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Acesse GrátisQuestões de Filosofia - Temática
Questão 14 5949131
PUC-MG 2021TEXTO PARA AS QUESTÃO.
Texto
O educador espanhol Jorge Larrosa Bondia, em ensaio nomeado “Notas sobre a experiência e o saber da experiência”3 discute a falta de oportunidades, contemporaneamente, para que as pessoas tenham experiências significativas. Segue um excerto desse ensaio, em que Larrosa Bondia fala sobre a natureza humana e sobre o que seria, efetivamente, uma experiência:
3 BONDIA, Jorge Larrosa. Notas sobre a experiência e o saber de experiência. Rev. Bras. Educ., Rio de Janeiro , n. 19, p. 20-28, Abr. 2002. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413- 24782002000100003&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 30 abr.2021.
“As palavras determinam nosso pensamento porque não pensamos com pensamentos, mas com palavras, não pensamos a partir de uma suposta genialidade ou inteligência, mas a partir de nossas palavras. E pensar não é somente “raciocinar” ou “calcular” ou “argumentar”, como nos tem sido ensinado algumas vezes, mas é sobretudo dar sentido ao que somos e ao que nos acontece. E isto, o sentido ou o sem-sentido, é algo que tem a ver com as palavras. E, portanto, também tem a ver com as palavras o modo como nos colocamos diante de nós mesmos, diante dos outros e diante do mundo em que vivemos. E o modo como agimos em relação a tudo isso. Todo mundo sabe que Aristóteles definiu o homem como zôon lógon échon. A tradução desta expressão, porém, é muito mais “vivente dotado de palavra” do que “animal dotado de razão” ou “animal racional”. Se há uma tradução que realmente trai, no pior sentido da palavra, é justamente essa de traduzir logos por ratio. E a transformação de zôon, vivente, em animal. O homem é um vivente com palavra. E isto não significa que o homem tenha a palavra ou a linguagem como uma coisa, ou uma faculdade, ou uma ferramenta, mas que o homem é palavra, que o homem é enquanto palavra, que todo humano tem a ver com a palavra, se dá em palavra, está tecido de palavras, que o modo de viver próprio desse vivente, que é o homem, se dá na palavra e como palavra. (BONDIA, 2002, p. 21).
Conforme a argumentação do educador espanhol, é CORRETO afirmar:
Questão 47 85111
UNIMONTES 3° Etapa 2014Questão 78 3643155
ENEM 1° Dia 2020Montaigne deu o nome para um novo gênero literário; foi dos primeiros a instituir na literatura moderna um espaço privado, o espaço do “eu”, do texto intimo. Ele cria um novo processo de escrita filosófica, no qual hesitações, autocriticas, correções entram no próprio texto.
COELHO, M Montaigne São Paulo Publifolha, 2001 (adaptado).
O novo gênero de escrita aludido no texto é o(a)
Questão 44 2471563
UPE 1° Fase 1° Dia SSA 2019Observe o texto a seguir sobre a condição humana:
O trabalho é a atividade humana por excelência, pela qual o homem transforma o mundo e a si mesmo. Por isso, se num primeiro momento a natureza se apresenta como destino, é o trabalho que surge como condição de transcendência e liberdade, a não ser nos sistemas onde persistem formas de exploração que levam à alienação.
(ARANHA, Maria Lúcia Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando: Introdução à Filosofia, São Paulo: Moderna, 1993, p. 1.)
O texto acima retrata a dimensão do trabalho como condição ímpar da atividade humana, que favorece o distanciamento, numa perspectiva crítica, da visão do homem em relação ao mundo e a si mesmo.
Sobre esse assunto, assinale a alternativa CORRETA.
Questão 3 1373503
UESB 1° Dia 2018TEXTO:
"Eu me amo, eu me amo, não posso mais viver sem mim": narcisismo, ciberespaço e capitalismo
Caetano Veloso, em tom poético, cantou que
"Narciso acha feio o que não é espelho". O Mito de
Narciso é uma história que nos remete à mitologia
grega, uma história que fala sobre um jovem que, ao
[5] se deparar com sua imagem na lâmina d'água de um
lago, apaixona-se por si mesmo. O mito é utilizado
para fazer referência ao apego de muitas pessoas a si
mesmas. Essas pessoas são geralmente chamadas de
narcisistas ou até mesmo de egocêntricas.
[10] Narcisismo e egocentrismo são dois termos de
grande difusão social, o que se deve à Psicanálise, que
utilizou o mito de Narciso para explicar a dificuldade
de muitas pessoas em adiar suas satisfações, guiadas
por um sentimento de urgência. Daí surgiu o termo
[15] narcisismo, que consiste numa fixação presente nos
primeiros estágios do desenvolvimento humano,
quando somos guiados pela urgência de satisfazer
nossas necessidades. A criança chora e a mãe dá-lhe
o peito. A satisfação quase sempre é imediata. Disso
[20] podem resultar registros mentais que levam à busca
de satisfação imediata, e, no futuro, a pessoa pode se
tornar um adulto que toma a si mesmo como medida
de todas as coisas, ou seja, coloca seu "eu" (ego) como
centro do universo.
[25] Ego é outro termo psicanalítico. Quase um sinônimo
de "eu", o ego seria a estrutura mental responsável por
negociar com o id (inconsciente) quando a satisfação de
nossos desejos ocorrerá. O ego é regido pelo princípio
de realidade, dominado pela razão; já o id é regido pelo
[30] princípio do prazer, da busca de satisfação de desejos
reprimidos. Um ego frágil vai ceder aos impulsos do
id, tendo, portanto, dificuldades de adiar a satisfação
dos desejos e de lidar com frustrações. Deriva dessa
dificuldade o egocentrismo. Daí a aproximação entre os
[35] conceitos de narcisismo e egocentrismo.
Essa propensão à intolerância quase sempre é
produto de esquemas de reforçamento contínuo. Nesse
tipo de esquema, o reforço segue o comportamento
praticamente todas as vezes que ele é emitido e
[40] costuma estar presente em histórias de pessoas
"mimadas", que tiveram de se esforçar muito pouco para
obter a satisfação de suas necessidades e desejos, pois
os pais ou outros membros da família quase sempre
proviam essa satisfação ao menor sinal de alteração
[45] emocional. É sabido que quanto mais imediato um
reforço ocorre depois de um comportamento, maior
a chance de esse comportamento ser fortalecido.
Portanto, a intolerância como padrão comportamental
pode ter relação com o esquema de reforçamento e
[50] com a imediaticidade com a qual os reforços foram
apresentados ao longo da história do indivíduo.
Sendo assim, pessoas podem se tornar reféns do
reforço, tornando-se incapazes de adiar a satisfação
de seus desejos e necessidades. São modeladas não
[55] somente para ser intolerantes às frustrações, como
também para buscar satisfação imediata. Elas se
tornam presas fáceis do ciberespaço, onde a satisfação
pode ser obtida apenas com um clique.
No ciberespaço, tudo parece ser mais fácil. As
[60] amizades são virtuais, sendo assim, os aborrecimentos
podem ser evitados bloqueando ou excluindo alguém
da rede de contatos. O prazer pode ser buscado em
chats e redes sociais.
Talvez seja hora de parar e pensar nos efeitos da
[65] cultura digital sobre o comportamento das pessoas.
Essa cultura não criaria circunstâncias favoráveis para
a modelagem de comportamentos narcisistas? Essa
cultura não favorece o fechamento sobre si mesmo,
de modo que as pessoas passem a entender que se
[70] bastam a si mesmas? Essa cultura não acaba por
favorecer o individualismo? Quais são os efeitos da
obtenção tão facilitada de reforços com apenas um
clique?
Se, na vida real, os reforços podem ser adiados
[75] por causa de uma série de circunstâncias, no
ciberespaço eles são facilmente obtidos. Mas que
tipos de comportamentos estão sendo reforçados?
Comportamentos de não fazer nada, ou de se
empenhar em atividades que concorrem com outras
[80] mais produtivas. Muitas empresas bloqueiam o acesso
a chats e redes sociais, pois navegar em tais redes e
chats afeta o trabalho e a produtividade, acarretando
prejuízos.
Não estaria o mundo digital contribuindo para a
[85] criação de uma cultura do imediatismo? Creio que
não. Talvez esteja apenas fortalecendo contingências
que já operavam no mundo antes de sua existência,
contingências que fazem parte de um mundo capitalista
em que "tempo é dinheiro", um mundo do "just in time",
[90] um mundo regido pela urgência em produzir, pois
existe, de outra parte, a urgência em consumir. Um
mundo, pois, regido por produção versus consumo.
Se produzir com urgência é preciso, pois existe
premência de consumir o que se produz, cria-se um
[95] círculo vicioso em que o consumo é uma satisfação
inadiável e é realizado sem que se pense nas
consequências, sem consciência das contingências
que o determinam. Dessa forma, não se questiona
sobre o que está sendo consumido, pois o que importa
[100] é consumir para obter prazer.
O produto desse ciclo é a construção de pessoas
cada vez menos conscientes dos determinantes
de seu comportamento, incapazes de assumir um
posicionamento crítico sobre seu modo de vida e o
[105] mundo em que vivem, inseridas numa teia de consumo
em que elas mesmas são um produto à venda em
stands reais e virtuais. O não pensar nas consequências
produz pessoas alienadas, enamoradas por seu prazer,
como Narciso por sua imagem refletida no espelho
[110] d'água, pessoas que podem ser descritas com o refrão
da música do Ultraje a Rigor: "Eu me amo, eu me amo,
não posso mais viver sem mim".
Adaptado de Ribeiro, Bruno Alvarenga. "Eu me amo, eu me amo, não posso mais viver sem mim": narcisismo, ciberespaço e capitalismo. Em: http://cafe-com-ciencia.blogspot.com.br/2012/08/eu-me-amoeu-me-amo-nao-posso-mais.html. Acesso em 10.01.2018. Passim.
Sobre o Ego e o Id, tal como são concebidos no texto, está correto o que se afirma em
Questão 1 448389
IFRN 2018/1TEXTO
RN atinge marca de 1.500 homicídios em 2017, diz Instituto
Levantamento do Observatório da Violência Letal Intencional revela que o número de crimes é 25,2% maior do que o registrado no mesmo período de 2016
Por G1 RN 12/08/2017 09h00 Atualizado 12/08/2017 10h34
O Rio Grande do Norte segue apresentando altos índices de crimes contra a vida. Segundo levantamento feito pelo Observatório da Violência Letal Intencional (OBVIO) – instituto que contabiliza e analisa delitos dessa natureza – o estado chegou a 1.500 assassinatos registrados somente este ano. O número foi atingido nesta sexta-feira (11) e a média de vítimas por 100 mil habitantes é de 42,77.
“A violência e a insegurança são promovidas pelo próprio governo do Rio Grande do Norte, quando, para se esquivar de sua responsabilidade, insiste em criar bodes expiatórios para seus próprios erros. A prova disso é que chegamos a 1.500 Condutas Violentas Letais Intencionais (CVLIs) nesses 222 dias de 2017”, critica o especialista em gestão e políticas de segurança pública Ivenio Hermes, que também é coordenador do Observatório.
O G1 procurou a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (Sesed) para comentar os dados e a ainda aguarda o retorno da pasta. Em comparação ao mesmo período do ano passado, ou seja, levando em consideração a quantidade registrada de pessoas vítimas de homicídio entre 1º de janeiro e 11 de agosto de 2016, o ano de 2017 já contabiliza um crescimento de 25,2%. “A não ser que o governo esconda os dados da violência, 2017, indubitavelmente, já entrou para a história por ser o ano mais violento do Rio Grande do Norte”, atesta Hermes.
“Na contramão de uma gestão transparente, o governo confunde gastos de custeio e folha de pagamento com investimentos reais em segurança pública, e ainda culpa ex-secretários, excomandantes da PM, o governo anterior, as fronteiras, a imprensa e qualquer um que possa ser a bola da vez para receber a culpa num lugar de um governo que usa o empirismo para resolver o problema complexo que é a segurança pública”, reclama Ivenio Hermes.
Para o pesquisador, as estratégias de gestão adotadas pelo Poder Executivo são frágeis e ineficazes. “No início do mês de julho, o governo divulgou uma estatística manipulada para dizer que fazia três meses que estava reduzindo a violência, como se um período de 3 meses fosse o suficiente para aferir resultados em segurança pública. E a resposta veio a galope: o mês mais violento do ano, julho, apagou a afirmação do governo, o mês de agosto está servindo para mostrar o quão frágeis são as estratégias de gestão”, corrobora.
Além de homicídios dolosos, entram na estatística elaborada pelo OBVIO outros crimes violentos que resultem em morte, como roubo (no latrocínio), estupro ou lesão corporal seguidos de morte. Cadáveres e ossadas encontradas e mortos em confrontos policiais também são considerados.
Em Natal, foram 392 assassinatos entre 1º de janeiro e o dia 11 de agosto. Na lista das cidades mais violentas do estado, também preocupam: Mossoró, com 150 homicídios contabilizados; Ceará-Mirim, com 105; Parnamirim, com 93; São Gonçalo do Amarante, com 67; Macaíba, com 59.
“Governo usa empirismo para resolver problema da segurança”.
Disponível em: <https://g1.globo.com/rn/rio-grande-do-norte/atinge-marca-de-1500-homicidios-em-2017.>. Acesso em: 26/09/2017. Adaptado para uso nesta avaliação.
Segundo Ivenio Hermes, o governo do estado