Questões de Filosofia - Temática - Antropologia Filosófica
445 Questões
Questão 5 13495178
UPF Inverno 2024A questão referem-se ao texto “A sociedade do cansaço”
Texto
A sociedade do cansaço
Exigências excessivas foram naturalizadas na sociedade atual
(Por Mauro Sérgio Santos da Silva, 04 de abril de 2023)
O filósofo sul-coreano Byung Chul Han define o tempo presente como a sociedade do cansaço ou do desempenho. Tal
sociedade caracteriza-se, na esteira do pensador, por um ininterrupto imperativo pela produtividade, pelo resultado, pelo
excesso de positividade e pela velocidade da comunicação e da transmissão de informações, bem como por suas
respectivas consequências.
[5] Não é preciso muito esforço para perceber que tem se tornado cada vez mais comum o sentimento generalizado de cansaço,
fadiga, indisposição e exaustão associado à sensação de dívida, de que é preciso fazer sempre mais, de que nunca é o
suficiente e a percepção de impotência diante da vida. Mas por que isso tem ocorrido? Byung Chul Han, no livro “A Sociedade
do Cansaço”, apresenta uma hipótese muito sugestiva.
Conforme o pensador, vivemos em uma sociedade na qual as exigências excessivas foram “naturalizadas”: no trabalho, na
[10] vida familiar, nos relacionamentos, nas redes sociais, entre outros espaços; e o próprio indivíduo é forçado a se cobrar por
performances de excelência em todas as esferas de sua vida. Há metas a serem batidas e objetivos a serem alcançados
que não permitem aos sujeitos a pausa, o tempo livre, o descanso, o ócio, muito menos a falha ou fracasso.
Tudo o que ocorre em qualquer parte do globo é transmitido de forma síncrona “em tempo real” ou quase imediatamente e
os indivíduos se percebem também obrigados a estarem informados acerca de tudo, o que, obviamente, é impossível; por
[15] isso o sentimento de frustração em cadeia.
Na sociedade do desempenho, os sujeitos são compelidos a realizar várias tarefas concomitantemente. A imperiosa ideia
de que é inaceitável a perda de tempo nos leva a fazer tudo enquanto fazemos qualquer outra coisa: ouvimos músicas,
assistimos a palestras, fazemos cursos à distância e peregrinamos pelas redes sociais enquanto dirigimos, realizamos
atividades físicas ou o que o valha. A atenção do indivíduo se fragmenta, e a superficialidade do pensamento se espraia.
[20] Não há tempo para profundidades e reflexões consistentes. Atendemos a demandas do trabalho em nosso tempo livre,
assistimos à TV enquanto nos exercitamos, falamos ao celular enquanto dirigimos, trocamos mensagens enquanto
estudamos, visitamos perfis virtuais durante as refeições, fazemos compras e divagamos pela internet ao mesmo tempo em
que estudamos e trabalhamos; damos aquela olhadela no celular a cada semáforo ou cruzamento (...).
O fundamento teórico desta sociedade aporta-se à disseminação de uma excessiva positividade que é tóxica e deletéria. É
[25] preciso estar sempre bem em todos os aspectos. Ainda que no caos, os indivíduos necessitam estar sorrindo, dispostos,
disponíveis, bonitos, fisicamente fortes e mentalmente vigorosos; o que naturalmente leva ao esgotamento. Em nosso tempo,
está vastamente disseminada a cruel e igualmente equivocada concepção de que todos os projetos e desejos dos indivíduos
dependem unicamente de seus próprios esforços e que, portanto, seus insucessos seriam responsabilidade exclusivamente
deles. Esta ideologia é difundida pelas teorias de autoajuda, do empreendedorismo, da meritocracia e da teologia da
[35] prosperidade. “Você pode. Você consegue”; “Se você se esforçar, você vencerá”. “Basta acreditar (em Deus)”. Portanto, “se
você não venceu é porque não acreditou ou se esforçou o suficiente”.
Mas na vida real as coisas não funcionam bem assim. Nossa trajetória existencial é muito complexa e diversa. As tristezas,
as enfermidades, o erro, as adversidades e os imprevistos são componentes dessa aventura a que denominamos “existência
humana”. Negar esses componentes é, isso, sim, desumano.
(Disponível em: https://www.otempo.com.br/opiniao/artigos/a-sociedade-do-cansaco-1.2842981 / Adaptado. Acesso em 10 abr. 2024)
Considere as afirmações abaixo e identifique a alternativa que melhor apresenta os sentidos expressos/construídos pelo texto.
Questão 3 13494989
UPF Inverno 2024A questão referem-se ao texto “A sociedade do cansaço”
Texto
A sociedade do cansaço
Exigências excessivas foram naturalizadas na sociedade atual
(Por Mauro Sérgio Santos da Silva, 04 de abril de 2023)
O filósofo sul-coreano Byung Chul Han define o tempo presente como a sociedade do cansaço ou do desempenho. Tal
sociedade caracteriza-se, na esteira do pensador, por um ininterrupto imperativo pela produtividade, pelo resultado, pelo
excesso de positividade e pela velocidade da comunicação e da transmissão de informações, bem como por suas
respectivas consequências.
[5] Não é preciso muito esforço para perceber que tem se tornado cada vez mais comum o sentimento generalizado de cansaço,
fadiga, indisposição e exaustão associado à sensação de dívida, de que é preciso fazer sempre mais, de que nunca é o
suficiente e a percepção de impotência diante da vida. Mas por que isso tem ocorrido? Byung Chul Han, no livro “A Sociedade
do Cansaço”, apresenta uma hipótese muito sugestiva.
Conforme o pensador, vivemos em uma sociedade na qual as exigências excessivas foram “naturalizadas”: no trabalho, na
[10] vida familiar, nos relacionamentos, nas redes sociais, entre outros espaços; e o próprio indivíduo é forçado a se cobrar por
performances de excelência em todas as esferas de sua vida. Há metas a serem batidas e objetivos a serem alcançados
que não permitem aos sujeitos a pausa, o tempo livre, o descanso, o ócio, muito menos a falha ou fracasso.
Tudo o que ocorre em qualquer parte do globo é transmitido de forma síncrona “em tempo real” ou quase imediatamente e
os indivíduos se percebem também obrigados a estarem informados acerca de tudo, o que, obviamente, é impossível; por
[15] isso o sentimento de frustração em cadeia.
Na sociedade do desempenho, os sujeitos são compelidos a realizar várias tarefas concomitantemente. A imperiosa ideia
de que é inaceitável a perda de tempo nos leva a fazer tudo enquanto fazemos qualquer outra coisa: ouvimos músicas,
assistimos a palestras, fazemos cursos à distância e peregrinamos pelas redes sociais enquanto dirigimos, realizamos
atividades físicas ou o que o valha. A atenção do indivíduo se fragmenta, e a superficialidade do pensamento se espraia.
[20] Não há tempo para profundidades e reflexões consistentes. Atendemos a demandas do trabalho em nosso tempo livre,
assistimos à TV enquanto nos exercitamos, falamos ao celular enquanto dirigimos, trocamos mensagens enquanto
estudamos, visitamos perfis virtuais durante as refeições, fazemos compras e divagamos pela internet ao mesmo tempo em
que estudamos e trabalhamos; damos aquela olhadela no celular a cada semáforo ou cruzamento (...).
O fundamento teórico desta sociedade aporta-se à disseminação de uma excessiva positividade que é tóxica e deletéria. É
[25] preciso estar sempre bem em todos os aspectos. Ainda que no caos, os indivíduos necessitam estar sorrindo, dispostos,
disponíveis, bonitos, fisicamente fortes e mentalmente vigorosos; o que naturalmente leva ao esgotamento. Em nosso tempo,
está vastamente disseminada a cruel e igualmente equivocada concepção de que todos os projetos e desejos dos indivíduos
dependem unicamente de seus próprios esforços e que, portanto, seus insucessos seriam responsabilidade exclusivamente
deles. Esta ideologia é difundida pelas teorias de autoajuda, do empreendedorismo, da meritocracia e da teologia da
[35] prosperidade. “Você pode. Você consegue”; “Se você se esforçar, você vencerá”. “Basta acreditar (em Deus)”. Portanto, “se
você não venceu é porque não acreditou ou se esforçou o suficiente”.
Mas na vida real as coisas não funcionam bem assim. Nossa trajetória existencial é muito complexa e diversa. As tristezas,
as enfermidades, o erro, as adversidades e os imprevistos são componentes dessa aventura a que denominamos “existência
humana”. Negar esses componentes é, isso, sim, desumano.
(Disponível em: https://www.otempo.com.br/opiniao/artigos/a-sociedade-do-cansaco-1.2842981 / Adaptado. Acesso em 10 abr. 2024)
No que concerne aos sentidos do texto, analise as afirmativas a seguir.
I. Ao avaliar que “Na sociedade do desempenho, os sujeitos são compelidos a realizar várias tarefas concomitantemente.” (linha 16), o autor denuncia o fato de que as pessoas acabam sendo forçadas a fazer muitas tarefas as mesmo tempo.
II. Ao classificar como “imperiosa” (linha 16) a ideia de que é inaceitável a perda de tempo, o autor reconhece o caráter positivo de tal conceito.
III. Ao refletir que “O fundamento teórico desta sociedade aporta-se à disseminação de uma excessiva positividade que é tóxica e deletéria.” (linha 24), o texto chama atenção para os aspectos negativos do perfil dessa sociedade, os quais podem levar os indivíduos ao adoecimento.
IV. Ao denunciar que “É preciso estar sempre bem em todos os aspectos. Ainda que no caos, os indivíduos necessitam estar sorrindo, dispostos, disponíveis, bonitos, fisicamente fortes e mentalmente vigorosos (...)” (linhas 24 a 26), o texto reflete sobre a importância de manter aspectos saudáveis e de cuidar da saúde.
V. Ao julgar como “cruel e igualmente equivocada” (linha 27) a “concepção de que todos os projetos e desejos dos indivíduos dependem unicamente de seus próprios esforços” (linhas 27 e 28), o texto denuncia que transferir exclusivamente aos indivíduos a responsabilidade pelo resultado de suas ações pode ser considerado um ato de maldade.
VI. Ao finalizar o texto afirmando que “As tristezas, as enfermidades, o erro, as adversidades e os imprevistos são componentes dessa aventura a que denominamos ‘existência humana’. Negar esses componentes é, isso, sim, desumano.” (linhas 32 a 34), o autor mostra reprovação às características da sociedade atual, asseverando que a essência do ser humano não condiz com o cenário que marca essa sociedade, e renova a denúncia de que as demandas que vêm sendo apresentadas aos indivíduos têm caráter cruel e exagerado.
Está correto o que se afirma apenas em:
Questão 19 12612312
ESA 2024TEXTO
O que é angústia
Um rapaz fez-me essa pergunta difícil para ser respondida. Pois depende do angustiado. Para alguns incautos, inclusive, é palavra que se orgulham de pronunciar como se com ela subissem de categoria - o que também é uma forma de angústia.
Angústia pode ser não ter esperança na esperança. Ou conformar-se sem se resignar. Ou não se confessar nem a si próprio. Ou não ser o que realmente se é, e nunca se é.
Angústia pode ser o desamparo de estar vivo. Pode ser também não ter coragem de ter angústia - e a fuga é outra angústia. Mas angústia faz parte: o que é vivo por ser vivo, se contrai.
Esse mesmo rapaz perguntou-me: você não acha que há um vazio sinistro em tudo? Há sim. Enquanto se espera que o coração entenda.
LISPECTOR, Clarice. Disponível em: https://cronicabrasileira.org.br/cronicas/12678/o-que-e-angustia. Acesso em 30 de dezembro de 2022.
Com a leitura do Texto, pode-se concluir que:
Questão 11 13426933
ENEM PPL 1º Dia (Azul – Reaplicação) 2023A solidão nas cidades grandes é muito mais um sinal da precariedade do sentido da comunidade e da convivência, é mais um problema sociocultural do que de escolha individual.
Certamente ela reflete a impossibilidade de retornar às florestas, como um dia fez Henry Thoreau. As florestas estão em extinção, assim como, curiosamente, a ideia de humanidade. Resta fugir para a moderna caverna na selva de pedra — sem querer reeditar lugares-comuns — que é a casa de cada um.
A solidão é, assim, a categoria política que expressa a nostalgia de uma vivência de si mesmo. Ela é, por isso, a tentativa de preservar a subjetividade e a intimidade consigo mesmo que não tem lugar no contexto de relações sociais transformadas em mercadorias baratas.
A sociedade da antipolítica precisa tratar a solidão como uma pena e um mal-estar quando não consegue olhar para a miséria da vez: o fetiche da hiperconectividade, que ilude que não somos sozinhos.
TIBURI, M. Disponível em: http://revistacult.uol.com.br. Acesso em: 7 out. 2011.
Marcia Tiburi trata de um tema relevante para a sociedade moderna: a convivência interpessoal e a hiperconectividade vivenciada no ciberespaço.
O texto classifica-se, quanto ao gênero textual, como artigo de opinião, porque
Questão 15 12374929
UECE 2ª Fase 2º Dia 2023/1“As diferenças biológicas que existem entre os membros de diversos grupos étnicos não afetam de maneira nenhuma a organização política ou social, a vida moral ou as relações sociais. As pesquisas biológicas ancoram a ética da fraternidade universal; elas estão dizendo que o homem é, por tendência inata, levado à cooperação e, se este instinto não encontra em que se satisfazer, indivíduos e nações padecem igualmente por isso. O homem é por natureza um ser social, que só chega ao pleno desenvolvimento de sua personalidade se relacionando com os seus semelhantes”.
MOURA, Clóvis. O racismo como arma ideológica de dominação. Princípios: Revista Teórica, Política e de Informação, 34, ago/set/out, 1994, p. 28-3.
Com base no texto anterior, podemos concluir que, para o filósofo brasileiro Clóvis Moura,
Questão 19 10362099
UEA - Geral 2023O consumidor em uma sociedade de consumo é uma criatura acentuadamente diferente dos consumidores de quaisquer outras sociedades até aqui. Se os nossos ancestrais filósofos, poetas e pregadores morais refletiram se o homem trabalha para viver ou vive para trabalhar, o dilema sobre o qual mais se cogita hoje em dia é se é necessário consumir para viver ou se o homem vive para poder consumir. Isto é, se ainda somos capazes e sentimos a necessidade de distinguir aquele que vive daquele que consome.
(Zygmunt Bauman. Globalização: as consequências humanas, 1999.)
De acordo com o excerto, a sociedade atual, chamada por Bauman de pós-moderna, diferencia-se das suas predecessoras, pois
Pastas
06