Questões de Literatura - Literatura brasileira - Escolas Literárias - Literatura contemporânea
1.047 Questões
Questão 69 13224486
UFPR 2024Quarto de despejo, de Carolina Maria de Jesus, apresenta o relato de sua vida na favela, na forma de um diário. Considerando o trecho seguinte e a integridade do livro, assinale a alternativa correta.
3 de fevereiro (1959) Tenho de dizer que não escrevi nos dias que decorreram porque eu fiquei doente. Vou recapitular o que
ocorreu comigo nestes dias (...) A Fernanda veio e perguntou-me se eu sei onde está o cigano. É a mesma coisa que ela
perguntar-me onde é a casa do vento.
Disse que ele é muito bonito e que ela ia lá comprar pimenta só para vê-lo.
Durante os dias que eu estive doente o senhor Manoel não me deixou sem dinheiro.
JESUS, Carolina Maria de. Quarto de despejo: diário de uma favelada. São Paulo: Ática, 2014. p. 159.
Questão 3 13064542
UESB 1º dia 2024O texto seguinte servirá de base para responder a questão.
Texto
"Quando retirei a faca da mala de roupas, embrulhada em um pedaço de tecido antigo e encardido, com nódoas escuras e um nó no meio, tinha pouco mais de sete anos. Minha irmã, Belonísia, que estava comigo, era mais nova um ano. Pouco antes daquele evento estávamos no terreiro da casa antiga, brincando com bonecas feitas de espigas de milho colhidas na semana anterior. Aproveitávamos as palhas que já amarelavam para vestir feito roupas nos sabugos. Falávamos que as bonecas eram nossas filhas, filhas de Bibiana e Belonísia. Ao percebermos nossa avó se afastar da casa pela lateral do terreiro, nos olhamos em sinal de que o terreno estava livre, para em seguida dizer que era hora de descobrir o que Donana escondia na mala de couro, em meio às roupas surradas com cheiro de gordura rançosa. Donana notava que crescíamos e, curiosas, invadíamos seu quarto para perguntar sobre as conversas que escutávamos e sobre as coisas que nada sabíamos, como os objetos no interior de sua mala. A todo instante éramos repreendidas por nosso pai ou nossa mãe. Minha vó, em particular, só precisava nos olhar com firmeza para sentirmos a pele arrepiar e arder, como se tivéssemos nos aproximado de uma fogueira."
(VIEIRA, Itamar Júnior. Torto arado. Capítulo 1- Fio de Corte fragmento)
"... Donana escondia na mala de couro..."
A preposição sublinhada tem valor semântico, nesse contexto, de:
Questão 4 12668524
UECE 1ª Fase 2024/2TEXTO
Admirável Chip Novo
(Pitty)
Pane no sistema, alguém me desconfigurou
Aonde estão meus olhos de robô?
Eu não sabia, eu não tinha percebido
Eu sempre achei que era vivo
[5] Parafuso e fluido em lugar de articulação
Até achava que aqui batia um coração
Nada é orgânico, é tudo programado
E eu achando que tinha me libertado
Mas lá vêm eles novamente
[10] Eu sei o que vão fazer
Reinstalar o sistema
Pense, fale, compre, beba
Leia, vote, não se esqueça
Use, seja, ouça, diga
[15] Tenha, more, gaste, viva
Pense, fale, compre, beba
Leia, vote, não se esqueça
Use, seja, ouça, diga
Não, senhor, sim, senhor
[20] Não, senhor, sim, senhor
Mas lá vêm eles novamente
Eu sei o que vão fazer
Reinstalar o sistema
No trecho: “Nada é orgânico, é tudo programado” (linha 07), a vírgula pode ser substituída, sem prejuízo de sentido, pelo conectivo
Questão 54 12644249
UNIFOR Demais Cursos 2024/2Borboletas
Borboletas me convidaram a elas.
O privilégio insetal de ser uma borboleta me atraiu.
Por certo eu iria ter uma visão diferente dos homens e das coisas.
Eu imaginava que o mundo visto de uma borboleta seria, com certeza,
um mundo livre aos poemas.
Daquele ponto de vista:
Vi que as árvores são mais competentes em auroras do que os homens.
Vi que as tardes são mais aproveitadas pelas garças do que pelos homens.
Vi que as águas têm mais qualidade para a paz do que os homens.
Vi que as andorinhas sabem mais das chuvas do que os cientistas.
Poderia narrar muitas coisas ainda que pude ver do ponto de vista de
uma borboleta.
Ali até o meu fascínio era azul.
Disponível em: https://poetisarte.com/autores/manoel-de-barros/borboletas/. Acesso em: 06 mai. 2024.
Por meio do poema “Borboletas”, Manoel de Barros defende a tese de que
Questão 40 12172970
UECE 2ª Fase 1º Dia 2024/1TEXTO
Poemas aos homens do nosso tempo
Hilda Hilst
Enquanto faço o verso, tu decerto vives.
Trabalhas tua riqueza, e eu trabalho o sangue.
Dirás que sangue é o não teres teu ouro
E o poeta te diz: compra o teu tempo.
Contempla o teu viver que corre, escuta
O teu ouro de dentro. É outro o amarelo que te
falo.
Enquanto faço o verso, tu que não me lês
Sorris, se do meu verso ardente alguém te fala.
O ser poeta te sabe a ornamento, desconversas:
“Meu precioso tempo não pode ser perdido com os
poetas”.
Irmão do meu momento: quando eu morrer
Uma coisa infinita também morre. É difícil dizê-lo:
MORRE O AMOR DE UM POETA.
E isso é tanto, que o teu ouro não compra,
E tão raro, que o mínimo pedaço, de tão vasto
Não cabe no meu canto.
(Disponível em HILST, Hilda. Poemas aos homens do nosso tempo. In: Júbilo, memória, noviciado da paixão. São Paulo: Companhia das Letras, 2018; p.125.)
No verso “Meu precioso tempo não pode ser perdido com os poetas.” (linhas 129-130), o tom apresentado pela autora é de
Questão 19 13442240
ENEM PPL 1º Dia (Azul – Reaplicação) 2023Para começar, ele nos olha na cara. Não é como a máquina de escrever, que a gente olha de cima, com superioridade. Com ele é olho no olho ou tela no olho. Ele nos desafia. Parece estar dizendo: vamos lá, seu desprezível pré-eletrônico, mostre o que você sabe fazer. A máquina de escrever faz tudo que você manda, mesmo que seja a tapa. Com o computador é diferente. Você faz tudo que ele manda. Ou precisa fazer tudo ao modo dele, senão ele não aceita. Às vezes, quando a gente erra, ele faz “bip”. Assim, para todo mundo ouvir. Comecei a usar o computador na redação do jornal e volta e meia errava. E lá vinha ele: “Bip!” “Olha aqui, pessoal: ele errou.” “O burro errou!”.
Outra coisa: ele é mais inteligente que você. Esse negócio de que qualquer máquina só é tão inteligente quanto quem a usa não vale com ele. Está subentendido, nas suas relações com o computador, que você jamais aproveitará metade das coisas que ele tem para oferecer. A máquina de escrever podia ter recursos que você nunca usaria, mas não tinha o mesmo ar de quem só aguentava os humanos por falta de coisa melhor, no momento. E a máquina, mesmo nos seus instantes de maior impaciência conosco, jamais faria “bip” em público.
VERISSIMO, L. F. Pai não entende nada. Porto Alegre: L&PM, 1990.
Ao descrever sua relação com a máquina de escrever e o computador, o cronista adota uma perspectiva que
Pastas
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