Questões de Literatura - Literatura brasileira - Escolas Literárias
INSTRUÇÃO: Leia o fragmento a seguir, para responder à questão.
O senhor tolere, isto é o sertão. Uns querem que não seja: que situado sertão é por os campos-gerais a fora a dentro, eles dizem, fim de rumo, terras altas, demais do Urucuia. Toleima. Para os de Corinto e do Curvelo, então, o aqui não é dito sertão? Ah, que tem maior! Lugar sertão se divulga: é onde os pastos carecem de fechos; onde um pode torar dez, quinze léguas, sem topar com casa de morador; e onde criminoso vive seu cristo-jesus, arredado do arrocho de autoridade. [...] Esses gerais são sem tamanho. Enfim, cada um o que quer aprova, o senhor sabe: pão ou pães, é questão de opiniães... O sertão está em toda a parte.
Fonte: ROSA, João Guimarães. Grande sertão: veredas. 22. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.
A partir do fragmento extraído de Grande sertão: veredas, é CORRETO afirmar que:
Para responder às questão, leia o poema da escritora portuguesa Florbela Espanca, publicado originalmente em 1919.
Vaidade
Sonho que sou a Poetisa eleita,
Aquela que diz tudo e tudo sabe,
Que tem a inspiração pura e perfeita,
Que reúne num verso a imensidade!
Sonho que um verso meu tem claridade
Para encher todo o mundo! E que deleita
Mesmo aqueles que morrem de saudade!
Mesmo os de alma profunda e insatisfeita!
Sonho que sou Alguém cá neste mundo...
Aquela de saber vasto e profundo
Aos pés de quem a terra anda curvada!
E quando mais no céu eu vou sonhando,
E quando mais no alto ando voando,
Acordo do meu sonho... E não sou nada!...
(Florbela Espanca. Poemas, 1996.)
Tendo em vista as escolhas formais mobilizadas pela escritora, como o emprego do gênero soneto e de versos decassílabos, o poema aproxima-se da estética
Leia o poema do poeta romântico Fagundes Varela, para responder à questão.
A vida nas cidades me enfastia,
Enoja-me o tropel1
das multidões,
O sopro do egoísmo e do interesse
Mata-me n’alma a flor das ilusões.
Mata-me n’alma a flor das ilusões
Tanta mentira, tão fingido rir,
E cheio e farto de tristeza e tédio
Rejeito as glórias de falaz2
porvir!
Rejeito as glórias de falaz porvir,
Galas e festas, o prazer talvez,
E busco altivo as solidões profundas
Que dormem quedas3
do Senhor aos pés,
Que dormem quedas do Senhor aos pés,
Ao doce brilho dos clarões astrais,
Ricas de gozos que não tem mundo,
Pródigas sempre de beleza e paz!
(Fagundes Varela. Cantos e fantasias e outros cantos, 2003.)
1 tropel: barulho, confusão.
2 falaz: ilusório.
3 quedas: quietas.
A crítica à vida nas cidades explicitada pelo poema constitui um tópico explorado reiteradamente pela poesia
É característica comum ao Modernismo e ao Romantismo no Brasil a
Meu canto de morte,
Guerreiros, ouvi:
Sou filho das selvas,
Nas selvas cresci;
Guerreiros, descendo
Da tribo Tupi.
Os versos acima podem ser atribuídos a uma tendência e a um escritor fundamentais para a consolidação do romantismo no Brasil.
Assinale a alternativa que correlacione corretamente esses dois aspectos:
De tudo isso, eis o saldo positivo: os simbolistas trouxeram à linguagem poética nacional maior flexibilidade, matizes mais variados, fluidez; possibilitaram-lhe fixar o imponderável, sensações profundas, novas ideias. E abriram caminhos. Mas em meados de 1910 convivem com os parnasianos, ambos desgastados e vazios, numa fase de transição para algo novo, que em breve irá explodir violentamente.
Fonte: (PROENÇA FILHO, Domício. Estilos de época na literatura. São Paulo: Atica, 2001, p. 280. Grifo nosso)
A expressão "algo novo", em destaque no texto, refere-se à emergência do
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