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Acesse GrátisQuestões de Literatura - Modernismo
Questão 2 5109356
UEMA 2° Dia 2021Leia o trecho do Cap. 1 para responder às questões
Capítulo I
[...]
Nem bem teve seis anos deram água num chocalho pra ele e Macunaíma principiou falando como todos. E pediu pra mãe que largasse da mandioca ralando na cevadeira e levasse ele passear no mato. A mãe não quis porque não podia largar da mandioca não. Macunaíma choramingou dia inteiro. De-noite continuou chorando. No outro dia esperou com o olho esquerdo dormindo que a mãe principiasse o trabalho. Então pediu pra ela que largasse de tecer o paneiro de guarumá-membeca e levasse ele no mato passear. A mãe não quis porque não podia largar o paneiro não. E pediu pra nora, companheira de Jiguê, que levasse o menino. A companheira de Jiguê era bem moça e chamava Sofará. Foi se aproximando ressabiada porém desta vez Macunaíma ficou muito quieto sem botar a mão na graça de ninguém. A moça carregou o piá nas costas e foi até o pé de aninga na beira do rio. A água parara pra inventar um ponteio de gozo nas folhas do javari. O longe estava bonito com muitos biguás e biguatingas avoando na estrada do furo. A moça botou Macunaíma na praia porém ele principiou choramingando, que tinha muita formiga!... e pediu pra Sofará que o levasse até o derrame do morro lá dentro do mato. A moça fez. Mas assim que deitou o curumim nas tiriricas, tajás e trapoerabas da serrapilheira, ele botou corpo num átimo e ficou um príncipe lindo. Andaram por lá muito.
[...]
Andrade, M. Macunaíma. São Paulo: Ótima, 2015.
As metamorfoses experimentadas pelo herói no percurso da obra concorrem para a solidez do epíteto “herói sem nenhum caráter”.
Além dessas transformações, Macunaíma apresenta, ao longo da narrativa, indícios de sua falta de caráter, tal como se comprova no trecho:
Questão 12 5116078
UECE 2021Cecília Meireles é um dos maiores nomes da literatura brasileira. Poeta, jornalista, escritora, professora e musicista.
Pelas características de sua obra literária e pelo contexto histórico em que se encontra, a escritora pode ser associada ao momento literário denominado de
Questão 13 5235214
CESMAC 1° Dia 2021.1A exigência da inserção de uma produção linguística responde pela exigência da inserção histórica, em um tempo e lugar. De tal forma que essa produção sofre influência de suas vertentes culturais proeminentes. Assim, se explica a opção dos Modernistas brasileiros na Semana de Artes Modernas, de 1922:
1) pela opção do verso livre, sem a exigência do rigor formal.
2) pela preferência de uma expressão linguística nacional.
3) pela temática com inspiração na vida do cotidiano.
4) pelo interesse em explorar a exuberante natureza do Brasil.
5) pela volta ao ideal da perfeição formal herdada do Parnasianismo.
Estão corretas, apenas, as alternativas:
Questão 13 1518703
CESMAC Medicina 1° Dia 2020/1Nova Poética
Estou farto do lirismo comedido
Do lirismo bem comportado
Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente, protocolo e manifestações de apreço ao
Sr. Diretor [...]
Estou farto do lirismo namorador
Político,
Raquítico, Sifilítico.
(Manuel Bandeira)
Este poema de Manuel Bandeira pode ser entendido como:
1) aversão declarada aos cânones aceitos por escolas literárias que privilegiavam a perfeição da ‘forma poética’.
2) manifestação dos novos ideais literários propostos pelas vanguardas do Modernismo brasileiro.
3) expressão da reiterada aspiração de que voltassem os modelos poéticos defendidos pela produção da ‘Arte pela Arte’.
4) demarcação da função estética do fazer poético, a qual se furta a se ajustar aos limites puristas impostos pelas normas linguísticas.
5) anuência ao imaginário das escolas do Romantismo que enalteciam as expressões do lirismo e do envolvimento amoroso.
Estão corretas:
Questão 31 1519067
CESMAC Medicina 1° Dia 2020/1O romance “Vidas Secas” , 1938, do escritor, jornalista e político, natural de Alagoas, Graciliano Ramos (1892-1953), encerra uma severa crítica social, característica do Movimento Modernista, na sua segunda fase literária, denominada:
Questão 9 1521514
CESGRANRIO 2020Texto
Vidas Secas
E a viagem prosseguiu, mais lenta, mais arra-
stada, num silencio grande. Ausente do companheiro, a
cachorra Baleia tomou a frente do grupo. Arqueada,
as costelas à mostra, corria ofegando, a língua fora
[5] da boca. E de quando em quando se detinha, espe-
rando as pessoas, que se retardavam.
Ainda na véspera eram seis viventes, contando
com o papagaio. Coitado, morrera na areia do rio,
onde haviam descansado, à beira de uma poça: a
[10] fome apertara demais os retirantes e por ali não exis-
tia sinal de comida.
As manchas dos juazeiros tornaram a aparecer,
Fabiano aligeirou o passo, esqueceu a fome, a can-
seira e os ferimentos. As alpercatas dele estavam
[15] gastas nos saltos, e a embira tinha-lhe aberto entre
os dedos rachaduras muito dolorosas. Os calcanha-
res, duros como cascos, gretavam-se e sangravam.
Num cotovelo do caminho avistou um canto de cerca,
encheu-o a esperança de achar comida, sentiu dese-
[20] jo de cantar. A voz saiu-lhe rouca, medonha. Calou-se
para não estragar força.
Deixaram a margem do rio, acompanharam a
cerca, subiram uma ladeira, chegaram aos juazeiros.
Fazia tempo que não viam sombra. Sinhá Vitória aco-
[25] modou os filhos, que arriaram como trouxas, cobriu-
os com molambos. O menino mais velho, passada
a vertigem que o derrubara, encolhido sobre folhas
secas, a cabeça encostada a uma raiz, adormecia,
acordava. E quando abria os olhos, distinguia vaga-
[30] mente um monte próximo, algumas pedras, um carro
de bois. A cachorra Baleia foi enroscar-se junto dele.
Estavam no pátio de uma fazenda sem vida. O
curral deserto, o chiqueiro das cabras arruinado e
também deserto, a casa do vaqueiro fechada, tudo
[35] anunciava abandono. Certamente o gado se finara
e os moradores tinham fugido. Fabiano procurou em
vão perceber um toque de chocalho. Avizinhou-se da
casa, bateu, tentou forçar a porta. Encontrando re-
sistência, penetrou num cercadinho cheio de plantas
[40] mortas, rodeou a tapera, alcançou o terreiro do fun-
do, viu um barreiro vazio, um bosque de catingueiras
murchas, um pé de turco e o prolongamento da cerca
do curral.
RAMOS, Graciliano. Vidas Secas. São Paulo: Livraria Martins Editora, 1969. Adaptado.
O tema desenvolvido por Graciliano Ramos no texto é