Questões de Literatura - Literatura brasileira - Escolas Literárias - Modernismo
3.536 Questões
Questão 35 14290193
FUVEST (USP) Conhecimento Gerais 2025/1"Ele vê o gesto do advogado Dr. Otávio Conti, no café, metendo a mão no bolso, tirando uma cédula de cem mil-réis e entregando-a ao Duque: ‘– Vá levantar esta letra. Você me devolve depois.’ Não é bem caridade... Ele não sabe explicar... Há nisso um certo tom de versatilidade... de facilidade... de um tal ou qual afrouxamento do caráter... Ele vê o Andrade tirando, com o gesto do Dr. Otávio Conti, a ‘mesma’ cédula do bolso e entregando-lha... A casa aristocrática acha-se perto. A numeração já está em quase trezentos. Uma pequena aragem que sopra levemente nesta parte alta da rua passa-lhe pelas mãos e esfria-as... O seu corpo suado fica como que um bloco gelado e dá-lhe a sensação de que ele encolhe, se retrai dentro da sua roupa quente e assoleada, que dela se despega como dura carapaça. Ao mesmo tempo o coração, que batia lá no fundo do peito, veio palpitar bem à superfície, quase à flor da pele, meio engasgando-o."
Dyonélio Machado. Os ratos.
Dentre as frases em destaque, a que caracteriza os efeitos fisiológicos em Naziazeno da reação de luta ou fuga pela ativação do sistema nervoso simpático é:
Questão 29 14287970
UFRGS 1º dia 2025Leia com atenção o poema abaixo, de Manuel Bandeira.
O Bicho
Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.
Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.
O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.
O bicho, meu Deus, era um homem.
Assinale a alternativa correta em relação ao poema.
Questão 6 14287878
UFRGS 1º dia 2025Instrução: A questão está relacionada ao texto abaixo.
Aquele – 1926 – foi um ano significativo na
vida de Rodrigo Cambará. “O nosso amigo
voltou a ser o que era” – observou um dia o
velho José Lírio. “E o Sobrado está de novo
[5] como nos velhos tempos”. Tinha razão. Não
havia quem não considerasse um privilégio
entrar no casarão dos Cambarás, privar com
seus moradores, beber os vinhos de sua adega
e provar os quitutes de sua cozinha. Sempre
[10] que um forasteiro de certa importância
chegava a Santa Fé, a primeira pergunta que
se fazia sobre ele era: “Já foi ao Sobrado?”.
Rodrigo andava eufórico, cheio de belos
projetos. Seus artigos apareciam no Correio do
[15] Povo. Lia muitos livros, em geral de maneira
incompleta, mas apesar disso discutia-os com
os amigos, como se tivesse penetrado neles
profundamente. Apanhava no ar as coisas que
outros diziam e depois, com imaginação e
[20] audácia, dava-lhes novas roupagens e usava
as como suas na primeira oportunidade. Roque
Bandeira, que observava o amigo com olho
terno mas lúcido, costumava dizer em segredo
a Stein que Rodrigo possuía a melhor “cultura
[25] de oitiva” de que ele tinha notícia. De resto,
não seria esse um hábito bem brasileiro? O que
havia entre nossos escritores, artistas e
políticos – afirmava – não era propriamente
cultura, mas um tênue verniz de ilustração. O
[30] brasileiro jamais tinha coragem de dizer “não
sei”. Em caso de dúvida, respondia com um
“depende”, que não só o livrava da necessidade
de confessar a própria ignorância como
também lhe dava tempo para achar uma saída.
[35] Foi também naquele ano que Rodrigo se
sentiu tomado de desejo de realizar grandes
coisas. Um dia, da janela da água-furtada do
Sobrado, contemplou as ruas e telhados de
Santa Fé e murmurou para si mesmo: “Preciso
[40] ajudar minha terra e minha gente”. E uma voz
apagada dentro dele ciciou, maliciosa: “E a
mim mesmo”. Mas de que modo? Não se sentia
com disposição de entrar na Intendência, subir
ao gabinete de Zeca Prates e dizer: “Meu
[45] amigo, tenho umas ideias sobre o nosso
município e quero colaborar contigo”. Sua
intenção podia ser mal interpretada. E, de
resto, seria um gesto inútil. Depois de eleito, o
irmão de Terêncio caíra na rotina. Murmurava-
[50] se – e devia ser verdade – que era manobrado
pelo Laco Madruga, como um títere. As
finanças municipais viviam num estado crônico
de insolvência. Por esse lado, portanto, nada
se podia fazer.
[55] Às vezes Rodrigo perguntava-se a si
mesmo se o melhor não seria atirar mais longe
a lança da ambição, fazendo-a passar as
fronteiras do município e do Estado. Concluía
que a maneira mais eficaz de melhorar Santa
[60] Fé era melhorar o Brasil. Pensava então numa
partido. Sentia-se no ar, sem ligações políticas.
Vinham-lhe então impaciências. A
revolução estava perdida. Washington Luís
[65] eleito e reconhecido. O país teria
provavelmente de aguentar mais quatro anos
de estado de sítio, com a imprensa
amordaçada, os presídios cheios de
prisioneiros políticos e o povo acovardado ou
[70] indiferente.
Adaptado de: VERISSIMO, E. O tempo e o vento: o arquipélago II. São Paulo: Globo, 1995.
No bloco superior abaixo, estão indicadas classes gramaticais; no inferior, partículas que retiradas do texto.
Associe corretamente o bloco inferior ao superior.
1. Pronome relativo.
2. Conjunção integrante.
3. Pronome interrogativo.
( ) que (l. 18).
( ) que (l. 22).
( ) que (l. 24).
( ) que (l. 32).
( ) que (l. 42).
( ) que (l. 50).
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é
Questão 16 14086783
CESMAC Medicina 1º dia 2025.1O escritor alagoano Graciliano Ramos publicou o romance São Bernardo, em 1934. Em 1936, quando o autor estava preso, veio a público Angústia. Nesse contexto, leia atentamente os trechos transcritos desses dois romances.
Trecho I
“[...] As pessoas que me lerem terão, pois, a bondade de traduzir isto em linguagem literária, se quiserem. Se não quiserem, pouco se perde. Não pretendo bancar escritor. É tarde para mudar de profissão. E o pequeno que ali está chorando necessita quem o encaminhe e lhe ensine as regras de bem viver.
– Então para que escreve?
– Sei lá!
O pior é que já estraguei diversas folhas e ainda não principiei.
– Maria das Dores, outra xícara de café.
Dois capítulos perdidos. Talvez não fosse mau aproveitar os do Gondim, depois de expurgados”.
RAMOS, Graciliano. S. Bernardo. 79. ed. Rio de Janeiro: Record, 2004, p. 13.
Trecho II
“Afinal tudo desaparece. E, inteiramente vazio, fico tempo sem fim ocupado em riscar as palavras e os desenhos. Engrosso as linhas, suprimo as curvas, até que deixo no papel alguns borrões compridos, umas tarjas muito pretas.”
RAMOS, Graciliano. Angústia. 32. ed. Rio, São Paulo: Record, 1986, p. 9.
Acerca da leitura desses fragmentos, assinale a alternativa correta.
Questão 14 14086740
CESMAC Medicina 1º dia 2025.1Um dos poetas mais celebrados do Modernismo brasileiro, o pernambucano Manuel Bandeira escreveu sobre diversos temas em distintas formas poéticas. Nesse contexto, leia o poema abaixo transcrito.
O bicho
Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.
Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.
O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.
O bicho, meu Deus, era um homem.
BANDEIRA, Manuel. Poesia completa e prosa. 5. ed. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2009, p. 185.
Dadas as afirmativas a respeito desse poema,
I. Trata-se de um poema que aborda uma temática de cunho social, a saber: a fome, um dos mais graves problemas brasileiros, que aproxima os seres humanos dos animais irracionais.
II. Trata-se de um soneto de temática social, com um sistema de rimas bastante sofisticado e uma dura crítica social.
III. Trata-se de um poema de caráter social, escrito em versos decassílabos, comumente usados na obra de Manuel Bandeira.
verifica-se que está/ão correta/s
Questão 7 14029280
UFRR Etapa 3 2025Sobre as características e as fases do Modernismo Brasileiro, considere as assertivas a seguir e assinale a alternativa CORRETA.
I. Tem seu surgimento marcado pela Semana de Arte Moderna em 1922.
II. Possui quatro fases de desenvolvimento no Brasil;
III. Tem como característica a experimentação estética e a valorização da identidade brasileira na produção artística, literária e cultural.
IV. Utiliza técnicas tradicionais e clássicas na produção artística, literária e cultural.
V. Possui concordância com os valores burgueses e com a sociedade tradicional da época.
VI. Apresenta rompimento com as estruturas do passado.
Pastas
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