Questões de Filosofia - Temática - Filosofia das Ciências
171 Questões
A política científica hoje em curso no Brasil e em vários outros países, baseada num produtivismo galopante, indica-nos que o momento é crítico, que exige profunda reflexão e, principalmente, mudança de rotas. E isso tem que ser feito antes que seja tarde. Não podemos nos esquecer da dubiedade apontada por Derrida: o remédio que cura também pode matar. Como diz um velho ditado popular, a diferença entre o remédio e o veneno pode estar apenas na dosagem.
ORTIZ, Renato. Cientificidade, cientometria e insensatez. In: A diversidade dos sotaques: o inglês e as ciências sociais. São Paulo: Brasiliense, 2008, p. 142.
Depreende-se do texto que o autor
Leia a seguir um trecho da condenação de Galileu Galilei pelo Tribunal da Inquisição:
Roma, 23 de junho de 1633.
Nós, [...] pela misericórdia de Deus, da Sta. Igreja Romana cardeais, em toda a República Cristã inquisidores gerais da Sta. Sé Apostólica com missão especial contra a herética maldade, em sendo que tu, Galileu, [...], fostes denunciado em 1615 neste Santo Ofício por admitir como verdadeira a falsa doutrina, por alguns ensinada, que o Sol seja o centro do mundo e imóvel, e que a Terra se mova também de movimento diurno (...).Te condenamos ao cárcere formal neste St. Ofício ao arbítrio nosso; e por penitência salutar te impomos que por três anos a partir de agora uma vez por semana leias os sete Salmos penitenciais; reservando-nos a faculdade de moderar, modificar, ou suspender em todo ou em parte as referidas pena e penitência.
(Extraído de: BAIARDI, Amílcar et. al. Processos cavilosos, sentença vingativa e abjura humilhante: o caso Galileu. Cadernos de História da Ciência - Instituto Butantã - Vol. VIII (2), p. 203- 206, jul./dez 2012.)
Tal condenação fez parte de um contexto marcado por:
Embora não haja país em que a medicina seja menos necessária do que em Utopia, essa ciência nunca esteve em maior honra, pois eles incluem seu conhecimento entre as mais belas e úteis áreas da filosofia, uma vez que, quando perscrutam os segredos da natureza com a ajuda da filosofia, parece que não só percebem um admirável prazer, mas também recebem a graça suprema junto ao criador e autor na natureza. Eles pensam que o criador, à maneira dos outros artífices, expôs a máquina do mundo para ser admirada e vista pelo homem, a quem ele fez o único a ser capaz de compreender a dimensão da sua obra.
MORE, Thomas. Utopia. Belo Horizonte: Autêntica, 2017, p.149.
O gênero das narrativas utópicas ganha impulso com a obra Utopia (1516), de Thomas More. De modo geral, obras como A Cidade do Sol (1623), de Tommaso Campanella, A Nova Atlântida (1627), de Francis Bacon e Panorthosia (1657), de Iohannes Comenius, colaboraram na formação de um imaginário científico repleto de elementos racionais e naturalistas. Além disso, o progresso da sociedade é apresentado como atrelado ao das ciências, das artes e do ensino.
Com base nos textos acima e nos conhecimentos acerca das narrativas utópicas dos séculos XVI e XVII, é INCORRETO afirmar que elas...
Leia, a seguir, os procedimentos referentes aos estudos clínicos de uma vacina:
O processo de pesquisa e desenvolvimento (P&D) de uma nova vacina é constituído de diversas etapas, tratando-se, portanto, de um processo demorado, de alto investimento e associado a riscos elevados, particularmente quando se tratam das doenças negligenciadas.
Primeira etapa: corresponde à pesquisa básica e é onde novas propostas de vacinas são identificadas. Segunda etapa: realização dos testes pré-clínicos (in vitro e/ou in vivo) que têm por objetivo demonstrar a segurança e o potencial imunogênico da vacina. Terceira etapa: ensaios clínicos, que é a mais longa e a mais cara do processo de P&D. Os estudos clínicos de uma nova vacina são classificados em estudos de Fase I, Fase II e Fase III.
Fases do ensaio/estudo clínico
Fase I: é o primeiro estudo a ser realizado em seres humanos, cujo objetivo principal é demonstrar a segurança da vacina.
Fase II: tem por objetivo estabelecer a sua imunogenicidade. Fase III: é a última fase de estudo antes da obtenção do registro sanitário, cujo objetivo é demonstrar a sua eficácia. Somente após a finalização do estudo de fase III e a obtenção do registro sanitário é que a nova vacina poderá ser disponibilizada para a população.
Instituto Butantan
Os procedimentos relatados acima pelo Instituto Butantan são oriundos de qual área da atividade humana?
Leia com atenção o seguinte diálogo entre Galileu e o garoto Andrea, personagens da peça Vida de Galileu (1938-39), do dramaturgo alemão Bertolt Brecht (1898-1956):
“GALILEU – Você entendeu o que eu lhe expliquei
ontem?
ANDREA – O quê? Aquela história de Copérnico e da
rotação da Terra?
GALILEU – É.
ANDREA – Por que o senhor quer que eu entenda? É
muito difícil, e eu ainda não fiz onze anos,
vou fazer em outubro.
GALILEU – Mas eu quero que você entenda. É para
que se entendam essas coisas que eu
trabalho e compro livros caros em vez de
pagar o leiteiro.
ANDREA – Mas eu vejo que o Sol de noite não está
onde estava de manhã. Quer dizer que ele
não pode ficar parado! Nunca, jamais...
GALILEU – Você vê?! O que você vê? Você não vê
nada! Você arregala os olhos, mas
arregalar os olhos não é ver.
Galileu põe a bacia de ferro no centro do quarto e diz:
GALILEU – Bem, isto é o Sol (aponta para a bacia).
Sente-se aí (aponta para a cadeira).
Andrea se senta na única cadeira, tendo a bacia à sua
esquerda; Galileu fica de pé, atrás dele, e pergunta:
GALILEU – Onde está o Sol, à direita ou à esquerda?
ANDREA – À esquerda.
GALILEU – Como fazer para ele passar para a direita?
ANDREA – O senhor carrega a bacia para a direita,
claro.
GALILEU – E não tem outro jeito?
Galileu levanta Andrea e a cadeira do chão, coloca-os
do outro lado da bacia e pergunta:
GALILEU – Agora, onde está o Sol?
ANDREA – À direita.
GALILEU – E ele se moveu?
ANDREA – Ele, não.
GALILEU – O que é que se moveu?
ANDREA – Eu.
GALILEU (gritando) – Errado, seu desatencioso! A
cadeira! A cadeira se moveu!
ANDREA – Mas eu com ela!
GALILEU – Claro, a cadeira é a Terra. Você está em
cima dela.”
BRECHT, B. A vida de Galileu. Trad. Roberto Schwartz. In: Bertolt Brecht. Teatro completo, vol. 6.– 3ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1991. Adaptado.
Com base no diálogo acima, é correto afirmar que, para o personagem Galileu, para compreender os fenômenos astronômicos acima discutidos,
“Os grandes cientistas de Tales a Demócrito e Anaxágoras costumam ser descritos nos livros de história ou de filosofia como ‘pré-socráticos’, como se sua principal função fosse sustentar a fortaleza filosófica até o advento de Sócrates, Platão e Aristóteles, e talvez influenciá-los um pouco. Na verdade, os antigos jônios representam uma tradição diferente e bastante questionadora, muito mais compatível com a ciência moderna.”
SAGAN, Carl. A espinha dorsal da noite. In: Cosmos. Trad. bras. Paulo Seiger. São Paulo: Companhia das Letras, 2017.
É implícita a essa passagem de Carl Sagan (1934- 1996) acerca do surgimento e da história da filosofia grega a visão de que
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