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Acesse GrátisQuestões de Literatura - Textos Literários
Questão 10 8490856
UNESP 2023/1Leia o soneto “Descreve o que era naquele tempo a cidade da Bahia”, do poeta Gregório de Matos (1636-1696), para responder à questão.
A cada canto um grande conselheiro,
Que nos quer governar cabana e vinha;
Não sabem governar sua cozinha,
E podem governar o mundo inteiro.
Em cada porta um bem frequente olheiro,
Que a vida do vizinho e da vizinha
Pesquisa, escuta, espreita e esquadrinha,
Para o levar à praça e ao terreiro.
Muitos mulatos desavergonhados,
Trazidos sob os pés os homens nobres¹,
Posta nas palmas toda a picardia,
Estupendas usuras nos mercados,
Todos os que não furtam muito pobres:
E eis aqui a cidade da Bahia.
(Gregório de Matos. Poemas escolhidos, 2010.)
1Trazidos sob os pés os homens nobres: na visão de Gregório de Matos, os mulatos em ascensão subjugam com esperteza os verdadeiros “homens nobres”.
No soneto, o eu lírico enraíza na cidade da Bahia a figuração tradicional do desconcerto do mundo.
No quadro da economia colonial, esse desconcerto do mundo mostra-se associado a um momento crítico da produção
Questão 11 8847412
UFT Manhã 2023Leia o fragmento de texto para responder a QUESTÃO.
As precárias condições higiênicas e sanitárias do Rio de Janeiro, nos idos de 1918, facilitam a expansão da pandemia. Fecham-se as escolas, numa tentativa de deter a praga. Depois, é o comércio que cerra as portas. Os remédios conhecidos são de pouco ou nenhum efeito. Alguns vendedores inescrupulosos oferecem elixires exóticos como a cura milagrosa. As pessoas não saem de casa temendo a contaminação, porém nada parece diminuir a virulência que invade a cidade e, por extensão, o país. [...] O pânico toma conta da população e fala-se do perigo iminente de um surto de cólera-morbo.
Fonte: SOARES, Jô. O homem que matou Getúlio Vargas: biografia de um anarquista. São Paulo: Companhia das Letras, 1998, p. 171- 172. (fragmento).
Em relação ao espaço ficcional do fragmento do romance de Jô Soares, assinale a alternativa CORRETA:
Questão 13 8847458
UFT Manhã 2023Leia os poemas para responder a QUESTÃO
Texto I
Cá
Enquanto houver silêncio
haverá poesia
e gente
cavoucando o dia.
Fonte: PEDREIRA, Célio. As tocantinas. Palmas-TO: EDUFT, 2014, p. 31.
Texto II
esvaziar-se
depois de tantos textos
o amor vai se acabando sem palavras
nem poema nem verso nem memorando
nenhuma ata a atestar o fim
o amor se esvai com o tempo, o calor, a vida
desfeito em muitos silêncios
Fonte: SILVA, Luiza Helena Oliveira da. Solau do mal de amor. Palmas-TO: EDUFT, 2016, p. 45.
Analise as afirmativas em relação aos poemas de Célio Pedreira e Luiza Helena Oliveira da Silva:
I. O texto I propõe que o silêncio escava a terra.
II. O texto I propõe que o silêncio é propício ao fazer poético.
III. O texto II propõe que o silêncio é maior que a poesia.
IV. O texto II propõe que o silêncio finda o amor.
Assinale a alternativa CORRETA:
Questão 2 8852164
EBMSP Medicina 2023Nesse poema visual, percebe-se que a
Questão 9 6696382
UNIFAE 2022Considere o trecho de Vidas Secas, de Graciliano Ramos, para responder a questão.
Festa
Fabiano marchava teso.
Os dois meninos espiavam os lampiões e adivinhavam casos extraordinários. Não sentiam curiosidade, sentiam medo, e por isso pisavam devagar, receando chamar a atenção das pessoas. Supunham que existiam mundos diferentes da fazenda, mundos maravilhosos na serra azulada. Aquilo, porém, era esquisito. Como podia haver tantas casas e tanta gente? Com certeza os homens iriam brigar. Seria que o povo ali era brabo e não consentia que eles andassem entre as barracas? Estavam acostumados a aguentar cascudos e puxões de orelhas. Talvez as criaturas desconhecidas não se comportassem como sinha Vitória, mas os pequenos retraíam- se, encostavam-se às paredes, meio encandeados, os ouvidos cheios de rumores estranhos.
Chegaram à igreja, entraram. Baleia ficou passeando na calçada, olhando a rua, inquieta.
(Vidas Secas, 1982.)
Quando chegam à festa de Natal na cidade, com Fabiano e sinha Vitória, os dois meninos sentem-se
Questão 2 6761510
UFRR 1° Etapa 2022Leia o texto e responda a questão.
TEXTO
Este é o rio, a montanha é esta,
Estes os troncos, estes os rochedos;
São estes inda os mesmos arvoredos;
Esta é a mesma rústica floresta.
Tudo cheio de horror se manifesta,
Rio, montanha, troncos, e penedos;
Que de amor nos suavíssimos enredos
Foi cena alegre, e urna é já funesta.
Oh quão lembrado estou de haver subido
Aquele monte, e às vezes, que baixando
Deixei do pranto o vale umedecido!
Tudo me está a memória retratando;
Que da mesma saudade o infame ruído
Vem as mortas espécies despertando.
COSTA, Claudio Manoel da. Núcleo de Pesquisas em Informática, Literatura e Linguística. Textos literários em meio eletrônico. Sonetos Inéditos. Edição de Referência: A Poesia dos Inconfidentes, Rio de Janeiro: Editora Nova Aguilar, 1996
Neste soneto podemos observar que o tema demonstra uma preocupação do eu-lírico com a passagem do tempo e com a mutação de suas memórias no espaço idealizado – a natureza. A natureza está impregnada das memórias e guarda alegrias e tristezas do eu-lírico. Essa aproximação eu-lírico e paisagem denota um gosto pela vida idílica no campo.
Esse traço nos remete ao período: