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Acesse GrátisQuestões de Literatura - Romantismo
Questão 41 5265504
CESUPA 2021Textos para a questão
I- [...] vejo milhares de homens de fisionomias discordes, de cor vária e de caracteres diferentes.
E esses homens formam círculos concêntricos, como os que forma a pedra, caindo no
meio das águas plácidas de um lago.
E os que formam os círculos externos têm maneiras submissas e respeitosas, são de cor
preta; — e os outros, que são como um punhado de homens, formando o centro de todos
os círculos, têm maneiras senhoris e arrogantes, e são de cor branca.
(DIAS, Antônio Gonçalves, Meditação Guanabara, revista mensal, artística, científica e literária, Rio de
Janeiro tomo i, 1850, p. 102.)
II- Mas que vejo eu aí... Que quadro d'amarguras!
É canto funeral! ... Que tétricas figuras! ...
Que cena infame e vil... Meu Deus!
Meu Deus! Que horror!
Era um sonho dantesco... o tombadilho
Que das luzernas avermelha o brilho.
Em sangue a se banhar.
Tinir de ferros... estalar de açoite...
Legiões de homens negros como a noite,
Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus!
Se é loucura... se é verdade
Tanto horror perante os céus?!
(...)
(Navio Negreiro, Cantos II, IV e V, Castro Alves.)
Os excertos trabalham o tema da escravidão.
Avaliando atentamente os recursos poéticos utilizados em cada um deles, pode-se dizer que o movimento literário a que pertencem é o:
Questão 15 5267528
CESMAC 1° Dia 2021.2Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, senhor Deus!
Se é mentira... se é verdade
Tanto horror perante os céus?
Ó mar, por que não apagas
Co’a esponja de tuas vagas,
De teu manto este borrão?...
Astros! Noites! Tempestades!
Rolai das imensidades!
Varrei os mares, tufão!”
Castro Alves
A Literatura também versa sobre grandes problemas sociais que afetaram a história brasileira.
O poema de Castro Alves, sob a forma de uma prece, (intitulado Tragédia no Mar) refere-se:
Questão 1 5934803
PUC-Rio 2021TEXTO
A canção do africano
(fragmento)
Lá na úmida senzala,
Sentado na estreita sala,
Junto ao braseiro, no chão,
Entoa o escravo o seu canto,
E ao cantar correm-lhe em pranto
Saudades do seu torrão…
De um lado, uma negra escrava
Os olhos no filho crava,
Que tem no colo a embalar…
E à meia voz lá responde
Ao canto, e o filhinho esconde,
Talvez pra não o escutar!
“Minha terra é lá bem longe,
Das bandas de onde o sol vem;
Esta terra é mais bonita,
Mas à outra eu quero bem!
“O sol faz lá tudo em fogo,
Faz em brasa toda a areia;
Ninguém sabe como é belo
Ver de tarde a papa-ceia!
“Aquelas terras tão grandes,
Tão compridas como o mar,
Com suas poucas palmeiras
Dão vontade de pensar…
“Lá todos vivem felizes,
Todos dançam no terreiro;
A gente lá não se vende
Como aqui, só por dinheiro.”
O escravo calou a fala,
Porque na úmida sala
O fogo estava a apagar;
E a escrava acabou seu canto,
Pra não acordar com o pranto
O seu filhinho a sonhar!
Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/ download/texto/jp000009.pdf. Acesso em: 20 ago. 2020.
Dois aspectos presentes no poema de Castro Alves são:
Questão 2 5934863
PUC-Rio 2021TEXTO
A canção do africano
(fragmento)
Lá na úmida senzala,
Sentado na estreita sala,
Junto ao braseiro, no chão,
Entoa o escravo o seu canto,
E ao cantar correm-lhe em pranto
Saudades do seu torrão…
De um lado, uma negra escrava
Os olhos no filho crava,
Que tem no colo a embalar…
E à meia voz lá responde
Ao canto, e o filhinho esconde,
Talvez pra não o escutar!
“Minha terra é lá bem longe,
Das bandas de onde o sol vem;
Esta terra é mais bonita,
Mas à outra eu quero bem!
“O sol faz lá tudo em fogo,
Faz em brasa toda a areia;
Ninguém sabe como é belo
Ver de tarde a papa-ceia!
“Aquelas terras tão grandes,
Tão compridas como o mar,
Com suas poucas palmeiras
Dão vontade de pensar…
“Lá todos vivem felizes,
Todos dançam no terreiro;
A gente lá não se vende
Como aqui, só por dinheiro.”
O escravo calou a fala,
Porque na úmida sala
O fogo estava a apagar;
E a escrava acabou seu canto,
Pra não acordar com o pranto
O seu filhinho a sonhar!
Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/ download/texto/jp000009.pdf. Acesso em: 20 ago. 2020.
Pode-se afirmar que o Texto pertence ao período literário conhecido como
Questão 3 5934873
PUC-Rio 2021TEXTO
A canção do africano
(fragmento)
Lá na úmida senzala,
Sentado na estreita sala,
Junto ao braseiro, no chão,
Entoa o escravo o seu canto,
E ao cantar correm-lhe em pranto
Saudades do seu torrão…
De um lado, uma negra escrava
Os olhos no filho crava,
Que tem no colo a embalar…
E à meia voz lá responde
Ao canto, e o filhinho esconde,
Talvez pra não o escutar!
“Minha terra é lá bem longe,
Das bandas de onde o sol vem;
Esta terra é mais bonita,
Mas à outra eu quero bem!
“O sol faz lá tudo em fogo,
Faz em brasa toda a areia;
Ninguém sabe como é belo
Ver de tarde a papa-ceia!
“Aquelas terras tão grandes,
Tão compridas como o mar,
Com suas poucas palmeiras
Dão vontade de pensar…
“Lá todos vivem felizes,
Todos dançam no terreiro;
A gente lá não se vende
Como aqui, só por dinheiro.”
O escravo calou a fala,
Porque na úmida sala
O fogo estava a apagar;
E a escrava acabou seu canto,
Pra não acordar com o pranto
O seu filhinho a sonhar!
Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/ download/texto/jp000009.pdf. Acesso em: 20 ago. 2020.
A expressão que exprime o efeito do canto do africano é
Questão 5 5934897
PUC-Rio 2021TEXTO
Foi em uma ambiência escolar marcada por práticas pedagógicas excelentes para uns, e nefastas para outros, que descobri com mais intensidade a nossa condição de negros e pobres. Geograficamente, no Curso Primário experimentei um “apartaid” escolar. O prédio era uma construção de dois andares. No andar superior, ficavam as classes dos mais adiantados, dos que recebiam medalhas, dos que não repetiam a série, dos que cantavam e dançavam nas festas e das meninas que coroavam Nossa Senhora. O ensino religioso era obrigatório e ali como na igreja os anjos eram loiros, sempre. Passei o Curso Primário, quase todo, desejando ser aluna de umas das salas do andar superior. Minhas irmãs, irmãos, todos os alunos pobres e eu sempre ficávamos alocados nas classes do porão do prédio. Porões da escola, porões dos navios. Entretanto, ao ser muito bem aprovada da terceira para a quarta série, para minha alegria fui colocada em uma sala do andar superior. Situação que desgostou alguns professores. Eu, menina questionadora, teimosa em me apresentar nos eventos escolares, nos concursos de leitura e redação, nos coros infantis, tudo sem ser convidada, incomodava vários professores, mas também conquistava a simpatia de muitos outros. Além de minhas inquietações, de meus questionamentos e brigas com colegas, havia a constante vigilância e cobrança de minha mãe à escola. Ela ia às reuniões, mesmo odiando o silêncio que era imposto às mães pobres e quando tinha oportunidade de falar soltava o verbo.
Ao terminar o primário, em 1958, ganhei o meu primeiro prêmio de literatura, vencendo um concurso de redação que tinha o seguinte título: “Por que me orgulho de ser brasileira”. Quanto à beleza da redação, reinou o consenso dos professores, quanto ao prêmio, houve discordâncias. Minha passagem pela escola não tinha sido de uma aluna bem-comportada. Esperavam certa passividade de uma menina negra e pobre, assim como da sua família. E não éramos. Tínhamos uma consciência, mesmo que difusa, de nossa condição de pessoas negras, pobres e faveladas.
(Adaptado de: LEE, B. Y. How Today’s Google Doodle, Dr. Virginia Apgar, Made A Big Difference In: Forbes (online) Pharma and Healthcare. 7 jun. 2018. Disponível em: https://www.forbes.com/sites/brucelee/2018/06/07/how-todays-google-doodle-drvirginia-apgar-made-a-big-difference/#71c42112594f Acesso em: 18 ago. 2018.)
O depoimento de Conceição Evaristo, uma das mais importantes escritoras contemporâneas, aproxima-se do poema de Castro Alves pela