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Acesse GrátisQuestões de Literatura - Contemporânea
Questão 42 4369103
UNESP Cursos da área de biológicas 2021Vou voltar
Sei que ainda vou voltar
Para o meu lugar
Foi lá e é ainda lá
Que eu hei de ouvir cantar
Uma sabiá
Cantar uma sabiá
Vou voltar
Sei que ainda vou voltar
Vou deitar à sombra
De uma palmeira
Que já não há
Colher a flor
Que já não dá
E algum amor
Talvez possa espantar
As noites que eu não queria
E anunciar o dia
Vou voltar
Sei que ainda vou voltar
Não vai ser em vão
Que fiz tantos planos
De me enganar
Como fiz enganos
De me encontrar
Como fiz estradas
De me perder
Fiz de tudo e nada
De te esquecer
(www.chicobuarque.com.br)
A canção “Sabiá”, de Chico Buarque e Tom Jobim, foi apresentada no III Festival Internacional da canção, em setembro de 1968, durante o regime militar brasileiro.
Sua letra
Questão 14 6644190
UFGD 2021Texto I
NÓ, CLÍMAX, DESFECHO
Nó – É o fato que interrompe o fluxo da situação inicial da narrativa, criando um problema ou obstáculo que deverá ser resolvido. O Nó é o que dá origem ao conflito dramático [...]. Ele evidencia que só há uma história a ser contada por que uma crise se instalou em determinada situação exigindo que se tente resolvê-la de modo a reequilibrar o que ela desestabilizou [...];
Clímax – É o elemento que marca o auge do conflito dramático, momento do tudo ou nada entre as forças contrárias que agem e se defrontam na narrativa [...], engendrando e desenvolvendo a história. Diferentemente do desfecho, o clímax caracteriza um momento em que a expectativa em relação à resolução do conflito central da narrativa ignora qual das forças contrárias vencerá. O clímax, portanto, suspende, mantendo por instantes em tensão máxima, a história contada na narrativa;
Desfecho – É a resolução do conflito central da narrativa, momento em que uma das forças contrárias vence e se afirma sobre a sua oponente. Normalmente, liga-se à situação final da narrativa.
FRANCO JUNIOR, Arnaldo. Operadores de leitura da narrativa. In: BONNICI, Thomas; ZOLIN, Lúcia Osana (orgs.). Teoria literária: abordagens históricas e tendências contemporâneas. Maringá: Eduem, 2003, p. 42.
Texto II
SOZINHOS
Esta ideia para um conto de terror é tão terrível que, logo depois de tê-la, me arrependi. Mas já estava tida, não adiantava mais. Você, leitor, no entanto, tem uma escolha. Pode parar aqui, e se poupar, ou ler até o fim e provavelmente nunca mais dormir. Vejo que decidiu continuar. Muito bem, vamos em frente. Talvez, posta no papel, a ideia perca um pouco do seu poder de susto. Mas não posso garantir nada. É assim: Um casal de velhos mora sozinho numa casa. Já criaram os filhos, os netos já estão grandes, só lhes resta implicar um com o outro. Retomam com novo fervor uma discussão antiga. Ela diz que ele ronca quando dorme, ele diz que é mentira.
– Ronca. – Não ronco.
– Ele diz que não ronca
– comenta ela, impaciente, como se falasse com uma terceira pessoa.
Mas não existe outra pessoa na casa. Os filhos raramente visitam. Os netos, nunca. A empregada vem de manhã, faz o almoço, deixa o jantar e sai cedo. Ficam os dois sozinhos.
– Eu devia gravar os seus roncos, pra você se convencer – diz ela. E em seguida tem a ideia infeliz. – É o que eu vou fazer! Esta noite, quando você dormir, vou ligar o gravador e gravar os seus roncos.
– Humrfm – diz o velho.
Você, leitor, já deve estar sentindo o que vai acontecer. Pare de ler, leitor. Eu não posso parar de escrever. Às ideias não podem ser desperdiçadas, mesmo que nos custem amigos, a vida ou o sono. Imagine se Shakespeare tivesse se horrorizado com suas próprias ideias e deixado de escrevê-las, por puro comedimento. Não que eu queira me comparar a Shakespeare. Shakespeare era bem mais magro. Tenho que exercer este ofício, esta danação. Você, no entanto, não é obrigado a me acompanhar, leitor. Vá passear, vá tomar um sol. Uma das maneiras de controlar a demência solta no mundo e deixar os escritores falando sozinhos, exercendo sozinhos a sua profissão malsã, o seu vício solitário. Você ainda está lendo. Você é pior do que eu, leitor. Você tinha escolha.
Sozinhos. Os velhos sozinhos na casa. Os dois vão para a cama. Quando o velho dorme, a velha liga o gravador. Mas em poucos minutos a velha também dorme. O gravador fica ligado, gravando. Pouco depois a fita acaba. Na manhã seguinte, certa do seu triunfo, a velha roda a fita. Ouvem-se alguns minutos de silêncio. Depois, alguém roncando.
– Rarrá! – diz a velha, feliz.
Pouco depois ouve-se o ronco de outra pessoa, a velha também ronca!
– Rarrá! – diz o velho, vingativo.
E, em seguida, por cima do contraponto de roncos, ouve-se um sussurro. Uma voz sussurrando, leitor. Uma voz indefinida. Pode ser de homem, de mulher ou de criança. A princípio – por causa dos roncos – não se distingue o que ela diz. Mas aos poucos as palavras vão ficando claras. São duas vozes. É um diálogo sussurrado.
“Estão prontos?”
“Não, acho que ainda não...”
“Então, vamos voltar amanhã...”.
VERISSIMO, Luis Fernando. Sozinho. In.: Comédias para se ler na escola. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001
Assinale a alternativa correta sobre os aspectos narrativos empregados por Luís Fernando Veríssimo no texto Sozinhos, presente na obra Comédias para se ler na escola (use o texto I como apoio).
Questão 58 2481595
UPE 3° Fase 2° Dia SSA 2020Leia o texto a seguir:
A valorização da vasta cultura popular existente no Nordeste se torna, hoje, uma constante no campo intelectual. Cada vez mais se torna frequente recorrer ao universo popular. E foi com a proposta de resgate e valorização da cultura local que, no dia 18 de outubro de 1970, no Pátio de São Pedro, no Recife, é lançado para o Brasil e para o mundo o Movimento Armorial, (...) tendo como proposta central, (...), o intuito de realizar uma arte brasileira erudita a partir das raízes populares de nossa cultura. O dia da “inauguração” do movimento contou com a participação da Orquestra Armorial e exposição de artes plásticas.
COIMBRA, Ana Luisa de Castro et all. O Movimento Armorial reafirmando as raízes da cultura popular.
Disponível em: http://www.intercom.org.br/papers/regionais/nordeste2007/resumos/R0259-1.pdf Acesso em: 15/06/2019
Quem foi o fundador do movimento cultural apresentado no texto?
Questão 1 3639989
EEAR 2019/2A questão refere-se ao texto.
Como os campos
Marina Colasanti
Preparavam-se aqueles jovens estudiosos para a vida
adulta, acompanhando um sábio e ouvindo seus ensinamentos.
Porém, como fizessse cada dia mais frio com o adiantar-se do
outono, dele se aproximaram e perguntaram:
[05] – Senhor, como devemos vestir-nos?
– Vistam-se como os campos - respondeu o sábio.
Os jovens então subiram a uma colina e durante dias
olharam para os campos. Depois dirigiram-se à cidade, onde
compraram tecidos de muitas cores e fios de muitas fibras.
[10] Levando cestas carregadas, voltaram para junto do sábio.
Sob o seu olhar, abriram os rolos das sedas, desdobraram
as peças de damasco e cortaram quadrados de veludo, e os
emendaram com retângulos de cetim. Aos poucos, foram
criando, em longas vestes, os campos arados, o vivo verde dos
[15] campos em primavera, o pintalgado da germinação. E
entremearam fios de ouro no amarelo dos trigais, fios de prata
no alagado das chuvas, até chegarem ao branco brilhante da
neve. As vestes suntuosas estendiam-se como mantos. O sábio
nada disse.
[20] Só um jovem pequenino não havia feito sua roupa.
Esperava que o algodão estivesse em flor, para colhê-lo. E
quando teve os tufos, os fiou. E quando teve os fios, os teceu.
Depois vestiu sua roupa branca e foi para o campo trabalhar.
Arou e plantou. Muitas e muitas vezes sujou-se de terra. E
[25] manchou-se do sumo das frutas e da seiva das plantas. A
roupa já não era branca, embora ele a lavasse no regato.
Plantou e colheu. A roupa rasgou-se, o tecido puiu-se. O
jovem pequenino emendou os rasgões com fios de lã, costurou
remendos onde o pano cedia. E quando a neve veio, prendeu
[30] em sua roupa mangas mais grossas para se aquecer.
Agora a roupa do jovem pequeno era de tantos pedaços,
que ninguém poderia dizer como havia começado. E estando
ele lá fora uma manhã, com os pés afundados na terra para
receber a primavera, um pássaro o confundiu com o campo e
[35] veio pousar no seu ombro. Ciscou de leve entre os fios,
sacudiu as penas. Depois levantou a cabeça e começou a
cantar.
Ao longe, o sábio, que tudo olhava, sorriu.
Colasanti, M. Mais de 100 histórias maravilhosas - 1.ed. – São Paulo: Global, 2015.
Em qual alternativa há um trecho do texto que confirma que o jovem pequenino realmente vestiu-se como os campos, conforme aconselhou o velho sábio?
Questão 12 3640010
EEAR 2019/2Em qual alternativa o nome Maria não é um vocativo?
Questão 2 4048275
UNICID 2019Examine a charge do cartunista Quino para responder à questão.
Dos seguintes provérbios, o que mais se aproxima da mensagem transmitida pela charge é: