Guerra ao K-pop: Kim Jong-un redobra sua cruzada cultural contra a Coreia do Sul

O recente restabelecimento das comunicações entre a Coreia do Norte e sua vizinha do sul não se traduziu em uma reaproximação cultural. Kim Jong-un continua intransigente em sua postura oposta à influência que possa vir do outro lado do paralelo 38 e obcecado em erradicar o que rotulou de “um tumor maligno”. O líder supremo lançou uma nova cruzada, agora contra os filmes sul-coreanos, o K-pop e os K-dramas, em outra tentativa de controlar totalmente o menu de entretenimento consumido pelos mais de 25 milhões de habitantes de sua nação.

Em 2021, o The Daily NK, jornal especializado na Coreia do Norte com sede em Seul, alertou que o país havia reforçado as medidas para eliminar cabelos tingidos, piercings e roupas, como as calças jeans. Essa obsessão em censurar tudo o que cheire a infiltração ideológica contrasta com a retórica que durante décadas a dinastia Kim tentou vender ao mundo, vangloriando-se da educação que o sistema conseguiu dar ao povo em termos de fortaleza mental. Outro paradoxo, mais em um cenário de clássico estilo orwelliano, que Tae Yong-ho, o primeiro desertor nortecoreano, resumiu em uma entrevista concedida à agência Reuters: “Durante o dia, a população grita Viva Kim Jong-un!, à noite, porém, vê novelas e filmes sul-coreanos”.

INMA BONET Adaptado de brasil.elpais.com, 07/08/2021.

De acordo com a notícia, a expansão mundial do consumo de bens culturais produzidos na Coreia do Sul tem contribuído para a manutenção das rivalidades entre esse país e a Coreia do Norte. Nomeie o episódio e descreva o contexto histórico no qual ocorreu a divisão entre as Coreias do Sul e do Norte.

Em seguida, identifique um dos motivos que justificam, por parte do governo norte-coreano, o entendimento dos bens culturais sul-coreanos como “infiltração ideológica”.

[linha][linha][linha][linha]

ESPANHA REMOVE ÚLTIMA ESTÁTUA EM HOMENAGEM AO DITADOR FRANCISCO FRANCO

reuters.com, 23/02/2021.

A última estátua do ditador Francisco Franco em território espanhol foi removida em fevereiro de 2021 de Melilla, cidade autônoma que pertence à Espanha e está localizada na costa noroeste da África. O monumento celebrava o papel de Franco como comandante da Legião Espanhola na Guerra do Rife, um conflito na década de 1920 em que Espanha e França lutaram contra tribos berberes no Marrocos. “Este foi um dia histórico para Melilla”, disse Elena Fernandez Trevino, responsável pela educação e cultura na cidade, apontando que era “a única estátua dedicada a um ditador ainda em território europeu”. Apenas o Vox, partido da ultradireita espanhola, votou contra a medida. Seus representantes argumentaram que a estátua celebrava o papel militar de Franco, não sua ditadura. Segundo o Vox, portanto, a Lei da Memória Histórica, que determina a remoção de todos os símbolos ligados ao regime de Franco, não se aplicaria a este caso.

Adaptado de folha.uol.com.br, fevereiro/2021.

A ditadura de Francisco Franco foi uma das mais duradouras no Ocidente Europeu, instituída no contexto da Guerra Civil Espanhola (1936-1939).

Indique duas características do regime franquista associadas ao seu caráter ditatorial.

Apresente, ainda, uma justificativa para o posicionamento do Partido Vox, mencionado na reportagem.

[linha][linha][linha][linha]

BACILOMARINO. MAIS UM ALIADO PARA OS IMPÉRIOS CENTRAIS.

La carète économique

A influenza espanhola e os perigos do contágio – esta moléstia é uma criação dos alemães que a espalham pelo mundo inteiro, por intermédio de seus submarinos, (...) nossos oficiais, marinheiros e médicos de nossa esquadra, que partiram há um mês, passam pelos hospitais do front, apanhando no meio do caminho e sendo vitimados pela traiçoeira criação bacteriológica dos alemães, porque em nossa opinião a misteriosa moléstia foi fabricada na Alemanha, carregada de virulência pelos sabichões teutônicos, engarrafada e depois distribuída pelos submarinos que se encarregam de espalhar as garrafas perto das costas dos países aliados, de maneira que, levadas pelas ondas para as praias, as garrafas apanhadas por gente inocente espalhem o terrível morbus por todo o universo, desta maneira obrigando os neutros a permanecerem neutros.

Adaptado de A Careta, 05/10/1918.

A pandemia de gripe espanhola atingiu o Brasil e o mundo entre 1918 e 1920, coincidindo com o último ano da Primeira Guerra Mundial (1914-1918). O trecho do artigo publicado na imprensa do Rio de Janeiro, em 1918, traz referências irônicas à gripe e ao conflito, além de críticas à inação militar brasileira, apesar da declaração de guerra no ano anterior.

A partir do texto, identifique um aspecto que contribuiu para agravar os efeitos da pandemia de gripe espanhola no Brasil.

Em seguida, apresente um fator que levou o Brasil a ingressar, em 1917, na Primeira Guerra Mundial.

[linha][linha][linha][linha]

"Continua sendo, no entanto, uma força imperfeita [...] Cerca de dois terços da população mundial ganharam pouca ou nenhuma vantagem com o rápido crescimento econômico. No mundo desenvolvido, o mais baixo quartil de assalariados testemunhou mais um respingar para cima que um respingar para baixo."

Hobsbawm, Eric J. Era dos Extremos: o breve século XX: 1914-1991. São Paulo: Companhia das Letras, 1995, p. 439.

O historiador inglês Eric Hobsbawm aborda em seu livro uma importante discussão que marcou o século XX e que nos impacta até a atualidade. Com a citação de um trecho do editorial do Financial Times, publicado em 1994, o historiador inglês propõe refletir sobre o processo iniciado a partir da década de 1970 que ficou conhecido como o(a):

O fim da Segunda Guerra Mundial foi marcado por importantes transformações políticas e econômicas no plano mundial, marcadamente pelas divergências entre os Estados Unidos e a União Soviética acerca da ordem pós-guerra.

Iniciava-se um longo período, que ficou conhecido como a Guerra Fria e que teve como uma das consequências diretas desse crescente clima de hostilidade e disputa, o(a):

Após o teste, a Base“PARECIA O FIM DO MUNDO”: AS VÍTIMAS ESQUECIDAS DA PRIMEIRA EXPLOSÃO DE TESTE DE BOMBA ATÔMICA NOS E.U.A.

No dia 16 de julho de 1945, às 05h30, o secreto Projeto Manhattan detonou, em Jornada del Muerto, no deserto do Novo México, o primeiro protótipo da bomba atômica, The Gadget — evento agora revivido pelo elogiado filme Oppenheimer. À frente do Projeto Manhattan estava Robert Oppenheimer, batizado como o “pai” da bomba atômica. Os moradores da região nunca foram alertados sobre essa detonação. O protótipo da bomba causou uma das maiores explosões da história da humanidade. Dias depois, em agosto, os Estados Unidos lançaram duas bombas atômicas sobre as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki, encerrando a Segunda Guerra Mundial.

Após o teste, a Base da Força Aérea de Alamogordo comunicou à imprensa: “Um depósito de munição localizado remotamente, contendo uma quantidade significativa de explosivos, explodiu, mas não houve perda de vidas ou pessoal [da base]”. O breve comunicado antevia a possibilidade de uma evacuação — o que nunca foi feito — devido ao risco que seria mundialmente comprovado muito tempo depois: a nuvem de gases gerada pelos testes nucleares era altamente contaminadora, especialmente para os downwinders — pessoas que viviam em vários estados dos E.U.A. a favor do vento da área de testes nucleares no Novo México. Os Estados Unidos realizaram quase 200 testes de armas nucleares de 1945 a 1962.

Adaptado de bbc.com, 26/07/2023.

A reportagem aborda um episódio associado aos usos militares da energia atômica, no contexto da Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Apresente uma razão para o fato de os Estados Unidos terem realizado quase 200 testes de armas nucleares de 1945 a 1962.

Cite, também, dois episódios, posteriores ao fim da Segunda Guerra Mundial, que tenham contribuído para maior condenação dos usos da energia nuclear.

[linha][linha][linha][linha]