Questões de Filosofia - Filosofia contemporânea - - Jean-Paul Sartre
57 Questões
Questão 40 11684200
UNIMONTES - Especifica Manhã - Biológicas 2024Nas últimas décadas, o mundo dos homens tem sentido o peso da civilização industrial e tecnológica, que intensificou, desde o século XIX, a partir da Europa Ocidental e dos Estados Unidos especialmente, o grande projeto do capitalismo. A economia capitalista alastra-se pelo mundo e leva, no seu bojo, os avanços da tecnologia e a superestrutura do mercado. Sistemas e redes são pensados e construídos para tornarem os humanos “domesticados, burocratizados e servis”, vivendo uma “vida de gado”, como bem ilustra a música do brasileiro Zé Ramalho. Também é um tempo em que muito se fala sobre valores morais e sobre ética. Quem define os valores e os escolhem? Silvio Gallo, ao abordar a temática “os valores e as escolhas”, em que trata de valor, escolha e liberdade, destaca o filósofo existencialista Jean-Paul Sartre (1905-1980) que, “em sua obra O ser e o nada, assim como Nietzsche, discute a universalidade do valor. Ele fala em ‘ser do valor’, que seria uma produção da consciência. Sartre trabalha com o método fenomenológico, criado pelo filósofo e matemático austríaco Edmund Husserl, que tem como um dos conceitos centrais a consciência. Para Husserl e Sartre, a consciência é a realidade do ser humano, único ser consciente no mundo”.
Portanto, ao se tratar de valores morais e ética na contemporaneidade, nessa visão existencialista de Sartre, as escolhas perpassam pela consciência que se tem da liberdade, o que o leva a afirmar que o ser humano está “condenado a ser livre”.
Qual argumento do próprio Sartre, extraído de O ser e o nada, fundamenta o que Sílvio Gallo apresenta sobre liberdade?
Questão 21 11680628
UNIMONTES - Especifica Manhã - Exatas 2024Nas últimas décadas, o mundo dos homens tem sentido o peso da civilização industrial e tecnológica, que intensificou, desde o século XIX, a partir da Europa Ocidental e dos Estados Unidos especialmente, o grande projeto do capitalismo. A economia capitalista alastra-se pelo mundo e leva, no seu bojo, os avanços da tecnologia e a superestrutura do mercado. Sistemas e redes são pensados e construídos para tornarem os humanos “domesticados, burocratizados e servis”, vivendo uma “vida de gado”, como bem ilustra a música do brasileiro Zé Ramalho. Também é um tempo em que muito se fala sobre valores morais e sobre ética. Quem define os valores e os escolhem? Silvio Gallo, ao abordar a temática “os valores e as escolhas”, em que trata de valor, escolha e liberdade, destaca o filósofo existencialista Jean-Paul Sartre (1905-1980) que, “em sua obra O ser e o nada, assim como Nietzsche, discute a universalidade do valor. Ele fala em ‘ser do valor’, que seria uma produção da consciência. Sartre trabalha com o método fenomenológico, criado pelo filósofo e matemático austríaco Edmund Husserl, que tem como um dos conceitos centrais a consciência. Para Husserl e Sartre, a consciência é a realidade do ser humano, único ser consciente no mundo”. Portanto, ao se tratar de valores morais e ética na contemporaneidade, nessa visão existencialista de Sartre, as escolhas perpassam pela consciência que se tem da liberdade, o que o leva a afirmar que o ser humano está “condenado a ser livre”.
Qual argumento do próprio Sartre, extraído de O ser e o nada, fundamenta o que Sílvio Gallo apresenta sobre liberdade?
Questão 22 11463556
UEMA 60+ 2023O professor Clademir Araldi, em recente entrevista à mídia de grande circulação, sobre os principais sintomas do niilismo em nossa sociedade, assim o definiu:
Penso que podemos diagnosticar sintomas de uma crise niilista tanto no plano coletivo quanto no plano individual. Parece que os homens há muito deixaram de ser sujeitos autônomos dos processos, valores e leis que regem nossa sociedade contemporânea. Apesar de passar por crises, as democracias liberais oferecem várias opções aos indivíduos nela jogados, mas sempre dentro de uma lógica de produção, circulação e consumo. O mercado, assim, parece encantar de novo o mundo com seus valores e leis invisíveis, com promessas de felicidades imensas para indivíduos empreendedores. O individualismo está no cerne de nossas relações sociais, apesar de um discurso vago e propagado de solidariedade, numa era de democracia digital. Mas é quase sempre o temor de ferir o espaço de jogo individual que move os atores a preocupar-se um pouco com os outros no palco contemporâneo de luta por destaque. O niilismo se insinua através desse individualismo associal. Por mais que o indivíduo se esforce sem refletir sobre o sentido de seus empreendimentos e investimentos pulsionais, o vazio desses valores incomoda muito. Isso porque os bens de consumo são muito fugazes. A satisfação que eles trazem é tão breve que a compulsão por novos produtos e realizações não consegue preencher a necessidade humana por um sentido firme, por afetos que não sejam tão diluíveis nas aparências enganadoras do consumismo. A depressão é um sintoma bem nítido dessa doença em nossos tempos. E principalmente a luta para evitar o desespero latente em não ter nada que fazer para preencher o vazio de uma vida que se consome na superficialidade das relações. A pouca confiança das pessoas nas instituições sociais, a restrição sempre maior dos espaços de práticas sociais solidárias, vinculativas e a preocupação egoísta estreita com os simulacros de si mesmo expressam o vazio niilista de nossa sociedade.
ARALDI, Clademir. O niilismo como doença da vontade humana. Entrevista concedida a Márcia Junges. Niilismo e relativismo de valores. Mercadejo etico ou via da emancipacao e da salvacao? São Leopoldo, RS, Edição 354, 20.
Nesse sentido, o niilismo é
Questão 33 8340496
UEMA PAES 2023Em sua obra "O Ser e o Nada", o filósofo francês Jean Paul Sartre (1905 -1980) trata da condição humana, mais precisamente, da liberdade.
Para o referido filósofo, o homem, pela sua condição de ser homem, é ser livre e, portanto, ele, o homem, é fruto de sua liberdade porque, no seu dia a dia, escolhe as ações que fará. Dessa forma, a liberdade não é uma conquista humana, mas é uma condição da própria existência dele, do homem.
Explica o filósofo que “Com efeito, sou um existente que aprende sua liberdade através de seus atos; mas sou também um existente cuja existência individual e única temporaliza-se como liberdade [...] Assim, minha liberdade está perpetuamente em questão em meu ser; não se trata de uma qualidade sobreposta ou uma propriedade de minha natureza; é bem precisamente a textura de meu ser.”
Jean-Paul Sartre. Ser e o Nada. (Adaptado)
De acordo com o referido filósofo, se somos livres, temos sempre de escolher.
Ao analisar essa premissa, como condição em uma sociedade capitalista, afirma-se que “Se você fracassa, as escolhas foram suas.” Essa afirmação mais popular decorrente da premissa de Sartre está centrada no entendimento de que
Questão 10 12436087
UCS Verão 2022Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo.
Condenado a ser livre
Almir Freitas
[1] Entre a concepção de autonomia política e a noção de livre-arbítrio, a liberdade sempre ocupou papel
central na filosofia. Mas foi no século XX, destacada no então recente arcabouço existencialista, que ela
chegou à cultura mais geral, expressa não apenas nas obras teóricas de Jean-Paul Sartre (1905-1980),
mas também nos seus romances e peças de teatro. Dali em diante, naquele mundo que emergia das ruínas
[5] da Segunda Guerra Mundial e ensaiava uma era de intelectuais-celebridades, ganharia ares pop.
Foi na Paris de 1945, em um auditório com cadeiras disputadas a tapa, que Sartre afirmou, na conferência
O Existencialismo é um Humanismo, que o homem estava “condenado a ser livre”, ideia antes apresentada
em O Ser e o Nada (1943). Entre a obra filosófica e a conferência, outra frase sua, “o inferno são os outros”,
havia causado sensação, na estreia da peça Entre Quatro Paredes, em 1944, ainda com o país ocupado
[10] pelos nazistas. A liberdade, então, era tudo o que os franceses consideravam distante.
Em linhas gerais, a concepção sartreana da liberdade assentava-se no pressuposto de que o ser
humano é a única criatura para quem a existência (existir) é anterior à essência (ser). Quer dizer: o nosso
destino não é ______ pela natureza – muito menos, ele assinala, pela “inteligência divina”. “O que significa
dizer que a existência precede a essência?”, pergunta. “Significa que o homem primeiramente existe, se
[15] descobre, surge no mundo; e que só depois se define. O homem é não apenas como ele se concebe, mas
como ele quer que seja, como ele se concebe depois da existência, como ele se deseja após este impulso
para a existência.” (Não, a psicanálise não orna muito bem com esse tipo de pensamento.)
O ser humano, frisa Sartre, define-se pelo que faz, o que ele projeta ser, por suas escolhas. Daí em
diante, é preciso falar em consequências – tanto dessa ideia basilar quanto da própria liberdade avassaladora
[20] que ela anuncia. Em primeiro lugar, ela incorre no fato de que cada um de nós é total e integralmente
responsável não apenas por nossos atos, mas também por aquilo que somos. O que se desdobra em
outras e mais profundas consequências.
Em um mundo sem Deus e sem natureza humana, o homem é plenamente responsável não apenas
por si, mas também por todos os homens. Diz Sartre, “Não há dos nossos atos um sequer que, ao criar o
[25]homem que desejamos ser, não crie ao mesmo tempo uma imagem do homem como julgamos que deve
ser”.
Tratava-se, também, de rebater as acusações de que o existencialismo incitava as pessoas ao
“imobilismo”. Era bem o contrário: a ideia de que as escolhas individuais estavam conectadas à escolha de
uma imagem da humanidade seria fundamental para a ideia de engajamento que marcaria toda a obra e a
[30] trajetória de Sartre.
Na vida pessoal, Sartre também personificou o exercício radical dessa liberdade individual, com sua
distinção entre amores “contingentes” e amores “necessários”. Ninguém ignora, por exemplo, que a relação
aberta com Simone de Beauvoir, mais a opção militante de não ter filhos, era uma projeção de um ideário
de humanidade que contribuiu em muito para os fundamentos da contracultura e da revolução sexual. Mas
[35] eram escolhas que não estavam isentas de impasses, contradições e até certa crueldade. Ninguém falou
que seria fácil.
A ideia de que a liberdade é um peso não foi inventada por Sartre – ela já tinha sido enunciada ______.
Na formulação da ideia de livre-arbítrio, no século V, Santo Agostinho deixou clara a responsabilidade que
recai sobre o homem. Na política, o francês Étienne de La Boétie havia, no século XVI, apontado o dedo
[40] para o conforto da “servidão voluntária” como a razão da opressão dos Estados. Em Homem e Super-
Homem (1903), Bernard Shaw já tinha dito com todas as letras: “Liberdade significa responsabilidade. É por
isso que tanta gente tem medo dela.” Até o nosso senso comum (cristão) diz que é por aí mesmo.
Com Sartre e seu existencialismo, entretanto, o ______ é completo. A angústia da responsabilidade
é acompanhada do desamparo pelo peso adicional da ausência de Deus. E do desespero: isto é, pela
[45] ausência de esperança do homem de que sua escolha é a correta. Não há, diz o filósofo, uma moral geral
______ se guiar.
Pessimismo? Jean-Paul jura que fala de otimismo quando, ao aceitar que a vida não tem sentido
nenhum a priori, cabe a nós inventá-lo, pela ação. Em São Genet, Ator e Mártir (1952), ensaio sobre a vida
do escritor marginal Jean Genet, Sartre ilustrará esse modelo existencialista. Foi nesse texto caudaloso,
[50] exagerado como era de hábito, que cunhou outra frase que ficou famosa, síntese e legado para quem a
condenação à liberdade significava viver plenamente. “O importante”, escreveu, “não é aquilo que se fez do
homem, mas aquilo que ele faz daquilo que fizeram dele.”
Disponível em: http://bravo.vc/seasons/s05e01. Acesso em: 13 jul. 2021. (Adaptado.)
Conforme o texto, é correto inferir que Sartre
Questão 8 12436076
UCS Verão 2022Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo.
Condenado a ser livre
Almir Freitas
[1] Entre a concepção de autonomia política e a noção de livre-arbítrio, a liberdade sempre ocupou papel
central na filosofia. Mas foi no século XX, destacada no então recente arcabouço existencialista, que ela
chegou à cultura mais geral, expressa não apenas nas obras teóricas de Jean-Paul Sartre (1905-1980),
mas também nos seus romances e peças de teatro. Dali em diante, naquele mundo que emergia das ruínas
[5] da Segunda Guerra Mundial e ensaiava uma era de intelectuais-celebridades, ganharia ares pop.
Foi na Paris de 1945, em um auditório com cadeiras disputadas a tapa, que Sartre afirmou, na conferência
O Existencialismo é um Humanismo, que o homem estava “condenado a ser livre”, ideia antes apresentada
em O Ser e o Nada (1943). Entre a obra filosófica e a conferência, outra frase sua, “o inferno são os outros”,
havia causado sensação, na estreia da peça Entre Quatro Paredes, em 1944, ainda com o país ocupado
[10] pelos nazistas. A liberdade, então, era tudo o que os franceses consideravam distante.
Em linhas gerais, a concepção sartreana da liberdade assentava-se no pressuposto de que o ser
humano é a única criatura para quem a existência (existir) é anterior à essência (ser). Quer dizer: o nosso
destino não é ______ pela natureza – muito menos, ele assinala, pela “inteligência divina”. “O que significa
dizer que a existência precede a essência?”, pergunta. “Significa que o homem primeiramente existe, se
[15] descobre, surge no mundo; e que só depois se define. O homem é não apenas como ele se concebe, mas
como ele quer que seja, como ele se concebe depois da existência, como ele se deseja após este impulso
para a existência.” (Não, a psicanálise não orna muito bem com esse tipo de pensamento.)
O ser humano, frisa Sartre, define-se pelo que faz, o que ele projeta ser, por suas escolhas. Daí em
diante, é preciso falar em consequências – tanto dessa ideia basilar quanto da própria liberdade avassaladora
[20] que ela anuncia. Em primeiro lugar, ela incorre no fato de que cada um de nós é total e integralmente
responsável não apenas por nossos atos, mas também por aquilo que somos. O que se desdobra em
outras e mais profundas consequências.
Em um mundo sem Deus e sem natureza humana, o homem é plenamente responsável não apenas
por si, mas também por todos os homens. Diz Sartre, “Não há dos nossos atos um sequer que, ao criar o
[25]homem que desejamos ser, não crie ao mesmo tempo uma imagem do homem como julgamos que deve
ser”.
Tratava-se, também, de rebater as acusações de que o existencialismo incitava as pessoas ao
“imobilismo”. Era bem o contrário: a ideia de que as escolhas individuais estavam conectadas à escolha de
uma imagem da humanidade seria fundamental para a ideia de engajamento que marcaria toda a obra e a
[30] trajetória de Sartre.
Na vida pessoal, Sartre também personificou o exercício radical dessa liberdade individual, com sua
distinção entre amores “contingentes” e amores “necessários”. Ninguém ignora, por exemplo, que a relação
aberta com Simone de Beauvoir, mais a opção militante de não ter filhos, era uma projeção de um ideário
de humanidade que contribuiu em muito para os fundamentos da contracultura e da revolução sexual. Mas
[35] eram escolhas que não estavam isentas de impasses, contradições e até certa crueldade. Ninguém falou
que seria fácil.
A ideia de que a liberdade é um peso não foi inventada por Sartre – ela já tinha sido enunciada ______.
Na formulação da ideia de livre-arbítrio, no século V, Santo Agostinho deixou clara a responsabilidade que
recai sobre o homem. Na política, o francês Étienne de La Boétie havia, no século XVI, apontado o dedo
[40] para o conforto da “servidão voluntária” como a razão da opressão dos Estados. Em Homem e Super-
Homem (1903), Bernard Shaw já tinha dito com todas as letras: “Liberdade significa responsabilidade. É por
isso que tanta gente tem medo dela.” Até o nosso senso comum (cristão) diz que é por aí mesmo.
Com Sartre e seu existencialismo, entretanto, o ______ é completo. A angústia da responsabilidade
é acompanhada do desamparo pelo peso adicional da ausência de Deus. E do desespero: isto é, pela
[45] ausência de esperança do homem de que sua escolha é a correta. Não há, diz o filósofo, uma moral geral
______ se guiar.
Pessimismo? Jean-Paul jura que fala de otimismo quando, ao aceitar que a vida não tem sentido
nenhum a priori, cabe a nós inventá-lo, pela ação. Em São Genet, Ator e Mártir (1952), ensaio sobre a vida
do escritor marginal Jean Genet, Sartre ilustrará esse modelo existencialista. Foi nesse texto caudaloso,
[50] exagerado como era de hábito, que cunhou outra frase que ficou famosa, síntese e legado para quem a
condenação à liberdade significava viver plenamente. “O importante”, escreveu, “não é aquilo que se fez do
homem, mas aquilo que ele faz daquilo que fizeram dele.”
Disponível em: http://bravo.vc/seasons/s05e01. Acesso em: 13 jul. 2021. (Adaptado.)
O objetivo comunicativo do texto é
Pastas
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