criticar as tendências literárias anteriores, em especial a tradição poética.

buscar a antropofagia das culturas externas para alimentar a nacionalidade.

ironizar o apego rigoroso à língua portuguesa, ignorando as tendências digitais.

sinalizar a rejeição do poeta ao governo de sua época, ao criticar cargos públicos.

O modernismo cearense é inexistente. Isso significa dizer que os artistas locais não se interessaram em produzir algo de natureza semelhante ao que foi feito nos anos 20, em São Paulo. Por consequência, o movimento foi muito mais visível em Pernambuco e Bahia.

A meta da exposição foi reproduzir o que o modernismo paulista ofereceu de melhor ao país. Ao compreender que essa manifestação política e artística obteve pouca expressividade fora do eixo Rio e São Paulo, cabe aos outros estados copiarem o modelo vitorioso existente

As obras modernistas tinham por meta revelar o conhecimento e o sistema de dominação das elites de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, que tradicionalmente desde o século XV buscam garantir domínio político e econômico sobre a região do nordeste brasileiro.

O modernismo brasileiro é amplamente criticado internacionalmente. Muitos dos intelectuais da época não conheciam a realidade brasileira. Por causa disso, apresentaram sínteses de um Brasil que não existia dentro das cidades ou nas periferias mais pobres da América Latina.

A Semana de Arte Moderna nasceu como expressão do movimento modernista, tendo na linha de frente artistas e intelectuais cariocas e paulistas, mas o movimento não se resume a eles. Em diferentes locais do Brasil, foi possível encontrar manifestações culturais similares.

rejeitar a influência que a música de cunho popular exercia sobre o imaginário das meninas românticas.

enaltecer o modo de vida das elites brancas que importavam para o Brasil o modelo das grandes capitais europeias.

denunciar o abandono e a ausência de perspectivas da camada proletária, discriminada etnicamente, que se acumulava nos subúrbios.

demonstrar a centralidade que a literatura – em particular a poesia – exercia sobre as camadas populares suburbanas no início do século XX.

incorporação ao patrimônio nacional das culturas negra e portuguesa.

representação das realidades social e econômica do início do século.

reflexo da igualdade mestiça nos processos de patrimonialização.

ideal da diversidade cultural como categoria identitária nacional.

constituição da materialidade e da multiplicidade socioculturais.

“Pelas frestas das árvores, pela transparência das folhas, desce uma claridade discreta, e nessa suave iluminação se desenrola dentro do mato o cenário pomposo das cores. Elas são em si vivas e quentes, mas a gradação da sombra, que ora avança, ora se afasta, comunica-lhes da negrura do verde ao desmaio do branco a matização completa e triunfal.” 

“Era um grande ajuntamento de colonos da região. Alguns estavam ali havia trinta anos, e a sua pele era amarela, encolhida como pergaminho; outros ainda eram louros e jovens. Trajavam as suas melhores roupas, o que fazia também uma mistura de modas de muitas épocas, conservada religiosamente em trajes que se não acabavam mais.” 

“— Era preciso formar-se do conflito de nossas espécies humanas um tipo de mestiço, que se conformando melhor com a natureza, com o ambiente físico, e sendo a expressão das qualidades médias de todos, fosse o vencedor e eliminasse os extremos geradores. Perfeito ..." 

“Os dois brasileiros interessavam-se ardentemente por esses contos vindos de um mundo desconhecido e que lhes sugeriam a reminiscência de tantas outras histórias europeias a eles transmitidas e adulteradas pelos povos brancos, primeiros geradores da sua raça mestiça”.

“Enquanto a conversação se ia desenrolando mansamente, viram passar pelo caminho, à beira do rio, um velho muito alto e magro, armado de espingarda e carregando um animal morto a gotejar sangue pelas feridas, que Joca declarou ser uma paca."[...]

Contos negreiros, de Marcelino Freire. 

O Ateneu, de Raul Pompeia.

Torto Arado, de Itamar Vieira Júnior

Triste fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto. 

Pelo sertão, de Afonso Arinos.