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Acesse GrátisQuestões de Filosofia - Filosofia moderna
Questão 14 8490901
UNESP 2023/1Para responder à questão, leia o trecho de um ensaio de Michel de Montaigne (1533-1592).
Há alguma razão em fazer o julgamento de um homem pelos aspectos mais comuns de sua vida; mas, tendo em vista a natural instabilidade de nossos costumes e opiniões, muitas vezes me pareceu que mesmo os bons autores estão errados em se obstinarem em formar de nós uma ideia constante e sólida. Escolhem um caráter universal e, seguindo essa imagem, vão arrumando e interpretando todas as ações de um personagem, e, se não conseguem torcê-las o suficiente, atribuem-nas à dissimulação. Creio mais dificilmente na constância dos homens do que em qualquer outra coisa, e em nada mais facilmente do que na inconstância. Quem os julgasse nos pormenores e separadamente, peça por peça, teria mais ocasiões de dizer a verdade.
Em toda a Antiguidade é difícil escolher uma dúzia de homens que tenham ordenado sua vida num projeto definido e seguro, que é o principal objetivo da sabedoria. Pois para resumi-la por inteiro numa só palavra e abranger em uma só todas as regras de nossa vida, “a sabedoria”, diz um antigo, “é sempre querer a mesma coisa, é sempre não querer a mesma coisa”, “eu não me dignaria”, diz ele, “a acrescentar ‘contanto que a tua vontade esteja certa’, pois se não está certa, é impossível que sempre seja uma só e a mesma.” Na verdade, aprendi outrora que o vício é apenas o desregramento e a falta de moderação; e, por conseguinte, é impossível o imaginarmos constante. É uma frase de Demóstenes, dizem, que “o começo de toda virtude são a reflexão e a deliberação, e seu fim e sua perfeição, a constância”. Se, guiados pela reflexão, pegássemos certa via, pegaríamos a mais bela, mas ninguém pensa antes de agir: “O que ele pediu, desdenha; exige o que acaba de abandonar; agita-se e sua vida não se dobra a nenhuma ordem.”
(Michel de Montaigne. Os ensaios: uma seleção, 2010. Adaptado.)
De acordo com Montaigne, as ações humanas caracterizam-se
Questão 2 5265929
UEL 2021Contra o obscurantismo, o Iluminismo/Esclarecimento sustentou que a ignorância não é uma virtude e que a obediência cega à autoridade é incompatível com nossa natureza racional. A esse respeito, Immanuel Kant foi taxativo:
“Tem coragem de fazer uso de teu próprio entendimento, tal é o lema do esclarecimento [«Aufklärung»]”
KANT, Immanuel. Resposta à pergunta Que é “Esclarecimento”? (Aufklärung) Trad. Floriano de Souza Fernandes, 2 ed. Petrópolis, Editora Vozes, 1985. p. 100.
A defesa dos benefícios civilizatórios da liberdade do pensamento, da laicidade do Estado e de uma educação pautada nos valores republicanos extensível aos cidadãos como obrigação do Estado é outro princípio iluminista ainda bastante atual.
Com base nos conhecimentos sobre o Iluminismo/Esclarecimento, atribua V (verdadeiro) ou F (falso) às afirmativas a seguir.
( ) Instituiu a crença no progresso da humanidade, expressa na confiança de que o exercício, tanto individual quanto coletivo, da razão faria a humanidade alcançar um estágio de maior realização das potencialidades humanas.
( ) Consistiu na substituição da autoridade do clero e da nobreza pela autoridade da Filosofia, tendo em vista que a Filosofia, amparada numa tradição reflexiva milenar, possui condições mais objetivas de criar consensos para a ação.
( ) Baseou-se na ascensão econômica das camadas populares antes da Revolução Francesa, as quais consideravam o enriquecimento econômico como substituto da salvação religiosa.
( ) Manifestou o princípio da liberdade na forma republicana de governo por meio da finalidade desta em representar os interesses particulares e os negócios privados da nascente classe trabalhadora do século XVIII.
( ) Possibilitou o questionamento da autoridade divina do rei, buscando justificar o poder pelos meios racionais ao aplicar essas concepções no seu exercício
Assinale a alternativa que contém, de cima para baixo, a sequência correta.
Questão 37 6731890
UNIFENAS Tarde 2021Considerado um dos principais teóricos do Absolutismo monárquico, em sua obra Política extraída da Sagrada Escritura afirmou que “como não há poder público sem a vontade de Deus, todo governo, seja qual for sua origem, justo ou injusto, pacífico ou violento, é legítimo; todo depositário da autoridade, seja qual for, é sagrado; revoltar-se contra ele é cometer um sacrilégio”.
O texto faz referência a teoria do direito divino dos Reis e deve ser corretamente associado a
Questão 23 6847160
Unioeste Tarde 2021Em 1989, o sociólogo português Boaventura de Sousa Santos (1940) publicou a obra Introdução a uma Ciência Pós-Moderna (Porto: Afrontamento, 1989), fruto das suas reflexões do período em que lecionou a disciplina “Introdução à Metodologia das Ciências Sociais” na Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra. A obra abordava a crise da ciência moderna, cujo modelo hegemônico provinha da racionalidade imposta pelo Iluminismo. Um dos temas abordados por Boaventura foi a relação do conceito de senso comum com a ciência e a sua contribuição para um projeto de emancipação política, cultural e social.
Sobre as considerações de Boaventura sobre o senso comum é CORRETO afirmar.
Questão 19 161603
PUC-PR Curso Tecnológico 2011Já nas primeiras linhas da sua obra Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens, o filósofo genebrino Jean-Jacques Rousseau apresenta o objetivo central de sua obra, ao afirmar: “Concebo, na espécie humana, dois tipos de desigualdade: uma que chamo de natural ou física (...); a outra que se pode chamar moral ou política (...)”.
Sobre essa temática, seria CORRETO afirmar que,
segundo o autor:
I. A desigualdade moral e política estaria legitimada numa desigualdade natural ou física.
II. A desigualdade moral e política tem como fonte uma desigualdade entre os sexos, as idades, as saúdes, as forças do corpo ou mesmo as qualidades do espírito e da alma.
III. A desigualdade moral e política consiste em privilégios de que gozam alguns em prejuízo de outros.
IV. Para o estudo das origens da desigualdade moral e política, o autor diz bastar uma análise cuidadosa dos escritos dos filósofos que o precederam, pelos quais se pode facilmente compreender os fundamentos da sociedade humana.
Questão 17 8490915
UNESP 2023/1Para responder à questão, leia o trecho de um ensaio de Michel de Montaigne (1533-1592).
Há alguma razão em fazer o julgamento de um homem pelos aspectos mais comuns de sua vida; mas, tendo em vista a natural instabilidade de nossos costumes e opiniões, muitas vezes me pareceu que mesmo os bons autores estão errados em se obstinarem em formar de nós uma ideia constante e sólida. Escolhem um caráter universal e, seguindo essa imagem, vão arrumando e interpretando todas as ações de um personagem, e, se não conseguem torcê-las o suficiente, atribuem-nas à dissimulação. Creio mais dificilmente na constância dos homens do que em qualquer outra coisa, e em nada mais facilmente do que na inconstância. Quem os julgasse nos pormenores e separadamente, peça por peça, teria mais ocasiões de dizer a verdade.
Em toda a Antiguidade é difícil escolher uma dúzia de homens que tenham ordenado sua vida num projeto definido e seguro, que é o principal objetivo da sabedoria. Pois para resumi-la por inteiro numa só palavra e abranger em uma só todas as regras de nossa vida, “a sabedoria”, diz um antigo, “é sempre querer a mesma coisa, é sempre não querer a mesma coisa”, “eu não me dignaria”, diz ele, “a acrescentar ‘contanto que a tua vontade esteja certa’, pois se não está certa, é impossível que sempre seja uma só e a mesma.” Na verdade, aprendi outrora que o vício é apenas o desregramento e a falta de moderação; e, por conseguinte, é impossível o imaginarmos constante. É uma frase de Demóstenes, dizem, que “o começo de toda virtude são a reflexão e a deliberação, e seu fim e sua perfeição, a constância”. Se, guiados pela reflexão, pegássemos certa via, pegaríamos a mais bela, mas ninguém pensa antes de agir: “O que ele pediu, desdenha; exige o que acaba de abandonar; agita-se e sua vida não se dobra a nenhuma ordem.”
(Michel de Montaigne. Os ensaios: uma seleção, 2010. Adaptado.)
No segundo parágrafo, depreende-se das reflexões de Montaigne a íntima relação entre