrito da Livraria, cod. 1185, fls. 149-55v. In: LARA, Silvia; FACHIN, Phablo (org.). Guerra contra Palmares: o manuscrito de 1678. São Paulo: Chão Editora, 2021, p. 9 – 49.)
Sobre a organização do espaço palmarino, é correto afirmar que
Leia o segmento abaixo.
Na última segunda-feira, o jovem imigrante congolês Moïse Kabamgabe, de 24 anos, foi brutalmente assassinado no Rio de Janeiro. Moïse chegou ainda criança ao Brasil junto com sua mãe e seus irmãos. Era um refugiado que buscava reconstruir a vida longe dos conflitos étnicos na República Democrática do Congo que já tinham ceifado a vida de seu pai e de outros parentes. […] A hostilidade contra africanos tem longa história no Brasil. Nunca é demais lembrar que a história do Brasil é fundada na escravidão. O tráfico transatlântico de africanos escravizados trouxe somente para o Brasil mais de cinco milhões de homens, mulheres e crianças, segundo dados de uma plataforma digital que quantifica os números do comércio negreiro. No século 19, depois da Revolta dos Malês — um movimento de resistência na Bahia protagonizado por africanos de origem iorubá, da África Ocidental —, o governo local estabeleceu uma política de deportação para a África daqueles envolvidos no episódio ou mesmo que representassem algum perigo na cabeça das autoridades brasileiras. […] Com o final do tráfico de africanos escravizados, uma outra política de imigração se estabeleceu no país. Imigrantes europeus, como os italianos, que formavam uma comunidade importante em São Paulo, eram cada vez mais numerosos no Brasil depois de 1850. Os africanos e seus descendentes, por sua vez, foram empurrados cada vez mais para a subalternidade, que se arrasta até os nossos dias.
PINTO, Ana Flavia [et al]. Assassinato de jovem congolês destrói imagem de país cordial e hospitaleiro. UOL, 02 fev. 2022. Disponível em: https://noticias.uol.com.br/opiniao/coluna/2022/02/02/assassinato-de-jovemcongoles-destroi-imagem-de-pais-cordial-e-hospitaleiro.htm. Acesso em: 08 out. 2022.
Considerando a história das relações étnico-raciais no Brasil, a principal ideia contida no segmento é que
No Brasil o “fator mais negativo para a cidadania foi a escravidão. Os escravos começaram a ser importados na segunda metade do século XVI. A importação continuou ininterrupta até 1850, 28 anos após a independência. Calcula-se que até 1822 tenham sido introduzidos na colônia cerca de 3 milhões de escravos. Na época da independência, numa população de cerca de 5 milhões, incluindo 800 mil índios, havia mais de 1 milhão de escravos. Embora concentrados nas áreas de grande agricultura exportadora e de mineração, havia escravos em todas as atividades, inclusive urbanas.” (José Murilo de Carvalho: Cidadania no Brasil – o longo caminho, 2014, p. 25-26).
Sobre as características da escravidão da colônia ao Império no Brasil, é correto afirmar que:
Leia o texto para responder à questão.
Os povos africanos que foram trazidos pro Brasil trouxeram consigo suas tecnologias. E isso tá marcado já nas chegadas dos primeiros, lá no século XVI: eram povos que vinham de sociedades que já desenvolviam a pecuária, por exemplo, ou então sistemas agrícolas complexos. Nos engenhos, muitos africanos chegavam e já eram colocados como mestres-de-açúcar, que era a principal função na parte do beneficiamento do açúcar.
No ciclo do ouro, os exploradores eram basicamente catadores, encontrando aqui e ali as pepitas. Mas uma ferramenta trazida pelos africanos mudou esse jogo: a bateia, que servia pra tirar o ouro vindo no curso da água. Porque era uma atividade que eles já desempenhavam no continente africano, e que acabaram trazendo pra cá.
Tem um alemão, o Barão de Eschwege, ele fundou a primeira siderúrgica do Brasil, em 1812. E quem trabalhava, claro, eram os escravizados. E o Barão se apropriou de um instrumento trazido por esses africanos: o cadinho, que é um tipo de recipiente com formato de pote que é usado pra fundir metais. O alemão fez lá uma pequena adaptação no cadinho e isso potencializou a capacidade de produção dos fornos. Foi uma revolução tecnológica na época. Hoje, tem um monte de livro e de faculdade de Engenharia que homenageia o Barão. Dos africanos que ensinaram isso a ele, não se sabe nem o nome.
Projeto Querino, Transcrição do episódio 05: Os Piores Patrões.
https://tinyurl.com/yacpau7w%20Acesso%20em:%2028.10.2022.%20Adaptado.
Segundo o texto, é correto afirmar que
A escravidão no Brasil contribuiu para as riquezas de Portugal, durante o período colonial.
Ela teve importância bem marcante: