Questões de História - História Geral
“A capacidade de criar uma realidade imaginada com palavras possibilitou que um grande número de estranhos coopere de maneira eficaz. Mas também fez algo mais. Uma vez que a cooperação humana em grande escala é baseada em mitos, a maneira como as pessoas cooperam pode ser alterada modificando-se os mitos – contando-se histórias diferentes. Nas circunstâncias adequadas, os mitos podem mudar muito depressa. Em 1789, a população francesa, quase da noite para o dia, deixou de acreditar no mito do direito divino dos reis e passou a acreditar no mito da soberania do povo”
HARARI, Yuval Noah. Sapiens: Uma breve história da humanidade. L&PM, 2020, p. 41.
O episódio histórico ocorrido na França e citado por Harari está relacionado
Mas se a Razão caminha sem mostrar a face, até a explosão do outono de 1793, seria vão ignorar as profundas rupturas que, a partir do início da Revolução, criaram entre Religião e Revolução, uma dinâmica de crise progressivamente agravada.
VOVELLE, Michel. A Revolução Francesa contra a Igreja. Da razão ao ser supremo. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1988. p. 25. (Fragmento).
Sobre os impactos religiosos, culturais e sociais da Revolução Francesa, assinale a alternativa correta
Observe a imagem, que é uma parte da gravura “Luís XIV como imperador romano”, de Charles Perrault, 1670.
A imagem associa a França do século XVII à Roma Antiga
Quando comecei a me interessar pela Idade Média, era ela uma época definida como um período intermediário entre a Antiguidade e os Tempos Modernos. Dava-se como seu início a queda institucional do Império Romano do Ocidente, em 476, e como seu fim, a tomada de Constantinopla pelos turcos em 1453, ou a descoberta (inconsciente) da América por Colombo em 1492.
Até o fim do século XVIII, a imagem dominante da Idade Média, elaborada e imposta pelos humanistas e depois pelos filósofos das luzes, era a de uma idade bárbara e obscurantista, dominada pelos senhores incultos e predadores e por uma Igreja opressiva e que desprezava o verdadeiro saber.
Resisti à imagem cinzenta e cansativa de uma Idade Média dominada por uma concepção essencialmente jurídica do regime feudal e por camponeses. Acredito numa longa Idade Média, porque não vejo a ruptura do Renascimento. É preciso esperar o fim do século XVIII para que a ruptura se produza: a Revolução Industrial na Inglaterra e, depois, a Revolução Francesa, nos domínios político, social e mental, trancam com chave o fim do período medieval.
Jacques Le Goff. Uma longa Idade Média. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2008, p. 12-14 (com adaptações).
A Revolução Industrial e a Revolução Francesa correram, por algum tempo, em paralelo: na economia e na política, buscaram superar o antigo regime ao ampliarem, exponencialmente, o sistema produtivo e ao combaterem o absolutismo.
A Revolução Francesa configura-se como um marco na história, pois ajudou a dar forma ao mundo ocidental contemporâneo, conferindo um modelo às instituições, e os objetivos que perseguimos como sociedade e que compreendemos serem universais.
Considerando este contexto, configuram-se como características associadas à Revolução Francesa as alternativas abaixo, EXCETO a alternativa.
Durante a Revolução Francesa, muitas mulheres reivindicaram direitos civis e cidadania política, participaram de protestos e reuniões da Assembleia Nacional e criaram mais de 60 associações femininas, nas quais eram discutidas as principais questões políticas da época. Entretanto, o desenrolar da Revolução evidenciou uma contradição entre os princípios de Liberdade, Igualdade e Fraternidade, e a legislação que instituiu os direitos dos diferentes grupos sociais.
No caso das mulheres, essa contradição se expressa